Discurso durante a 105ª Sessão Não Deliberativa, no Senado Federal

Defesa da participação de trabalhadores brasileiros no Mercosul. Críticas ao técnico da seleção brasileira de futebol. Leitura do artigo de autoria do economista e professor Paulo Nogueira Batista Júnior, publicado na Folha de S.Paulo, edição de ontem.

Autor
Geraldo Mesquita Júnior (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/AC)
Nome completo: Geraldo Gurgel de Mesquita Júnior
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
POLITICA EXTERNA. HOMENAGEM. ESPORTE.:
  • Defesa da participação de trabalhadores brasileiros no Mercosul. Críticas ao técnico da seleção brasileira de futebol. Leitura do artigo de autoria do economista e professor Paulo Nogueira Batista Júnior, publicado na Folha de S.Paulo, edição de ontem.
Publicação
Publicação no DSF de 08/07/2006 - Página 23141
Assunto
Outros > POLITICA EXTERNA. HOMENAGEM. ESPORTE.
Indexação
  • REGISTRO, PARTICIPAÇÃO, ORADOR, PRESIDENTE DA REPUBLICA, BRASIL, PRESIDENTE DE REPUBLICA ESTRANGEIRA, PAIS ESTRANGEIRO, URUGUAI, ARGENTINA, REUNIÃO, MERCADO COMUM DO SUL (MERCOSUL), ASSINATURA, PROTOCOLO, ADMISSÃO, GOVERNO ESTRANGEIRO, VENEZUELA, INSTALAÇÃO, LEGISLATIVO, ORGANISMO INTERNACIONAL.
  • COMENTARIO, IMPORTANCIA, DEBATE, MERCADO COMUM DO SUL (MERCOSUL), OBJETIVO, ATENDIMENTO, INTERESSE, TRABALHADOR, PEQUENA EMPRESA, MEDIA EMPRESA, REFORÇO, INTEGRAÇÃO, AMERICA LATINA, REGISTRO, RELEVANCIA, INGRESSO, PAIS ESTRANGEIRO, VENEZUELA, ORGANISMO INTERNACIONAL, PREVISÃO, EXPORTAÇÃO, ESTADO DO ACRE (AC), FECULA DE MANDIOCA.
  • HOMENAGEM POSTUMA, DANTE DE OLIVEIRA, EX GOVERNADOR, ESTADO DE MATO GROSSO (MT), EX-DEPUTADO, EX MINISTRO DE ESTADO, ELOGIO, VIDA PUBLICA, LUTA, REDEMOCRATIZAÇÃO.
  • CRITICA, TECNICO ESPORTIVO, FUTEBOL, PERDA, CAMPEONATO MUNDIAL, TRAIÇÃO, PAIS, INTERESSE, POPULAÇÃO, LEITURA, ARTIGO DE IMPRENSA, JORNAL, FOLHA DE S.PAULO, ESTADO DE SÃO PAULO (SP), COMPARAÇÃO, PRATICA ESPORTIVA, POLITICA ECONOMICO FINANCEIRA.

O SR. GERALDO MESQUITA JÚNIOR (PMDB - AC. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Srª Presidente, Senadora Heloísa Helena, acabo de fazer um pedido ao Senador José Sarney para que nos avise toda vez que vier à tribuna, para que possamos ter o privilégio de ouvi-lo, porque sua fala é sempre um passeio pela história. Hoje S. Exª revelou fatos que nos remeteram a épocas em que tínhamos profunda preocupação com a condução e com os destinos do nosso País.

Srª Presidente Heloísa Helena, ontem V. Exª iniciava sua campanha no Rio, e eu falava aqui da minha ida à Venezuela para participar de reunião com Parlamentares daquele país, do Uruguai, da Argentina e do Paraguai. Essa reunião antecedeu o ato em que os Presidentes desses países assinaram o protocolo de ingresso da Venezuela no Mercosul. Estive lá por três ou quatro dias, com uma agenda intensa de trabalho e de discussões. Assisti com muita satisfação, como convidado, à sessão ordinária da Assembléia Nacional, que aprovou, no âmbito do Poder Legislativo, a postulação e o ingresso da Venezuela no Mercosul.

Srª Presidente Heloísa Helena, firmei o entendimento de que, sempre que possível, me vou referir a esse tema. Alguém poderia perguntar: por que um Senador do Acre fala sobre o Mercosul, se interessa por esse tema?

Sim, sou um Senador do Acre, Senador José Sarney, e entendo que, até agora, o Mercosul tem sido, como eu disse ontem, um nicho. Ontem usei uma expressão que talvez não traduza todo o realismo que se passa no âmbito daquele foro, mas serve para avivar as cores do que eu estava falando. Eu disse que o Mercosul ainda é um “clube do bolinha”, que interessa praticamente, tão-somente à Fiesp, ao grande capital e pouco transita, Senadora Heloísa Helena, entre os trabalhadores brasileiros, entre aqueles que representam a pequena e média indústria nacional.

Não faço crítica alguma à Fiesp, àqueles que têm trânsito, prestígio e influência no Mercosul, porque estão ocupando espaço. Quando há reuniões de Parlamentares, há sempre aquele queixume de que precisamos tornar o Mercosul, nos nossos países, um assunto de debate nacional, um assunto de interesse social. Esse é um queixume que não assumo. Na política, no campo social e cultural, não há que se cogitar, Senador José Sarney, o fato de sermos autorizados a isso ou àquilo. Devemos ocupar os espaços. Quem não os ocupa, os terá ocupados por alguém. O grande capital no nosso País ocupou espaço no Mercosul. Cabe aos trabalhadores brasileiros, às pequenas e médias empresas ocuparem esse espaço também.

Portanto, o Mercosul tanto interessa à Fiesp, Senador Sarney, como interessa aos seringueiros lá do Acre. Sabem por quê? Lá produzimos ainda borracha e castanha; a Venezuela, por exemplo, é uma grande produtora de petróleo. Sabe V. Exª que, no Acre, temos a melhor macaxeira - às vezes é meio cabotino dizer “do mundo”, não é, Senador Sarney? Mas talvez seja mesmo a melhor macaxeira do mundo. Produzimos a melhor farinha do mundo, e V. Exª sabe de uma coisa? Podemos produzir a melhor fécula do mundo, e fécula é um produto utilizado na prospecção de petróleo - coisa interessante. Então, poderemos ser fornecedores à Venezuela de fécula, de macaxeira - ou “mandioca”, como se diz no sul.

Interessa, sim, a um Senador do Acre a questão do Mercosul, que, hoje, acredito deva se fortalecer não só com o ingresso da Venezuela em seu contexto, como também, Senador Sarney, com a constituição do Parlamento do Mercosul, a ser instalado até o final do ano, como V. Exª sabe. Creio que esse é o resultado da compreensão de que não podemos deixar que o Mercosul continue sendo manejado tão-somente pela burocracia estatal, que muitas vezes atua com uma frieza impressionante.

Acredito que as representações populares dos nossos países, em se constituindo o Parlamento do Mercosul, poderão, sim, dar repercussão no seio das nossas sociedades a esse assunto tão importante.

Ontem usei, inclusive, a imagem de uma mão sendo constituída. Até então, tínhamos, digamos, quatro dedos: Brasil, Uruguai, Argentina e Paraguai. A mão acaba de se completar, Senador Sarney. Com essa mão completa - com um dedo, não conseguimos fazer muita coisa, mas, com os cinco fechando e abrindo, fazemos muita coisa -, ela se fortalece, e podemos acenar para outros companheiros.

O Acre é fronteira com Bolívia e Peru. Quem sabe, num futuro próximo, não teremos Bolívia e Peru ingressando no Mercosul, para que caminhemos celeremente para a constituição daquilo com que tanto sonhamos, que é a integração da América Latina? Não me refiro apenas à integração econômica, mas política, social e cultural. Quanta coisa bonita vemos, quando andamos por aí, Senador Sarney, no campo da música, do teatro, do cinema, das tradições? Precisamos nos integrar nesses aspectos também.

Cogito, inclusive, apresentar uma sugestão a esta Casa, quem sabe no âmbito da Comissão Mista do Mercosul, que pertence ao Congresso Nacional, levar a efeito um plano de inseminarmos esse assunto, de levarmos esse assunto a debate público nacional, inicialmente realizando audiências públicas pelos Estados afora, Senador José Sarney, convocando segmentos da sociedade, produtores, segmentos políticos, sociais, culturais, para que esse assunto seja exaustivamente debatido, para que a sociedade assuma a condução dos assuntos que dizem respeito ao Mercosul.

Portanto, pretendo e cogito, Senadora Heloísa Helena - não sei por que via, mas vou sugerir à Casa -, que esse assunto seja exaustivamente debatido em nosso País, que seja um assunto popular mesmo, que interesse aos trabalhadores brasileiros. Eles precisam colocar o pé nisso aí. Eles precisam ter representação, inclusive, no Mercosul, para que os seus interesses sejam contemplados, para que as suas aspirações possam ser agasalhadas no âmbito desse grande fórum.

Feita a referência ao Mercosul, quero falar de um assunto que traumatizou o povo brasileiro. Antes, porém, deixo as minhas condolências à família do ex-Governador Dante de Oliveira, tão bem lembrado pelos Senadores Arthur Virgílio e José Sarney. Tratava-se de uma figura pública que ganhou expressão nacional, num momento crítico da nossa história. Se somente aquele ato tivesse sido realizado, já lhe deveríamos respeito e consideração. Porém, a sua vida pública foi marcada por outros gestos,.outros atos que devemos lembrar, a exemplo do que fizeram o Senador José Sarney e o Senador Arthur Virgílio. Portanto, as minhas condolências à sua família e que Deus o acolha com benevolência.

Há um outro assunto, Senador José Sarney, que traumatizou nosso país. Refiro-me ao futebol. Pode haver quem diga que não é adequado tratar de futebol no plenário do Senado, mas acho pertinente fazê-lo agora.

Antes do início da Copa do Mundo, aqui mesmo neste plenário, os companheiros que nos atendem tão gentilmente - são botafoguenses na maioria dos casos, Senadora Heloísa Helena - me perguntavam: “Qual a sua expectativa, Senador?” Eu disse: “Olha, estamos indo à Copa do Mundo com um conjunto de jogadores fantásticos e com um técnico medíocre”. Desculpem-me pela expressão, mas eu sempre achei mesmo, e o pessoal é testemunha do que eu dizia: “Um time composto de bons jogadores e com um técnico medíocre. Se ele não se atrever a dirigir esse time, talvez a gente colha um bom resultado”. Como todo brasileiro, porém, fiquei torcendo para que, de fato, viesse um bom resultado. Para mim, Senador José Sarney, não foi nenhuma surpresa o que aconteceu. Pode parecer suspeito dizer “bem que eu disse!”, mas não se trata disso. Mas a mediocridade do técnico Parreira...Joelmir Beting, comentarista do Jornal da Band, um dia desses, Senador Sarney - o assunto veio à baila e a referência era de alguém louvando aquela expressão utilizada pelo Parreira de que espetáculo é ganhar o jogo -, lembrou que, dos cinco campeonatos mundiais que nós conquistamos, três deles o fizemos dando espetáculo. Ele lembrou a passagem de Garrincha em 58 e 62 e, repetindo, lembrou que três vezes nós ganhamos dando espetáculo. Não há, portanto, incompatibilidade alguma entre espetáculo e bom resultado. Pelo contrário, essas são ações complementares.

Não vou me estender na análise do fato porque ainda estou magoado, apenas tomarei a liberdade de ler um artigo do professor Paulo Nogueira Batista Júnior, que, sem sair inteiramente da seara econômica, escreveu um artigo sobre futebol ontem na Folha de S.Paulo que lavou a minha alma, Senador Sarney. No artigo eu enxerguei a crítica que faço, a concepção que tenho do que aconteceu. Lerei o artigo, pois grande parte do povo brasileiro não lê a Folha de S.Paulo e não teve conhecimento deste artigo que traduz com precisão e de forma fantástica o que aconteceu com o nosso time e o que acontece com a economia do nosso País.

Ele diz aqui o seguinte:

A insinuação pode ser muito mais eficaz do que a afirmação pura e simples. A ironia, a indireta e recursos assemelhados tendem a criar uma cumplicidade com quem escuta ou lê.

Ou não? Nem sempre dá certo. Na quinta-feira passada, tentei usar a Copa do Mundo para insinuar algumas considerações sobre arte e política. Alguma dúvida? De quem era a epígrafe escolhida para o artigo? Fernando Pessoa, ora. Difícil imaginar alguém menos ligado a futebol.

Mesmo assim, alguns leitores condenaram a minha incursão futebolística. Queriam discutir se o árbitro havia ou não favorecido o Brasil, se o nosso time merecera ou não a goleada contra Gana etc. Outros recomendaram que eu não me afastasse da economia e da política...

Paciência. Vou insistir no assunto um pouco mais. Ainda não estou em condições emocionais ou psicológicas de escrever, com vontade e garra, sobre juros, câmbio, PIB, comércio exterior etc.

Todos os brasileiros (até a quinta coluna) estão traumatizados. A derrota de sábado contra a França foi, talvez, o pior momento da história do futebol brasileiro. Pior do que a derrota para a própria França em 1998, pelo placar mais dilatado de 3 a 0. Em 1998, ainda podíamos levantar hipóteses, apontar circunstâncias anormais, criar uma CPI para investigar uma partida meio estranha. Agora, não. O “placar moral” foi, no mínimo, 3 a 0 para a França. Podemos dizer da derrota de sábado o que Churchill disse do vergonhoso acordo de Munique em que a Inglaterra e a França entregaram a sua aliada, a Tchecoslováquia, sem luta, à Alemanha nazista. “We have sustained a total and unmitigated defeat” (“Nós sofremos uma derrota total e consumada”).

Falo em Churchill e ocorre-me dizer que, em determinado momento, tive a nítida sensação de que a Inglaterra seria eliminada da Copa. Foi quando o seu técnico, um sueco, muito criticado por não saber inspirar os jogadores, declarou na véspera da partida fatal contra Portugal: “Serei o que sempre tenho sido. Não vou ler Winston Churchill hoje à noite nem tentarei ser ele”. Ora, o que é a equipe da Inglaterra sem Churchill, sem Império, sem esquadra naval? Sem isso, a Inglaterra não passa de um Bonsucesso, como dizia Nelson Rodrigues, referindo-se à seleção inglesa campeã do mundo em 1966 (campeã jogando em casa e no apito, lembre-se de passagem). Para as quartas-de-final de uma Copa do Mundo, a Inglaterra teria que entrar em campo com Churchill, almirante Nelson, Wellington, a rainha Vitória, o diabo.

Mas suecos e outros nada entendem de tradição imperial. Com isso, volto ao Brasil. O nosso problema, já sabemos, é a tradição colonial, que sobrevive mais ou menos intacta, como uma espécie de lodo inerte, no fundo do nosso subconsciente. Por isso, dizia Nelson Rodrigues, brasileiro não pode viajar. Quando desembarca na Europa ou nos Estados Unidos, cai de quatro e não levanta mais. Declara-se colônia, imediatamente.

Ora, os titulares da seleção brasileira de 2006 eram todos expatriados, pertencentes a times europeus. Logo depois do jogo contra a França, Armando Nogueira bradou indignado: “A seleção brasileira jogou com a frieza e a indiferença dos apátridas”. Perfeito. Não era uma seleção nacional, mas uma legião estrangeira. Um grupo de estrelas “globalizadas”, sem heroísmo, sem espírito de luta. Houve algumas exceções importantes, principalmente na defesa, mas predominaram o deslumbramento, a apatia e a inércia.

Em certo sentido, esses astros do futebol são a imagem perfeita das elites brasileiras, “globalizadas” e antinacionais, a imagem dos “brasileiros estrangeiros” que vêm desgovernando o Brasil há tanto tempo, especialmente na área econômico-financeira. Nas mãos desse tipo de gente, que joga para o empate ou para ganhar de pouco, nem a seleção nem o País passam das quartas-de-final. A economia brasileira não passa nem das eliminatórias.

E aí ele conclui, de forma soberba, dizendo o seguinte:

Um talento como o técnico Carlos Alberto Parreira não pode ser desperdiçado. Agora que ele ficou sem emprego, quem sabe não seria o caso de nomeá-lo para a diretoria do Banco Central? Lá também temos uma “legião estrangeira”, bem menos talentosa que a seleção de futebol, que joga feio, na retranca, bate uma bola superquadrada e está sempre afundando as esperanças do país.

Esse artigo diz exatamente o que está se passando no âmbito do futebol brasileiro e diz exatamente o que está se passando no âmbito da condução dos assuntos financeiros e econômicos do nosso País. Ele aqui faz uma imbricação de temas que aparentemente não tem nada a ver, para dizer exatamente, para traduzir o que está se passando em nosso País, tanto no futebol como na economia.

E aqui, mais uma vez, eu presto uma homenagem a uma figura que simboliza e representa o futebol brasileiro: o camarada Garrincha. Eu não quero ser injusto, Senador Paulo Paim, Não quero ser injusto, Senador Paim, ao dizer que o Ronaldinho tinha saudade da sua Ferrari. Depois de tanto tempo na Europa, talvez tivesse. Mas Garrincha, quando participava das copas, tinha saudade dos seus curiós, Senador Sarney; ele estava ávido para voltar ao País para cuidar dos curiós, para jogar pelada com os companheiros da sua cidade. Havia emoção, amor, aquela coisa forte. Para mim, Garrincha representa a expressão da arte do futebol brasileiro. Exigir, como Parreira exigia, do time - espetáculo é ganhar o jogo - é o mesmo que exigir que os nossos passistas, que as nossas sambistas, que as nossas mulatas ganhem o carnaval com suas escolas sem dar espetáculo. Isso é inconcebível!

Portanto, de tudo isso nós tiramos um grande proveito: Parreira nunca mais, futebol medíocre nunca mais! Vamos voltar para a seara que nós tão bem dominamos que é o futebol arte. Dizer que o futebol arte está com seus dias contados é balela, Senador Paim. Agora é que precisamos resgatá-lo; agora é que nossos jogadores precisam praticá-lo de forma exaustiva. Como lembrou bem Joelmir Beting num comentário que fez num jornal da Band, de cinco Copas do Mundo de que o Brasil participou, ganhou três delas dando espetáculo. Vamos retomar o espetáculo, Senadora Heloísa!

Vamos livrar o nosso País dos apátridas, daqueles que estão fora e dentro do Brasil, traindo o nosso País, traindo os interesses do povo brasileiro, traindo as nossas melhores expectativas.

Muito obrigado.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 08/07/2006 - Página 23141