Discurso durante a 125ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Questionamentos à Mesa e repúdio com relação à postura sobre o uso da palavra. Manifestação com relação às palavras do Senador Jorge Bornhausen. Citação sobre dados da Vale do Rio Doce. (como Líder)

Autor
Ideli Salvatti (PT - Partido dos Trabalhadores/SC)
Nome completo: Ideli Salvatti
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
REGIMENTO INTERNO. SENADO. PRIVATIZAÇÃO.:
  • Questionamentos à Mesa e repúdio com relação à postura sobre o uso da palavra. Manifestação com relação às palavras do Senador Jorge Bornhausen. Citação sobre dados da Vale do Rio Doce. (como Líder)
Publicação
Publicação no DSF de 04/08/2006 - Página 26053
Assunto
Outros > REGIMENTO INTERNO. SENADO. PRIVATIZAÇÃO.
Indexação
  • PROTESTO, QUESTIONAMENTO, USO DA PALAVRA, EXPLICAÇÃO PESSOAL, REPUDIO, DISCURSO, SENADOR, DESRESPEITO, ORADOR, REITERAÇÃO, CRITICA, CONGRESSISTA, PARTICIPAÇÃO, DITADURA, REGIME MILITAR, INEXATIDÃO, ACUSAÇÃO, CENSURA, RADIO, SENADO.
  • DIVULGAÇÃO, IMPRENSA, LUCRO, TRIMESTRE, COMPANHIA VALE DO RIO DOCE (CVRD), SUPERIORIDADE, VALOR, VENDA, PRIVATIZAÇÃO, ACUSAÇÃO, GOVERNO, EX PRESIDENTE DA REPUBLICA, CRIME CONTRA O PATRIMONIO.

A SRª IDELI SALVATTI (Bloco/PT - SC. Como Líder. Sem revisão da oradora) - Sr. Presidente, invoco aqui nada mais nada menos do que o testemunho da imprensa, que acompanha sistematicamente as sessões do Senado, para que ela, que assiste permanentemente a estas sessões, responda se não é usual, permanente: toda vez que alguém aqui é citado em qualquer pronunciamento, o art. 14 é concedido sempre. Às vezes, a citação se dá até para facilitar a utilização do art. 14. Não foi uma, nem duas, nem três vezes que isso aqui aconteceu. Portanto, quero deixar aqui registrado o repúdio pela questão regimental afrontada, sim, indiscutivelmente, porque isso é usual e é o que acontece permanentemente.

Em segundo lugar, não vou admitir, Senador Alvaro Dias, que qualquer Senador ou Senadora faça um pronunciamento como fez V. Exª, que se dirigiu a minha pessoa dizendo que não tenho autoridade política nem moral. Volto a dizer: quem me colocou nesta cadeira foi o povo do meu Estado, quem colocou V. Exª nessa cadeira foi o povo do seu Estado. E daqui só sairemos pelo voto do nosso Estado.

Quero dizer mais. Reafirmo, quem esteve comprometido, participou ativamente da ditadura militar, não tem moral para falar de censura! O filme da Zuzu Angel é uma prova inequívoca do sofrimento, da censura, da violência e da morte infligida a famílias brasileiras pela ditadura militar, o que é inadmissível. Portanto, quem esteve envolvido, quem foi parceiro, não tem direito de falar de censura, mesmo que tenha sofrido a censura, e não acredito que a rádio Senado tivesse feito qualquer tipo de censura.

Por último, quero mencionar os discursos contundentes a respeito de o Presidente Lula não ter moral. O Presidente Lula tem moral, e muita moral, e moral reconhecida pelo povo brasileiro, senão não teria a intenção de voto que tem, não teria o carinho do povo brasileiro. Falam de escândalos, escândalos, escândalos! No pronunciamento que farei no meu horário de inscrita, em seguida, falarei sobre escândalo!

Peço a atenção do Senador Pedro Simon: a Companhia Vale do Rio Doce - isso está em todos os jornais de hoje - teve um lucro de, nada mais nada menos, R$3,9 bilhões em três meses; esse foi o lucro da Vale do Rio Doce. Sabe por quanto ela foi vendida? Foi vendida por R$3,13 bilhões - vejam os que nos acusam, que nos atacam dizendo que não temos moral -, portanto, por menos do lucro de um trimestre. E querem ter moral de dizer o que depois de um crime de lesa-pátria dessa magnitude, vendendo uma das maiores empresas do mundo, hoje, por menos do que o lucro de um trimestre? Então não têm moral, não têm moral.

O Presidente Lula tem todo o direito de dizer que tem de lavar a boca. Tem mesmo de lavar a boca por causa de tudo que fizeram neste País.

Muito obrigada.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 04/08/2006 - Página 26053