Discurso durante a 166ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Congratulações à Confederação Nacional dos Bispos do Brasil pela temática eleita para a Campanha da Fraternidade de 2007, sob o título "Fraternidade e a Amazônia". Registro da matéria intitulada "Governo terá de cortar mais de R$ 13 bilhões de gastos em 2007", publicada no jornal O Estado de S.Paulo, edição de 15 de agosto último.

Autor
Papaléo Paes (PSDB - Partido da Social Democracia Brasileira/AP)
Nome completo: João Bosco Papaléo Paes
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
IGREJA CATOLICA. DESENVOLVIMENTO REGIONAL. ORÇAMENTO.:
  • Congratulações à Confederação Nacional dos Bispos do Brasil pela temática eleita para a Campanha da Fraternidade de 2007, sob o título "Fraternidade e a Amazônia". Registro da matéria intitulada "Governo terá de cortar mais de R$ 13 bilhões de gastos em 2007", publicada no jornal O Estado de S.Paulo, edição de 15 de agosto último.
Publicação
Publicação no DSF de 11/10/2006 - Página 30733
Assunto
Outros > IGREJA CATOLICA. DESENVOLVIMENTO REGIONAL. ORÇAMENTO.
Indexação
  • REGISTRO, INICIO, TRABALHO, CONFERENCIA NACIONAL DOS BISPOS DO BRASIL (CNBB), LANÇAMENTO, CAMPANHA DA FRATERNIDADE, OBJETIVO, CONSCIENTIZAÇÃO, POPULAÇÃO, PROBLEMA, PRESERVAÇÃO, REGIÃO AMAZONICA, SOLUÇÃO, CONFLITO, REGIÃO.
  • COMENTARIO, ANTERIORIDADE, CONFERENCIA NACIONAL DOS BISPOS DO BRASIL (CNBB), INICIATIVA, APOIO, ATUAÇÃO, IGREJA CATOLICA, BRASIL, EXPANSÃO, RELIGIÃO, REGIÃO AMAZONICA, REGISTRO, RELATORIO, NECESSIDADE, FISCALIZAÇÃO, OCUPAÇÃO, TERRAS, REGIÃO, PROTEÇÃO, BIODIVERSIDADE, ATENÇÃO, RISCOS, PERDA, ECOSSISTEMA, AMEAÇA, VIDA HUMANA, MUNDO, CRITICA, FALTA, INFRAESTRUTURA, SERVIÇOS PUBLICOS, POLITICA SOCIAL, POLITICA INDIGENISTA.
  • COMENTARIO, URBANIZAÇÃO, NECESSIDADE, MIGRAÇÃO, EFEITO, INEXISTENCIA, RELIGIÃO, CULTURA, CRIAÇÃO, AREA, POVOAMENTO, URGENCIA, IGREJA CATOLICA, PRESTAÇÃO DE SERVIÇO, ASSISTENCIA RELIGIOSA.
  • CONGRATULAÇÕES, CONFERENCIA NACIONAL DOS BISPOS DO BRASIL (CNBB), ATUAÇÃO, VALORIZAÇÃO, DEFESA, REGIÃO AMAZONICA, EXPECTATIVA, MELHORIA, REGIÃO.
  • SOLICITAÇÃO, TRANSCRIÇÃO, ANAIS DO SENADO, ARTIGO DE IMPRENSA, JORNAL, O ESTADO DE S.PAULO, ESTADO DE SÃO PAULO (SP), REGISTRO, CONTENÇÃO, ORÇAMENTO, PREJUIZO, POLITICA SOCIAL, NECESSIDADE, REDUÇÃO, GASTOS PUBLICOS, APLICAÇÃO, LEI DE DIRETRIZES ORÇAMENTARIAS (LDO).

O SR. PAPALÉO PAES (PSDB - AP. Sem apanhamento taquigráfico.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, a Amazônia foi eleita objeto central da Campanha da Fraternidade de 2007, da Igreja Católica. Sob o título de “Fraternidade e a Amazônia”, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil inaugurou os trabalhos reflexivos que antecedem o lançamento da Campanha, na expectativa de que se crie uma consciência, de amplitude nacional, quanto aos problemas da região. Para reforçar a linha temática, será adotado o seguinte lema: “Vida e Missão Neste Chão”.

Sem dúvida, as autoridades episcopais do País decidiram pelo comprometimento com o projeto de preservação da Amazônia, bem como com a busca de soluções pacíficas para os conflitos da região. Não por acaso, a elaboração do texto-base para a Campanha foi delegada a especialistas do Pará e do Amapá, de quem se espera, até agosto, a conclusão dos trabalhos. Para tanto, até lá, a CNBB colhe sugestões de todas as regionais eclesiásticas.

Sob um olhar retrospectivo, cabe aqui registrar que o empenho da CNBB em amadurecer a temática amazônica como lema de campanha não surgiu ao sabor dos ventos e da moda. Pelo contrário, ainda em 2002, a CNBB constituiu a Comissão Episcopal para a Amazônia, com o objetivo de ajudar toda a Igreja no Brasil a dirigir os olhos para a Amazônia e a tomar consciência dos grandes desafios da evangelização naquela região.

Para além de tema preferencial do episcopado, a expressão “Fraternidade e Amazônia” promete converter-se em inspiração espiritual da vasta maioria de brasileiros. Na verdade, a Campanha da Fraternidade 2007 acena para uma ocasião privilegiada, um cenário alvissareiro, no centro do qual os brasileiros serão convidados a destinar suas orações a uma realidade geográfica bem específica do País. Com o espírito ávido por adquirir uma consciência mais aprofundada sobre a complexa problemática da Amazônia, os olhos do Brasil se voltarão para lá com políticas e iniciativas eficazes.

Afinal de contas, quando se ouve falar em Amazônia, vem imediatamente à memória a preocupante questão ambiental, envolvendo a devastação do verde, das florestas e de seus caudalosos rios. Há algum tempo, a conseqüente ameaça à riquíssima biodiversidade deixou de ser mera ficção conspiratória.

Conforme documento da própria CNBB, devemos acompanhar apreensivamente a ocupação, muitas vezes predatória, das terras amazônicas. Destituída de um efetivo sistema de proteção em redor de seu complexo e delicado ecossistema, a Amazônia corre sério risco de desaparecimento.

Na visão do episcopado brasileiro, o egoísmo e a ganância na exploração das riquezas, assim como o descuido e a imprudência, ameaçam seriamente nosso patrimônio natural. Mais que isso, para além dos brasileiros, a devastação da Amazônia se configura como uma perda e uma ameaça para toda a humanidade.

Pelo lado das relações humanas, a Amazônia suscita reflexões no âmbito das questões sociais e antropológicas. São milhares de indígenas perturbados e agredidos em suas culturas, testemunhando o esvaziamento de seu território, já tão pouco povoado. De um lado, resistem contra a ameaça representada pelo crescimento caótico dos centros urbanos, preferindo lutar pela permanência em suas aldeias. De outro, as comunidades indígenas da Amazônia posicionam-se contrariamente à expansão de atividades econômicas predatórias, pois entendem que uma política de ocupação de vastas áreas amazônicas com projetos agropecuários só gera conflitos intermináveis pela posse das terras.

Nesse ambiente, o impacto da urbanização, da economia e da cultura globalizada sobre as populações locais gera migrações, desenraizamento social, cultural e religioso. No coração da Amazônia, e não apenas na área de Manaus, faltam-lhes não somente infra-estrutura de toda sorte, mas também serviços públicos adequados às novas áreas de povoamento. Faltam-lhes, acima de tudo, políticas públicas que dêem conta das explosivas realidades urbanas: o desemprego, a violência e a degradação dos costumes.

Na Amazônia do passado, as dioceses e prelazias eram geralmente socorridas por missionários estrangeiros, que as serviam com recursos humanos e materiais vindos de fora do País. Cumpre ressaltar que a Igreja Católica esteve junto aos povos amazônicos desde o início da evangelização do Brasil. No entanto, hoje, tais forças missionárias ficaram drasticamente reduzidas e as igrejas da Amazônia ainda não dispõem de condições suficientes para enfrentar sozinhas a sua imensa tarefa evangelizadora.

Aliás, para a CNBB, a Amazônia representa um conjunto de novos desafios à ação evangelizadora da Igreja Católica. Vale registrar que as migrações levaram para a Amazônia centenas de milhares de pessoas de todas as partes do Brasil. Novas áreas de povoamento surgiram, com a conseqüente necessidade de prestação de assistência religiosa.

Nesse contexto, o apoio e o revigoramento daquela Igreja local torna-se urgente, e requer a ajuda de voluntários e missionários das outras regiões do País. A Campanha da Fraternidade-2007 vai efetivar a co-responsabilidade na defesa e promoção da vida, que se manifesta de maneira exuberante, e por variados modos, na Amazônia. Ao mesmo tempo, vai exercer a fraternidade em relação à Igreja local, na direção de propiciar condições de assumir sua missão de anunciar o Evangelho da vida e da esperança aos povos amazônicos.

Em resumo, como bem frisa a CNBB, a Campanha da Fraternidade-2007 ensejará uma oportuna ocasião de trazer a Amazônia para dentro do coração da Igreja no Brasil. Será, igualmente, ocasião de suscitar iniciativas e ações eficazes de valorização e defesa daquela vasta e ameaçada região brasileira. Ao encerrar, congratulo a Confederação Nacional dos Bispos do Brasil pela temática eleita, desejando a todos os católicos empenho e sucesso na Campanha da Fraternidade do próximo ano.

Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, o segundo assunto é para registrar a matéria intitulada “Governo terá de cortar mais de R$13 bilhões de gastos em 2007”, publicada no Jornal O Estado de S. Paulo de 15 de agosto de 2006.

            A matéria destaca que os cortes no orçamento federal podem atingir até despesas relacionadas a programas sociais. Para se enquadrar no limite definido no projeto de lei de diretrizes orçamentárias (LDO), que manda reduzir os gastos correntes em 0,1% do Produto Interno Bruto (PIB) em relação ao executado este ano, o governo terá que fazer um pesado corte em suas despesas.

Sr. Presidente, para que conste dos Anais do Senado, requeiro que a matéria acima citada seja considerada como parte integrante deste pronunciamento.

Era o que eu tinha a dizer.

Muito obrigado.

 

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DOCUMENTO A QUE SE REFERE O SR. SENADOR PAPALÉO PAES EM SEU PRONUNCIAMENTO.

(Inserido nos termos do art. 210, inciso I e § 2º, do Regimento Interno.)

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Matéria referida:

“Governo terá de cortar mais de R$13 bilhões de gastos em 2007”; O Estado de S. Paulo.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 11/10/2006 - Página 30733