Discurso durante a 170ª Sessão Não Deliberativa, no Senado Federal

Homenagem aos médicos por ocasião da comemoração, hoje, do "Dia do Médico".

Autor
Leomar Quintanilha (PC DO B - Partido Comunista do Brasil/TO)
Nome completo: Leomar de Melo Quintanilha
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM. SAUDE.:
  • Homenagem aos médicos por ocasião da comemoração, hoje, do "Dia do Médico".
Publicação
Publicação no DSF de 19/10/2006 - Página 32520
Assunto
Outros > HOMENAGEM. SAUDE.
Indexação
  • HOMENAGEM, COMEMORAÇÃO, DIA, MEDICO, ESPECIFICAÇÃO, ELOGIO, MÃO SANTA, SENADOR, FORMAÇÃO PROFISSIONAL, ATENDIMENTO, POPULAÇÃO, ESTADO DO PIAUI (PI).
  • COMENTARIO, IMPORTANCIA, CIENCIAS, MELHORIA, MEDICINA, FAVORECIMENTO, VIDA HUMANA.
  • COMENTARIO, AMPLIAÇÃO, EXPECTATIVA, VIDA, RESULTADO, INVESTIMENTO, POLITICA SANITARIA, COMBATE, ENDEMIA, MELHORIA, ALIMENTAÇÃO, NECESSIDADE, ESPECIALISTA, GERIATRIA.
  • CRITICA, SAUDE PUBLICA, MUNICIPIOS, AUSENCIA, RECURSOS, ASSISTENCIA MEDICA, PROCEDIMENTO, MEDICO, NECESSIDADE, TRANSFERENCIA, PACIENTE, REGIÃO METROPOLITANA, AUMENTO, GASTOS PUBLICOS, COMBUSTIVEL, AMBULANCIA, PREJUIZO, CIDADÃO, AFASTAMENTO, RESIDENCIA, CRESCIMENTO, DEMANDA, DOENTE, HOSPITAL.
  • ISENÇÃO, MEDICO, RESPONSABILIDADE, PROBLEMA, SAUDE PUBLICA, NECESSIDADE, GOVERNO, MELHORIA, CONDIÇÕES DE TRABALHO, AMPLIAÇÃO, MEDICINA PREVENTIVA, PROGRAMA, SAUDE, FAMILIA, COMUNIDADE.

O SR. LEOMAR QUINTANILHA (PC do B - TO. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Srª Presidente, Srs. Senadores, quero apenas fazer um pequeno registro, já que hoje, dia 18 de outubro, é comemorado, no Brasil, o Dia do Médico.

Eu gostaria de fazer esta homenagem breve e modesta aos médicos do meu Estado de Tocantins e aos médicos do Brasil, homenageando o Senador Mão Santa, esse grande Senador, combativo Senador, amigo e companheiro de lutas e ideais nesta Casa, que construiu sua vida profissional nessa profissão nobilitante que é a Medicina.

Vivi minha vida no Estado do Tocantins, vizinho e, ao mesmo tempo, distante do Estado do Piauí, onde o Senador Mão Santa desenvolveu sua atividade profissional. Mas não preciso estar no Piauí ou por lá passar para saber que ele, a exemplo do que ocorre com muitos profissionais neste País, dedicou-se por inteiro àquela profissão que ele achou ser a mais ajustada aos seus interesses. Dedicou-se tão inteiramente, com sua inteligência, com seu trabalho, com sua solidariedade ao ser humano e ao cidadão, que acabou sendo rebatizado, acabou tendo outro nome, pelo qual é conhecido no Brasil inteiro: Mão Santa.

Seguramente, essas mãos, para serem chamadas de mãos santas, obraram milagres, porque a dor é perversa e a doença, muito mais. O cidadão que sofre com a doença e com a dor procura o médico para se ver aliviado desse sofrimento, muitas vezes pagando caro pela consulta, e sai do consultório quase que devendo um favor ao médico porque este lhe tirou um incômodo muito grande.

Essa profissão cai nos braços da população com uma alegria, com uma satisfação enorme, porque o médico é muito útil ao cidadão exatamente porque o livra da dor e do incômodo.

Ao ver, hoje, os avanços da ciência e da tecnologia procurando facilitar e aprimorar os trabalhos do médico, avanços que têm permitido e contribuído inclusive para a longevidade das pessoas no Brasil, sei que isso causa muita satisfação ao povo brasileiro. Se há distorções, se a saúde no País hoje não é de boa qualidade, a responsabilidade não é do médico, mas da gestão do sistema de saúde que vigora no Brasil.

Aliás, estamos vendo situações que causam espécie. Tenho visto Estados e Municípios gastando muito mais com gasolina e com ambulância do que com procedimento médico, principalmente nas cidades pequenas. A pessoa tem uma febre, aí ela vai numa ambulância para uma cidade maior; quebrou um dedo, bota numa ambulância e vai para uma cidade maior; vai ganhar neném, que não é nem doença, mas ela vai numa ambulância para uma cidade maior.

Qual é a garantia que o cidadão tem, morando numa cidade pequena, onde nasceu, onde tem suas raízes fincadas, onde tem suas ligações, onde tem sua vida estruturada, de ter ali os profissionais de saúde adequados para atender num momento de dificuldade, de dor, que é o da doença? E o que é pior, sem essa garantia, o doente, ao sair de sua pequena cidade para uma cidade maior, perde aquela situação de apoio que só a família pode dar num momento de doença, de dor e de dificuldade. Fica sem o apoio da família porque sai para uma cidade maior.

É engraçado, Senador Mão Santa, porque, quando chega à cidade maior, a dificuldade de atendimento também é grande, pois há congestionamento. Ou seja, a demanda da cidade para o atendimento da sua própria população e para a população de outras cidades menores provoca esse congestionamento nas nossas instituições de saúde, fazendo com que a qualidade do serviço deixe muito a desejar.

A responsabilidade não é do médico, a culpa não é do médico.

Há outras distorções. Com esse esforço que foi feito por toda a sociedade brasileira para ampliar a expectativa de vida do brasileiro, com investimento em infra-estrutura, no combate a endemias, com abastecimento de água tratada, com melhoria da alimentação, com melhoria do atendimento à saúde, a expectativa de vida aumentou, mas há uma distorção muito grande: hoje nós temos 500 geriatras para cerca de 17 milhões de idosos.

As mulheres resolveram, por conta própria, reduzir a sua fecundidade. O número de crianças por família hoje é muito menor do que há 20, 30 anos. No entanto, as universidades estão formando pediatras aos montes, que são os médicos especialistas para cuidar de crianças, e não há essa mesma preocupação em formar geriatras e outros profissionais da área de saúde para cuidar das pessoas mais idosas, cujo número cresce em progressão geométrica. A culpa neste caso também não é do médico; é do gestor, que deve estar atento a esse tipo de situação.

Outra questão muito importante, que sei do maior relevo, é a da medicina preventiva, que é mais barata, que evita a doença, que evita o sofrimento, que diminui o sofrimento, mas que deveria receber um volume maior de investimentos. Mas não, a medicina preventiva não tem o necessário cuidado. Há alguns programas importantes, como o Médico da Família, o Agente de Saúde, que caminham nessa direção. Estou seguro de que poderemos ampliar muito mais, incrementando esses e outros programas que pretendem prevenir e evitar as doenças em vez de se gastar muito mais com a atitude curativa.

Nesse particular, o médico pode dar a sua contribuição, porque tem um conhecimento mais amplo e mais profundo dessas questões.

Sei que o médico é exatamente um profissional hoje muito importante, muito requerido e muito querido na sociedade brasileira. Fico muito feliz em prestar esta modesta homenagem aos médicos do Tocantins, aos médicos do Brasil, homenageando um querido colega, um grande homem público e, seguramente, um dos melhores médicos que o Piauí já experimentou, porque mudou o seu nome para Mão Santa exatamente pelos feitos, pelas realizações de grande profissional, de grande médico que é.

Ficam, então, os médicos do meu Tocantins, os médicos do meu Brasil homenageados em nome desse grande cidadão, desse grande Senador, desse grande médico Mão Santa.

O Sr. Mão Santa (PMDB - PI) - Muito obrigado.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 19/10/2006 - Página 32520