Discurso durante a 15ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Homenagem à empresa Furnas Centrais Elétricas, que completa hoje 50 anos de fundação. (como Líder)

Autor
Eliseu Resende (PFL - Partido da Frente Liberal/MG)
Nome completo: Eliseu Resende
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM.:
  • Homenagem à empresa Furnas Centrais Elétricas, que completa hoje 50 anos de fundação. (como Líder)
Publicação
Publicação no DSF de 01/03/2007 - Página 3138
Assunto
Outros > HOMENAGEM.
Indexação
  • HOMENAGEM, CENTENARIO, ANIVERSARIO DE FUNDAÇÃO, FURNAS CENTRAIS ELETRICAS S/A (FURNAS), ELOGIO, CONTRIBUIÇÃO, DESENVOLVIMENTO NACIONAL, REGISTRO, HISTORIA, BRASIL, BUSCA, ENERGIA HIDROELETRICA, ATENDIMENTO, PROCESSO, INDUSTRIALIZAÇÃO, REGIÃO CENTRO SUL, PERIODO, GOVERNO, JUSCELINO KUBITSCHEK, EX PRESIDENTE DA REPUBLICA.

O SR. ELISEU RESENDE (PFL - MG. Pela Liderança do PFL. Com revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, subo a esta tribuna do Senado da República, para render uma homenagem à empresa Furnas Centrais Elétricas, que completa hoje exatamente 50 anos de contribuição para o desenvolvimento do País. A formação da empresa e a sua constituição ocorreram em 28 de fevereiro de 1957.

Houve quem definisse a história como resultado do encontro do acaso com a necessidade. Mas nem sempre bastam o acaso e a necessidade para o avanço dos homens. Ao acaso e à necessidade é preciso que se juntem o sonho e a inteligência, para a descoberta do óbvio desprezado. A represa de Furnas nasceu assim: antes que fosse, ela já era.

Estava ali, na boca de um desfiladeiro estreito, em que as montanhas apertavam o rio Grande. Faltava apenas alguém que a visse, que a erguesse sobre as bases do sonho, antes que as águas fossem submetidas às leis da engenharia.

O episódio é conhecido: o engenheiro Francisco Noronha, que fora companheiro de turma de Murilo Mendes, foi encarregado por John Cotrim, então diretor técnico da Cemig, de percorrer o rio à procura de pontes aproveitáveis para a geração de energia. Essa amizade fez com que o pai de Murilo, o também engenheiro José Mendes Júnior, convidasse Noronha para passar um fim de semana em seu sítio, junto às corredeiras do rio, conhecidas como Furnas do Rio Grande.

Ao ver as duas muralhas laterais, de mais de cem metros de altura, os três ficaram assombrados. As barragens de Furnas aconteciam diante de seus olhos, como um sonho de engenheiros.

Estávamos os brasileiros, naquela metade dos anos 50, necessitando dramaticamente de energia, a fim de saltar para o mundo moderno. Já caminháramos muito, porque nos empurrava o exemplo dos grandes predecessores. O Brasil, ao contrário de muitos preconceitos, vinha avançando com passos firmes desde a segunda metade do século XIX. A grande depressão econômica dos anos 30 dificultou o nosso desenvolvimento.

Com o fim da II Grande Guerra e o aproveitamento civil da tecnologia bélica, o Brasil se deu conta de que devia desenvolver-se rapidamente a fim de não ficar na retaguarda do mundo.

O projeto nacional de Vargas fora seguido monotonamente por Dutra e foi retomado pelo mesmo Getúlio, em seu período de governo democrático.

É nesse momento que o Brasil se dá conta de que seu ponto fraco era a energia. A energia hidroelétrica instalada no Centro-Sul, a área nacional mais dinâmica, não era suficiente para o grande esforço que deveríamos realizar.

A morte de Vargas desacelerou o movimento, mas a eleição de Juscelino Kubitschek serviu para que fosse retomado com toda a força.

É assim que, no mesmo ano em que Getúlio morre, a empresa de Furnas é concebida.

O projeto encontrou grandes dificuldades na fase dos primeiros e discretos entendimentos, porque envolvia os interesses dos dois maiores Estados brasileiros, Minas e São Paulo, e o Governo da União.

Três anos depois da descoberta do ponto ideal da barragem, com Juscelino na Presidência da República, o grande estadista aprovava, na residência presidencial de Petrópolis, a constituição da empresa - há exatamente 50 anos.

Passadas estas cinco décadas e constatando que o Brasil cresceu neste meio século, podemos imaginar o que seria do nosso País sem a visão daqueles grandes homens dos anos 50.

Na mesma época nascia a Petrobras. Sem a energia elétrica e sem a Petrobras, o Brasil estaria hoje nos mesmos níveis de subdesenvolvimento dos países da África, se não estivesse em situação pior.

            Durante essas cinco décadas, construímos novos portos e modernizamos outros; instalamos a indústria química de base; desenvolvemos a produção de veículos e de navios, e entramos, firmes, na indústria aeronáutica.

(O Sr. Presidente faz soar a campainha.)

O SR. ELISEU RESENDE (PFL - MG) - Estou terminando, Sr. Presidente.

Para tudo isso, contribuiu a energia de Furnas - e das empresas que vieram em seguida, acompanhando o ambicioso projeto. Hoje, a geração de energia de Furnas está articulada ao mais moderno e tecnologicamente avançado sistema de transmissão e interligação das grandes geradoras nacionais.

Furnas foi um sonho de engenheiros, dos engenheiros Francisco Noronha, José Mendes Júnior, Murilo Mendes Júnior, John Cotrim, Lucas Lopes, que um médico, o Presidente Juscelino Kubitschek, transformou em realidade.

Através de José Pedro Rodrigues de Oliveira, o atual Presidente de Furnas, portanto o Presidente do Cinqüentenário, também mineiro, cumprimento todos aqueles que fizeram e fazem de Furnas essa empresa modelo no setor de energia.

Quero dizer a todos que me sinto profundamente orgulhoso por ser engenheiro, por ser mineiro, por ser brasileiro e por ter tido o privilégio de participar da historia de Furnas.

Muito obrigado, Sr. Presidente.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 01/03/2007 - Página 3138