Discurso durante a 27ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Recebimento da mensagem do Sr. Dárcio Barzan Júnior, que aplaude o Congresso pela aprovação do Projeto de Lei da Câmara 8, de 2007, que agrava penalidades com o objetivo de reduzir a violência.

Autor
Arthur Virgílio (PSDB - Partido da Social Democracia Brasileira/AM)
Nome completo: Arthur Virgílio do Carmo Ribeiro Neto
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
SEGURANÇA PUBLICA.:
  • Recebimento da mensagem do Sr. Dárcio Barzan Júnior, que aplaude o Congresso pela aprovação do Projeto de Lei da Câmara 8, de 2007, que agrava penalidades com o objetivo de reduzir a violência.
Publicação
Publicação no DSF de 16/03/2007 - Página 5645
Assunto
Outros > SEGURANÇA PUBLICA.
Indexação
  • REGISTRO, ANAIS DO SENADO, MENSAGEM (MSG), CIDADÃO, CAPITAL DE ESTADO, ESTADO DE SÃO PAULO (SP), INCENTIVO, ATUAÇÃO, CONGRESSO NACIONAL, APERFEIÇOAMENTO, LEGISLAÇÃO PENAL, VALORIZAÇÃO, PATRIOTISMO, BRASILEIROS, VITIMA, VIOLENCIA, CONCLAMAÇÃO, BUSCA, JUSTIÇA, PAZ.

     O SR. ARTHUR VIRGÍLIO (PMDB - AM. Sem apanhamento taquigráfico.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, mesmo quando tudo parece ruir e quando a violência parece irreversível, ainda encontramos motivos, e muitos, para acreditar na fé do povo brasileiro e, pela ação de cada um, vislumbrar de novo a paz e a concórdia.

Mesmo que a inação do Poder Público persista, ainda assim e mais forte o anseio dos brasileiros de boa vontade, que tudo podem, sem o uso de armas, sem palavras arrogantes nem gestos de ódio.

     Mesmo que o quadro mostrado pela televisão contemple a violência, a face de medo dos brasileiros desassistidos ou magens às vezes não construtivas, há crença, e firme! inclusive na reversão do trabalho do Parlamento em busca de soluções. Há, sim, neste momento, em diferentes pontos do imenso território brasileiro, gente pensando positivamente, sem jamais perder a esperança no amanhá.

     Mesmo com a previsâo divulgada recentemente apontando São Paulo como a 13ª cidade mais rica do mundo em 2020, ainda assim não é hora de esperar que as coisas simplesmente aconteçam. A riqueza as vezes esconde a miséria e esta gera a violência.

     Mesmo quando em lugares em que tranqüilidade é, hoje, mera lembrança, ainda há, sim, espaço para a vida simples feita de esperança. Vila Aricanduva é exemplo de que nem tudo está perdido. Ali, como no mundo inteiro, a violência assusta mas, também, e ao mesmo tempo, há união e concórdia.

     Mesmo que o tempo seja escasso, peço licença para mostrar o exemplo que vem de Aricanduva, bairro paulistano, outrora fazenda, depois recanto bucólico, hoje abrigando, entre fábricas, também baixos indicadores sociais e uma população sujeita a enchentes do rio que dá nome à vila.

     Mesmo que eu seja do Amazonas e não de São Paulo, é de lá, de Aricanduva que me chega mensagem cheia de ternura e fé. O remetente é Dárcio Barzan Júnior, que aplaude o Congresso pela aprovação de Projeto de Lei (o PLC nº 8), aquele que agrava penalidades, com o objetivo de reduzir a violência. Mesmo ele, que sabe avaliar a escalada da violência no Brasil, consegue acompanhar o que aqui, fazemos.

     Externando sua crença em que outras medidas poderão contribuir para atenuar ou extinguir a violência, Dárcio diz: “Há dias, enterneceu-me o coração assistir pela televisão à missa de um mês pela morte do pequeno João Hélio, tão brutalmente assassinado no Rio”.

Esse morador de Aricanduva revelou-se emocionado ao ver os pais do pequeno João Hélio segurando a bandeira do Brasil e a Constituição Federal.

     Eles poderiam, como quase sempre ocorre, segurar fotos do filho assassinado ou cartazes pedindo o fim da impunidade, porém preferiram erguer a Bandeira e a Constituição.

     Mesmo admitindo que os pais de João Hélio teriam o direito de livremente exigir o imediato fim da violência, optaram por acreditar nos símbolos da Pátria.

     E no que representam esses símbolos. Mesmo com a alma ferida pela perda do filho - diz Dárcio - os pais de João Hélio preferiram proclamar que “este e o País que amam e no qual acreditam, esperando dias de paz e justiça”.

     Mesmo com a tristeza dominando os sentimentos, “eles - diz ainda Dárcio - preferiram proclamar que não se colocam acima das leis, que agora, no Legislativo, começam a ser alteradas para evitar a impunidade. Eles preferiram pedir nada além do cumprimento da nossa Constituição”. E lembra que os pais do menor estavam com uma Constituição igual à que, há poucas semanas e a meu pedido, recebi do Senhor, Senador.”

     Mesmo que não quisesse, eu não conseguiria deixar de narrar aqui a mensagem com que fui contemplado por esse morador do Jardim Aricanduva.

Ainda que quisesse, eu não poderia esquecer a frase final de Dárcio, de Aricanduva: “Senador, esta mesma Constituição que estava nas mãos dos pais de João Hélio, esta mesma Constituição será, doravante a minha cartilha de vida.”

     E ainda que não quisesse, eu não conseguiria deixar de inscrever nos Anais do Senado da República este relato de fé e esperança, juntamente com uma breve descrição de Aricanduva, que vai em anexo.

     Era o que tinha a dizer.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 16/03/2007 - Página 5645