Discurso durante a 33ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Balanço sobre a atuação de S.Exa. como governador do Distrito Federal.

Autor
Joaquim Roriz (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/DF)
Nome completo: Joaquim Domingos Roriz
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
ATUAÇÃO PARLAMENTAR. IMPRENSA. GOVERNO DO DISTRITO FEDERAL (GDF).:
  • Balanço sobre a atuação de S.Exa. como governador do Distrito Federal.
Aparteantes
Adelmir Santana, Arthur Virgílio, José Sarney, Marconi Perillo, Mão Santa, Romeu Tuma.
Publicação
Publicação no DSF de 23/03/2007 - Página 6492
Assunto
Outros > ATUAÇÃO PARLAMENTAR. IMPRENSA. GOVERNO DO DISTRITO FEDERAL (GDF).
Indexação
  • AGRADECIMENTO, ELEITOR, DISTRITO FEDERAL (DF), ESCOLHA, ORADOR, SENADOR, SAUDAÇÃO, PARTIDO POLITICO, PARTIDO DO MOVIMENTO DEMOCRATICO BRASILEIRO (PMDB), INDICAÇÃO, PRESIDENCIA, COMISSÃO DE AGRICULTURA, REFORMA AGRARIA.
  • REPUDIO, NOTICIARIO, CALUNIA, DIFAMAÇÃO, CONGRESSISTA, COMENTARIO, ARTIGO DE IMPRENSA, PERIODICO, ISTOE, ESTADO DE SÃO PAULO (SP), HOMENAGEM, ORADOR, ELOGIO, EFICACIA, ADMINISTRAÇÃO PUBLICA.
  • BALANÇO, ATUAÇÃO, ORADOR, EX GOVERNADOR, GOVERNO DO DISTRITO FEDERAL (GDF), APROVAÇÃO, PLANO DE CARREIRA, AUMENTO, SALARIO, SERVIDOR, SAUDE, EDUCAÇÃO, TENTATIVA, MELHORIA, QUALIDADE DE VIDA, POBREZA, IMPLEMENTAÇÃO, DIVERSIDADE, PROGRAMA, CONCESSÃO, BENEFICIO, FAMILIA, MANUTENÇÃO, CRIANÇA, ESTABELECIMENTO DE ENSINO, CONSTRUÇÃO, RESTAURANTE, ATENDIMENTO, BAIXA RENDA, GARANTIA, COMPLEMENTAÇÃO, SALARIO MINIMO, TRABALHADOR, CRIAÇÃO, EMPREGO.
  • DETALHAMENTO, DIVERSIDADE, PROJETO, AUXILIO, BAIXA RENDA, IDOSO, GOVERNO DO DISTRITO FEDERAL (GDF), ANTERIORIDADE, EMPENHO, ORADOR, RETIRADA, FAVELA, INVASÃO, TERRA PUBLICA, PREJUIZO, EFICACIA, URBANIZAÇÃO, CAPITAL FEDERAL, PRESERVAÇÃO, PATRIMONIO CULTURAL.
  • COMENTARIO, ANTERIORIDADE, GESTÃO, GOVERNO DO DISTRITO FEDERAL (GDF), CRIAÇÃO, CIDADE SATELITE, RECEBIMENTO, POPULAÇÃO, DESOCUPAÇÃO, TERRA PUBLICA, GARANTIA, INFRAESTRUTURA, SANEAMENTO, ABASTECIMENTO DE AGUA, INVESTIMENTO, SEGURANÇA PUBLICA, MELHORIA, QUALIDADE DE VIDA.
  • RECEBIMENTO, ORADOR, PREMIO, EFICACIA, ASSENTAMENTO POPULACIONAL, BAIXA RENDA, COMENTARIO, ESCOLHA, ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS (ONU), CAPITAL FEDERAL, CIDADE, SUPERIORIDADE, QUALIDADE DE VIDA, INDICE, PRODUTO INTERNO BRUTO (PIB), BRASIL.
  • REGISTRO, ATENÇÃO, GOVERNO DO DISTRITO FEDERAL (GDF), HABITAÇÃO, CLASSE MEDIA, PRESERVAÇÃO, MEIO AMBIENTE, TRATAMENTO, AGUA, ESGOTO, EFICACIA, SAUDE PUBLICA, ASSISTENCIA MEDICA, NECESSIDADE, GOVERNO FEDERAL, AMPLIAÇÃO, RECURSOS, SAUDE.
  • IMPORTANCIA, CONSTRUÇÃO, USINA HIDROELETRICA, REGIÃO CENTRO OESTE, FORNECIMENTO, ENERGIA ELETRICA, ABASTECIMENTO DE AGUA, DISTRITO FEDERAL (DF), ESTADO DE GOIAS (GO), CRIAÇÃO, EMPREGO, POPULAÇÃO.
  • REGISTRO, ANTERIORIDADE, IMPLEMENTAÇÃO, GOVERNO DO DISTRITO FEDERAL (GDF), PROGRAMA, DESENVOLVIMENTO ECONOMICO, DISTRITO FEDERAL (DF), INCENTIVO, INSTALAÇÃO, EMPRESA, CRIAÇÃO, EMPREGO, RENDA, INVESTIMENTO, POLO DE DESENVOLVIMENTO, CIENCIA E TECNOLOGIA, AMPLIAÇÃO, FINANCIAMENTO, SEGURANÇA PUBLICA, FACILITAÇÃO, TRABALHO, POLICIA.

O SR. JOAQUIM RORIZ (PMDB - DF. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, há exatamente 52 dias, passei como se fosse em um vestibular, tendo sido aprovado em uma universidade. Por todos esses dias - há quase dois meses -, ouvi, com muita atenção, as palavras de todas as Srªs Senadoras e de todos os Srs. Senadores e, a cada dia, tenho surpresa maior, porque percebo claramente que, nesta universidade que se chama Senado da República, existem homens e mulheres altamente experientes, altamente qualificados, e, por isso, a cada dia, aprende-se nesta Casa.

Quis falar há alguns dias, mas os debates de outros Senadores, que muito chamaram a atenção da população e de toda a mídia, impediram-me de falar. Mas, hoje, chegou meu dia, como se eu viesse aqui prestar contas, principalmente, ao povo de Brasília. Isso é importante. Sinto-me importante, já que governei esta cidade por alguns mandatos.

Portanto, inicio meu pronunciamento neste instante, cumprimentando todos. Inicialmente, cumprimento o Sr. Presidente e, em seguida, as Srªs Senadoras e os Srs. Senadores, agradecendo-lhes a gentileza e a fidalguia com que me têm tratado nesses 52 dias.

Devo falar bastante sobre Brasília e o faço, porque Brasília não é a capital de um Estado e, sim, a Capital do Brasil, a Capital de todos os brasileiros.

Todos os Senadores e Deputados têm duas residências: uma aqui, onde muitos de seus filhos estudam, trabalham e se divertem; a outra, em seu Estado de origem. Todos usufruímos da excelente qualidade de vida de Brasília.

Falarei também de tudo o que realizamos dentro do possível, que beneficiou Brasília, o povo de Brasília e, naturalmente, os membros do Poder Legislativo.

Governei o Distrito Federal por quatro vezes. E, agora, eleito Senador, representar uma unidade da Federação é uma honra, um prazer enorme. Agradeço a Deus por estar aqui. Agradeço ao povo do Distrito Federal o carinho que tem por mim e às Srªs Senadoras e aos Srs. Senadores a acolhida nesta Casa.

Não poderia deixar de agradecer ao meu Partido, o PMDB de Tancredo Neves, de Ulysses Guimarães e de muitos outros. Sou grato aos companheiros do PMDB por terem me indicado para ser o Presidente Comissão de Agricultura e Reforma Agrária quando inicio meu mandato, sendo um neófito como Congressista.

Quando fui indicado para ser Governador do Distrito Federal pelo então Presidente José Sarney, hoje colega de Senado, eu tinha passado por inúmeras atividades políticas: foram quatro anos como Vereador, quatro anos como Deputado estadual, quatro anos como Deputado Federal, dois anos como Vice-Governador de Goiás e dois anos como Prefeito de Goiânia.

Gostaria de falar só das realizações e de como amo esta cidade, mas não posso deixar de ventilar um assunto que li em revista de circulação nacional nos últimos dias, matéria ofensiva a vários Parlamentares, na qual estou incluído, com afirmação caluniosa. Fiquei triste, muito triste, Srªs e Srs. Senadores, quando li essa matéria inverídica, de cunho eminentemente político.

Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, a verdade é que, depois de 14 anos de governo, com 28 anos de vida pública, até hoje, não tenho nenhuma condenação. Passei por incontáveis processos e, graças a Deus, fui absolvido de todos. São processos de teor claramente político, o que reputo normal na vida pública. Muitas das Srªs Senadoras e dos Srs. Senadores já passaram, naturalmente, por isso. Temos de compreender isso e de seguir com nosso trabalho em prol do povo.

Também tenho de ressaltar que também tive oportunidade de ler uma notícia boa: “Roriz é destaque na IstoÉ”. Em revista de circulação nacional, fui homenageado como um dos brasileiros, no ano de 2005, eleito como melhor administrador do País. Não se vive só de notícia desagradável.

Em relação à responsabilidade fiscal, quando me desincompatibilizei do cargo para disputar a eleição para o Senado Federal, transmiti o Governo, com as contas totalmente em dia, com superávit de caixa e com várias obras em andamento, à Governadora Maria de Lourdes Abadia. Aprovei um plano de carreira para os servidores da saúde e da educação, entre outros, além de ter concedido aumento geral para todas as categorias do Governo.

A Governadora Maria de Lourdes Abadia, com rigor e com competência, sempre preocupada com a Lei de Responsabilidade Fiscal, entregou também ao Governador eleito as contas rigorosamente em dia, com um saldo de restos a pagar da ordem de R$370 milhões e com uma receita prevista para janeiro de aproximadamente R$400 milhões. Esses fatos são confirmados pelo atual Secretário da Fazenda do Distrito Federal, Sr. Tacca Júnior, em pronunciamento na última terça-feira, na Câmara Legislativa do Distrito Federal. São palavras do Secretário da Fazenda: “A Governadora Maria de Lourdes Abadia cumpriu a Lei de Responsabilidade Fiscal porque deixou recursos em caixa”. Sei que o Governador Arruda, com a competência que tem, administrará corretamente as verbas e as contas do Distrito Federal.

Srªs e Srs. Senadores, foi no momento em que o Presidente José Sarney me indicou para ser Governador do Distrito Federal que vislumbrei a possibilidade real e a grande oportunidade de zelar pelas pessoas mais necessitadas, que são as que mais precisam do Governo.

Queria agradecer pessoalmente ao nobre Senador e Presidente José Sarney a oportunidade de poder ajudar o povo do Distrito Federal. Encontrei uma cidade com uma população de 1,2 milhão de pessoas, com mais de 200 mil famílias vivendo abaixo da linha de pobreza. Senti, então, a necessidade inadiável de implementar inúmeros projetos sociais para os que passavam fome, para os desempregados e para as crianças desnutridas.

Para minimizar o sofrimento das pessoas mais humildes, criamos diversos programas sociais, que chegam hoje a 72 projetos, com um investimento de cerca de R$350 milhões. Criamos uma das maiores redes de inclusão social do Brasil, como o Renda Minha, para os pais manterem os filhos na escola, programa que atende a 104.367 crianças, beneficiando 62.944 famílias. Construímos sete restaurantes comunitários. São mais de 15 mil refeições por dia, 360 mil refeições por mês, cobrando-se apenas R$1,00 por refeição. Fornecemos pão e leite, projeto que atende a 67 mil crianças, além de um bem-sucedido programa de distribuição de renda, que é o Cartão-Solidariedade, com o qual beneficiamos com meio salário mínimo 21.722 famílias que ganham, no máximo, meio salário mínimo.

Fico feliz em ver que o Presidente Lula utilizou essas idéias em seu primeiro Governo. Vale registrar ainda que esses projetos geram inúmeros empregos para diversos setores da economia.

Em atenção aos jovens, criamos os projetos Picasso não Pichava, Bolsa-Atleta e Esporte à Meia-Noite, que atendem a mais de dois mil jovens. Também instituímos o Bolsa-Universidade para os jovens carentes, pelo qual o Estado paga 50% do valor da mensalidade escolar.

Em favor dos idosos, criamos prontos-socorros geriátricos e promovemos atividades esportivas adequadas para a terceira idade, orientadas por profissionais especializados. Criamos o SOS Idoso, que recebe reclamações e queixas de maus-tratos contra pessoas da terceira idade. Cerca de 1,2 mil pessoas já usaram esse serviço.

Nossa trajetória política está inegavelmente ligada aos mais humildes. É a eles que dedico minha vida pública.

Pensei também na preservação de Brasília, o que implicava ser fiel à concepção da cidade proposta por Lúcio Costa e por Oscar Niemeyer. Foi seguindo esse caminho que construímos o Museu da República e a Biblioteca Nacional, projetados pelo arquiteto Oscar Niemeyer, concluindo, assim, a Esplanada dos Ministérios.

Brasília é e será sempre pólo de atração, sobretudo enquanto não forem melhoradas as condições de vida dos potenciais migrantes em seus locais de origem. A migração para o Distrito Federal mantém-se em ritmo estável. Ora, vivemos em um País livre, e a Constituição garante o direito de ir e vir. Temos de respeitar esse direito inalienável dos brasileiros. Ao mesmo tempo, a necessidade de preservar a cidade em condições próximas às de sua concepção original impõe um cuidado especial com a ocupação do espaço urbano.

Com o intuito de preservar Brasília, a Capital da República, iniciamos o processo de retirada de todas as 64 favelas da cidade, ainda no meu primeiro governo. Imaginem o problema social em Brasília, nos dias de hoje, se tal empreitada não tivesse sido realizada!

O Sr. Arthur Virgílio (PSDB - AM) - Senador Joaquim Roriz, permite-me um aparte?

O SR. JOAQUIM RORIZ (PMDB - DF) - Ouço V. Exª.

O Sr. Arthur Virgílio (PSDB - AM) - Apenas quero lhe dizer da alegria que tenho de voltar a conviver no Parlamento com V. Exª. Fomos colegas de Câmara de Deputados, de maneira muito proveitosa. Tenho a certeza de que sua experiência de ser Governador do Distrito Federal por quatro vezes mais sua experiência de vida e sua experiência parlamentar anterior farão de V. Exª um Senador extremamente proveitoso para o Distrito Federal e para nosso País. Portanto, apresento-lhe, em nome do PSDB, as boas-vindas que o Partido oferece a um homem público tão ilustre. Muito obrigado.

O SR. JOAQUIM RORIZ (PMDB - DF) - Agradeço a V. Exª, Líder do PSDB, as palavras carinhosas e estimulantes para o exercício do meu mandato nesta Casa. Muito obrigado, Senador Arthur Virgílio.

O Sr. Mão Santa (PMDB - PI) - Senador Joaquim Roriz, permita-me um aparte?

O SR. JOAQUIM RORIZ (PMDB - DF) - Concedo o aparte ao Senador Mão Santa.

O Sr. Mão Santa (PMDB - PI) - Senador Roriz, V. Exª significa muito não só para Brasília, mas também para o Brasil. Aliás, Brasília tem uma história fantástica. Moisés viu a Terra Prometida. Está aí Josué. Juscelino, que aqui sonhou, chamou-o, e V. Exª foi o Josué dele. Para ser sintético, quero dizer que conheço Washington. Juscelino, V. Exª e o Professor Cristovam Buarque - quis Deus que estivesse aqui também, com a educação - construíram esta Brasília, que é melhor do que Washington. Já fui duas vezes a Washington. Todos nós nos orgulhamos de Brasília. Mas, como já falei da Bíblia, devo dizer também que lá Tiago disse: “Fé sem obra já nasce morta”. A fé de V. Exª é com obra. V. Exª realizou muito. Antoine de Sant-Exupéry diz que “o essencial é invisível aos olhos; quem vê bem vê com o coração”. A obra maior do seu governo é a social, é a da solidariedade, é o amor que V. Exª tem. Represento, aqui, trezentos mil piauienses que vieram construir Brasília, sob o comando de Juscelino, sob o comando de V. Exª, de Cristovam Buarque. Foram trezentos mil piauienses! E, traduzindo esse sentimento de respeito, de gratidão, quando governei aquele Estado, vim aqui para, numa sessão solene, entregar a comenda maior do Estado a V. Exª, na qual também homenageava inúmeros piauienses ilustres que aqui vivem. V. Exª, então, recebeu, naquela oportunidade, a Grã-Cruz da Ordem da Renascença, traduzindo todo o nosso respeito. E eu, que falo assim, do meu jeito, Senador Efraim, para explicar o Senador Roriz, lembro-me de um liquidificador: se pegarmos Getúlio Vargas, chamado de “o pai dos pobres”, e Juscelino, “o senhor desenvolvimento”, e os misturarmos, isso vai dar Roriz, hoje nosso extraordinário Senador.

O SR. JOAQUIM RORIZ (PMDB - DF) - Muito obrigado, Senador Mão Santa. Agradeço muito a V. Exª as palavras. V. Exª é um homem experiente, já governou o Estado do Piauí com muita competência e com brilhantismo e é um Senador desta Casa respeitado por todos nós, por sua experiência, por suas palavras e, sobretudo, pelo desejo que tem de servir aos brasileiros e ao Piauí, em especial. Obrigado por suas palavras.

O Sr. Adelmir Santana (PFL - DF) - Senador Roriz, permite-me um aparte?

O SR. JOAQUIM RORIZ (PMDB - DF) - Concedo o aparte ao nosso Senador por Brasília Adelmir Santana.

O Sr. Adelmir Santana (PFL - DF) - Fiquei atentamente, Senador Roriz, ouvindo V. Exª falar do seu caminho político, de Vereador a Governador desta cidade e, agora, Senador da República. Vejo o quanto o povo é sábio e como Brasília efetivamente é uma cidade feliz. Sua primeira indicação para o Governo, de forma indireta, foi feita pelo Presidente José Sarney, hoje também Senador da República, e, depois, V. Exª foi, por três vezes, eleito pela população de Brasília. Isso demonstra efetivamente sua relação com o povo, sua boa gestão nos governos anteriores, com programas sociais voltados para o bem-estar da população, como a remoção de favelas e como a criação de cidades - no passado, chamávamos de cidades-satélites, mas, hoje, são cidades. V. Exª deu dignidade a essas populações, transferindo-as para as cidades, dando-lhes endereço e, portanto, cidadania. Quero parabenizá-lo pelo pronunciamento. Esta cidade, realmente, é feliz, porque o teve como Governador por três vezes e o Professor Cristovam, por uma vez. E, hoje, está sob o comando do Governador Arruda, que, certamente, caminhará nessa direção de bons gestores do nosso Distrito Federal. Parabéns a V. Exª pelo discurso desta tarde!

O SR. JOAQUIM RORIZ (PMDB - DF) - Muito obrigado, Senador Adelmir Santana, por suas palavras e por suas ponderações que tanto me sensibilizaram.

Quando eu disse que retiramos as favelas, naturalmente, estávamos pensando no futuro. Isso é preservar Brasília! Confesso a todas as Srªs Senadoras e a todos os Srs. Senadores que amo esta cidade. Todo esse processo de retirada de favelas foi realizado sem violência. Eu ia até às invasões, subia em caixotes e em carrocerias de caminhão e falava para as pessoas que ali elas não poderiam ficar, que iríamos promover as remoções. Não derrubei e não mandei derrubar nenhum barraco de pobre. Sou temente a Deus.

Não podíamos simplesmente remover as pessoas. Tínhamos de lhes dar um endereço, um lugar para viver, para criar seus filhos. Daí surgiu o projeto de Samambaia, primeira cidade a ser construída. Além de Samambaia, construímos mais oito cidades - Santa Maria, Recanto das Emas, Paranoá, Riacho Fundo I, Riacho Fundo II, Sobradinho II, Vila Roriz, Vila Buritis e São Sebastião -, para onde deslocamos essas famílias, levando, posteriormente, água potável, esgoto, escolas, postos de saúde, segurança pública, hospitais, delegacias de polícia, corpo de bombeiros, quartéis para a Polícia Militar. Para lá, levamos também asfalto e toda a infra-estrutura necessária para lhes assegurar melhor qualidade de vida.

Promovemos, assim, uma das maiores reformas urbanas do Brasil. Ao dizer isso, quero pedir desculpas aos Srs. Senadores e às Srªs Senadoras por trazer essas informações, como se eu estivesse fazendo uma promoção pessoal. Não é nada disso. Quero apenas fazer uma prestação de contas; esse é meu desejo ao falar sobre tudo isso.

Pela cidade de Samambaia, reconhecida e premiada pela Unesco, recebemos também o prêmio Metropolis 2005 - o projeto foi premiado no 8º Congresso Mundial da Rede Metropolis, na Alemanha, como exemplo de modelo habitacional para as classes mais humildes. Recebi o Prêmio Global Dubai pelo programa de assentamento para a população de baixa renda.

Todos sabem que minha opção é governar para os pobres. Entretanto, como Governador - governa-se para toda a sociedade -, não esqueci a classe média. Criamos e urbanizamos a cidade de Águas Claras. Recebi uma premiação, no Rio de Janeiro, por ser essa a cidade com mais obras realizadas no Brasil, o maior canteiro de obras do Brasil, com um dos melhores projetos urbanísticos, segundo pesquisa da revista Negócio e Mercado. São milhares de apartamentos avaliados acima de R$100 mil.

Também não me esqueci da classe média alta. Criamos e urbanizamos o Setor Sudoeste, onde os apartamentos são avaliados entre R$300 mil a R$1 milhão. Deixei lançado o Setor Noroeste para as classes de maior poder aquisitivo.

Vejam, Srªs e Srs. Senadores, Brasília, que cidade linda! É a cidade eleita pela ONU como a de melhor qualidade de vida do País, a melhor cidade para se viver e a de maior renda per capita do Brasil. Sinto-me emocionado em falar de Brasília e do Distrito Federal. Temos a menor taxa de mortalidade infantil, que é 13,2 mortes para cada um mil nascimentos, sendo que a média do Brasil é de 25,8. A expectativa de vida no Distrito Federal chega a 74 anos, primeiro lugar do Brasil.

Desde 1991, o Distrito Federal é líder em qualidade de vida entre as 27 unidades da Federação. Segundo o índice de desenvolvimento medido pela ONU, em uma escala de 0 a 1, temos um índice de 0,849, o maior do Brasil. Brasília, portanto, é uma cidade maravilhosa. Tenho muito orgulho de ter governado o Distrito Federal.

Sabemos que o IDH é composto de três variáveis: renda, longevidade e educação. O índice máximo de 1 não foi atingido até agora por nenhum país do mundo; os que mais se aproximam são a Noruega e a Suécia.

Não esquecemos a educação, área debatida com tanta competência e com tanta dedicação pelo também ex-Governador Cristovam Buarque, para quem a educação é fundamental. Respeito o ponto de vista de S. Exª e tenho certeza de que será um vencedor, porque luta diariamente pelo sucesso da educação. E, com isso, está melhorando Brasília e o Brasil como um todo.

Investimos pesado em educação no Distrito Federal: 98,7% das crianças de 7 a 14 anos estavam na escola quando deixei o Governo.

Investimos em saneamento básico, levando o Distrito Federal a dispor de 100% de abastecimento de água, e 100% do esgoto coletado são tratados. A média do Brasil é de 10%. A coleta de lixo e fornecimento de energia elétrica atinge 98% das residências.

Despoluímos o lago Paranoá, um dos cartões postais da Capital da República, que serve de lazer para o brasiliense e para todos os brasileiros, com plena confiabilidade no tocante à qualidade da água.

Hoje, coincidentemente, comemora-se o Dia Mundial da Água. A Caesb, nossa empresa de saneamento, premiadíssima por sua situação, é a responsável pela qualidade de nossa água, protegendo os mananciais com normas rígidas. Para preservar sempre a qualidade de nossa água, despoluímos o lago Paranoá e investimentos no tratamento de 100% do esgoto coletado.

Devo ressaltar a preocupação que tivemos com a preservação do meio ambiente como condição de sobrevivência para a humanidade.

Assim, criei aqui no Distrito Federal a primeira Secretaria de Meio Ambiente e Recursos Hídricos do Brasil, à época, aprovada por esta Casa, que era nossa Assembléia Legislativa provisória. Determinei a criação de quantos parques fossem necessários para a preservação da nossa fauna e flora, chegando a mais de 60 parques.

A saúde sempre foi uma prioridade em meus governos.

Construímos o hospital do Paranoá. Iniciamos o hospital de Santa Maria. Reformamos os pronto-socorros dos hospitais do Gama, Ceilândia e Planaltina. Reformamos grande parte do Hospital de Base e do hospital da Asa Norte. Construímos inúmeros postos de saúde e, por fim, criamos a Faculdade de Medicina do Distrito Federal. Sabemos que é necessário fazer muito mais!

Caros colegas do Senado, as senhoras e os senhores sabem que o SUS paga, anualmente, uma consulta por habitante. Temos mais de dois milhões de habitantes e, portanto, recebemos do SUS o equivalente a 2 milhões de consultas por ano. Saibam V. Exªs que nós, aqui, no Distrito Federal, atendemos mais de 7 milhões de consultas a cada ano. Vejam bem: recebemos 2 milhões de consultas/ano e atendemos 7 milhões de pacientes!

Como podemos suportar tanta pressão? E, ainda, durante o meu Governo, fui obrigado a atender diversas liminares que obrigavam o Governo a comprar remédios de alto custo, não disponíveis no SUS. Atendemos porque a determinação da Justiça é para ser cumprida. E, mesmo assim, o Distrito Federal é considerado como a unidade federativa que dispõe do melhor sistema de saúde do País. Atingiremos o grau de excelência quando mais verbas forem carreadas para a saúde, amparando melhor o povo brasileiro, cumprindo, assim, o papel de governar para os mais humildes.

Srªs e Srs. Senadores, dizem que sou visionário. De fato. O governante tem de pensar no futuro. Por isso, no meu segundo Governo, com a ajuda do então Presidente da República Fernando Collor de Mello, iniciei o metrô. Pergunto, Sr. Presidente, qual é a grande cidade do mundo hoje que pode dar-se ao luxo de viver sem um metrô?

O Presidente Collor, sempre preocupado com a educação, inspirado no projeto dos Cieps, do eminente educador e primeiro reitor da UnB, professor Darcy Ribeiro, projeto esse implantado no Rio de Janeiro pelo saudoso Governador Leonel Brizola, idealizou os Caics, educação integral para as nossas crianças de baixa renda, sendo que o primeiro Caic foi implantado no Distrito Federal na cidade do Paranoá. Agradeço, portanto, ao Senador Fernando Collor, que, quando Presidente da República, sempre apoiou o povo do Distrito Federal. Tenho certeza de que vai continuar apoiando agora no Senado, como Senador, as causas de interesse da nossa população.

A nossa luta foi vitoriosa para a consumação do Fundo Constitucional do Distrito Federal. Faço um agradecimento ao Senado Federal e à Câmara dos Deputados por terem apoiado a criação desse Fundo Constitucional. É muito gratificante fazer parte desta Casa e poder agradecer o apoio sempre dado a Brasília.

De igual modo, agradeço o apreço e o apoio que o Presidente Fernando Henrique Cardoso concedeu à Capital, apoiando o Fundo Constitucional e os projetos para esta unidade da federação. Peço ao líder e amigo do PSDB, Senador Arthur Virgílio, que transmita um caloroso abraço ao Presidente Fernando Henrique Cardoso. 

Com o objetivo de imprimir transparência às ações governamentais e incentivar a sociedade a participar da formulação das políticas públicas, instalamos a Ouvidoria e a Corregedoria Geral do Distrito Federal.

Também sou sonhador, como creio que sejam todas as Senhoras e os Senhores, e, se Deus quiser, ainda verei o trem de média ou alta velocidade sair de Brasília para Goiânia, São Paulo e Rio de Janeiro, via triângulo Mineiro e muitas outras cidades de meu País.

Diziam que construir Corumbá IV era um projeto megalomaníaco. Agora todos percebem a importância de Corumbá IV: a garantia de água potável para uma população de trinta milhões de habitantes por um período de cem anos. Corumbá IV gera cerca de 127 megawatts de energia e abastece de 15 a 20% do consumo do Distrito Federal, abastecendo também algumas comunidades de Goiás.

 Não poderia deixar de citar a Hidrelétrica de Lajeado, Tocantins. Construída por um consórcio de empresas, com a participação da CEB - Companhia Energética de Brasília, ambas contribuem com o País no processo de geração de energia elétrica.

Por falar em Goiás, aproveito a oportunidade para agradecer ao Senador e amigo Marconi Perillo, jovem, inteligente, governante aplaudido pelo povo de Goiás. Agradeço pela bela parceria que empreendemos quando ele era Governador de Goiás e eu do Distrito Federal. Obrigado, Senador Marconi Perillo.

Com Corumbá IV, quem ganha também é a indústria do turismo da região, com o bonito lago que se formou com a construção da barragem, proporcionando mais empregos para a população.

Por falar em turismo, reformamos, ou melhor, reconstruímos o Centro de Convenções Ulysses Guimarães, que é hoje um dos maiores centros de convenções do País, com capacidade para mais de nove mil pessoas.

Construímos também, na Capital da República, a ponte JK, que foi agraciada em 2003, no XX Congresso Internacional de Pontes, patrocinado pela Associação dos Engenheiros da Pensilvânia, Estados Unidos, em associação com a revista Estradas & Pontes. O projeto foi vencedor também do prêmio Abcom 2003 (Associação Brasileira de Construção Metálica) - Melhores Obras com Aço do Ano, na categoria pontes e viadutos.

A ponte JK foi eleita a ponte mais barata, com melhor tecnologia e a mais bela do planeta. Recebi a medalha em um auditório com mais de 1.500 engenheiros, construtores de pontes de todo o mundo. Fiquei emocionado, pois, quando o filme sobre a ponte terminou, fui aplaudido de pé, por vários minutos. Todavia, a ponte não é só beleza. Seu mérito principal reside em tornar mais fácil o deslocamento das pessoas, possibilitando, direta ou indiretamente, a melhoria do trânsito para cerca de 150 mil famílias, em um total de mais de 500 mil pessoas.

Construímos trinta viadutos, ou seja, complexos viários para desafogar o trânsito nas horas de pico, melhorando assim a qualidade de vida do brasiliense. Fizemos as novas pistas da L4 Norte, conhecida como Avenida das Nações, ligando a Universidade de Brasília ao Congresso Nacional.

Asfaltamos todo o Distrito Federal e recuperamos a malha viária danificada. Não tem cabimento o cidadão pagar IPVA e IPTU e andar em estradas esburacadas.

Outra opção que fiz foi pela economia local. Para prestigiar os pequenos e médios empresários e dar condições para que os empresários viessem para Brasília, criamos o Programa de Desenvolvimento Econômico Pró-DF para a instalação de empresas, objetivando a geração de empregos e renda para o povo do Distrito Federal. Mais de 4.200 empresas se beneficiaram do projeto, gerando cerca de 61 mil novos empregos no Distrito Federal. Certamente, não se pode administrar sem que se tenha um olho nos mais pobres, mas torna-se inviável governar sem que se olhe também para os empresários, pois são eles que geram, com suas atividades, os empregos de que nossa população necessita.

O Sr. Marconi Perillo (PSDB - GO) - V. Exª me permite um aparte?

O SR. JOAQUIM RORIZ (PMDB - DF) - Com a palavra, o Senador Marconi Perillo.

O Sr. Marconi Perillo (PSDB - GO) - Sr. Senador Joaquim Roriz, Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, tive o prazer e o privilégio de conviver com V. Exª por quase oito anos na condição de Governador de Goiás à época em que V. Exª governava o Distrito Federal. Já não tinha dúvidas a respeito da importância do papel de V. Exª enquanto líder inconteste no Distrito Federal, afinal de contas V. Exª sempre foi um visionário em relação ao trabalho do governo na área de infra-estrutura, mas V. Exª também marcou, indelevelmente, sua passagem pela história de Brasília por quatro vezes, durante os quatro mandatos como Governador do Distrito Federal. Além da marca histórica de ocupar por quatro vezes a função de Governador do Distrito Federal - na primeira vez, V. Exª foi nomeado pelo então Presidente José Sarney à época em que era, para nossa honra, Vice-Governador do nosso Estado, depois de ter sido Deputado Estadual, Deputado Federal e Vereador por Luziânia -, certamente V. Exª marcou seus quatro mandatos pelo trabalho excepcional realizado em favor de Brasília e da região do entorno de Brasília. Ninguém vai se esquecer, Governador Roriz, do trabalho de V. Exª pela melhoria do transporte e do trânsito de Brasília. V. Exª teve uma visão estratégica ao construir trinta viadutos, ao melhorar as vias principais da cidade, ao construir a terceira ponte, a Ponte JK, modelo de construção e de engenharia no mundo, e ao construir o metrô de Brasília.

V. Exª se destacou por sua visão voltada para o social, com a viabilização e criação de inúmeros projetos de inclusão social, tendo como base os restaurantes para os cidadãos, programas de inclusão na área de educação, na área social e na área de moradia.

Sua atuação também é marcada por projetos ousados, arrojados, como a construção da Usina de Corumbá IV, em parceria com o Governo de Goiás. V. Exª efetivamente marcou suas passagens pelo Governo de Brasília ao reconstruir e ampliar o Centro de Convenções Ulysses Guimarães.

Portanto, V. Exª é um líder, um administrador, um gestor público que esteve, durante suas passagens pelo Governo de Brasília, sintonizado com todas as aspirações, com todos os desejos, com todas as principais reivindicações e prioridades do povo de Brasília.

            Manifesto aqui, como seu conterrâneo, em nome dos goianos, nosso apreço, nossa estima, nossa consideração, nosso respeito pelo trabalho desenvolvido por V. Exª em Brasília, para orgulho nosso. Desejo a V. Exª, aqui, no Senado da República, nesta Casa de Rui Barbosa, pleno êxito daqui para a frente. E não tenho dúvida disso, na medida em que V. Exª preside uma importante Comissão, a Comissão de Agricultura. Muito obrigado pela citação do meu nome em seu discurso. Parabenizo V. Exª pela estréia aqui nesta tribuna. Muito obrigado.

O SR. JOAQUIM RORIZ (PMDB - DF) - Quero agradecer a V. Exª, Senador Marconi Perillo, pois reconheço que as suas palavras são sinceras. Conheço-o de há muito, desde quando jovem presidente da ala moça do PSDB de Goiás. Reconheço que V. Exª fala com sentimento verdadeiro com relação à nossa amizade e ao nosso relacionamento. E sei perfeitamente o que V. Exª representa para Goiás, o seu belíssimo trabalho, a sua liderança consolidada. Isso me traz uma satisfação interior muito grande. Portanto, quero parabenizá-lo pela sua atuação tanto lá em Goiás como aqui, no Congresso Nacional, mas, sobretudo, agradecê-lo pelas palavras carinhosas e elogiosas. Muito obrigado, Senador goiano Marconi Perillo.

O Sr. José Sarney (PMDB - AP) - Permite-me V. Exª aparteá-lo?

O SR. JOAQUIM RORIZ (PMDB - DF) - Ouço o aparte do meu ilustre Senador amigo e ex-Presidente da República, por quem tive a honra de ser nomeado no meu primeiro mandato como Governador, Senador José Sarney.

O Sr. José Sarney (PMDB - AP) - Senador Joaquim Roriz, as minhas palavras têm a suspeição de uma grande estima que tenho por V. Exª, estima de longos anos. Manifesto a satisfação de tê-lo aqui, na nossa Casa do Senado, onde privamos todos da sua convivência, um dos melhores homens públicos deste País. Tive a honra - eu digo a honra pessoal - de escolher V. Exª para Governador do então Distrito Federal; e o fiz pelos méritos de V. Exª, que conhece bem esse fato. Quando o chamei, V. Exª foi tomado de uma grande surpresa. Ninguém, pessoa nenhuma, tinha falado comigo a respeito do nome de V. Exª. Mas, nos encontros que tinha tido com o então Prefeito de Goiânia e o Vice-Governador do Estado de Goiás, sedimentara-se em mim a certeza de que ali estava um excelente administrador. Todas as vezes que tivemos a oportunidade de recebê-lo na Presidência da República, V. Exª sempre trazia os pleitos de uma maneira concreta, de uma maneira exata, de uma maneira correta. E, desde o início, V. Exª me pareceu o homem indicado. Assim, quando surgiu a oportunidade e a vacância do Governo do Distrito Federal, pude escolhê-lo. Sinto-me muito feliz de ter tido essa oportunidade. E, mais ainda, por ter dado ao Distrito Federal um administrador dos maiores que já teve esta cidade. Se Juscelino teve a idéia de construí-la, se muitos trabalharam por ela, foi sem dúvida V. Exª o grande consolidador físico da cidade, por meio das obras que V. Exª realizou e que são reconhecidas por toda a população desta cidade e pelo País inteiro. Todos sabemos que foi o trabalho de V. Exª, o seu espírito público que transformou o Distrito Federal naquilo que realmente ele passou a ser: não somente a sede do Governo Federal, mas uma cidade com índices extraordinários de desenvolvimento social, de progresso e, ao mesmo tempo, uma cidade que hoje é, aqui, no Brasil Central, um exemplo não somente de cidade, mas de administração. E foi V. Exª quem deu esse exemplo, quem consolidou esse exemplo. Portanto, meus parabéns! Agradeço a oportunidade de oferecer à Casa o meu testemunho sobre V. Exª, testemunho, como eu disse, que pode ter a suspeita de uma grande estima, mas que tenho a certeza que tem, sobretudo, o peso de quem teve a oportunidade de trabalhar ao lado de V. Exª pelo nosso País. Muito obrigado.

           O SR. JOAQUIM RORIZ (PMDB - DF) - Meu prezadíssimo Presidente José Sarney, permita-me chamá-lo sempre de Presidente e não de Senador, a despeito de V. Exª ser Senador da República, pelo carinho e pelo reconhecimento que dedico a V. Exª, e pelas palavras que foram sempre dirigidas a mim com tanto carinho, não só hoje como em outras oportunidades. Assim, além de agradecer pela sua manifestação e sua solidariedade, quero que me permita continuar sempre o chamando de Presidente, porque para mim o senhor ainda é o meu Presidente da República, Dr. José Sarney. Muito obrigado pelas suas palavras.

O Sr. Romeu Tuma (PFL - SP) - V. Exª me concede um aparte?

O SR. JOAQUIM RORIZ (PMDB - DF) - Concedo o aparte ao Senador Romeu Tuma.

O Sr. Romeu Tuma (PFL - SP) - Eu nem teria o direito de falar depois do Governador Marconi Perillo, um homem que soube governar Goiás e que veio representar, com toda a sua experiência, correção e força, o seu povo aqui, no Senado Federal, e que fez referências elogiosas a V. Exª. A seguir, falou o Presidente Sarney, e eu tremi na base, até porque o Presidente Sarney sempre escolheu os homens de bem. E fico aqui meio acanhado, porque ele também me pôs a serviço dele. Tenho muito orgulho disso até hoje, tanto que, quando alguém vem falar comigo, eu respondo que só faço o que o Presidente Sarney mandar, porque sei que ele tem uma visão praticamente divina de bem prestar serviço à sociedade mais sofrida, o que acompanhei de perto. Assim, essa homenagem que V. Exª presta ao Presidente Sarney é justa e correta. Agora, o Presidente Sarney se refere a V. Exª. Durante os anos em que estive em Brasília, quase vinte anos, aprendi a admirá-lo, Governador Roriz, pelo seu trabalho na área administrativa, no metrô, na terceira ponte, como se diz, que hoje é um cartão postal nacional e não só de Brasília, pela sua beleza, pelo seu esforço na construção, e tantas outras obras. V. Exª também nunca esqueceu de pensar na comunidade mais pobre que acorreu a Brasília com a esperança de ter uma vida melhor. Essa é a crítica que V. Exª recebe, por ter pensado nos pobres, para dar um teto a cada um, que é a maior esperança daqueles que praticamente não têm com o que sobreviver. Então, Deus haverá de abençoá-lo por isso. Que V. Exª, neste Senado, continue com o mesmo carinho e a mesma dedicação que tem pela população mais sofrida deste País!

O SR. JOAQUIM RORIZ (PMDB - DF) - Senador Romeu Tuma, quero agradecer as suas palavras e reconhecer na sua pessoa uma figura de homem público da maior qualificação. Acompanhamos de perto seu trabalho, a sua honradez e, sobretudo, a sua eficiência naquilo que V. Exª é especializado: a segurança pública do País. Agora, como Senador da República, sinto que V. Exª é um Senador brilhante, pois tem mostrado competência e solidariedade ao povo brasileiro, principalmente aos excluídos. Quero parabenizá-lo e agradecê-lo pelas suas palavras elogiosas e carinhosas. Muito obrigado, Senador Romeu Tuma.

Voltando a falar sobre os empregos no DF, criamos os pólos de desenvolvimento tecnológico, dentre eles: Ciência e Tecnologia, Pólo do Conhecimento, Pólo de Cinema e Vídeo, Microeletrônica e Semicondutores. Criamos a Cidade Digital, que irá gerar, assim espero, cerca de 20 a 30 mil novos empregos. O Banco do Brasil já se prepara para instalar ali o seu Centro de Informática.

Temos também o pólo de modas do Guará, em pleno funcionamento.

Na segurança...

O SR. PRESIDENTE (Efraim Morais. PFL - PB) - Senador Roriz, esta Presidência pede permissão a V. Exª para registrar a presença das candidatas a Miss Brasília, que se fazem presentes. Esta Presidência faz o registro, talvez em homenagem a V. Exª, representante do povo de Brasília.

O SR. JOAQUIM RORIZ (PMDB - DF) - Aproveito a oportunidade para saudar as candidatas ao Concurso Miss Brasília, desejar-lhes muito sucesso e agradecer-lhes pela presença nesta Casa de Leis, o Senado da República.

Parabéns a vocês todas, a quem desejamos muito sucesso! Lamento dizer que o júri vai ter muita dificuldade em escolher uma de vocês. (Palmas.)

Na segurança, investimos em treinamento e na compra de novas viaturas, equipamentos de alta tecnologia, helicópteros, inclusive UTI móvel do ar. Construímos o Centro Integrado de Segurança, onde todas as ações policiais se concentrarão, melhorando o processo de inteligência investigativa da Polícia, investimento feito pensando na prevenção de delitos.

Falando na prevenção de delitos, temos a Polícia Civil do Distrito Federal como uma das mais eficientes do Brasil. Com policiais treinados e preparados, chegamos à resolução de crimes em índices compatíveis com os de Nova Iorque, em torno de oitenta por cento para crimes violentos. Em entrevista na semana passada na CBN, a ex-Deputada e Juíza Denise Frossard fala que a média no Brasil da resolução de delitos é de cinco por cento.

Cada governante faz as suas opções, cada um governa com seu coração, uns mais duros, outros mais brandos. Eu governo com o coração em Deus. Fico triste, para não dizer indignado, quando vejo administradores públicos que trabalham contra os pobres e que cerceiam a atividade empresarial.

Não sei fazer política que não seja olhando para os mais necessitados. Dizem que isso é ser “populista”. Ora, se ser “populista” é ser “amigo do povo”, como diz o Dicionário Aurélio, então digo que sempre serei populista, sempre serei amigo do povo humilde. Vou defendê-lo e ajudá-lo, até porque não poderia fazer o contrário, tendo em vista a minha formação cristã e os ensinamentos de minha querida mãe e de meu eterno líder, que foi o meu pai.

Se ser amigo do povo é olhar por ele, dar-lhe moradia, comida, renda e emprego, dar-lhe o mínimo de dignidade, então, que viva a amizade!

Eu não poderia deixar de citar neste discurso Montesquieu. Vejamos o que ele disse: “Para se fazer grandes coisas, não se deve estar acima dos homens, mas junto deles”.

Estou junto às Srªs Senadoras e aos Srs. Senadores na luta a favor de cada uma das reformas que o nosso País reclama, especialmente a reforma tributária e a reforma política. Estou na luta pela descoberta de formas para que o Estado gaste menos, melhorando o serviço prestado ao povo brasileiro. Enfim, estou na luta veemente por uma transformação no sistema educacional do Brasil, na luta constante para a diminuição das desigualdades e na luta por espaço na sociedade para os mais humildes.

Será por todas essas metas que vou pautar minha atuação como Senador da República, servindo ao Distrito Federal e ao Brasil. O futuro é agora. Não esperemos mais!

Ao encerrar, quero agradecer, mais uma vez, a atenção de todos os Srs. Senadores nesta oportunidade, neste dia em que me dedico a fazer uma prestação de contas.

Sr. Presidente, sob sua Presidência, fico honrado em saber que este meu pronunciamento é uma prestação de contas. Se eu fiz elogios à cidade, foi no pressuposto de que a cidade não é a Capital de um Estado, mas a Capital de todos os brasileiros, inclusive de V. Exª e de todas as Srªs Senadoras e de todos os Srs. Senadores.

Muito obrigado. (Palmas.)


Este texto não substitui o publicado no DSF de 23/03/2007 - Página 6492