O SR. ARTHUR VIRGÍLIO (PSDB - AM. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, antes de tudo, reforço aqui o pronunciamento anterior da Senadora Ideli Salvatti, pela feliz coincidência de o Estado de S. Exª, Santa Catarina, e o meu, Amazonas, terem sido premiados, por intermédio de Cristina Marques, catarinense, e Solange Vale de Castro, amazonense, com o prêmio Mulher Empreendedora 2006, concedido pelo Sebrae, com ampla repercussão regional, nacional e internacional. Registro o fato com muita alegria, alegria de brasileiro e de representante do Amazonas.

Outro assunto que trago, Sr. Presidente - esse é triste -, é o requerimento de voto de solidariedade que apresento aos estudantes africanos residentes na Casa do Estudante da UnB, alvos de ação de vândalos que atearam fogo aos alojamentos deles. Vândalos, irresponsáveis, racistas atentaram contra a vida de quatorze estudantes africanos, que vieram ao Brasil em busca de conhecimento, a fim de abrir caminhos para as suas vidas.

            Digo isso com a certeza de que não se completa o regime democrático se há a figura do racismo a pairar, disfarçada ou abertamente, sobre as nossas cabeças.

Eu dizia ao Senador Casagrande que conheço pouco a Ministra da Igualdade Racial.

Sentei-me ao lado de S. Exª outro dia numa solenidade de formatura de uma turma numerosa de alunos. Como sei do empenho de S. Exª por diminuir as desigualdades, penso que ela foi mal interpretada; não penso que tenha agido de má-fé, mas que tenha sido infeliz ao fazer aquela declaração que justificaria o suposto ódio do negro contra o branco. Não justifica. Naquele dia, naquela formatura, S. Exª e eu ficamos contando as pessoas evidentemente negras, até porque todos nós, brasileiros, temos sangue de negro. Estávamos contando, S. Exª e eu, os negros evidentes e, no meio de dezenas de estudantes, encontramos talvez oito ou nove exemplos. Isso talvez lhe motive um sentimento mais forte, mas eu pediria a S. Exª que refletisse sobre isso, pois, como ocupa a função relevante de Ministra de uma Pasta destinada a enfrentar o drama da desigualdade racial no País, aquela atitude, no fundo, pode incitar outras em sentido contrário. Não quero estabelecer uma relação de causa e efeito, de jeito algum, até porque vejo nela boa fé.

O importante, Sr. Presidente, é o voto de solidariedade que requeiro. Deixo o requerimento à disposição de todos os Senadores que quiserem comigo assiná-lo.

Os quatorze estudantes africanos foram alvos de vândalos, racistas, figuras desprezíveis que tentaram matá-los ateando fogo em seus alojamentos. Isso é deplorável e, realmente, não nos honra como País. É preciso, portanto, manifestação clara de solidariedade a eles e de repúdio aos racistas.

Por isso encaminho esse voto a V. Exª.

Muito obrigado.

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DOCUMENTO A QUE SE REFERE O SR. SENADOR ARTHUR VIRGÍLIO EM SEU PRONUNCIAMENTO.

(Inserido nos termos do art. 210, inciso I e § 2º, do Regimento Interno.)

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Matéria referida:

“Representantes de Santa Catarina e do Amazonas levam Troféu Ouro”