O SR. MARCONI PERILLO (PSDB - GO. Sem apanhamento taquigráfico.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, comemorar o aniversário da Universidade de Brasília, nossa querida UnB, é celebrar uma história de lutas não só pelo ideal de ensinar os rumos da intelectualidade às futuras gerações, mas também pelo de colocar acima de tudo a liberdade de pensar consagrada pelo iluminismo da Revolução Francesa.

A UnB é Símbolo de um novo tempo da história do Brasil, em que se pretendia incorporar no espírito da Nova Capital uma nova forma de gerenciar o ensino, com intelectuais, como Anísio Teixeira. Na Brasília do Brasil que começava a se industrializar, a Universidade de Brasília assumira o papel de responsável pedagógica pelo ensino de base, formadora de nossos pequeninos.

Era um projeto inovador porque rompia com barreiras entre as discussões fomentadas no meio acadêmico e a realidade prática das escolas de primeiro e segundo graus, alicerces para a formação de nossos jovens, bases para a construção de um país de cidadãos alfabetizados, livres e pensantes.

O ideal de uma universidade integrada com o ensino fundamental não pôde ser levado adiante porque os tempos de modernidade e planejamento para um Brasil de futuro promissor, que hoje poderia orgulhar-se de seu sistema de ensino, findaram-se após o Governo de Juscelino, esvaíram-se com a instabilidade dos governos de Jânio Quadros e João Goulart, adormeceram nos quase trinta anos de ditadura.

No lugar de repensar o ensino fundamental e abrir caminhos para uma revolução educacional, a UnB viu-se na obrigação de se levantar em defesa da liberdade de expressão, viu-se na obrigação de lutar contra o arbítrio do militarismo instalado não só no Brasil, mas em quase toda a América Latina.

O campus da UnB sofreu de todas as formas, porque professores foram demitidos, perseguidos e cassados pelo regime ditatorial. Mas, nem mesmo sob tamanha pressão, a UnB arredou pé na posição de luta aguerrida pela liberdade de ensino, pela liberdade de pensar e acreditar num país formado por cidadãos críticos e conscientes.

É emblemático, Sr. Presidente, o pedido de demissão conjunta de quase duzentos professores em solidariedade aos colegas cassados pelo regime militar. É emblemática a resistência inesgotável do movimento estudantil, que teve no desaparecimento de Honestino Guimarães, o símbolo de uma cruzada pelo retorno ao Estado de Direito.

O papel da UnB tem sido decisivo nos movimentos democráticos do País, que envolveram não só o fim do regime ditatorial e a implantação da Nova República, mas também a luta pela Emenda do Saudoso Dante de Oliveira - pelas Diretas Já e a defesa permanente das prioridades do ensino superior.

Neste dia de comemoração de 45 anos da Universidade de Brasília, queremos hipotecar nosso apoio a uma verdadeira revolução no ensino superior, que aproxime a universidade do setor produtivo, que crie condições para o desenvolvimento de ciência e tecnologia, bases para a competitividade do Brasil no século XXI.

Sem uma universidade voltada para a formação no contexto globalizado da economia mundial não será possível romper as amarras que mantêm o Brasil atrelado ao século XX e impossibilitado de lançar-se ao mundo digital, de comunicação em tempo real, marca indelével da sociedade pós-moderna.

Parabéns ao corpo Docente da Universidade de Brasília!

Parabéns ao corpo discente!

Parabéns a sua Magnificência o Reitor Timothy!

Muito obrigado!