Discurso durante a 58ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Considerações sobre a visita de S.Exa. à Feira do Empreendedor, na cidade de Caicó/RN.

Autor
Rosalba Ciarlini (PFL - Partido da Frente Liberal/RN)
Nome completo: Rosalba Ciarlini Rosado
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
DESENVOLVIMENTO REGIONAL.:
  • Considerações sobre a visita de S.Exa. à Feira do Empreendedor, na cidade de Caicó/RN.
Aparteantes
Adelmir Santana, Garibaldi Alves Filho, José Agripino, Mão Santa.
Publicação
Publicação no DSF de 27/04/2007 - Página 11833
Assunto
Outros > DESENVOLVIMENTO REGIONAL.
Indexação
  • REGISTRO, VISITA, ORADOR, FEIRA DE AMOSTRA, PEQUENA EMPRESA, MUNICIPIO, CAICO (RN), ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE (RN).
  • NECESSIDADE, EMPENHO, GOVERNO FEDERAL, DESENVOLVIMENTO, INTERIOR, BRASIL, ATRAÇÃO, INDUSTRIA, AGILIZAÇÃO, CRIAÇÃO, ESCOLA TECNICA, FACILITAÇÃO, ACESSO, TECNOLOGIA, QUALIFICAÇÃO, TRABALHADOR, JUVENTUDE, MELHORIA, QUALIDADE DE VIDA, POPULAÇÃO, AUMENTO, EMPREGO, RENDA, AMPLIAÇÃO, POSSIBILIDADE, OBTENÇÃO, CREDITOS.
  • NECESSIDADE, GOVERNO FEDERAL, INSTALAÇÃO, USINA, Biodiesel, INTERIOR, ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE (RN).
  • COMENTARIO, GESTÃO, ORADOR, PREFEITO, EFICACIA, PROJETO, INCENTIVO, DESENVOLVIMENTO, MUNICIPIO, MOSSORO (RN), ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE (RN).

A SRª ROSALBA CIARLINI (PFL - RN. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão da oradora.) - Presidente Jayme Campos, quero agradecer-lhe pela oportunidade de poder, mais uma vez, da tribuna desta Casa, falar ao povo do Brasil e, de uma maneira especial, ao meu Rio Grande do Norte.

Venho falar exatamente de uma questão que, há poucos instantes, o Senador Suplicy aqui debatia com o Senador Mão Santa: trabalho. Sabemos que esse é o maior problema vivenciado em nosso País. Analisamos e dizemos que a nossa violência, muitas vezes, é causada pela falta de oportunidades.

Pois bem, Sr. Presidente, neste final de semana, tive oportunidade de ir ao interior do meu Estado, na região do Seridó, na cidade de Caicó, abençoada por Santana, e visitar a Feira do Empreendedor, onde tive contato direto com dezenas, centenas de jovens, homens e mulheres que, acreditando na sua criatividade, na força do trabalho, muitas vezes sem nenhum crédito, mas com a sua vontade, garra e raça, começaram seu empreendimento no fundo do quintal ou dividindo sua salinha de visitas, que já era pequena, com uma máquina de costura, com o artesanato, fazendo boné. Mas, hoje, essa região tem essa força.

Mas não podemos dizer que com isso não existe problema de desemprego lá. Desemprego existe. Mas soube por eles próprios que essa feira tem crescido a cada ano, como um incentivo, mostrando que é pela força do trabalho que vencemos as adversidades.

Essa região é a região do semi-árido, tão sofrida com as intempéries do clima e que, agora mesmo, está vivenciando, como todo o Rio Grande do Norte, o susto, o medo, a expectativa de uma seca verde. Já existe prejuízo para o pequeno produtor com o risco de perder a sua safra. Mesmo assim, não perderam a esperança, pois acreditam na força do seu trabalho.

E digo aqui, Senador Mão Santa, que, para que realmente possamos ter um Brasil forte, temos de interiorizar. Não podemos deixar que os grandes empreendimentos cheguem apenas às capitais dos nossos Estados, que adoramos - V. Exª, a sua Teresina; eu, a minha querida Natal. Não queremos que nossas capitais se transformem em cidades onde, pela força da migração, forme-se um cinturão de pobreza e de favelas. É preciso levar para o interior, de forma equilibrada, condições para que possamos, com a força do trabalho, com a criatividade, com a garra e raça do nosso povo, dar a ele não o peixe, mas a vara para pescar - é isso que ele quer -, fazendo do discurso a realidade.

Tanto se fala nos centros tecnológicos para o ensino médio, nas escolas técnicas que já existem no Estado. Conheço-as de perto. Muito significou para o interior a chegada da escola técnica em Mossoró. Hoje, ela forma dezenas e dezenas de jovens, dando-lhes oportunidade de crescer pelo trabalho, com mais conhecimento, podendo fazer com que possam produzir mais e gerar emprego e renda.

Mas temos de fazer com que o Governo, que tem um plano, agilize a implementação dele, para que mais escolas técnicas cheguem ao interior, a fim de que o microcrédito realmente seja democratizado. Dessa forma, os pequenos, que são honestos - V. Exª sabe que o povo mais honesto deste Brasil são os mais pobres -, poderão chegar ao banco e, sem burocracia, conseguir um microcrédito, para fazer gerar emprego e renda, colocando sua inteligência, sua qualificação, sua competência, o dom que tem o povo nordestino. Vi o artesanato, que é até exportado.

Há um centro, Senador Mão Santa, de boneleiros. São homens e mulheres que estão fazendo milhares e milhares de bonés, que começaram naquela pequena máquina de costura e que, hoje, já crescem com os avanços tecnológicos que conseguem acessar por meio do conhecimento que têm espontaneamente, por meio da busca pela Internet e com a informática. É isso o que vejo.

Trago aqui esta palavra de aplauso ao povo do Seridó, este povo norte-rio-grandense que está conseguindo, apesar das imensas dificuldades, superar obstáculos e vencer barreiras. Queremos que as nossas ações se multipliquem para que o Governo faça chegar condições a fim de que mais indústrias cheguem ao interior.

Somos um Estado produtor de gás. No entanto, o gás não chega à região do Seridó, no nosso Estado, nem a outras regiões; chega somente à cidade de Mossoró, Natal e algumas outras. Se chegar essa energia mais barata que nós produzimos, haverá um atrativo maior para as indústrias e as fábricas irem para o interior.

Portanto, devemos criar exatamente essa infra-estrutura. Precisamos fazer esse alerta e essa cobrança. E a nossa reivindicação é no sentido de que o Governo conheça mais, viaje mais para o interior do nosso Estado e dos Estados brasileiros do nosso País, vendo de perto essa realidade e levando os recursos que são do povo brasileiro, que são de cada um desses trabalhadores, para fazer gerar mais empregos e oportunidades. Com isso, teremos um Brasil mais forte e com mais paz.

O Sr. Mão Santa (PMDB - PI) - Senadora Rosalba Ciarlini, vejo a Presidente eleita do Chile, Michelle Bachelet - gosto da civilização do Chile - e vejo V. Exª aqui: V. Exª tem perspectivas invejáveis na política do Rio Grande do Norte e do Brasil. É uma médica, uma realizadora, é extraordinária. Como V. Exª foi três vezes Prefeita, Bachelet foi três vezes... Extraordinária. Mas Mossoró é uma pérola do Nordeste e deve muito a Rosalba Ciarlini. Acerca da convicção no trabalho que V. Exª prega, permite-me, Senador Jayme Campos, mencionar um pensamento de Napoleão Bonaparte, o estadista, o guerreiro. Posso confessar minhas crenças. Creio em Deus, no amor, na família, no estudo e no trabalho. Foram esses valores que nos trouxeram até aqui. Napoleão Bonaparte, Senador Jayme Campos, impressionou-me com um pensamento filosófico. Ele disse o seguinte: “Conheci os limites dos meus braços, conheci os limites das minhas pernas, conheci os limites dos meus olhos, mas não conheci os limites do trabalho”. É o trabalho que faz aparecerem as riquezas. E V. Exª traduz isso trabalhando como médica. A ciência médica é a mais humana das ciências. Como médica, V. Exª é uma benfeitora da humanidade. Como médico, Juscelino Kubitschek galgou cargos na política. V. Exª está aqui está mostrando a pureza e a valentia da mulher brasileira.

A SRª ROSALBA CIARLINI (PFL - RN) - Obrigada, Senador Mão Santa. Como sempre, V. Exª nos deixa muito entusiasmados e com mais garra e disposição para, juntos, podermos contribuir para um Brasil melhor.

Quero conceder um aparte ao Senador Garibaldi Alves Filho, pois estivemos juntos na visita à Feira do Empreendedor. V. Exª, como Governador, muito contribuiu com sua ação para aquela região.

O Sr. Garibaldi Alves Filho (PMDB - RN) - Senadora Rosalba Ciarlini, estivemos juntos no Seridó, como V. Exª acaba de dizer. Impressionou-nos a pujança do novo perfil da economia do Seridó. De fato, estamos vendo novas vocações econômicas, como V. Exª salientou. O artesanato começa a dar mostras de que vai se viabilizar economicamente: a produção de redes, de bonés e de toda uma gama de produtos. Por outro lado, temos também um seridoense muito voltado para um potencial de irrigação, de aproveitamento das águas. É uma região que desponta no sentido de não ficar presa apenas à dependência das chuvas. E por falar em dependência das chuvas, o inverno que tivemos este ano, ou estamos tendo até agora, é bastante irregular, merecendo cuidados no sentido de que não se tenha uma seca verde que leve o Governo a não dar nenhuma assistência ao homem do campo. Congratulo-me com V. Exª, Senadora Rosalba, pelo seu discurso e pela sensibilidade que demonstrou na campanha política em que terminou por vencer adversários que eram lideranças tradicionais. Quero dizer a V. Exª que realmente a região do Seridó merece esse destaque que V. Exª está dando nesse seu pronunciamento - região do Seridó, do nosso Rio Grande do Norte!

A SRª ROSALBA CIARLINI (PFL - RN) - Obrigada, Senador Garibaldi. Eu gostaria também de fazer uma observação sobre a referência que fez o Senador às vocações regionais. Eu acho que esse é um ponto importantíssimo, porque lá não houve imposição de nenhum programa governamental. Foram respeitadas as vocações regionais para o artesanato, para a indústria de alimentos. Hoje já tem nome nacional a melhor cachaça do Nordeste, e quem sabe do Brasil, produzida na cidade de Caicó. Então, essas são questões que temos de analisar e valorizar.

Concedo um aparte ao Senador Adelmir Santana.

O Sr. Adelmir Santana (PFL - DF) - Senadora Rosalba Ciarlini, ouvi atentamente a explanação de V. Exª ao falar da ação empreendedora do povo do Rio Grande do Norte, das senhoras do Rio Grande do Norte, quando V. Exª fez referência às costureiras, aos pequenos artesãos. Uma coisa me chamou a atenção sobre a Feira do Empreendedor. Essa é uma prática que se vem dando no País inteiro, estimulada pelo Sebrae, objetivando exatamente valorizar esses empreendedores, que são tantos no País. Vislumbro, Senadora Rosalba Ciarlini, com a entrada em vigor da Lei Geral da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte, no próximo dia 1º de julho, a oportunidade da formalização desses pequenos empreendedores, para participarem efetivamente da economia nacional, formalmente, com registro, CGC, inscrição, e uma carga tributária compatível com o tamanho e com a dimensão dessas empresas. Portanto, solidarizo-me com o pronunciamento de V. Exª e ressalto que o Sebrae busca efetivamente motivar esses pequenos empreendedores a se formalizarem e participarem da economia nacional. Diria que, com a entrada em vigor da nova Lei Geral da Micro e Pequena Empresa, vamos ter uma verdadeira revolução na economia brasileira. Parabéns a V. Exª e a minha solidariedade aos empresários e microempresários do Rio Grande do Norte.

A SRª ROSALBA CIARLINI (PFL - RN) - Muito obrigada, Senador. Gostaria de fazer uma complementação com relação exatamente à nova Lei da Micro e Pequena Empresa, de suma importância, e também ao Sebrae, com o qual tive oportunidade de trabalhar, de fazer várias parcerias. Inclusive, fui por duas vezes escolhida Prefeita empreendedora em nível nacional, por projetos que fizemos e que foram considerados pelo Sebrae como os projetos de sustentabilidade para o desenvolvimento, usando a cultura como um instrumento para o turismo.

Gostaria também de relembrar algo e dar um exemplo, talvez pequeno, mas um exemplo que serve para o Brasil. Como Prefeita, quase que copiei um programa que existia no Governo do Senador José Agripino, chamado “Balcão de Ferramentas”, que oferecia ferramenta de trabalho para inúmeros trabalhadores e trabalhadoras que tinham um ofício, uma aptidão, mas não tinham condições de ter a sua ferramenta de trabalho.

Com base nessa experiência, que obteve êxito no Rio Grande do Norte e modelo para o Brasil, como Prefeita, fiz o “Balcão do Trabalhador”, acrescentando mais um pouco, porque colocávamos recursos da própria prefeitura e, depois, com parceiros inclusive internacionais, que consegui de uma fundação suíça, recursos também para a movimentação, a compra do material necessário para produzir, além da ferramenta. Com isso, conseguimos na cidade ter mais de duas mil pequenas empresas, gerando, conseqüentemente, mais de seis mil empregos.

            Faço aqui uma convocação, Senador Mão Santa, Senador Agripino, a quem concedo um aparte, porque é possível gerar-se emprego no Brasil com idéias como essa, levando para o interior, de forma que o desenvolvimento seja equilibrado...

(Interrupção do som.)

O SR. PRESIDENTE (Jayme Campos. PFL - MT) - Concedo mais cinco minutos à ilustre Senadora Rosalba Ciarlini.

A SRª ROSALBA CIARLINI (PFL - RN) - Sr. Presidente, peço permissão para conceder ao nosso Líder, Senador José Agripino, um aparte.

O SR. PRESIDENTE (Jayme Campos. PFL - MT) - À vontade, nosso Líder dos Democratas.

O Sr. José Agripino (PFL - RN) - Senadora Rosalba, quero-lhe cumprimentar pela manifestação que faz em torno do nosso Seridó e em torno de uma idéia que, no Seridó, é básica, que é o desenvolvimento de pequenos negócios. V. Exª sabe, como eu sei, como Garibaldi sabe, que o nosso Seridó são dois, o Oriental e o Ocidental. O Ocidental, cuja capital é Currais Novos; e o Oriental, cuja capital é Caicó; ambos já tiveram megassímbolos na sua economia. O Ocidental, a xelita de Currais Novos, que pelo aprofundamento das minas tornou-se até econômico e agora está voltando a ter economicidade pelo preço do produto do mercado internacional. No Seridó Oriental - onde V. Exª esteve agora e eu não tive a oportunidade e a felicidade de estar na minha Caicó, para ver a feira de negócios - já foi a capital da produção do algodão mocó, algodão de fibra longa, o algodão Seridó, o algodão equivalente ao algodão egípcio, de qualidade absolutamente soberba; que o tempo destruiu e que o bicudo quebrou; e que foi substituído pelas fábricas de boné, que geram centenas de empregos, e não é só em Caicó, em São José de Seridó, em vários municípios, produto da habilidade do nosso conterrâneo seridoense. E em Jardim de Piranhas, Senadora Rosalba, há as tradicionais fábricas de redes. Os artesãos que vão do fio até a rede. Presidente Jayme, é muito provável que na sua Cuiabá existam vendedores de redes saídos de Jardim de Piranhas. Levam em camionetes cargas de redes produzidas em Jardim de Piranhas e que são vendidos até no Paraguai. Produto da capacidade inventiva, da engenhosidade, da habilidade manual, da vocação, da determinação ao trabalho do seridoense, que é um brasileiro à parte, vocacionado para o trabalho, habilidoso. As bordadeiras de Timbaúba dos Batistas são uma preciosidade. Quando fui Governador, Rosalba se lembra, os presentes que eu dava a embaixadores e a chefes de Estado eram as toalhas de Timbaúbas dos Batistas, eram as toalhas bordadas de Caicó, uma preciosidade da qual nos orgulhamos e que é produto do trabalho manual, incentivado pelo Sebrae, a quem rendemos homenagem pelo belo trabalho que vem fazendo, pela capacidade ou pela capacitação a que brasileiros, individualmente, gerem seu próprio emprego. Cumprimento a minha Senadora Rosalba pelo pronunciamento oportuno que faz, valorizando o nosso Seridó.

A SRª ROSALBA CIARLINI (PFL - RN) - Eu só gostaria de ressaltar que o Senador esqueceu uma coisa, que nós não podemos esquecer, que é a carne-de-sol que vem dessa região do Seridó, que o Senador Mão Santa tanto nos cobra que traga para que possa sentir os sabores do nosso Estado; além dos biscoitos que são feitos em cidades como São José do Seridó e em tantas outras.

Gostaria aqui, Sr. Presidente, de agradecer a paciência e por ter nos concedido mais tempo e, para finalizar, peço as bênçãos de Sant’Ana para proteger e abençoar o nosso Seridó, o Seridó de Currais Novo e o de Caicó.

Eu quero dizer aqui também, Senador Garibaldi, que é muito bom quando conversamos com as pessoas e ouve idéias. Eu ouvi de um cidadão lá na feira uma idéia a que poderemos nos somar e fazer acontecer. Para revitalizar o algodão, que já foi uma cultura forte, associando-o a outras culturas que são características e propícias da região, é necessário que também no interior do Rio Grande do Norte, nessa região, consigamos que o Governo Federal se sensibilize com a usina de biodiesel.

O Sr. Garibaldi Alves Filho (PMDB - RN) - Senadora Rosalba!

A SRª ROSALBA CIARLINI (PFL - RN) - Pois não, Senador.

O Sr. Garibaldi Alves Filho (PMDB - RN) - Faço um aparte rápido só para ressaltar que a região do Siridó foi a primeira a ganhar um plano de desenvolvimento sustentável, e esse planejamento foi coordenado pelo ex-Bispo daquela cidade, Dom Jaime Vieira. Foi um planejamento muito democrático, porque se ouviram as pessoas; aliás, eu diria melhor: as pessoas de cada município e de cada setor de atividade foram ouvidas. E o Siridó - para terminar o aparte - tem um número de associações comunitárias impressionante. Daí o êxito desse novo perfil de pequenos e de novos negócios no Siridó. Novamente, meus parabéns ao pronunciamento de V. Exª!

A SRª ROSALBA CIARLINI (PFL - RN) - Muito obrigada, Senador. Essa é uma prova, pela sua experiência e pela nossa também, de que a organização popular, a força do povo, mostrando sua competência, é capaz de muito realizar. Portanto, temos de apoiar as associações e todas as formas de organização popular, para que possam, por meio da pressão - da boa pressão -, sensibilizar os governos, para fazerem investimentos em infra-estrutura, como é o caso do Siridó. Chegando lá um gasoduto e associando-se a matéria-prima à força de trabalho daquele povo, tenho certeza de que muitas fábricas vão prosperar, muitas indústrias surgirão; e o povo do interior não terá de abandonar seu chão. Nada é mais doloroso do que se ter de abandonar o próprio chão, a própria terra querida. Faz-se isso com o coração sangrando; vêem-se lágrimas nos olhos da mãe, de saudade. E tudo isso para ir para a cidade grande e sofrer as piores necessidades; muitas vezes, encontra-se, ali, até a morte, na violência, na vida nas favelas, porque o cidadão não encontra oportunidade de trabalho na sua terra, no seu chão querido.

É por isso que nós, aqui, fazemos a convocação: que o trabalho seja bem dividido, no interior e na capital, para que todos possam ter sua oportunidade.

Que Sant’Ana nos abençoe, e que Deus seja sempre o nosso condutor.

Muito obrigada, Sr. Presidente.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 27/04/2007 - Página 11833