Discurso durante a 67ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Considerações sobre matéria de autoria da jornalista Regina Alvarez, publicada no jornal O Globo, tratando do gasoduto Urucu/Coari/Manaus.

Autor
João Pedro (PT - Partido dos Trabalhadores/AM)
Nome completo: João Pedro Gonçalves da Costa
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
POLITICA ENERGETICA.:
  • Considerações sobre matéria de autoria da jornalista Regina Alvarez, publicada no jornal O Globo, tratando do gasoduto Urucu/Coari/Manaus.
Publicação
Publicação no DSF de 11/05/2007 - Página 14208
Assunto
Outros > POLITICA ENERGETICA.
Indexação
  • COMENTARIO, ARTIGO DE IMPRENSA, JORNAL, O GLOBO, ESTADO DO RIO DE JANEIRO (RJ), QUESTIONAMENTO, LONGO PRAZO, DEBATE, OBRA PUBLICA, GASODUTO, ESTADO DO AMAZONAS (AM), DISCORDANCIA, ORADOR, JORNALISTA, INJUSTIÇA, ACUSAÇÃO, PRESIDENTE DA REPUBLICA, MANIPULAÇÃO, ELEITOR, PROMESSA, CAMPANHA ELEITORAL.
  • ESCLARECIMENTOS, AUSENCIA, PARALISAÇÃO, OBRA PUBLICA, GASODUTO, REDUÇÃO, VELOCIDADE, MOTIVO, CHUVA, REGIÃO AMAZONICA, ELOGIO, TRABALHO, ENGENHARIA, EMPRESA, CONSORCIO, PREVISÃO, PETROLEO BRASILEIRO S/A (PETROBRAS), MANUTENÇÃO, DATA, INAUGURAÇÃO.
  • AVALIAÇÃO, PROBLEMAS BRASILEIROS, DIFERENÇA, DISCURSO, SENADOR, OPOSIÇÃO, RESPEITO, DEMOCRACIA.

O SR. JOÃO PEDRO (Bloco/PT - AM. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Senador Mão Santa; Srªs Senadoras; Srs. Senadores, neste dia, nesta noite, venho refletir sobre a matéria da jornalista Regina Alvarez, publicada hoje no Caderno de Economia de O Globo, jornal de grande circulação no nosso País, em que trata de uma importante obra do meu Estado, na Região Norte, o gasoduto Urucu - Coari - Manaus. Nos últimos 20 anos, essa obra vem sendo discutida, questionada e, sem exagero, boicotada. No Governo do Presidente Lula, com essa Petrobras audaciosa, a obra começou. Há enorme expectativa pelo que essa obra representa para a Região, fundamentalmente para a população da capital do Estado do Amazonas, a nona cidade em população do nosso País, ou seja, um grande centro urbano. O gás será explorado e levado de Urucu a Manaus, num percurso de 680 quilômetros, por floresta, por rios e por igarapés. Será um desafio para engenharia nacional.

Não quero condenar a matéria, pois minha reflexão é no sentido de precisar o significado histórico do gasoduto Urucu - Coari - Manaus, mas a jornalista tenta remeter a postura do Presidente Lula à campanha eleitoral: a matéria começa tratando a obra como gesto eleitoreiro. Quero discordar do foco que a jornalista dá para a obra, para o gesto do Presidente Lula, que esteve em Urucu, que esteve em Coari, cidade da margem direita do rio Solimões.

É preciso refletir sobre isso. Quero precisar que a obra, Sr. Presidente, Srs. Senadores, Srªs Senadoras, não parou. Como se diz em linguagem popular, a obra vai de vento em popa. O que acontece na nossa região amazônica? Neste período do ano, as chuvas são intensas, o índice pluviométrico é maior. O Governo trata essa obra de forma muito transparente, e o relatório do Governo mostra isso, não mascara, mas diz que a obra não está correndo na velocidade adequada. Mas essa velocidade se dá em relação à realidade da Amazônia. Temos de creditar os problemas ao período chuvoso desses quatro primeiros meses do ano. Precisamos entender isso. A obra, Sr. Presidente Mão Santa, que emprega 5,3 mil pessoas, está em curso, com a dificuldade das chuvas. Há o enfrentamento; é um desafio rasgar rios, florestas, igarapés, lagos. Cuidam da obra três consórcios, de três empresas renomadas no Brasil e no exterior: a OAS, a Andrade Gutierrez - carioca - e a Camargo Corrêa. São referências essas empresas que estão executando a obra.

Eu gostaria de contribuir não condenando a matéria, mas trazendo para esta Casa, para o Senado da República e para o Brasil, que nos assiste, esses números. A obra é histórica, o benefício que essa obra trará também é histórico. As dificuldades são essas. Neste período do ano, chove intensamente na Amazônia, mas não há paralisação da obra; nem podemos remeter essa obra à eleição de 2006. Não podemos fazer isso. Essa é minha contribuição.

Por isso, venho à tribuna dizer que meu olhar para o Brasil é diferente do olhar daqueles que fizeram intervenções aqui - intervenções democráticas e justas. Mas meu Brasil tem o melhor salário mínimo da sua história. O olhar que tenho para a taxa Selic se dá com a percepção de que essa é a menor taxa desses últimos anos.

Então, sou um membro do Partido dos Trabalhadores otimista com o Presidente Lula, com o Governo. Seria um discurso falacioso dizer que se pode tocar o Brasil, com sua dimensão, e resolver os problemas históricos, estruturantes e seculares em um passe de mágica.

Vejo, por exemplo, a iniciativa do Presidente Lula em apresentar à Nação dois grandes programas: o PAC e o PDE. É da natureza do Congresso, da natureza desta Casa: a Casa discute a CPI do Apagão. Precisamos dimensionar isso à iniciativa do Poder Executivo, às questões políticas levantadas. Estou registrando aqui a natureza do Parlamento, da Oposição, mas essa é a realidade do Brasil. As matérias que travam o Senado podem ser mudadas. Fazem-se tantos acordos! Por que não fazer um acordo para analisarmos medidas provisórias importantes, como, por exemplo, matéria referente à Zona Franca, que está na fila? A matéria já chegou aqui, mas ainda nem tomamos a iniciativa de definir o Relator, de definir os procedimentos.

Pois bem, esse é meu registro.

Voltando à matéria de hoje, na página 30, no Caderno de Economia do jornal O Globo, quero dizer a esta Casa que a obra do gasoduto está avançando, com a dificuldade do tempo que caracteriza nossa região, como as chuvas densas. Mas a obra continua, e, inclusive, a Petrobras mantém, para 2008, sua inauguração. Penso que o povo de Manaus - e do Brasil - vai festejar essa grande obra do Presidente Lula e essa grande obra da Petrobras, que é uma empresa que engrandece a história do povo brasileiro.

Muito obrigado, Sr. Presidente.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 11/05/2007 - Página 14208