A SRª MARISA SERRANO (PSDB - MS. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão da oradora.) - Obrigada, Sr. Presidente.

Cumprimento a Ministra Marina Silva - é sempre um prazer enorme revê-la; a Senadora Serys, minha companheira que propôs a realização desta sessão; o Senador Leomar Quintanilha, Presidente da Comissão do Meio Ambiente, Defesa do Consumidor e Fiscalização e Controle, da qual sou Vice-Presidente; o Sr. Cláudio Maretti; a Srª Maria do Carmo Ferreira da Silva e todos os presentes.

Esta sessão especial tem o objetivo de sensibilizar a opinião pública para a necessidade de proteção e valorização da natureza. É mais um exemplo da preocupação e da sensibilidade do Senado da República para com a questão ambiental, item nº 1 da agenda política de todos os países do mundo.

O Dia Mundial do Meio Ambiente transformou-se em dia de alerta, em dia de mobilização. Após milênios de atividade humana, nosso Planeta pede socorro, e é preciso agir o quanto antes para salvar a Terra de uma destruição total, cuja principal vítima é a própria civilização humana.

O IPCC fez um alerta dramático há poucos dias sobre o aquecimento do Planeta nos próximos anos. Talvez seja esse alerta o grande norte das comemorações do Dia Mundial do Meio Ambiente este ano. Aqui no Brasil, ficamos sabendo que, se nada for feito, a atual superfície da Floresta Amazônica será reduzida pela metade até o ano de 2100. Já o Semi-árido nordestino se transformará em deserto!

É hora de agir! Não podemos mais aceitar que os planos e as ações governamentais deixem de contemplar, em minúcias, os impactos ambientais decorrentes e as providências para a reparação dos danos. E a Ministra Marina Silva sabe muito bem disso, porque está vivendo, neste momento, uma questão como esta. Precisamos selar um compromisso de convivência entre a preservação do meio ambiente e o crescimento econômico, o chamado desenvolvimento sustentável. E a gente sabe que isso não é fácil, mas o Brasil tem de achar, com determinação, sem jogo de empurra, esse caminho.

Estou convencida de que a mola mestra desse novo paradigma - o desenvolvimento sustentável - é a chamada educação ambiental, ou educação para preservação, o que disse há pouco o Senador Cristovam Buarque. Precisamos, urgentemente, introduzir ou consolidar a educação ambiental nos currículos de nossas escolas. Assim, seremos capazes de incutir na formação moral das novas gerações a consciência preservacionista, requisito vital para a própria sobrevivência da espécie humana.

Considero que a recente onda de preocupação com o meio ambiente é conseqüência benigna do processo de globalização dos mercados. A crescente integração econômica mundial fez com que as pessoas acordassem para o fato de que uma atitude tomada em um lado do Globo possui reflexos marcantes em países que se situam do lado oposto. A aproximação entre os povos nos fez enxergar que a devastação ambiental não vitima apenas aqueles que porventura a patrocinam: vitima a todos nós, cidadãos do mundo!

Precisamos aproveitar este momento de preocupação com as questões ambientais para impulsionar uma série de medidas que se fazem necessárias para frear o processo de aquecimento global.

Sabemos que os países mais desenvolvidos são os maiores culpados pela atual situação e que, por isso, os maiores esforços devem partir deles. Porém, não podemos utilizar essa realidade como pretexto para não fazermos a nossa parte.

O Brasil possui um dos maiores patrimônios naturais do mundo, senão o maior, que é a Floresta Amazônica, bem como o Pantanal da minha terra, de Mato Grosso do Sul e de Mato Grosso. Preservá-los deve ser questão de honra para todos nós e para as gerações futuras. Mas não é só isso! Precisamos nos comprometer, de fato, com o desenvolvimento sustentável. Precisamos produzir e consumir da maneira mais limpa e racional possível - e isso só acontecerá com uma mudança de mentalidade.

Tenho plena certeza de que essa mudança só virá com um investimento maciço em educação ambiental. Só assim promoveremos o entendimento da importância do desenvolvimento sustentável e do abandono das práticas ecologicamente incorretas.

Não existe solução melhor, como disse o Senador Cristovam Buarque, do que investir em educação. Se não investirmos em educação, nunca poderemos comemorar, de fato, o Dia Mundial do Meio Ambiente. E, tenho certeza: não é esse o legado que queremos deixar para as futuras gerações!

Eram essas as minhas palavras, em meu nome e em nome do meu Partido, o PSDB.

Muito obrigada, Sr. Presidente. (Palmas.)