Discurso durante a 132ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Necessidade de o Brasil buscar tecnologia para a produção de energia limpa.

Autor
Augusto Botelho (PT - Partido dos Trabalhadores/RR)
Nome completo: Augusto Affonso Botelho Neto
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
POLITICA CIENTIFICA E TECNOLOGICA. POLITICA ENERGETICA. POLITICA DO MEIO AMBIENTE.:
  • Necessidade de o Brasil buscar tecnologia para a produção de energia limpa.
Publicação
Publicação no DSF de 24/08/2007 - Página 28494
Assunto
Outros > POLITICA CIENTIFICA E TECNOLOGICA. POLITICA ENERGETICA. POLITICA DO MEIO AMBIENTE.
Indexação
  • ANALISE, MOVIMENTAÇÃO, MUNDO, BUSCA, RENOVAÇÃO, TECNOLOGIA, ENERGIA, AUSENCIA, AGRESSÃO, MEIO AMBIENTE, IMPORTANCIA, MOBILIZAÇÃO, BRASIL, PROGRAMA DE INCENTIVO, FONTE ALTERNATIVA DE ENERGIA, ORGÃO PUBLICO, PESQUISA, UNIVERSIDADE, PLANEJAMENTO, VIABILIDADE, DESENVOLVIMENTO TECNOLOGICO, ESPECIFICAÇÃO, RIQUEZAS, REGIÃO AMAZONICA, CAPACIDADE, BIOTECNOLOGIA, EXTRATIVISMO, EXPLORAÇÃO, SUBSOLO, RESPEITO, ECOSSISTEMA, BENEFICIO, OCUPAÇÃO, REGIÃO, MELHORIA, QUALIDADE DE VIDA.
  • APOIO, PRODUÇÃO, COMBUSTIVEL ALTERNATIVO, ALCOOL, Biodiesel, CONTRIBUIÇÃO, REDUÇÃO, EMISSÃO, GAS CARBONICO, AUMENTO, CREDITOS, BRASIL.

            O SR. AUGUSTO BOTELHO (Bloco/PT - RR. Para uma comunicação inadiável. Sem revisão do orador) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, à medida que o mundo se conscientiza da necessidade de repensar os problemas causados pela emissão de gases e particulados, que hoje tem-se como certo serem os principais causadores do aquecimento global, inicia-se uma busca pela tecnologia limpa. Nessa busca dois atores principais aparecem ávidos para entrar em cena. Os detentores de capital são um deles e os outros são os pesquisadores, impulsionando novas tecnologias, à cata de quem queira aportar capital para torná-las disponíveis para a sociedade.

            O Brasil, através do Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia Elétrica - Proinfa e de outros órgãos de pesquisa e agências reguladoras, precisa ficar atento a esse movimento, que nos últimos anos tem apresentado um crescimento bastante forte, carreando bilhões de dólares na procura e viabilização de tecnologias limpas.

            Sr. Presidente, o crescimento econômico e social das nações está se direcionando, prioritariamente, para essas tecnologias mesmo nos países mais céticos, que não assinaram o Protocolo de Kyoto e a conferência da ONU sobre meio ambiente - Rio 92.

            É nossa obrigação e responsabilidade alertar todos os brasileiros para o engajamento nesse movimento global.

            Precisamos definir regiões e criar mecanismos que tornem viáveis a criação de vales do silício, o aproveitamento da energia eólica, da energia solar, da energia hidráulica, da energia das marés, tudo isso levando em conta a potencialidade da região e suas características afinadas com o tipo de tecnologia limpa a ser implementada.

            No campo da biotecnologia, incentivar pesquisas com a participação maciça das universidades em parceria com a iniciativa privada, garantindo a essas e aos pesquisadores a participação nos resultados práticos e econômicos da pesquisa desenvolvida. Nesse contexto, a Amazônia é um terreno fértil e pouco explorado, Sr. Presidente. Atividades econômicas no campo da biotecnologia, extrativismo e exploração do subsolo, obedecendo normas de preservação ambiental, precisam ser objeto de pesquisas que abonem a sua implantação na Amazônia. Como já dissemos no início, precisamos estimular os investimentos nessa direção e, com isso, dar condições dignas para fixar o homem dessa região no seu habitat. Essa política de ocupação, aliada a uma campanha de conscientização da importância da Amazônia para o Brasil e para o mundo, viabilizaria o controle ambiental da região.

            Quando se fala em biocombustível, como etanol e biodiesel, para os quais o Brasil vem despontando como o principal país que domina essa tecnologia limpa, é necessário alardear o alcance do uso desses combustíveis. Não se trata apenas de fugir do uso do petróleo, trata-se também de contribuir para estabilizar e, quiçá, reduzir o teor de gás carbônico na atmosfera, pois os biocombustíveis são oriundos de vegetais e, assim sendo, durante o seu crescimento, retiram, seqüestram carbono da atmosfera através do processo da fotossíntese. Então, pode-se afirmar que o gás carbônico gerado na queima desses combustíveis é reciclado pela própria cultura da matéria-prima usada na sua produção. Isto é, a queima dos biocombustíveis não contribui para o aumento do gás carbônico no ar, colaborando, assim, para combater o aquecimento global. Vemos, então, que o aumento da área plantada para o cultivo da cana-de-açúcar e outras oleaginosas e também o reflorestamento para a produção de carvão vegetal, quando obedecidas as técnicas adequadas de controle de poluição, são um fator de redução das emissões de gás carbônico. Nesse aspecto, cabe analisar o papel da Petrobrás, como a responsável pela produção de petróleo e, conseqüentemente, responsável também pela geração de gases que contribuem para o efeito estufa.

            No que diz respeito ao futuro da água no planeta, é preciso que, além dos cuidados que rios e lagoas - e por que não também os oceanos? - exigem para evitar a sua poluição, sejam olhadas com todo empenho as normas de utilização dessas águas disponíveis na superfície, bem como as dos recursos hídricos subterrâneos. Neste particular, é obrigatório que se discipline com urgência a exploração e a proteção dessas reservas de água doce, com destaque para o Aqüífero Guarani, que se estende do Brasil até alguns países da América Latina.

            Finalizando, quero chamar a atenção para as oportunidades que o mercado de carbono pode oferecer ao Brasil na busca de recursos que venham propiciar uma participação efetiva no combate ao aquecimento global.

            Era o que eu tinha a dizer, Sr. Presidente.

            Muito obrigado.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 24/08/2007 - Página 28494