Discurso durante a 146ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Homenagem ao Dia do Comerciante.

Autor
Jayme Campos (DEM - Democratas/MT)
Nome completo: Jayme Veríssimo de Campos
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM.:
  • Homenagem ao Dia do Comerciante.
Publicação
Publicação no DSF de 31/08/2007 - Página 29705
Assunto
Outros > HOMENAGEM.
Indexação
  • HOMENAGEM, DIA NACIONAL, COMERCIANTE.

            O SR. JAYME CAMPOS (DEM - MT. Sem apanhamento taquigráfico.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, celebrar o Dia do Comerciante significa comemorar a própria natureza das relações humanas. Antes mesmo de se organizar social ou politicamente, o homem encontrou na atividade mercantil uma maneira de dialogar com seu semelhante. Do escambo, da troca, nasceu o comércio e, com ele, uma noção mais aprimorada de civilização.

            Hoje mesmo, no mais longínquo ponto deste planeta, onde não existe a presença de governos, onde não há a menor perspectiva de desenvolvimento, está lá uma casa comercial lembrando que a sociedade nada mais é que a capacidade humana de ampliar conversações e negociar interesses.

            Falo assim, com indisfarçável paixão, porque conheço bem o comércio. Posso dizer que a gênese de minha formação profissional, e mesmo ética, se encontra nesta atividade. Aos 14 anos de idade comecei a trabalhar numa empresa atacadista, num armazém ou bolicho, como se diz em minha terra. Ali, entre o balcão e as pilhas de secos e molhados, tomei ciência da grandeza humana.

            Aprendi com meu pai, meu querido Júlio Domingos, ou ‘seo’ Fiote para nossos incontáveis fregueses, que a honra e a dignidade residem nas pequenas ações cotidianas. Altivez e decoro são virtudes que se conquistam no dia-a-dia, que se lavam com suor e se edificam com a esperança.

            Caro senador (Mão Santa), político que conhece bem a índole honesta e generosa de nossa gente...

            Um troco feito de maneira correta é uma lição de moral. A pesagem fiel de um produto é uma atitude ética. O fiado é uma medida de confiança no semelhante. Enfim, o próprio labor desta gente manifesta a crença nas relações entre pessoas e nações. Foi da coragem e do destemor destes desbravadores que a humanidade conheceu o apogeu. Na rota das caravanas do passado brotaram cidades e países inteiros; da ousadia dos empresários de hoje, que buscam novas tecnologias comerciais, surge um mundo de novas possibilidades econômicas e profissionais.

            Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, poderia aqui declinar números e fazer projeções sobre o setor, mas prefiro falar dos homens que fazem desta atividade uma das mais importantes para o desenvolvimento das relações econômicas entre as nações. O próprio princípio do comércio está baseado no diálogo, na sensatez e na confiança. Está, portanto, alicerçado nas mais nobres virtudes humanas.

            Dos encantados mascates que povoaram nossa imaginação e nossa infância de lendas e alegrias; dos bolicheiros do meu Pantanal, que fazem de seu pequeno negócio um ponto de convergência social; dos heróicos comerciantes que desafiam guerras e catástrofes e muitas vezes são os primeiros socorros aos vitimados; aos empresários que fazem deste setor o condutor das vias econômicas internacionais: o mercantilismo é a ação vital para o equilíbrio político entre povos e nações.

            Toda esta malha de interesses planetários e de expansão da lógica econômica universal acabam confluindo para o balcão. E aí, neste ponto, dependem do bom senso do homem que está atrás do balcão. Muitas vezes de pouco estudo, mas de uma sabedoria prática irretocável. É a este profissional que dirijo minhas mais sinceras homenagens.

            Muito obrigado!


Este texto não substitui o publicado no DSF de 31/08/2007 - Página 29705