Discurso durante a 150ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Solidariedade às forças militares brasileiras.

Autor
Mão Santa (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/PI)
Nome completo: Francisco de Assis de Moraes Souza
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
FORÇAS ARMADAS.:
  • Solidariedade às forças militares brasileiras.
Publicação
Publicação no DSF de 06/09/2007 - Página 30222
Assunto
Outros > FORÇAS ARMADAS.
Indexação
  • IMPORTANCIA, VALORIZAÇÃO, FORÇAS ARMADAS, DEFESA NACIONAL, APREENSÃO, PRECARIEDADE, CONDIÇÕES DE TRABALHO, EXERCITO, MARINHA, AERONAUTICA.
  • LEITURA, NOTA OFICIAL, COMANDANTE, EXERCITO, REITERAÇÃO, UNIDADE, COMANDO, DEFESA, BRASIL, AUSENCIA, QUESTIONAMENTO, LEGISLAÇÃO, ANISTIA.

            O SR. MÃO SANTA (PMDB - PI. Para uma comunicação inadiável. Sem revisão do orador.) - Senador Alvaro Dias, que preside esta sessão; Senadoras e Senadores; brasileiras e brasileiros aqui presentes e os que nos assistem pelo sistema de comunicação do Senado.

            Senador Jarbas Vasconcelos, não somos Venezuela, nem Cuba, nem Equador, nem Bolívia, nem Nicarágua. Aqui, o povo brasileiro sabe a importância deste Senado da República.

            Mas, atentai bem: mídia. E o Governo... Ô Tião Viana, cadê? Saiu! Eu não sei... Tem gente boa no PT. Eu não vou dizer. O seu irmão, Jorge Viana, aí quando vejo, está aí. É um homem de valor. Mas quando vejo o Globo... Vejam aqui o Ministro da Defesa já fazendo campanha, charges...

            Quero dizer o seguinte: sou Oficial da Reserva do Exército Brasileiro. Fiz o CPOR. A minha geração respeitava e reconhecia o valor da defesa. Olha, este País, a Escola de Engenharia do Exército brasileiro. Lá no meu Piauí, Euclydes Mello, tem dois batalhões de engenharia. As estradas, as pontes, os açudes, eles faziam.

            Quanto à Marinha brasileira - quem não se lembra de Barroso? “O Brasil espera que cada um cumpra o seu dever” -, o último Comandante da Marinha, Júlio Soares, passou aqui e disse que em 2025 acabará a Marinha do Brasil. Este Governo que está aí não comprou uma canoa, ô Euclydes Mello! Os navios que estão aí estão completando, Senadora Rosalba Ciarlini, quase 50 anos! Ô Jonas, Juan Carlo Abadia, esse que entrou aí, esse trambiqueiro, entrou a peito aberto no Ceará, em Viçosa, num veleiro. E ficou lá. Entra-se assim. Cadê a nossa Marinha? O Comandante disse que ela terminará em 2025.

            A Aeronáutica... Ô Alvaro Dias, o sonho da nossa geração era entrar no ITA. Discípulos de Santos Dumont fizeram a Embraer. Os aviões estão sucateados Ninguém sonha mais, Jonas Pinheiro, em ir para a Aeronáutica. As Forças Armadas acabaram. Eu aprendi, Euclydes Mello: “cada macaco no seu galho”. Este aqui, olhem aí - nós que nos orgulhamos das Forças Armadas; sou eu que falo: sou Oficial da Reserva não-remunerada -, acho que este nunca fez. E do PMDB ele não é não. Pelo PMDB ele chegou a ser Deputado, porque era tão forte no Rio Grande do Sul, liderado por Pedro Simon, que, com 10 mil votos, ele foi eleito, naquele voto de legenda. Não tem voto, é sem voto. Desistiu do prometido do seu grupo.

            Mas, atentai bem! O meu Luiz Inácio, que disse que não gosta de ler, não iria ler o discurso de Disraeli, Ministro da Rainha Vitória. Ô Raul Jungmann: Disraeli! Está aí um homem culto, extraordinário Ministro da Agricultura e da Reforma Agrária! Disraeli disse: “Não se queixe, não se explique, não se desculpe. Aja ou saia. O que importa é o resultado”. Aí ele repetiu, roubou essas frases, iludiu, enganou o nosso Luiz Inácio, e criou, recentemente, o maior imbróglio nas nossas Forças Armadas no lançamento de um livro, em que eles condenavam a Anistia - obra do melhor Senador que presidiu esta Casa, Petrônio Portella -, e mandou calarem-se os militares; e a resposta está aqui. Respondo em nome deles. Sou Oficial da Reserva, fiz o CPOR. Tinha - não tem mais - o Tiro de Guerra. Não tem mais. O MST é mais forte do que o Exército brasileiro. Mas, com o Comandante de Exército, Enzo Martins Peri, o Exército dá a resposta. Eles querem tirar “Ordem e Progresso”, Euclydes Mello, e colocar “Desordem e Regresso”; eles querem mudar a cor da Bandeira.

            Passo a ler a Nota:

1. Reuni o Alto-Comando do Exército, em Brasília, no dia 31 de agosto de 2007, para tratar de assuntos de interesse da Força e de fatos recentemente divulgados pela mídia. Com a sua concordância unânime, decidi reafirmar que:

            Falando como Duque de Caxias, como todos os Militares gloriosos.

- o Exército brasileiro, voltado para as suas missões constitucionais, conquistou os mais elevados índices de confiança e de credibilidade junto ao povo brasileiro:

- os Comandantes, em todos os níveis, ensinam, diuturnamente, em nossos quartéis, os valores da hierarquia, da disciplina e da lealdade, os quais têm sido cultuados como orientadores da ação permanente da Força;

- A Lei da Anistia, por ser parâmetro da conciliação, produziu a indispensável concórdia de toda sociedade, até porque fatos históricos têm diferentes interpretações, dependendo da ótica de seus protagonistas. Colocá-la em questão importa em retrocesso à paz e à harmonia nacionais, já alcançadas.

2. Reitero aos meus comandados que:

         - não há Exércitos distintos. Ao longo da História, temos tido sempre o mesmo Exército de Caxias, referência em termos de ética e de moral, alinhado com os legítimos anseios da sociedade brasileira;

- estamos voltados para o futuro e seguimos trabalhando, incansavelmente, pela construção de um Brasil mais justo, mais fraterno e mais próspero.

            Estas são as nossas palavras e a solidariedade deste Senado às forças militares brasileiras.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 06/09/2007 - Página 30222