Discurso durante a 165ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Reflexões sobre o tema "energia".

Autor
Neuto de Conto (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/SC)
Nome completo: Neuto Fausto de Conto
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
POLITICA ENERGETICA.:
  • Reflexões sobre o tema "energia".
Publicação
Publicação no DSF de 27/09/2007 - Página 32901
Assunto
Outros > POLITICA ENERGETICA.
Indexação
  • ANALISE, HISTORIA, IMPORTANCIA, RECURSOS ENERGETICOS, DESENVOLVIMENTO INDUSTRIAL, NECESSIDADE, ENERGIA, ATUALIDADE, MOTIVO, TECNOLOGIA, VELOCIDADE, INFORMAÇÃO, MEIOS DE COMUNICAÇÃO.
  • DEBATE, PRODUÇÃO, ENERGIA, AGRICULTURA, CANA DE AÇUCAR, Biodiesel, MAMONA, PINHÃO, DEFESA, AMPLIAÇÃO, CULTIVO, PRODUTO AGRICOLA, CRESCIMENTO, PRODUTO INTERNO BRUTO (PIB).

O SR. NEUTO DE CONTO (PMDB - SC. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Senador Presidente, Srªs e Srs. Senadores, vou procurar buscar no tema “energia” o início da Revolução Industrial. Foi lá no século XVIII que a sociedade se preocupou e debateu, no mundo todo, o carvão, o vapor e a ferrovia.

Se pularmos um século, a energia voltou a estar presente no processo da evolução industrial: o petróleo, a energia elétrica, e aí se soma a Química. Se pularmos mais um século, chegamos ao fim do século XX, ao início do século XXI e a nossos dias, quando, na ciência e na tecnologia, a inteligência e a competência se fazem cada dia mais necessárias, mais presentes.

Chamo esta de a era da rapidez, a era da velocidade. Podemos comprovar essa rapidez, essa velocidade, pela informação, pela imprensa que adentra nossos lares e, num lampejo, nos traz informação de qualquer fato que aconteça em qualquer parte do mundo. Podemos comprovar também que nosso vizinho de portão deixou de ser nosso vizinho, para termos o vizinho virtual, que adentra nossa sala, residindo em qualquer parte do mundo.

A velocidade e a inteligência se fazem presentes, principalmente quando se analisa a produção de um utensílio doméstico que utiliza 95% de material e somente 5% de inteligência. Mas, se analisarmos um chip de um teleguiado ou de uma televisão, vamos ver que 99,5% são inteligência e somente 0,5% é material.

Dito isso, eu chegaria à energia que se faz presente, mais uma vez, para o desenvolvimento, principalmente da nossa agricultura - essa agricultura que alimenta o País e que representa 36% da balança comercial; essa agricultura brasileira, que faz com que quase todo o superávit da balança comercial seja da exportação primária, da agroindústria e do agronegócio.

Falando da agricultura e da terra que alimenta o País também, gostaria de falar um pouco da energia da cana-de-açúcar, da energia que vem dessa planta mágica, que inicialmente seria para produzir o açúcar e que hoje produz o combustível.

E temos condição, Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, segundo estudos, de abastecer 10% do combustível do mundo, utilizando somente mais 10 milhões de hectares de terra. Essa agricultura, que neste momento está sendo vista pelo universo, pelo clima, pelas águas, pelo solo, pelo homem que trabalha neste País e, principalmente, pela qualidade que poderá produzir do biodiesel, oferece mais uma energia, que chega para desenvolver o País e para dar satisfação à sociedade como um todo.

O biodiesel o Brasil tem condição de produzir, utilizando-se da mamona, do pinhão manso e de uma série de outras atividades. Com ele se poderá, sim, não só abastecer a energia do Brasil, mas também participar da energia do universo.

E muitos de nós nos perguntamos: mas existe terra para tudo? Existe terra neste País, para manter a nossa agropecuária, o café, o cacau, o feijão, o arroz, o trigo, a soja? Existe, Sr. Presidente. Hoje, são 90 milhões de hectares de terras só no cerrado e no Nordeste. São mais 30 milhões de hectares de terras degradadas, abandonadas nos pastos e sem ocupação nenhuma, e mais 20 milhões de hectares de terras que poderão ser incorporadas ou cujo uso poderá ser consorciado com o da produção da bovinocultura, sem se perder nenhuma das produções, certamente as ampliando. .

Temos conhecimento de que a fruticultura quer mais espaço. O reflorestamento e a biomassa querem mais espaço, para produzir mais. Queremos mais espaço para o algodão, atividade quase recente em nosso cerrado - e o mundo está pedindo esse produto!

Não tenho dúvida nenhuma, Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, pois temos terra, gente, clima, sol, qualidade: temos condições de abastecer o Brasil e de participar economicamente, elevando o PIB. Certamente, nos próximos anos, mais de 50% do PIB nacional sairá da terra, do agronegócio, da agricultura e da agroindústria.

Muito obrigado, Sr. Presidente.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 27/09/2007 - Página 32901