O SR. JAYME CAMPOS (DEM - MT. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, quero, nesta oportunidade, cumprimentar o ilustre Senador Valdir Raupp pelo pronunciamento que fez no dia de hoje, mostrando sua preocupação com as queimadas em nossa região.

     Senador Valdir Raupp, na semana passada, fiz um pronunciamento, também, mostrando-me preocupado e apresentando uma proposição ao Poder Executivo para a criação de uma brigada de combate a incêndio. Uma medida para que, com recursos tecnológicos, aviões, caminhões-tanques e com a participação dos entes federados, pudéssemos constituir uma brigada nos mesmos moldes da Força Nacional.

     V.Exª tem toda a razão. Nos últimos dias, tanto em seu Estado quanto no meu, até as aeronaves tinham dificuldades para pouso e decolagem. Entretanto, penso que somente os Estados não têm capacidade suficiente em termos tecnológicos e recursos financeiros.

      Precisamos, realmente, tomar providências nesse sentido, sob pena também de destruirmos a nossa flora e a nossa fauna.

     De tal forma, Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, além de cumprimentar o ilustre Senador Valdir Raupp pelo pronunciamento, eu gostaria também de mostrar aqui a minha insatisfação em relação à votação da indicação do ilustre companheiro Dr. Luiz Antônio Pagot.

     Em um assunto tão importante quanto este, não poderíamos estar aqui, neste noite, por volta das 20 horas, com apenas 37 Senadores comparecendo para registrar o seu voto, uma vez que por aqui passaram hoje, Sr. Presidente, 72 Senadores e, numa matéria tão importante quanto esta, apenas 37 Senadores registraram o seu voto.

     Espero que mesmo aqueles que são contrários à indicação do Dr. Luiz Antônio Pagot venham aqui num gesto de coragem e marquem seu voto, a favor ou contra, até porque é um assunto que está passando a ser enjoativo nesta Casa, tendo em vista que, todos os dias, essa matéria passou a ser quase que a Ordem do Dia por inteiro aqui no plenário do Senado.

     O Dr. Luiz Antônio Pagot já foi sabatinado; a Comissão de Infra-Estrutura já realizou todas as audiências, cumpriu literalmente aquilo que está estabelecido regimentalmente e agora vem para o Plenário e não é votado. Já faz quase seis meses, ilustre Senador Paulo Duque, ilustre Senador Garibaldi, que essa matéria foi encaminhada ao Senado Federal e, lamentavelmente, nada houve até agora de forma completa.

     De tal forma que quero também dizer ao meu Líder José Agripino que sou muito grato a S. Exª, que me liberou e ao Senador Jonas Pinheiro, representantes do Democratas do Estado de Mato Grosso aqui no Congresso Nacional. Sou muito grato. Todavia, quero dizer a V. Exª que sei e reconheço perfeitamente a posição do nosso Partido em relação naturalmente a alguns assuntos inerentes a esta Casa.

     Mas espero que V. Exª, num gesto de amizade, de carinho, de solidariedade conosco do Mato Grosso, sobretudo com o Senador Jonas Pinheiro, com o Senador Jayme Campos, que são fundadores do PFL. Estamos neste Partido desde a sua fundação, meu caro e querido Líder José Agripino. São mais de vinte anos convivendo juntos politicamente. Sou originário do antigo PDS; vim para o PFL; agora, sou Democratas.

     Espero que V. Exª, num gesto de companheirismo, de solidariedade, realmente faça com que o nosso Partido deixe de obstruir nesta noite, liberando a nossa Bancada. Sei do seu compromisso com o PSDB e naturalmente com outras agremiações partidárias, mas tenho certeza de que o nosso Partido também não pode ser pontuado aqui nesta Casa. O nosso Partido estará, com certeza, solidário com tudo aquilo que é da nossa responsabilidade. Mas, especificamente em um caso como este, da indicação do Dr. Luiz Antônio Pagot, está passando para a opinião pública do meu Estado que meu Partido não quer o bem do Mato Grosso e não quer o bem do Brasil. O Dr. Luiz Antônio Pagot - reitero de público minha fala, como fiz na noite de ontem - é um homem probo. Todos os questionamentos e diligências que tinham de ser feitas em relação à sua indicação já foram feitas. Não tem nada, não tem nada. Ora, se tivesse alguma coisa, com certeza, a Comissão de Infra-Estrutura, liderada e Presidida pelo ilustre Senador Marconi Perillo, já teria barrado a indicação de seu nome antes mesmo de chegar ao Plenário.

     Portanto, meus caros Senadores e Senadoras, vamos mostrar um gesto de grandeza e de amadurecimento, votando “sim” ou “não”, mas votando. Vamos dar o quórum suficiente de 41 Senadores. Essa é a minha opinião. Este é o apelo que faço aos meus queridos mestres e professores Tasso Jereissati e Arthur Virgílio: votem “sim” ou “não”, mas acabemos com esse marasmo todo que se criou aqui no Plenário do Senado Federal, para prosseguirmos com outras medidas, com outros projetos que existem aqui para serem votados, sobretudo medidas de interesse de todo o povo brasileiro.

     De forma, Sr. Presidente, meus caros amigos, minhas amigas, estou falando do fundo do meu coração, até porque confesso que me sinto constrangido, tendo em vista que fui Relator desta matéria na Comissão de Infra-Estrutura. E dá a impressão de que foi feito algum cambalacho. Não houve nenhum cambalacho. Dos 23 Senadores presentes naquela Comissão, 19, se não me falha a memória, votaram a favor da indicação do Dr. Luiz Antônio Pagot.

     Ora, vamos dar um basta! Vamos superar as questões políticas, partidárias e pessoais e colocar acima de tudo os interesses do povo brasileiro.

     Muito obrigado, Sr. Presidente. Que me desculpem os demais colegas Senadores.