O SR. AUGUSTO BOTELHO (Bloco/PT - RR. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, eu acredito que a educação é o caminho para o meu Estado, Roraima, crescer com igualdade social - Roraima e o Brasil.

            Por isso, faço questão de apresentar ao Plenário os resultados de Roraima no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), realizado no dia 26 de agosto em todo o País.

            É com pesar que faço este pronunciamento, mas tenho que firmar a idéia, porque penso que esse é o caminho, a educação é o caminho.

            Apesar de ficar em penúltimo lugar no Enem, Roraima elevou a média das notas de 2007 em relação ao ano passado. Segundo os números divulgados pelo Inep, na prova de redação a média de Roraima foi de 52 pontos, contra 45 do ano passado (2006), e na prova objetiva ficou com 43 pontos, contra 31 em 2006.

            Nós crescemos 33% na qualidade, mas infelizmente, apesar da melhora nas médias, meu Estado ainda fica abaixo da média nacional e da regional.

            Srªs e Srs. Senadores, o Enem é composto de uma única prova com 63 questões de múltipla escolha e uma redação. A prova é multidisciplinar e a escala de avaliação vai de 0 a 100.

            A média nacional este ano da prova objetiva foi de 51 pontos. A média da Região Norte foi de 44 pontos. Roraima ficou um pouco abaixo de todas essas médias com apenas 43 pontos.

            Apesar de ainda precisarmos investir principalmente na qualidade da educação que oferecemos às nossas crianças e jovens, Roraima foi o Estado que mais cresceu nos índices do Enem. Demos um salto de 31 para 43 de média. Nenhum outro Estado do Brasil conseguiu subir mais de 33% a sua média.

            Apesar de todas as melhorias na educação que o Governo Lula tem conseguido implementar, principalmente com a ajuda do Ministro da Educação, Fernando Haddad, o Brasil precisa investir ainda mais nessa área. Não precisamos somente de mais dinheiro, faz-se necessário investir na formação do professor, equipar devidamente as escolas, fazer mais laboratórios; é preciso criar alternativas para os alunos com dificuldades de aprendizagem. Enfim, precisamos nos conscientizar de que a educação é a única maneira de criar oportunidades iguais para todos.

            Em Roraima, nós temos uma realidade diferente da do resto do País. Existem muitas escolas nas áreas rurais e também escolas para os indígenas do Estado. Vale lembrar que quase 50% do território do meu Estado é constituído de reservas indígenas. Nas escolas indígenas e nas escolas rurais, um professor dá aula para várias séries. Às vezes, a classe tem 30 alunos, 20 alunos, 10 alunos, mas essas escolas precisam melhorar sua qualidade.

            Creio que uma alternativa para o Estado de Roraima melhorar o nível educacional seria traçar um plano pedagógico de longo prazo para ser seguido pelos próximos dez anos. Qualquer que fosse o governador eleito, ele teria o compromisso de seguir aquele plano pedagógico, e assim tirar o nosso Estado do atraso.

            Nosso País está crescendo, e a demanda por mão-de-obra especializada, por exemplo, é um dos gargalos que encontraremos, caso nosso investimento em educação não acompanhe esse crescimento. Já superamos o momento em que precisávamos colocar todas as crianças na escola; nosso desafio hoje é um ensino de qualidade, que prepare nossas crianças e jovens para uma realidade que exigirá deles a necessária qualificação para encarar os desafios que virão, vontade e disposição para estudar sempre e consciência sobre a importância da educação.

            Roraima é um Estado riquíssimo, cuja brasilidade aflora em sua diversidade cultural, em sua flora e fauna. Há ali um vasto potencial humano, que necessita de boas escolas para se realizar plenamente.

            Não podemos deixar escapar de nossas mãos a oportunidade de utilizar essa riqueza em prol do nosso crescimento, por meio da educação. Só assim estaremos nos preparando, da melhor maneira possível, para um futuro onde o cidadão roraimense poderá, com orgulho, considerar-se verdadeiramente um brasileiro.

            Era o que eu tinha a dizer, Sr. Presidente.

            Muito obrigado.