Discurso durante a 52ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Comentários aos pronunciamentos da Senadora Rosalba Ciarlini e dos Senadores Expedido Júnior e Carlos Dunga.

Autor
Paulo Duque (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/RJ)
Nome completo: Paulo Hermínio Duque Costa
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
CALAMIDADE PUBLICA. DIREITOS HUMANOS. HOMENAGEM. DIVISÃO TERRITORIAL.:
  • Comentários aos pronunciamentos da Senadora Rosalba Ciarlini e dos Senadores Expedido Júnior e Carlos Dunga.
Publicação
Publicação no DSF de 16/04/2008 - Página 9448
Assunto
Outros > CALAMIDADE PUBLICA. DIREITOS HUMANOS. HOMENAGEM. DIVISÃO TERRITORIAL.
Indexação
  • COMENTARIO, PRONUNCIAMENTO, ROSALBA CIARLINI, SENADOR, APOIO, URGENCIA, GOVERNO FEDERAL, EMPENHO, DESTINAÇÃO, RECURSOS, REGIÃO NORDESTE, ASSISTENCIA, POPULAÇÃO, PERDA, HABITAÇÃO, EXCESSO, CHUVA, INUNDAÇÃO.
  • APOIO, PRONUNCIAMENTO, EXPEDITO JUNIOR, SENADOR, PROTESTO, SUPERIORIDADE, VALOR, PAGAMENTO, INDENIZAÇÃO, JORNALISTA, APROVAÇÃO, COMISSÃO, ANISTIA, MINISTERIO DA JUSTIÇA (MJ).
  • SOLIDARIEDADE, PRONUNCIAMENTO, CARLOS DUNGA, SENADOR, HOMENAGEM, HUMBERTO LUCENA, EX SENADOR, ELOGIO, VIDA PUBLICA.
  • REGISTRO, PERIODO, HISTORIA, FUSÃO, ESTADO DO RIO DE JANEIRO (RJ), ESTADO DA GUANABARA (GB).

O SR. PAULO DUQUE (PMDB - RJ) - Sr. Presidente, os três oradores que me antecederam - Rosalba Ciarlini, do Rio Grande do Norte; Expedito Júnior, de Rondônia; e Carlos Dunga, da Paraíba - abordaram matéria de alta relevância, o que me faz acreditar, cada vez mais, que isto aqui é o Brasil. Apesar de todas as mazelas eventuais, as discordâncias, os escândalos que, de vez em quando, são publicados, isto é o Brasil.

A Senadora Rosalba Ciarlini me fez lembrar o livro de Euclides da Cunha: “O Nordestino é antes de tudo um forte”. Não foi ele que disse isso? Não é uma frase imortal do seu livro Os Sertões? E é, pela descrição que fez ali.

E a voz lá de Rondônia, distante, Estado que quero conhecer muito, preocupado com essas indenizações milionárias dos que se julgaram prejudicados pelos movimentos militares. Quero dizer que é preciso muita sublimidade para não ficar com inveja desses milhões - de jeito nenhum - ou ficar deprimido com essas notícias de indenizações pagas a quem se meteu na guerra.

Meu Deus do Céu! Quantas guerras e revoluções houve no Brasil? Inúmeras, amanhã mesmo vamos comemorar a Batalha dos Guararapes. Já imaginaram se os militares de 1935, as vítimas de 1935, de 1937, de 1938, se todos esses militares que faleceram, que foram até assassinados dentro do Palácio Guanabara, se suas famílias fossem pleitear indenizações? O Brasil ia à falência! Não tinha dinheiro para pagar essa gente toda - da Primeira ou da Segunda Guerra Mundial - ninguém mais iria conseguir sobreviver se a isso fosse dado prosseguimento. Espero que seja a primeira e a última vez. Deixa para lá, porque outras revoluções virão. Claro, qualquer país tem os seus movimentos políticos que podem resultar em conflitos armados. Mas e daí?

Sabe, Sr. Presidente, quais foram os mais beneficiados? Devo dizer: os advogados que pegaram essas causas. Não pense que foi de graça. É possível que tenham ganho muito mais do que os próprios autores das ações. Houve advogado que pegou vários e vários e vários... Não sei quanto vai isso. Mas o que eu quero dizer é que não se pode, não se deve ficar com inveja de um eventual dinheiro que entrou de forma transversa no bolso daqueles que se julgaram prejudicados. Não, nada disso.

Rosalba Ciarlini falou sobre os males eventuais do Nordeste, mas o nosso País tem tanta coisa de positivo nesses oito milhões e quinhentos mil quilômetros quadrados, tantas coisas positivas, que vamos deixar os malefícios passarem. E eu falo, porque tudo aconteceu no Rio de Janeiro. Tudo ocorreu no Rio de Janeiro. A dengue começou lá... Eu não conheço ninguém contaminado - eu não conheço, eu. Não conheço nenhum óbito de dengue no Rio de Janeiro. E lá há uma concentração. Quando esteve aqui o representante do Ministério da Saúde, fiz uma simples indagação - V. Exª é médico, Senador Mão Santa, e dos grandes médicos brasileiros, estudou no Rio - eu perguntei: “Existe aqui no Rio de Janeiro cerca de quarenta e quatro mil detentos, internos, nas penitenciárias e eu não vi noticiário nenhum de alguém que tenha sido afetado - afetado, não morto, não ido a óbito - nas penitenciárias do Rio de Janeiro.” Isso é uma coisa que me intriga. Lá há uma grande concentração de gente, o que é favorável à proliferação desse tipo de epidemia.

Finalmente, falou aqui o Senador Carlos Dunga, que eu não conhecia. Recebi um cartão muito simpático. Ele assumiu aqui há pouco tempo e fez um belo pronunciamento, pois é daqueles que se lembram do passado, dos homens que engrandeceram o País, das coisas boas e merece, portanto, a minha admiração. Sou altamente otimista. Ele falou sobre o grande Deputado, um grande Governador do Nordeste, que foi Humberto Lucena, que eu não conheci pessoalmente. Humberto Lucena foi Presidente do Senado Federal aqui em Brasília. Assim o Senador Carlos Dunga mostra sua grandeza de espírito, pois é um homem público que faz questão de relembrar o passado.

Sr. Presidente, confesso que hoje ia falar sobre a fusão do Rio de Janeiro com o antigo Estado da Guanabara. Era o meu tema de hoje. Imagine V. Exª, de repente, o Presidente mandar, por qualquer motivo, uma mensagem fundindo o Estado de São Paulo com o Estado do Paraná, ou o Estado de Santa Catarina com o Estado do Rio Grande do Sul, ou o Estado do Amazonas com o Estado do Pará. Foi o que aconteceu conosco lá no Rio. De repente, o Presidente Geisel manda uma mensagem fundindo o Estado do Rio de Janeiro antigo com o Estado da Guanabara novo, que foi governado por três - para nossa sorte: Carlos Lacerda, Negrão de Lima e Chagas Freitas. A ex-Guanabara teve a sorte de ser governada por três grandes estadistas. Esta foi, realmente, a nossa oportunidade.

Para lhe dar um exemplo, não fosse Chagas Freitas, que foi Deputado Federal muitos anos, o primeiro metrô do Brasil não teria saído. Foi o primeiro metrô do Brasil. As forças econômicas dos transportes, poderosíssimas, tudo fizeram para impedir que as obras do metrô fossem iniciadas e que se desse continuidade a elas. Foi inaugurado o primeiro trecho por Chagas Freitas e pelo General Geisel. Mas isso é uma outra história, mais longa, que exige mais tempo da tribuna e mais paciência dos Senadores.

Por isso, Sr. Presidente Romeu Tuma, ao me despedir da tribuna, quero lembrar apenas que falei sobre as palavras do Senador Expedito Júnior, da Senadora Rosalba Ciarlini e também do novel Senador Carlos Dunga.

Muito obrigado. 


Este texto não substitui o publicado no DSF de 16/04/2008 - Página 9448