O SR. SÉRGIO ZAMBIASI (PTB - RS. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente Flexa Ribeiro; meu conterrâneo, colega e amigo Senador Paulo Paim, autor do requerimento desta sessão especial em homenagem ao aposentado do serviço público, que eu poderia dizer que é uma sessão em homenagem aos trabalhadores de todo o Brasil, aos futuros aposentados, àqueles que buscam também alcançar os benefícios por que esse grupo está lutando.

Na realidade, estes homens e mulheres aqui presentes representam exatamente essa parcela da população de trabalhadores que não se conformou e não se conforma com o tratamento que vem recebendo historicamente - não falo de hoje, mas do que vem acontecendo -, especialmente quando caminha para o momento em que deveria ser premiado por todo o esforço que fez em sua vida para construir um Brasil melhor, não para si, mas para aquelas gerações que estão chegando.

Esta sessão também poderia ser em homenagem ao nosso Senador Paulo Paim. Além de conterrâneo, iniciamos nossa vida política, nossa vida pública, e da mesma região. Ele é de Caxias do Sul, eu da região do Vale do Taquari, Encantado, porém a cidade que nos abrigou, e nos abriga, na região metropolitana, é Canoas. Temos vínculos muito próximos e origens também muito próximas e, portanto, compromissos idênticos nessa caminhada em defesa dos trabalhadores. A luta deve partir daí. 

E me permitam abrir um pequeno parêntese aqui pela coincidência que está acontecendo, de um lado lamentável e de outro seguramente pela vida longa e privilegiada que teve, para dizer que nós, no Rio Grande do Sul, perdemos ontem a nossa querida atriz Carmen Silva, nascida em Pelotas em 16 de abril de 1916. Ela se destacou em inúmeros trabalhos, mas em um especialmente, Senador Paulo Paim, chamou a atenção de todo o Brasil pelo tratamento dado aos idosos. Todos nós estamos muito bem lembrados da participação dela na novela Mulheres Apaixonadas, da TV Globo, em 2003, quando ela exerceu um papel fundamental no sentido de denunciar a forma como nós, brasileiros, tratamos os nossos idosos e - por que não? - os nossos aposentados. Ela merece, neste momento, uma citação especial. (Palmas.)

Ela nos deixa aos 92 anos de idade como uma figura e um ícone especial em defesa da vida, em defesa dos direitos humanos, pela luta nesse sentido. E nada melhor do que um momento como este, em que um segmento tão importante da nossa sociedade - nossos homenageados, os aposentados - para lembrar um pouquinho da história de uma mulher que lutou muito, em toda a sua vida, também pelos trabalhadores, especialmente pelos aposentados e, muito especialmente, pelos idosos naquele memorável papel em uma de suas últimas novelas.

Enfim, Senador Paulo Paim, quero registrar o esforço que nós aqui no Congresso Nacional estamos fazendo para que os aposentados tenham as conquistas que merecem.

Registro que, há cerca de dez dias, nós conseguimos aqui duas vitórias extremamente importantes, quando aprovamos dois projetos do nosso Senador Paim. Um deles trata do vínculo dos benefícios dos aposentados ao salário mínimo. Tenho convicção de que é uma luta que envolve não apenas o trabalhador da área privada, mas todos os trabalhadores. Esse é um ato de solidariedade e apoio a todos aqueles que caminham na direção da consolidação de direitos e da conquista de novos e melhores espaços para a sua própria vida.

O segundo trata do fator previdenciário, outro aspecto que considero extremamente importante. (Palmas)

O fator previdenciário foi uma das maiores injustiças que se fez aos trabalhadores aposentados no Brasil. Em nome da economia, nós acabamos achatando os salários dos trabalhadores aposentados.

Para quem não conhece esse fator, o nome é pouco técnico, mas em poucas palavras significa dizer que um sujeito que se aposenta na vida privada com dez salários mínimos, em cinco ou seis anos, estará com quatro ou cinco salários mínimos. É uma perda permanente e exige, portanto, a atenção de todos nós, de todos os setores, de todas as lideranças que representam esse segmento tão importante da vida nacional, que são os aposentados e os pensionistas.

Sei que um dos grandes focos da sua luta é a questão da paridade, que recebe a atenção das principais lideranças de todo o País aqui presentes, que trabalham, tendo o Paim como referência e em nós o apoio e toda a solidariedade.

O próprio Ministro da Previdência, Luiz Marinho, disse aqui que tem interesse em buscar uma solução, em trabalhar por uma solução. Ele trabalha, obviamente, dentro da visão de Governo, considerando o orçamento. Temos aqui formas de encontrar soluções adequadas. O próprio Senador Paim, em seus projetos, aponta alternativas para suprir o eventual déficit que é citado na área orçamentária e extremamente contestado, cada vez mais contestado. Quanto mais informações recebemos, mais clara fica a contestação com relação ao tal déficit da Previdência. Ao mesmo tempo, já temos instrumentos, já temos formas de aprimorar as informações de maneira a consolidar essa contestação e sugerir ao Governo alternativas adequadas para superar, Senador Paim, essa eventual dificuldade com a qual nós não concordamos.

Portanto, são lutas justas, acima de tudo lutas contra injustiças históricas, razão pela qual nós não podemos deixar aqui de oferecer o nosso apoio e a nossa integral solidariedade às suas causas.

Parabéns a todos! Bem-vindos!

Parabéns ao Senador Paim pela sua iniciativa!

Conte conosco.

Muito obrigado. (Palmas)