Discurso durante a 64ª Sessão Especial, no Senado Federal

Comemoração do Quadragésimo Oitavo Aniversário de Brasília.

Autor
José Agripino (DEM - Democratas/RN)
Nome completo: José Agripino Maia
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM.:
  • Comemoração do Quadragésimo Oitavo Aniversário de Brasília.
Publicação
Publicação no DSF de 30/04/2008 - Página 10990
Assunto
Outros > HOMENAGEM.
Indexação
  • HOMENAGEM, ANIVERSARIO DE FUNDAÇÃO, BRASILIA (DF), DISTRITO FEDERAL (DF), IMPORTANCIA, CONHECIMENTO, SITUAÇÃO, CIDADE SATELITE, ENTORNO, FUNÇÃO, CAPITAL FEDERAL, INCENTIVO, DESENVOLVIMENTO REGIONAL, ESPECIFICAÇÃO, ABERTURA, FRONTEIRA, AGRICULTURA, PRODUÇÃO, GRÃO, REGIÃO CENTRO OESTE.
  • ELOGIO, ATUAÇÃO, JOSE ROBERTO ARRUDA, GOVERNADOR, DISTRITO FEDERAL (DF), PARTIDO POLITICO, DIRETORIA DE ENGENHARIA DA MARINHA (DEM), DIFICULDADE, DESENVOLVIMENTO, ENTORNO, APLICAÇÃO DE RECURSOS, METRO, ESCOLA PUBLICA, SAUDE, HOSPITAL, BUSCA, ATENDIMENTO, DEMANDA, POPULAÇÃO.

            O SR. JOSÉ AGRIPINO (DEM - RN. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Garibaldi Alves; Governador José Roberto Arruda; Sr. Ernesto Silva, que, com seus cabelos brancos, interpreta a presença maciça neste plenário dos pioneiros de Brasília; Senadores Gim Argello, Adelmir Santana e Cristovam Buarque, de Brasília; meu querido amigo, Vice-Governador e Senador Paulo Octávio; autoridades aqui presentes, minhas senhoras e meus senhores: Governador José Roberto Arruda, a gente que mora em Brasília - e quando digo a gente eu me refiro aos parlamentares - não tem a exata dimensão do que significa Brasília. Brasília é uma cidade que foi idealizada e construída por três luminares: Lúcio Costa, o luminar do urbanismo; Niemeyer, que, quase centenário, é o luminar da arquitetura brasileira e mundial; e Juscelino Kubitscheck, talvez o mais luminar dos políticos brasileiros de todos os tempos.

            Nós não temos a dimensão do que seja Brasília. Nós, que vivemos aqui em Brasília, que moramos no Plano Piloto ou no Lago, não temos a dimensão do que significam Planaltina, Águas Claras, Samambaia, o Entorno de Brasília, para conhecer a realidade de uma cidade construída para ser a Capital e que, na verdade, significa hoje a âncora do Centro-Oeste.

            No feriado de 21 de abril, depois de chegar do meu Estado, no dia seguinte, fui conhecer Pirenópolis. Para chegar a Pirenópolis, você corta um pedaço importante do Entorno de Brasília. Eu não conhecia. E, aí, tomei, Sr. Erasmo, intimidade com o que significa a realidade dura de Brasília. Brasília não é o Plano Piloto, não é o Lago Sul, não é a Praça dos Três Poderes. Brasília é uma cidade que hoje completa 48 anos e que desempenha um papel importantíssimo no Brasil.

            O Centro-Oeste tem duas histórias: uma antes de Brasília e outra depois de Brasília. A produção de grãos, a fronteira econômica nova mais vigorosa do Brasil, que é a fronteira agrícola, foi evidentemente criada pelas oportunidades da terra, do solo, do brasileiro que se fixou em Goiás, em Tocantins, em Mato Grosso, em Mato Grosso do Sul, mas a âncora foi Brasília. Brasília é o ponto de convergência das oportunidades, dos prestadores de serviço e da pobreza que vem para cá.

            Os senhores de cabelos brancos que são os pioneiros sabem muito mais do que eu que essa história é a história real de Brasília. Os senhores que aqui chegaram em 1960, ou até antes, que conheceram a poeira vermelha de Brasília, sabem que Brasília, ao longo do tempo, cresceu, explodiu, e hoje significa um trunfo e um problema. Problema pelo Entorno.

            Governador Arruda, eu não o invejo pelo desafio que tem de governar esta cidade, que é uma belíssima cidade, mas que é um grande problema. Não se aborreça comigo, mas nesse ano e meio de governo V. Exª emagreceu e envelheceu. Tenho certeza de que os quilos que perdeu e as rugas que ganhou deles são credores o povo de Brasília.

            V. Exª, que é do meu partido, que é meu amigo, que é um dos orgulhos do meu partido, que é um homem que, enfrentando todo tipo de adversidade, ganhou - e ganhou no primeiro turno - as eleições, teve a coragem de, nos primeiros dias de governo, abrir mão de sua popularidade. V. Exª foi eleito no primeiro turno e isso significou uma carga de esperança para milhares de brasilienses, e teve a consciência de que ou tomava atitudes drásticas no começo do seu governo e decepcionava até alguns ou frustraria a todos no fim do seu governo; ou tomava atitudes fortes, até contrariando os pobres, ou ao final não seria aplaudido - como sei que vai ser - pelos pobres de Brasília, aqueles que vi no Entorno, em Planaltina, na área mais afastada do centro de Brasília, que é onde estão aqueles que carregam Brasília nas costas, mas que significam a carga de esperança dos que precisam de governo. Sempre disse que rico não precisa de governo. O governo foi feito para pobres, e Brasília é uma cidade onde mora o poder e moram pobres, justapostos, um ao lado do outro.

            Aqui, ouvi o Senador Cristovam Buarque, no seu belo discurso - ele que já foi Governador, e foi um bom Governador -, falar da cidade real. A cidade que deve sensibilizar o governo é a cidade humana. Os recursos de que o governo precisa lançar mão são os recursos para o metrô, para a escola de tempo integral, que são metas do governo Arruda, objetivos para os quais está dedicando atenção especialíssima; para a rede hospitalar, para as unidades de saúde voltadas para os mais pobres. Não vi, até agora, Arruda, uma única menção a uma única obra voltada para a sua promoção pessoal, uma única! Só vejo V. Exª falar de coisas que vão projetar Brasília para o futuro, no que diz respeito ao dia-a-dia dos que fazem esta cidade caminhar, que são os mais pobres.

            É por isso que fiz questão - não estava inscrito - de vir aqui para dirigir estas palavras de expectativa venturosa; de aplaudir V. Sªs, que são os pioneiros de Brasília, os homens de cabelos brancos, e os seus filhos, os seus netos, as suas esposas; de dizer que V. Sªs construíram o orgulho do nosso País, orgulho que é uma espécie de síntese do Brasil. O Brasil que tem a Embraer, a Companhia Vale do Rio Doce, mas que tem as favelas do Rio de Janeiro e os índices de criminalidade que lamentavelmente ostenta. É um País de grandes contrastes, como Brasília é uma cidade de grandes contrastes, que exigem administradores de boa qualidade, para equalizarem oportunidades. Acho que Brasília está bem servida com o Governador Arruda. Brasília tem grandes problemas, grandes desafios, mas conta com V. Sªs, que construíram esta cidade, e com um bom administrador, que, acho, está à altura dos desafios da cidade.

            Quero, portanto, em nome do meu partido, o partido do Governador Arruda, apresentar os meus cumprimentos mais efusivos à cidade, ao seu povo, às suas lideranças mais legítimas, mas também depositar a nossa confiança em que a sua ação administrativa vai dar oportunidade àqueles que são a essência fundamental de Brasília, os imigrantes que vieram do meu Nordeste, principalmente, e os do Norte do País, que transportam esta cidade, que carregam esperanças.

            Tenho certeza de que V. Exª saberá ser o depositário das expectativas do nosso partido, de que Brasília vai ser a cidade que vai interpretar o futuro do Brasil. Que Deus o proteja! (Palmas.)


Este texto não substitui o publicado no DSF de 30/04/2008 - Página 10990