Discurso durante a 124ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Apelo ao Governo Federal no sentido da liberação de recursos aos municípios do Rio Grande do Norte vitimados pelas enchentes. (como Líder)

Autor
José Agripino (DEM - Democratas/RN)
Nome completo: José Agripino Maia
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
CALAMIDADE PUBLICA. ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE (RN), GOVERNO ESTADUAL.:
  • Apelo ao Governo Federal no sentido da liberação de recursos aos municípios do Rio Grande do Norte vitimados pelas enchentes. (como Líder)
Publicação
Publicação no DSF de 04/07/2008 - Página 25477
Assunto
Outros > CALAMIDADE PUBLICA. ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE (RN), GOVERNO ESTADUAL.
Indexação
  • COMENTARIO, PREJUIZO, INUNDAÇÃO, ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE (RN), COMPARAÇÃO, ANTERIORIDADE, SITUAÇÃO, PERIODO, GESTÃO, ORADOR, GOVERNADOR, SUPERIORIDADE, PERDAS E DANOS, POPULAÇÃO CARENTE.
  • DESCRIÇÃO, GRAVIDADE, RODOVIA, SITUAÇÃO, DESTRUIÇÃO, TRECHO, MOTIVO, INUNDAÇÃO, NECESSIDADE, UTILIZAÇÃO, DESVIO, OCORRENCIA, ASSALTO, VIOLENCIA, PROVOCAÇÃO, APREENSÃO, MOTORISTA, ESPECIFICAÇÃO, CAMINHÃO, TRANSPORTE, CARGA.
  • REGISTRO, APROVAÇÃO, SENADO, MEDIDA PROVISORIA (MPV), CREDITO EXTRAORDINARIO, RECUPERAÇÃO, PREJUIZO, INUNDAÇÃO, ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE (RN), CRITICA, INFERIORIDADE, VALOR, CREDITOS, DEMORA, LIBERAÇÃO, RECURSOS FINANCEIROS, SOLICITAÇÃO, GOVERNO FEDERAL, URGENCIA, DISPONIBILIDADE, VERBA, AGILIZAÇÃO, GOVERNO ESTADUAL, BUSCA, SOLUÇÃO.

O SR. JOSÉ AGRIPINO (DEM - RN. Como Líder. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srs. Senadores, vou procurar ser bastante rápido. O que me traz à tribuna hoje é uma questão estadual com conotação nacional.

Quero voltar ao assunto das enchentes que vitimaram os Estados do Nordeste: Piauí, Ceará, com certeza, Maranhão, Paraíba, Pernambuco e o meu Rio Grande do Norte. Eu sei o que é enchente. A seca avisa, e os governantes tomam providências, se preparem para acolher a precisão dos mais pobres. A cheia vem de repente e destrói tudo. Eu já fui vítima disso como governador e sei os momentos de angústia que vivi em Mossoró, no Vale do Apodi. E são sempre os mais pobres os mais atingidos, são os que moram nas áreas mais desprotegidas os primeiros a serem enxotados de suas casas, na beira dos rios; ficam entregues à própria sorte, perdem tudo o que tinham, e tinham pouco, tinham muito pouco: uma casinha de taipa, tamborete, que geladeira nada, que fogão nada. E daí a angústia do governante, como eu vivi angústias, em recuperar os prejuízos decorrentes das enchentes.

Em 85, era governador e, em Mossoró, vivi um drama: tive que construir, com recursos próprios, depois reembolsados pela União, 900 casas em três meses. Naquela época, em 82, isso era tarefa hercúlea. Não esperei que ninguém - ninguém - chegasse com adjutório financeiro para que eu pudesse acudir a necessidade dos que estavam precisando do Governador.

Muito bem! Aconteceu, este ano - decorridos vinte e poucos anos de 1985 para cá -, uma nova enchente, menor do que a de 1985, mas de grandes proporções, que, além de vitimar pequenos agricultores e a atividade produtiva - a fruticultura, indústria salineira, a carcinicultura, que é o cultivo de camarão, que emprega milhares de pessoas -, muitas estradas foram danificadas.

O meu Estado fez um relatório e solicitou R$95 milhões de apoio financeiro para a recuperação dos prejuízos. Nós já votamos uma medida provisória. Com o meu voto, essa matéria foi aprovada, abrindo um crédito extraordinário, neste caso procedente, porque se trata de atender uma urgência, uma calamidade, uma coisa não prevista. Já foi aprovada a medida provisória. E, em vez dos R$95 milhões pleiteados pelo meu Estado, foram anunciados R$15 milhões, que reputo um óbolo. Um óbolo!

Mas pior do que o óbolo é o que está acontecendo no meu Estado. Romperam algumas estradas, mas romperam... E eu falei, ainda ontem, com o Deputado da minha região, região do Alto Oeste, Deputado Getúlio Rêgo, sobre a interrupção das rodovias que ligam Apodi a Caraúbas e que ligam Riacho da Cruz a Itaú. São rodovias estaduais que ligam o Vale do Açu ao Vale do Apodi, no caso de Caraúbas-Apodi, trecho feito quando fui Governador e que se conecta a outro trecho, feito quando fui Governador em outro mandato, de Caraúbas a Açu, ligando o Vale ao Açu ao Vale do Apodi. De Caraúbas a Apodi, a estrada foi seccionada e o trânsito está sendo feito precariamente, por uma iniciativa da prefeitura local, por meio de um desvio.

O trânsito na estrada que liga Riacho da Cruz a Itaú está precário porque ocorreram três interrupções em três pontos diferentes por lavagem da estrada ou por destruição de encostos de pontes ou de grandes bueiros. O que está ocorrendo? Além do trânsito precário, está ocorrendo um problema ligado à insegurança. Os caminhões carregados descem a estrada para seguir o caminho do desvio em baixa velocidade e estão sendo vítimas do banditismo. Além da queda, o coice! Carga roubada, trânsito prejudicado e vidas ameaçadas.

Gostaria de solicitar ao Governo Federal urgência na liberação desses malfadados R$15 milhões. É pouco, mas é ao menos a remessa de um dinheiro que não dará ao Governo do Estado desculpa nenhuma para que deixe de fazer a sua parte: a recuperação urgente...

(Interrupção de som.)

O SR. PRESIDENTE (José Nery. PSOL - PA) - Senador José Agripino, concedo mais um minuto para que V. Exª possa concluir o seu pronunciamento.

O SR. JOSÉ AGRIPINO (DEM - RN) - Concluo em um minuto.

Urgência para que esses recursos cheguem e o Governo do Estado faça sua parte, que é a sua obrigação.

Ainda mais, que o Estado do Rio Grande do Norte faça como fiz no passado e não fique esperando nem 1 milhão, nem 2 milhões, nem 15 milhões. O Estado dispõe de recursos para fazer a recuperação da interrupção das estradas. Isso não custa o dinheiro do mundo todo. Esse problema está levando vidas à perspectiva da insegurança, cargas à perspectiva do roubo e prejuízo ao trânsito de quem vai e quem vem dentro do nosso Estado.

Eu quero, portanto, manifestar a minha preocupação e o meu protesto pela demora na liberação dos recursos para a emergência das enchentes e pela inação do Governo do Estado, que assiste passivamente às estradas interrompidas sem uma providência efetiva em favor do povo potiguar.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 04/07/2008 - Página 25477