Discurso durante a 134ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Análise de dados do IBGE que apontam o aumento da produtividade brasileira de grãos, com destaque para o Estado de Mato Grosso. Defesa da viabilidade do biodiesel.

Autor
Serys Slhessarenko (PT - Partido dos Trabalhadores/MT)
Nome completo: Serys Marly Slhessarenko
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
POLITICA AGRICOLA. DESENVOLVIMENTO REGIONAL.:
  • Análise de dados do IBGE que apontam o aumento da produtividade brasileira de grãos, com destaque para o Estado de Mato Grosso. Defesa da viabilidade do biodiesel.
Aparteantes
Casildo Maldaner, Jefferson Praia, Pedro Simon.
Publicação
Publicação no DSF de 18/07/2008 - Página 27884
Assunto
Outros > POLITICA AGRICOLA. DESENVOLVIMENTO REGIONAL.
Indexação
  • APRESENTAÇÃO, DADOS, PESQUISA, INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATISTICA (IBGE), MUNICIPIOS, BRASIL, SUPERIORIDADE, PRODUÇÃO, GRÃO, CONGRATULAÇÕES, PREVALENCIA, ESTADO DE MATO GROSSO (MT), COMENTARIO, IMPORTANCIA, AGRICULTURA, AMBITO REGIONAL, SAUDAÇÃO, PREFEITO, VICE-PREFEITO, VEREADOR, POPULAÇÃO.
  • COMENTARIO, PESQUISA, DEMONSTRAÇÃO, AUMENTO, PRODUÇÃO, REDUÇÃO, EXTENSÃO, AREA, PLANTIO, COMPROVAÇÃO, POSSIBILIDADE, CRESCIMENTO, PRODUTIVIDADE, ESPECIFICAÇÃO, COMBUSTIVEL ALTERNATIVO, AUSENCIA, ILEGALIDADE, DESMATAMENTO, PRESERVAÇÃO, NATUREZA, MEIO AMBIENTE.
  • DEFESA, IMPORTANCIA, INVESTIMENTO, AMBITO INTERNACIONAL, AMBITO NACIONAL, TECNOLOGIA, AGRICULTURA, VIABILIDADE, RESTAURAÇÃO, AREA, SITUAÇÃO, DESTRUIÇÃO, SOLO, MELHORIA, QUALIDADE, PRODUTIVIDADE, INCENTIVO, DESENVOLVIMENTO SUSTENTAVEL, PRESERVAÇÃO, MEIO AMBIENTE.
  • ADVERTENCIA, NECESSIDADE, MELHORIA, INFRAESTRUTURA, ABASTECIMENTO, ENERGIA ELETRICA, SISTEMA DE TRANSPORTES, ESTADO DE MATO GROSSO (MT), MOTIVO, DIFICULDADE, LOGISTICA, ESCOAMENTO, EXCESSO, PRODUÇÃO, REGISTRO, PARCERIA, ORADOR, JAYME CAMPOS, GILBERTO GOELLNER, DEFESA, FEDERALIZAÇÃO, RODOVIA.
  • COMENTARIO, DIFICULDADE, PRODUTO AGRICOLA, SUPERIORIDADE, CUSTO, INSUMO, AGRAVAÇÃO, SITUAÇÃO, MONOPOLIO.
  • SAUDAÇÃO, MUNICIPIO, LUCAS DO RIO VERDE (MT), ESTADO DE MATO GROSSO (MT), EFICACIA, PROJETO, AUMENTO, PRODUÇÃO AGRICOLA, AMPLIAÇÃO, POPULAÇÃO, MELHORIA, QUALIDADE DE VIDA.

A SRª SERYS SLHESSARENKO (Bloco/PT - MT. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão da oradora.) - Obrigada, Sr. Presidente.

Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, vou falar um pouco sobre o meu Estado de Mato Grosso, que faz parte da Região Centro-Oeste juntamente com o Mato Grosso do Sul, Goiás e o nosso Distrito Federal. É um Estado que tem uma extensão geográfica gigantesca e uma densidade demográfica ainda muito pequena: o número da população para o tamanho do território ainda é bastante pequeno. No entanto, dizemos sempre desta tribuna que o Estado de Mato Grosso é o grande produtor de soja, é o grande produtor de algodão, é o grande produtor de milho, é o grande produtor de carne bovina.

Hoje trazemos dados do IBGE, porque às vezes falamos e as pessoas podem pensar: “Ah, são palavras de discurso político”.

Trazemos aqui dados.

Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, senhoras e senhores ouvintes, dentre os dez maiores Municípios produtores de grãos do Brasil, sete são do Estado de Mato Grosso. Então, realmente Mato Grosso é o maior produtor de grãos deste País. Não tenho nenhuma dúvida disso.

Está aqui a relação dos Municípios maiores produtores de grãos do Brasil: Sorriso, Mato Grosso; Sapezal, Mato Grosso; Nova Mutum, Mato Grosso; Lucas do Rio Verde, Mato Grosso; Campo Novo do Parecis, Mato Grosso; São Desidério, Bahia; Jataí, Goiás; Primavera do Leste, Mato Grosso; Diamantino, Mato Grosso; Rio Verde, Goiás.

Ou seja, dos dez Municípios maiores produtores de grãos do Brasil, sete estão em Mato Grosso, dois em Goiás e um na Bahia.

O Sr. Pedro Simon (PMDB - RS) - Em todos, Senadora...

A SRª SERYS SLHESSARENKO (Bloco/PT - MT) - Um aparte, Senador.

O Sr. Pedro Simon (PMDB - RS) - Em todos, Senadora, a colônia gaúcha está presente. Nos dez.

A SRª SERYS SLHESSARENKO (Bloco/PT - MT) - Senador Pedro Simon, o senhor é demais! É verdade. A colônia gaúcha lá é muito significativa. Inclusive eu nasci no Rio Grande do Sul, na nossa Cruz Alta.

Dos Municípios aqui elencados, como eu já disse, dos maiores produtores de grãos do Brasil, sete são de Mato Grosso. Por exemplo, o Município de Sorriso, à beira da nossa estrada 163, no meu Estado de Mato Grosso, foi o maior produtor de grãos do País em 2007, com 2,5 milhões de toneladas, segundo informou hoje o IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.

Em segundo lugar, ficou o Município de Sapezal, com 1,596 milhão toneladas. Segundo a pesquisa, o Município de Sorriso também teve no período a maior área plantada, com 809 mil ha ocupados em sua maioria pelas culturas de soja e de milho. Sorriso registrou um aumento de 12,6% na produção, na passagem de safra de 2006 para 2007, em reflexo ao crescimento de 139% na colheita do milho e expansão de 88% na produção.

No ano passado, a produção brasileira de cereais voltou a ter recorde com 133,3 milhões de toneladas de grãos colhidos, quantidade superior em 13,7% à de 2006. A expansão foi possível, segundo o IBGE, graças ao bom desempenho da soja e do milho, cujas colheitas aumentaram em 10,6% e 21,5%, no mesmo período.

O valor total da produção expandiu-se 36,5% em relação ao obtido em 2006 e passou para 55,9 bilhões. Mas esse valor ainda ficou abaixo dos 58 bilhões registrados em 2003. A área plantada, senhores e senhoras - isso é importante -, recuou em 1,5% sobre 2006, pois houve diminuição dos hectares com lavoura de soja em 6,5%. Esse dado é muito importante, Srs. Senadores, por conta de que temos ouvido muito tal discurso por aí, de que o Brasil não pode produzir biocombustível, porque o Brasil vai destruir as florestas, porque o Brasil vai destruir isto e aquilo. E dentro desse biocombustível: biodiesel, H-Bio, etanol e outros.

Mas a prova está aqui. É um dado do IBGE, Srs. Senadores: a área plantada recuou, reduziu e o que aumentou foi a produtividade. A prova está clara de que nós podemos, sim, ser grande produtor de etanol, por exemplo, sem derrubar nenhuma árvore de forma ilegal e sem prejudicar a produção de alimentos. Está aqui a prova de quanto aumentou a produção de alimentos e recuou o percentual de área plantada.

Quanto ao total produzido no ano passado, 43,5% foi de soja; 38,9%, de milho; 8,3%, de arroz; 3,1%, de trigo; 2,4%, de feijão; 1,9%, de algodão herbáceo; 1,1%, de sorgo granífero e 0,8%, dos demais produtos.

Aqui nós somos três Parlamentares por Estado, independente da população de cada Estado. Cada Estado tem uma representação no Senado Federal de três Senadores ou Senadoras: três por Estado.

Entre os Estados brasileiros, a liderança na produção de cereais, leguminosos e oleaginosas é o Paraná. Paraná está em primeiro lugar e contribuiu com 28% da produção nacional de cereais, leguminosas e oleaginosas, seguido, Srªs e Srs. Senadores, do meu Estado de Mato Grosso, com 18,2%, em terceiro lugar, o nosso vizinho, irmão, Mato Grosso do Sul, com 18,1% de plantio, de produção de cereais, leguminosas e oleaginosas.

É importante a gente falar disso ao Brasil. E diria que é importante que o mundo ouça esses dados, que o mundo tenha acesso a esses dados. São dados do IBGE do dia de hoje; não é história da Senadora Serys Slhessarenko - sempre nesta tribuna - que Mato Grosso é o maior produtor de soja, que Mato Grosso produz isso e aquilo. Com certeza, os outros Senadores - sabemos disso, ouvimos sempre - falam também desta tribuna do seu Estado, o Estado que cada um de nós representa, em termos de produção, seja de grãos, seja de carne, seja de leguminosas, seja de cereais, de um modo geral. Estamos mostrando que o Brasil não está prejudicando o Planeta Terra, em termos de produção de alimentos.

Está aqui quão grande nós somos em termos de produção. E aí, realmente nós nos orgulhamos como mato-grossenses.

Eu dizia há poucos instantes ao Senador Pedro Simon que eu nasci no Rio Grande do Sul, mas sou mato-grossense por opção, tenho título de cidadania cuiabana, título de cidadania mato-grossense por opção, tenho quatro filhos mato-grossenses.

O Sr. Casildo Maldaner (PMDB - SC) - V. Exª me permite um aparte?

A SRª SERYS SLHESSARENKO (Bloco/PT - MT) - Eu sou mato-grossense. Concedo um aparte ao Senador Maldaner.

O Sr. Casildo Maldaner (PMDB - SC) - Congratulo-me com V. Exª, Senadora Serys, aproveitando a carona. V. Exª nasceu em Cruz Alta e eu, em Carazinho.

A SRª SERYS SLHESSARENKO (Bloco/PT - MT) - Somos vizinhos.

O Sr. Casildo Maldaner (PMDB - SC) - Quando eu tinha dois anos de idade, meus pais se mudaram para Chapecó, que fica no oeste catarinense, onde fui criado e, portanto, catarinense por adoção. Essa exposição de V. Exª, sobre a parte oeste do Brasil, essa parte ocidental do sul foi subindo, foi indo, foi indo e o Mato Grosso hoje é campeão de produção de grãos no Brasil. Na época, as famílias que iam para essa região tinham que ser aventureiras para poderem desbravar, avançar. Nós temos muitos catarinenses também nessa região; os filhos vão indo, vão crescendo, vão saindo de casa e vão se aventurando. Veja bem, Excelência, dados importantes: a área de extensão não tem aumentado na produção de grãos. Ressalta-se o crescimento vertical. A senhora faz a exposição pelo sentido tecnológico, pelo avanço, a genética de procurar aumentar da melhor forma, produzir, aproveitar o espaço, o desenvolvimento sustentável, procurando reflorestar onde se abriu muito, quer dizer, fazer o equilíbrio. Quando a senhora fala em biocombustível, isso encanta, porque o pessoal reclama muito que o transporte do diesel, as distâncias percorridas para produzir o biodiesel, os grãos que vão alimentá-lo, tudo encarece o produto. Se pudermos começar a produzir o biodiesel em suas regiões, nas próprias áreas, de acordo com a vocação regional, para que se barateie o custo da produção, será uma saída. Temos de adotar isso no Brasil. O processo está avançando. Até o Presidente Lula prega muito isto: o etanol, o biodiesel, mas de acordo com a vocação da região. Acho que temos de avançar. Quiçá pequenas indústrias de biodiesel em cada região para suprir o que se consome ali com máquinas agrícolas, equipamentos, produção. Vamos fazer com que o custo da produção diminua. Vamos ter um ecossistema melhor e diminuiremos o aquecimento global. Vamos ajudar a fazer com que o seqüestro de carbono também avance. Além disso, a sustentabilidade econômica e social do meio ambiente será extraordinária. Tenho admiração muito grande por Mato Grosso não só porque familiares lá residem, mas também porque tenho duas irmãs que moram em Sinop, onde vou passar o fim do mês. Pretendemos visitar as irmãs, os parentes daquela região, que são vários, compadres e conhecidos do oeste catarinense. Por isso, quero congratular-me com V. Exª por este pronunciamento.

A SRª SERYS SLHESSARENKO (Bloco/PT - MT) - Obrigada, Senador.

Com certeza, o senhor será muito bem recebido no nosso Mato Grosso, na nossa Sinop, que fica a 500 Km da nossa capital, Cuiabá. Sinop é muito próxima de Sorriso: fica a 70 Km. Sinop, com certeza, também é um dos maiores produtores de grãos do Brasil. Não está entre os dez maiores que o IBGE nos apresentou, mas Sinop fica muito próximo de Sorriso, que é o Município apontado pelo IBGE como o maior produtor de grãos do Brasil.

Com certeza, nossa Sinop, Itaúba, Alta Floresta, Colíder, Guarantã, Peixoto de Azevedo, Matupá, Terra Nova, Santa Helena, todos esses Municípios, à beira ou muito próximos da 163, são grandes produtores de grãos também.

Mas o senhor faz uma colocação muito importante, Senador, quando fala - e nós reforçamos aqui - na questão da tecnologia. Nós podemos produzir muito mais do que estamos produzimos - repito aqui - sem derrubar nenhuma árvore de forma ilegal. Podemos produzir muito mais em termos de alimentos do que produzimos hoje e termos outras alternativas que não essas que produzimos hoje. Para isto, basta que a gente restaure áreas já degradadas e tenha tecnologia para aumentar a produtividade - menos terra ocupada com muito maior produtividade e qualidade na nossa produção.

Mas isso tem de ser uma política em que o mundo deve se envolver, e não apenas o Brasil. Nós temos o nosso papel e o estamos cumprindo. Tenho ido a fundo nessa questão de discussão, de debate e de embate em nível internacional, porque estamos dando e vamos continuar dando a nossa contribuição para aumentar muito a produção de alimentos, promovendo o desenvolvimento econômico e melhorando a qualidade de vida do nosso povo, mas com sustentabilidade ambiental. E aí entra a questão da tecnologia, além de outras sobre as quais temos de aprofundar a discussão.

Concedo um aparte ao Senador Jefferson Praia.

O Sr. Jefferson Praia (PDT - AM) - Obrigado, Senadora Serys Slhessarenko. Fico contente em perceber no depoimento de V. Exª a preocupação que tem com a produção de alimentos no nosso País, dando destaque à preocupação com a questão ambiental. Acho que o caminho é esse. Queremos continuar produzindo, o Brasil tem um potencial fantástico nessa área, e isso não pode ser deixado de lado. Percebo, nesta Casa, a grande preocupação que temos quando tratamos dos assuntos relacionados à continuidade da produção, ao aumento da produção, e a preocupação com os problemas que aqueles irmãos nossos que estão lá na ponta, produzindo, enfrentam, pois, muitas vezes, eles não estão numa situação em que possam se adequar à realidade das normas ambientais, das leis que aparecem. O desafio é enorme, mas percebo o interesse de V. Exª em contribuir para que possamos ter um país cada vez melhor dentro do contexto do aumento da produção de alimentos tendo em conta também a questão do ambiente, que não é só uma preocupação relacionada à Amazônia. O Estado de V. Exª também está dentro desse contexto...

A SRª SERYS SLHESSARENKO (Bloco/PT - MT) - Uma parte está na Amazônia.

O Sr. Jefferson Praia (PDT - AM) - Uma parte está na Amazônia, mas o problema é do Brasil inteiro. Nós temos, aqui, falado muito, quando se trata de meio ambiente, com os olhos voltados somente para a Amazônia, mas a questão do meio ambiente é nacional, de todos os Estados, e muita coisa está acontecendo de forma inapropriada em outros Estados que não são da Amazônia. Mas o desafio está aí, esta Casa tem debatido, tem discutido, e o pronunciamento de V. Exª engrandece mais a questão relacionada à produção de alimentos e a questão ambiental. Parabéns pelas posições.

A SRª SERYS SLHESSARENKO (Bloco/PT - MT) - Parabéns a V. Exª, Senador, cuja postura é da maior relevância com relação à necessidade daquilo que estamos dizendo: desenvolvimento econômico com sustentabilidade ambiental.

Quer dizer, nós só podemos realmente crescer e termos vida saudável se conseguirmos fazer com que o desenvolvimento econômico avance com sustentabilidade ambiental, ou seja, considerando que a proteção ao meio ambiente é fundamental, senão a vida estará comprometida. Aí, não adianta termos lucro, mais lucro, mais lucro, com uma vida comprometida.

Caminhando para encerrar nossa fala, eu gostaria de saudar todos os Municípios do meu Estado de Mato Grosso, alguns com esforço sobre-humano, com dificuldades gigantescas de acesso à energia. Ainda há algumas dificuldades com relação à energia, apesar de ter melhorado muito. Ainda temos dificuldades nas nossas estradas, até porque a produção é tão grande.

Por mais que tenhamos conseguido avançar... Agora mesmo, nós Senadores de Mato Grosso, em conjunto, independentemente da sigla partidária - eu, como Senadora do PT; o Senador Jayme Campos, do DEM; o Senador, de saudosa memória, Jonas Pinheiro, do DEM; agora, seu suplente, Senador Gilberto Goellner, do DEM -, independentemente da coloração partidária, nós estamos trabalhando muito no sentido da federalização de mais quatro mil quilômetros de estradas em Mato Grosso, por conta de, com a gigantesca produção do nosso Estado, precisarmos de mais infra-estrutura, principalmente para o escoamento. Aí entra rodovia, entra ferrovia, que também está se expandindo de maneira lenta, mas está avançando. E temos outras questões para discutir, como, por exemplo, o escoamento possível no caso do biocombustível. Aí vamos ter, com certeza, que partir, de alguma forma, para os dutos, sob pena de não conseguirmos fazer esse escoamento. Fica aquela história de quem veio primeiro: a galinha ou o ovo? Faz o duto ou produz o biocombustível? Produz o combustível para então fazer o duto?  
E assim a situação está ficando meio complicada.

Mas eu dizia aqui que saúdo todos os 141 Municípios de Mato Grosso pelo esforço que muitos têm que fazer, um esforço às vezes quase sobre-humano para a sobrevivência de suas populações com o mínimo de dignidade, em decorrência das dificuldades existentes, de distância e outras mais.

Eu gostaria de repetir que hoje saiu este dado do IBGE de que, dos dez municípios maiores produtores de grãos do Brasil, sete são de Mato Grosso, dois são de Goiás e um é da Bahia.

De Mato Grosso, quero saudar aqui os Srs. Prefeitos, Vice-Prefeitos, os Vereadores, as Vereadoras, as autoridades locais, mas muito especialmente a população e os produtores de grãos de Sorriso, que é o Município maior produtor de grãos do Brasil; em segundo lugar, Sapezal; em terceiro lugar, a nossa Nova Mutum, bem próxima de Cuiabá, a 200 e poucos quilômetros; Lucas do Rio Verde, em quarto lugar; em quinto lugar, Campo Novo do Parecis; em oitavo lugar, Primavera do Leste; e, em nono lugar, Diamantino. Esses são os sete Municípios maiores produtores de grãos do Brasil. Em sexto lugar, São Desidério, na Bahia. Em sétimo lugar, Jataí, em Goiás. Em décimo lugar, Rio Verde, em Goiás.

Quero parabenizar, com muita força, os produtores desses Municípios, a sua população, dizendo da grandiosidade da construção econômica, vamos dizer assim, a partir da produção de grãos desses Municípios, que já está assegurada, mas muita coisa deve avançar. Sabemos das dificuldades que os produtores têm em relação aos insumos, que, em muitas situações, hoje, são quase monopólio e, como tal, estão trazendo grandes dificuldades aos produtores.

São questões grandes que precisamos discutir, e decisões maiores devem ser tomadas para que não exista prejuízo na produção de alimentos em nosso País, porque o mundo inteiro grita pela produção de alimentos, e há aqueles países que têm vocação, como disse o Senador Casildo Maldaner - desculpe-me; seu sobrenome é complicado, mas não posso falar de sobrenome complicado. O Brasil tem vocação para produzir alimentos? Tem, sim. O meu Mato Grosso tem sobremaneira. Então, vamos definir políticas para que possamos ser realmente um grande produtor.

Pois não, Senador.

O Sr. Casildo Maldaner (PMDB - SC) - Tanto é que, para Lucas do Rio Verde, em função dos grãos, está indo um grande complexo, cuja origem é catarinense, que é a Sadia. A Sadia vai instalar um grande complexo industrial de carnes em Lucas do Rio Verde. Já está começando, aliás. É bom que se frise que vai ter a questão da poluição zero. Será um negócio dos mais modernos que existem no Brasil na industrialização de carnes e que vai se instalar em Lucas do Rio Verde. Por quê? Porque há grãos, há matéria-prima. Uma coisa chama outra. Ninguém mais segura Lucas do Rio Verde, como não segura mais o Mato Grosso de V. Exª.

A SRª SERYS SLHESSARENKO (Bloco/PT - MT) - Aproveitando e encerrando, Lucas do Rio Verde vai ter a sua população dobrada, triplicada rapidamente. É uma coisa espantosa.

O Lucas Legal está lá e é um grande projeto, de quando o atual Deputado Otaviano Pivetta foi Prefeito, tendo sido por duas vezes no Município Lucas do Rio Verde, que V. Exª aborda aqui.

Lucas Legal é um projeto que merece ser conhecido não só por todos os mato-grossenses, mas por todos os brasileiros e no âmbito internacional também. Se o Lucas Legal é possível, eu diria que o Mato Grosso Legal também é possível, mas ele precisa ser conhecido, entendido e compreendido, para que realmente a transformação se dê para valer em termos de mudança de qualidade de vida de todos os brasileiros que vivem no nosso Mato Grosso e no Brasil.

Obrigada.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 18/07/2008 - Página 27884