Discurso durante a 155ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Registro de que S.Exa. relatou hoje, na Comissão de Ciência e Tecnologia, o Projeto de Decreto Legislativo 191, de 2008, que concedeu licença definitiva para o funcionamento da rádio Liberta Bailique FM, no arquipélago do mesmo nome, no Estado do Amapá.

Autor
Gilvam Borges (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/AP)
Nome completo: Gilvam Pinheiro Borges
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
TELECOMUNICAÇÃO.:
  • Registro de que S.Exa. relatou hoje, na Comissão de Ciência e Tecnologia, o Projeto de Decreto Legislativo 191, de 2008, que concedeu licença definitiva para o funcionamento da rádio Liberta Bailique FM, no arquipélago do mesmo nome, no Estado do Amapá.
Publicação
Publicação no DSF de 28/08/2008 - Página 35335
Assunto
Outros > TELECOMUNICAÇÃO.
Indexação
  • SAUDAÇÃO, DECISÃO TERMINATIVA, COMISSÃO, CIENCIA E TECNOLOGIA, RELATOR, ORADOR, APROVAÇÃO, PROJETO DE DECRETO LEGISLATIVO, LICENÇA, FUNCIONAMENTO, EMISSORA, RADIO, GRUPO, ILHA, RIO AMAZONAS, ESTADO DO AMAPA (AP), IMPORTANCIA, DESENVOLVIMENTO, COMUNICAÇÃO SOCIAL, PRESTAÇÃO DE SERVIÇO, COMUNIDADE, COMBATE, ISOLAMENTO, DETALHAMENTO, CARACTERISTICA, POPULAÇÃO, LOCAL, PROXIMIDADE, OCEANO ATLANTICO.

            O SR. GILVAM BORGES (PMDB - AP. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Exmº Sr. Presidente, Senador Cícero Lucena, que brilha, hoje, presidindo e conduzindo os trabalhos desta Augusta Casa, Exmºs Srs. Senadores e Senadoras, é com muita alegria que nós assumimos a esta tribuna para falar de um assunto que é de maior importância para a nossa região. Estou falando de Amazônia, de Amapá.

            Na manhã de hoje, eu tive o prazer de relatar, na Comissão de Ciência e Tecnologia, em caráter terminativo, o Projeto de Decreto Legislativo - PDS 191/2008 - que deu licença definitiva para o funcionamento da rádio Liberta Bailique FM, no arquipélago do mesmo nome, no Amapá.

            À primeira vista, pode parecer um assunto menor para ser tratado na tribuna desta Augusta Casa; mas, apenas, aparentemente. Porque todos nós, cuja atividade está próxima da opinião e da comunicação públicas, sabemos da importância, indiscutível, do rádio na informação e desenvolvimento de um país continental como o nosso. Primeiro, porque o rádio chega aonde a TV não vai. É prático e portátil e está em 98% das casas, enquanto a TV, em apenas 75%. E mais: o horário nobre do rádio dura 13 horas, enquanto o da TV apenas três.

            Afora isso, existem questões próprias, relativas à cultura, meio ambiente, saúde que são específicas de cada lugar ou região. Essas nuances e esses serviços só podem ser prestados pela rádio, que vai unir e difundir o que os acidentes geográficos e de percurso dificultam e separam. V. Exªs não podem imaginar o serviço primoroso que uma rádio comunitária pode prestar ao Arquipélago de Bailique. E para isso eu preciso descrever o que são oito ilhas e 48 comunidades até então praticamente isoladas do próprio Estado do Amapá e do Brasil.

            A natureza é indomada, quase intocável, a chuva é recorrente, o calor é freqüente. São dez horas de barco rio Amazonas adentro para se chegar ao arquipélago, onde vivem mais de oito mil pessoas. São 1.700 quilômetros de área, incluindo água e continente. A fartura de peixes e açaí se reflete nos rostos de um povo bonito e saudável.

            A proximidade do oceano Atlântico faz com que as mares encham e vazem, dando a impressão de variação

            Essa variação muda o visual do rio a cada instante, especialmente nas regiões dos igarapés. Tudo é especial: ver a lua cheia nascer no rio, o esplendor da selva, ouvir os sons da mata, as crianças brincando, os pássaros voando, as estrelas...

            Agora, com a rádio, o arquipélago vai contar com serviços de mensagens, recados, anúncios de festas tradicionais e, tão importante quanto, vai ter acesso ao noticiário e se inteirar do que acontece com o resto do Brasil e do mundo.

            Como eu dizia, Sr. Presidente, pode parecer um acontecimento menor ou prosaico mas, para aquela comunidade de Bailique, que eu conheço bem, a chegada da rádio, com atraso de tantos anos em relação ao resto do Brasil e do mundo, não é apenas um motivo de festa, é o início dos tempos modernos.

            Sr. Presidente, que festa e que importância é a chegada da rádio comunitária de Bailique! Eu estive pessoalmente dando assistência e apoio àquela associação e à comunidade de um modo geral, que dá importância estratégica à rádio que interliga todos os povos hoje. Sem dúvida é o coração da cidade, é por onde batem as notícias, as mensagens de horas a fio, de canoas que se deslocam da principal vila de Bailique acessando todas as outras 48 comunidades que compõem o grande arquipélago do Bailique.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 28/08/2008 - Página 35335