Discurso durante a 186ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Homenagem pelo transcurso, em 12 de outubro, de dois séculos de existência do Banco do Brasil.

Autor
Augusto Botelho (PT - Partido dos Trabalhadores/RR)
Nome completo: Augusto Affonso Botelho Neto
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM. BANCOS.:
  • Homenagem pelo transcurso, em 12 de outubro, de dois séculos de existência do Banco do Brasil.
Publicação
Publicação no DSF de 10/10/2008 - Página 39347
Assunto
Outros > HOMENAGEM. BANCOS.
Indexação
  • HOMENAGEM, ANIVERSARIO DE FUNDAÇÃO, BANCO DO BRASIL, COMENTARIO, HISTORIA, CRIAÇÃO, DIVERSIDADE, ATUAÇÃO, APOIO, DESENVOLVIMENTO SOCIAL, IMPORTANCIA, ENTIDADE, INICIO, DISTRIBUIÇÃO, REAL, BRASIL.
  • COMENTARIO, IMPORTANCIA, ATUAÇÃO, BANCO DO BRASIL, PROGRAMA DE INCENTIVO, DESENVOLVIMENTO, AGRICULTURA, PROPRIEDADE FAMILIAR, REGISTRO, PARTICIPAÇÃO, PLANO DE ASSISTENCIA, INICIATIVA, MINISTERIO DO DESENVOLVIMENTO AGRARIO, FACILITAÇÃO, CREDITO AGRICOLA, PEQUENO PRODUTOR RURAL, AQUISIÇÃO, EQUIPAMENTO AGRICOLA, APOIO, PROGRAMA NACIONAL, PRODUÇÃO, UTILIZAÇÃO, Biodiesel.
  • REGISTRO, CONTRIBUIÇÃO, BANCO DO BRASIL, MELHORIA, QUALIDADE DE VIDA, POPULAÇÃO, IMPLEMENTAÇÃO, TECNOLOGIA DIGITAL, UNIVERSIDADE FEDERAL, ESTADO DE RORAIMA (RR), INVESTIMENTO, EDUCAÇÃO, COMUNIDADE INDIGENA, PARCERIA, SECRETARIA DE ESTADO, AGRICULTURA, MINISTERIO DA AGRICULTURA PECUARIA E ABASTECIMENTO (MAPA), MINISTERIO DO DESENVOLVIMENTO AGRARIO, DEBATE, PRODUÇÃO, LEITE, REGIÃO.
  • EXPECTATIVA, AMPLIAÇÃO, INVESTIMENTO, BANCO DO BRASIL, ESTADO DE RORAIMA (RR), MELHORIA, DESENVOLVIMENTO REGIONAL, COMENTARIO, PROJETO, AUTORIA, ORADOR, CONSTRUÇÃO, HABITAÇÃO POPULAR, FARINHA, ZONA RURAL, AREA, COMUNIDADE INDIGENA.
  • REITERAÇÃO, IMPORTANCIA, BANCO DO BRASIL, DESENVOLVIMENTO NACIONAL, SAUDAÇÃO, CENTENARIO, ENTIDADE.

            O SR. AUGUSTO BOTELHO (Bloco/PT - RR. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador) - Obrigado, Sr. Presidente.

            Sr. Presidente Mão Santa, Srªs e Srs. Senadores, uma instituição se valoriza, sem a menor sombra de dúvida, com a tradição; adquire respeito e confiabilidade quando demonstra que é capaz de sobreviver às crises e tempestades no ambiente no qual atua e manter-se vigorosa.

            Quando mencionamos o nosso Banco do Brasil, é isso que pode ser observado.

            Exatamente no dia 12 de outubro, o Banco do Brasil completa dois séculos de existência, Senador Mão Santa, criado que foi nesse dia, em 1808, por alvará do Príncipe-Regente D. João.

            Apesar da história um tanto conturbada no início, com dificuldade de subscrição das ações colocadas à disposição dos investidores, o Banco do Brasil superou, com galhardia, os primeiros obstáculos, inclusive o elevado saque efetuado pela Família Real para o seu retorno à Portugal em 1821.

            Mas o fundo do abismo propriamente dito pode ser considerado o momento de sua liquidação, em 1833. Apesar disso, foi recriado nesse mesmo ano por uma lei que reestruturou a economia do Império.

            Sr. Presidente Mão Santa, Srªs. e Srs. Senadores, é importante salientar que o Banco do Brasil realiza concursos públicos para o preenchimento de seus quadros de funcionários desde 1854, ano em que realizou o primeiro concurso para o cargo de escriturário.

            Após a Abolição da Escravatura, em 1888, abriu linhas de crédito para que os fazendeiros pudessem atrair imigrantes europeus. Em 1893, foi chamado Banco da República do Brasil, denominação que se manteve até 1906, quando voltou a chamar-se simplesmente Banco do Brasil.

            Sempre sintonizado com os projetos nacionais, transferiu sua sede para Brasília no mesmo dia da inauguração da nova Capital: 21 de abril de 1960.

            Em 1971, quando o País partia para um período de grande desenvolvimento econômico, já contava com 975 agências em todo o território nacional e 14 agências no exterior. Suas ações começaram a ser negociadas na Bolsa de Valores em 1973.

            Há que se destacar também a ação do Banco do Brasil nas mais diferentes áreas de apoio ao desenvolvimento social. Com esse intuito, foi criada, sem fins lucrativos, a Fundação Banco do Brasil, que patrocina ações de cunho social, cultural e desportivo, entre outras.

            Em 1994, o Banco do Brasil, por constituir-se na maior instituição financeira nacional e contar com milhares de agências espalhadas pelo País, foi o responsável pela distribuição da nova moeda, o Real. Em 1998, tornou-se o primeiro banco brasileiro a receber o certificado ISO 9002 e, no momento em que comemora os primeiros dois séculos de existência, apresenta-se como a maior instituição financeira do País, com aproximadamente 25 milhões de clientes.

            O Banco do Brasil, atualmente, procura desincumbir-se da responsabilidade de ser a maior instituição financeira do País. Para isso, esmera-se em atender todos os segmentos do mercado financeiro, em seus mais de quinze mil postos de atendimento (mais de quarenta mil terminais) distribuídos por 3.100 cidades e em mais de 22 países.

            Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, procurei ser sucinto na abordagem desses aspectos históricos, porque o Banco do Brasil tem demonstrado sua importância em todos os momentos, cruciais ou não, da história do Brasil independente.

            Como resultado do pioneirismo e dos investimentos em tecnologia, foi o primeiro a lançar o cartão de múltiplas funções, a lançar a prestação de serviços bancários pelo celular, a comprometer-se com a Agenda 21 Empresarial e a aderir aos Princípios do Equador (um conjunto de critérios sócio-ambientais - criados pelo Banco Mundial e por um conjunto de bancos privados - usados na avaliação de crédito a projetos de infra-estrutura com valor acima de US$ 10 milhões.)

            Sr. Presidente Mão Santa, Srªs e Srs. Senadores, o Banco do Brasil sempre se mostrou o mais sólido pilar de sustentação da agricultura brasileira.

            Quanto aos grandes agricultores, sua ação se faz sentir, invariavelmente, como financiador da produção e da comercialização.

            Mas, atualmente, a instituição vem se destacando no apoio à agricultura familiar, principalmente na aquisição de equipamentos e tratores. Um grande problema, amplamente discutido, era que os produtores familiares não tinham acesso a crédito para adquirir tecnologia. Mas agora, com o Plano Safra Mais Alimentos, do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), esse problema foi solucionado. Além da linha de crédito, de até 100 mil reais, o Mais Alimentos proporciona descontos de 17,5% na compra de tratores, máquinas e implementos agrícolas para serem pagos em até dez anos, com carência de três anos e juros bem abaixo do mercado.

            O Plano, sob a responsabilidade do MDA, reservou R$13 bilhões para a safra 2008-2009 - R$13 bilhões para a agricultura familiar, para a safra 2008-2009, utilizando maciçamente o sistema do Banco do Brasil para desenvolver a agricultura familiar.

            Outro programa de que o Banco do Brasil participa ativamente, que traz inúmeros benefícios à Nação, é o Programa Nacional de Produção e Uso do Biodiesel (PNPB), também sob a responsabilidade do MDA. Esse programa significa, somente em 2008, uma economia de US$600 milhões apenas com a redução das importações de diesel. Mas o maior benefício, certamente, voltar-se-á para os pequenos e médios Municípios, onde a atividade agrícola e as indústrias de biodiesel movimentam a economia local, gerando melhor distribuição de renda e justiça social, Presidente Mão Santa.

            Para a execução desse programa também o Banco do Brasil tem papel de reconhecida importância. Estima-se que 100 mil famílias já aderiram ao Programa Nacional de Produção e uso do Biodiesel, e os produtores de biodiesel têm acesso às melhores condições de financiamento junto aos bancos envolvidos com o desenvolvimento social, destacando-se a atuação do Banco do Brasil na implantação do Programa.

            Atualmente, chama a atenção quando a mídia divulga o resultado positivo dos grandes bancos oficiais. Causa espécie uma coisa que deveria ser considerada normal: um banco ter lucro. Os grandes bancos oficiais, como a Caixa Econômica Federal e o Banco do Brasil, passaram a dar lucro, mas não se pode negar que continuam contribuindo muito para o desenvolvimento social e para o financiamento de atividades que acabam redundando em melhor distribuição de renda.

            A Fundação do Banco do Brasil, por sua vez, mostra sua aptidão para colaborar com o desenvolvimento social das comunidades carentes. Seus programas estão voltados para o desenvolvimento de cooperativas de catadores de papel, para miniagroindústrias e outras. Dessa forma, é possível gerar renda produtiva e garantir a dignidade do cidadão.

            Em Roraima, por exemplo, a Fundação do Banco do Brasil foi responsável pela primeira estação digital aberta à comunidade na Universidade Federal de Roraima, a nossa Universidade Federal.

            Outra ação do Banco do Brasil importante no meu Estado é o investimento na educação dos povos indígenas, assentados da reforma agrária, integrantes de cooperativas e presidiários. O programa BB Educar foi lançado pelo Banco do Brasil em 1992 e há oito anos vem sendo conduzido pela fundação Banco do Brasil. Para este ano, a meta é atender em torno de 50 mil pessoas, em todo o Brasil, incluindo o meu querido Estado de Roraima.

            Mas é na área da agricultura familiar que a Fundação do Banco do Brasil se destaca em Roraima. A Secretaria de Agricultura de Roraima, em parceria com o Banco do Brasil, Ministério da Agricultura e Ministério do Desenvolvimento Agrário conseguiu fazer um amplo debate sobre a produção de leite. A Superintendência local do Banco do Brasil, por sugestão do Secretário de Agricultura Rodolfo Pereira, organizou uma série de eventos a fim de planejar a melhora genética do rebanho local, além de capacitar os pequenos e grandes produtores de leite do meu Estado. Com isso, posso afirmar que a metodologia do desenvolvimento regional sustentável defendida pelo Banco do Brasil está sendo colocada em prática em Roraima com o apoio do Governo Federal e do Estadual.

            Em Rorainópolis existe um programa de ovinocultura organizado pela Federação dos Trabalhadores em Agricultura do Município de Rorainópolis, que já beneficiou quarenta pessoas com fornecimento de matrizes e com treinamento e está na segunda etapa com mais quarenta produtores de ovinos.

            Meu interesse é o de que a Fundação continue fazendo mais ações no meu País e no meu Estado. Espero que ela possa investir cada vez mais em Roraima. Por isso, estou à frente de um projeto, com o apoio da Direção do Banco do Brasil, para levar para o meu Estado uma grande conquista econômica, social e ambiental: é a construção de várias casas de farinha nas áreas rurais e indígenas de vários Municípios. Tenho certeza de que essas casas de farinha irão gerar mais empregos diretos e indiretos no meio rural roraimense, além de possibilitar o abastecimento das mesas dos próprios produtores e dos roraimenses com farinha produzida na região de Roraima.

            É assim, Srªs e Srs. Senadores, que o Banco do Brasil continua contribuindo para a grande missão do Estado, que é assegurar o bem-estar de todos.

            Saúdo, por isso, os dois séculos de existência que serão completados por essa instituição no próximo dia 12, que é um dos maiores orgulhos do povo brasileiro: o Banco do Brasil

            Era o que tinha a dizer, Sr. Presidente Mão Santa.

            Obrigado pela tolerância.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 10/10/2008 - Página 39347