A SRª IDELI SALVATTI (Bloco/PT - SC. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão da oradora.) - Cumprimento o Sr. Presidente, as Srªs e os Srs. Senadores e, de forma muito especial, as nossas crianças, bem como os professores e professoras, particularmente os presentes neste plenário, nesta sessão que, além de homenagear aqueles que cuidam e tratam do futuro do nosso País, tem um tema, Senador Cristovam, muito pertinente e relevante: a questão da inclusão social das crianças do nosso País.

            Nós temos acompanhado, de forma muito atenta, o resultado das políticas públicas de inclusão social. Nós temos evoluído e muito. Os resultados estão aí, apresentando-se com a inclusão, com a mobilidade social, com milhões de brasileiros saindo das classes D e E e incorporando-se à classe C, melhorando a renda. Mas todos os estudos - frise-se: todos os estudos - que tratam das políticas públicas de inclusão social demonstram, de forma inequívoca, que é mais fácil fazer a inclusão do idoso, do adulto do que da criança.

            Se pegarmos o perfil, por idade, das pessoas que estão na extrema pobreza, na miséria, o maior volume é exatamente de crianças. Portanto, temos que continuar reforçando as políticas públicas de inclusão, mas a mera recuperação do salário mínimo, da geração de emprego, da recuperação de renda não é suficiente para fazermos a inclusão dos milhões de crianças do nosso País que estão exatamente colocadas nas faixas de menor renda.

            Por isso, considero corretíssimo quando o Senador Zambiasi propõe que tenhamos prioridade, que adotemos o regime de urgência para os projetos que tratam desse assunto.

            É muito interessante - e não poderia deixar de citar isso aqui - a reação quando o Congresso aprovou - e ainda é opcional, não é obrigatório - a licença-maternidade de quatro para seis meses. Houve manifestação de setores empresariais do nosso Brasil: “Ah! mas isso vai ter um custo! Mas isso vai nos acumular ainda mais despesas e tal”, como se tratar bem e dar a melhor condição para os primeiros meses, que são tão importantes na formação física, mental e psicológica das nossas crianças, tendo o acompanhamento direto da mãe por um período maior, como se isso pudesse ser considerado como custo. Isso é o melhor investimento que podemos fazer, preparando bem, dando a estrutura física, emocional e mental para as futuras gerações, permitindo que a mãe esteja num contato maior, por mais tempo, com a criança após o nascimento.

            Por isso, entendo que é de fundamental importância esta sessão especial. O tema - a inclusão social das crianças do nosso País - é muito importante porque precisamos ter políticas focadas, muito específicas, muito especiais para revertermos a exclusão, o que é muito mais difícil, até porque, efetivamente, o maior volume de indivíduos na condição de menor renda são crianças. Portanto, tem que haver uma política muito especial para isso, que obviamente passa pelas políticas de inclusão das famílias, mas temos que ter um foco especial, específico para as crianças.

            E, por último, para não me estender... Até porque fizemos a sessão e não nos preocupamos com a merenda, não é, Senador Cristovam? A gurizada está aí desde às 10h30min e não teve merendinha ainda na sessão, o que deveríamos ter providenciado, obviamente. Mas quero dizer, como professora, que nós estamos ainda comemorando, e muito - e vamos comemorar ainda mais a partir de 1º de janeiro -, se, em todo o Brasil, nenhum Governador, nenhum Prefeito deixar de cumprir a lei do piso. A Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação está com mobilização nacional marcada para amanhã. Para nós é muito importante que estejamos muito atentos, muito vigilantes nessa luta histórica pela instituição do piso nacional, até porque, Senador Cristovam, aquela nossa meta de nacionalizar a educação... A educação tem que ser uma política nacional. Gosto muito daquele exemplo que V. Exª usa: se a agência do Banco do Brasil é igual em todo e qualquer canto do País, a escola brasileira também tem que ser igual em qualidade, em condição de atendimento.

            Por isso, nós, como professores, estamos comemorando e estamos muito vigilantes para que o piso efetivamente entre em vigor a partir do dia 1º de janeiro.

            Parabéns a todos nós, parabéns a todos aqueles que dedicam a sua vida à educação, à preparação das novas gerações, e o nosso carinho muito especial para todas as crianças brasileiras nesta sessão de homenagem!

            Muito obrigada.

            (Palmas.)