Discurso durante a 190ª Sessão Especial, no Senado Federal

Comemoração do Dia da Criança, com objetivo de se discutir e encontrar meios para inclusão social das crianças do nosso País, e do Dia do Professor.

Autor
Marisa Serrano (PSDB - Partido da Social Democracia Brasileira/MS)
Nome completo: Marisa Joaquina Monteiro Serrano
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM. EDUCAÇÃO. POLITICA SOCIAL.:
  • Comemoração do Dia da Criança, com objetivo de se discutir e encontrar meios para inclusão social das crianças do nosso País, e do Dia do Professor.
Publicação
Publicação no DSF de 16/10/2008 - Página 39786
Assunto
Outros > HOMENAGEM. EDUCAÇÃO. POLITICA SOCIAL.
Indexação
  • HOMENAGEM, DIA, CRIANÇA, PROFESSOR, COMENTARIO, DIVERSIDADE, TRABALHO, EDUCAÇÃO, POPULAÇÃO, ESPECIFICAÇÃO, FAIXA DE FRONTEIRA, ESTADO DO MATO GROSSO DO SUL (MS).
  • APREENSÃO, AUSENCIA, EQUIPAMENTOS, LAZER, ESPORTE, MUSICA, BIBLIOTECA, ESTABELECIMENTO DE ENSINO, CRITICA, DESOCUPAÇÃO, CRIANÇA, SUPERIORIDADE, PERIODO, TELEVISÃO.
  • DEFESA, CRIANÇA, APOIO, PROFESSOR, ENCAMINHAMENTO, CARTA, CONGRESSO NACIONAL, SUGESTÃO, MELHORIA, QUALIDADE DE VIDA, REGISTRO, ENCONTRO, PRESIDENTE, CAIXA ECONOMICA FEDERAL (CEF), SOLICITAÇÃO, AUXILIO, PROJETO, CONSTRUÇÃO, CRECHE, INSTALAÇÃO, EQUIPAMENTOS, ESPORTE, CONJUNTO HABITACIONAL.
  • COMENTARIO, IMPORTANCIA, PROFESSOR, LUTA, MELHORIA, SOCIEDADE, CULTURA, EDUCAÇÃO, POPULAÇÃO.

A SRª MARISA SERRANO (PSDB - MS) - Bom dia a todos.

            O Senador Mão Santa disse, aqui, que venho de Mato Grosso do Sul, mas o meu Partido - é muita honra ser do Democratas - é o PSDB. Sou socialdemocrata.

Quero falar a todos da alegria de estarmos aqui, numa cerimônia capitaneada por uma pessoa que estimo muito, que é o Senador Cristovam.

O Senador Cristovam tem, nesta Casa, se dedicado muito. E oxalá o povo de Brasília pense bem, pois nós não podemos ficar nunca sem o brilho, a tenacidade e a luta que o Cristovam tem encenado nesta Casa e neste País. Nós dependemos muito de que o povo de Brasília esteja ao seu lado nessa sua caminhada, porque o Brasil todo está, tenho certeza.

Eu vim de Mato Grosso do Sul, e o Senador Jefferson Praia falou das pessoas da Amazônia. O Senador Valter Pereira também é de Mato Grosso do Sul. As nossas crianças conhecem muito mais de Geografia do que eu, provavelmente, e sabem onde fica Mato Grosso do Sul.

O meu Estado, também como o Senador Jefferson Praia disse aqui, é um Estado diferente. Ele tem uma área lindíssima, chamada Pantanal, uma região de grandes baias, de grandes lagos e que, nesta época do ano, fica lindíssima e cheia de pássaros. Eles fazem aqueles ninhais em árvores que são berçários de pássaros, que ficam cobertinhas de pássaros nessa época do ano. Belíssimo!

Oxalá as crianças de Brasília possam ser levadas pelos professores, um dia, para visitar o nosso Pantanal.

Ela também é uma região diferente. Lá, há professores que não só trabalham no Pantanal, mas também na fronteira do Brasil com a Bolívia e com o Paraguai. O trabalho do professor de lá é diferente do trabalho do professor de Brasília. Lá, ele tem uma outra cultura interagindo, todos os dias, na sala de aula, e tem o guarani sendo falado por muitas crianças, além dos nossos índios que habitam aquela região.

Eu quis, com isso, dizer como o nosso País é grande, como ele é diversificado e como nós, aqui, temos de olhar não só para o centro do País, mas também para as diversidades que encontramos em cada região do nosso imenso País.

Quero dizer às crianças que estão aqui que tenho uma preocupação. Preocupa-me que as nossas crianças não tenham, aqui em Brasília e em nenhuma região do País, os equipamento de lazer que deveriam ter - para o lazer com segurança. Onde estão os nossos equipamentos de lazer? Não os vejo. Não vejo as pracinhas, as praças em que nossas crianças possam brincar. Não vejo as trilhas que as crianças possam percorrer. Não vejo o lugar das caminhadas das nossas crianças.

Isso é preciso, mas também é preciso que pensemos nos equipamentos esportivos. Ontem, falamos disso. É difícil as escolas terem equipamentos esportivos suficientes para as nossas crianças, não só uma quadra coberta, que geralmente nossas escolas não têm, mas também equipamentos para judô e equipamentos para tantas outras atividades esportivas que nossas crianças querem fazer. Às vezes, nem uma bola as nossas escolas têm.

E os equipamentos culturais então, o que dizer, não só das nossas bibliotecas?

Mas eu gostaria que nossas crianças tivessem, sim, condições de trabalhar a música, que elas tanto amam, que elas tivessem a dança como o local para que elas possam exercitar seu corpo, por meio também da música e da dança. Mas também o teatro, que nem se fala! Também não há equipamentos na escola. Antigamente, algumas escolas ainda tinham um pequeno palquinho para as crianças. Hoje, nem isso tem. O teatro ficou relegado ao esquecimento também.

Mas o que pensar aí do acompanhamento das nossas TVs? Se nossas crianças hoje não têm parquinho, trilha, teatro, música, esporte. Ah! Onde ficam nossas crianças? Na frente da TV. E não estamos, talvez, acompanhando muito todos os programas de TV a que nossas crianças assistem.

Portanto, é uma gama de problemas que temos que resolver.

Esta Casa pode ajudar? Pode.

Mas quero pedir aqui às nossas crianças que escrevam para os nossos Senadores, escrevam para os nossos Deputados. Não precisa ser apenas para os de Brasília. Penso que nossas professoras e professores tinham que fazer um mutirão. Em cada escola de Brasília, em cada escola deste País, aqueles que estão nos vendo e ouvindo através da TV Senado, que escrevam para os nossos Deputados e Senadores, expondo suas sugestões de mudança. Eu fui à Caixa Econômica falar com a Drª Maria Fernanda, uma mulher que, pela primeira vez na história da Caixa Econômica, preside a Caixa, para pedir a ela que nos ajude no projeto que tenho aqui no sentido de que, em cada conjunto habitacional cujas verbas a Caixa intermédia, tivesse pelo menos uma creche para atender a nossas crianças, como obrigatoriedade, e equipamento esportivo completo para atendê-las e atender à população que ali habita. É uma dificuldade! Não consegui sucesso até hoje. Vou continuar brigando, mas, quem sabe, se nossas escolas, no Brasil inteiro, mostrasse ao Congresso Nacional, mostrasse às Assembléias Legislativas dos seus Estados, mostrasse às Câmaras de Vereadores dos seus Estados, mostrasse do que a cidade precisa para que nossas crianças tenham uma vida melhor. Aí, então, eu acho que, com essa pressão - esse exército brigando -, nós teríamos mais sucesso em nossas empreitadas.

Quero dizer aos nossos queridos professores e professoras que vale a pena continuarmos lutando. Há um orgulho enorme de ser professora e há orgulho de lutar pela educação de nosso País.

Com todas as dificuldades, vamos continuar brigando por aquilo em que acreditamos: um País melhor, um povo mais educado e mais culto, e um País que possa socializar, para todos, a cultura e a educação. Essa tem que ser nossa briga, e não vai ser inglória, não, porque nós vamos ver um País cada vez melhor, se continuarmos acreditando na luta que empreendemos e pela qual existimos.

Pelo menos, minha parte é essa. Tenho certeza de que a dos educadores aqui, também.

Deixo aqui um abraço enorme às crianças não só de Brasília, mas às crianças de todo o Brasil que estão nos ouvindo. Um abraço enorme aos professores e professores que continuam, nos mais recônditos rincões de nossa Pátria, acreditando no seu mister. Que Deus nos ouça sempre! Obrigada. (Palmas.)


Este texto não substitui o publicado no DSF de 16/10/2008 - Página 39786