Discurso durante a 223ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Comemoração dos dez anos de atuação da Confederação Nacional dos Jovens Empresários - Conaje.

Autor
Adelmir Santana (DEM - Democratas/DF)
Nome completo: Adelmir Santana
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM. MICROEMPRESA, PEQUENA EMPRESA.:
  • Comemoração dos dez anos de atuação da Confederação Nacional dos Jovens Empresários - Conaje.
Publicação
Publicação no DSF de 26/11/2008 - Página 47645
Assunto
Outros > HOMENAGEM. MICROEMPRESA, PEQUENA EMPRESA.
Indexação
  • HOMENAGEM, JUVENTUDE, ATUAÇÃO, QUALIDADE, EMPRESARIO, COMENTARIO, HISTORIA, MOBILIZAÇÃO, SETOR, DISTRITO FEDERAL (DF), CRIAÇÃO, CLUBE, PARCERIA, FEDERAÇÃO, COMERCIO, INDUSTRIA, INCENTIVO, RENOVAÇÃO, LIDERANÇA, EMPRESA, ELOGIO, CRIATIVIDADE, CONTRIBUIÇÃO, CONSTRUÇÃO, PAIS, ANALISE, DIFICULDADE, IMPORTANCIA, VALORIZAÇÃO, ESFORÇO, MELHORIA, QUALIFICAÇÃO, DIRETRIZ, ENSINO, INICIATIVA PRIVADA, COMBATE, DESEMPREGO.
  • CONCLAMAÇÃO, SENADOR, URGENCIA, APROVAÇÃO, PROJETO DE LEI, APERFEIÇOAMENTO, MICROEMPRESA, PEQUENA EMPRESA, ESPECIFICAÇÃO, FAVORECIMENTO, TRABALHADOR AUTONOMO, PREVISÃO, REDUÇÃO, ECONOMIA INFORMAL, AMPLIAÇÃO, DIGNIDADE, CIDADANIA.

  SENADO FEDERAL SF -

SECRETARIA-GERAL DA MESA

SUBSECRETARIA DE TAQUIGRAFIA 


O SR. ADELMIR SANTANA (DEM - DF. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Senador Epitácio Cafeteira; Senador Marconi Perillo, autor dessa iniciativa, portanto, primeiro signatário do requerimento; Senador Mão Santa; Senador Raimundo Colombo; Senador Neuto de Conto; Senador Augusto Botelho; Exmº Sr. Presidente da Confederação Nacional dos Jovens Empresários (Conaje), Marcelo Azevedo dos Santos, que compõe a Mesa; Exmº Sr. Francisco Pinheiro, Vice-Governador do Estado do Ceará; Exmº Sr. Vereador Virmondes Cruvinel, aqui representando a Câmara Municipal de Goiânia; Sr. Leonardo Bayma, Vice-Presidente da Confederação Nacional dos Jovens Empresários (Conaje); Sr. Rafael Maciel, Diretor-Executivo da Confederação Nacional dos Jovens Empresários; Sr. Eduardo Machado, Presidente do Conselho Empresarial de Jovens Empreendedores da Associação Comercial do Rio de Janeiro; Sr. Paulo Ricardo Genehr, Presidente da Federação das Associações de Jovens Empreendedores do Rio Grande do Sul; Sr. Roberto Jarbas Moura, da Associação dos Jovens Empresários de Rondônia; senhoras e senhores jovens empresários; demais dirigentes de instituições estaduais; Srªs e Srs. Senadores, quero, inicialmente, dizer que é uma alegria muito grande participar desta sessão especial, Senador Marconi Perillo, em homenagem aos jovens empresários do Brasil.

Lembro, com emoção, quando esse movimento começou, aqui entre nós do Distrito Federal, na década de 90.

Em 1998, quando eu era vice-presidente da Federação do Comércio do Distrito Federal, da qual, hoje, tenho orgulho em ser presidente, nós formamos uma das primeiras células dessa natureza, chamada “Clube dos Jovens Empresários” - aliás, vejo, aqui, algumas pessoas daquela época.

Foi um trabalho inovador e extremamente oportuno, feito em parceria com a Federação das Indústrias, com o objetivo de renovar as lideranças empresariais do Distrito Federal e trazer idéias novas, avançadas para o nosso ambiente.

Hoje, essa tarefa é cumprida de forma exemplar pela Associação dos Jovens Empresários do Distrito Federal, aqui representada pelo seu Presidente, o Sr. Flávio Resende, jornalista brilhante e dono de empresa que presta serviço à nossa comunidade - e não vou fazer propaganda da sua empresa, Flávio. Mas, em determinado momento, inclusive, trabalhamos juntos: ele foi nosso Assessor de Imprensa na Federação do Comércio - sinto saudades de sua passagem por lá. Vejo a Elaine Furtado, que também fazia parte desse movimento. Para nós, é sempre de muita alegria e prazer estar diante de vocês hoje na Conaje. Não poderia deixar, portanto, de prestar as minhas homenagens à Associação dos Jovens Empresários do Distrito Federal, com 10 anos de atuação na Confederação Nacional dos Jovens Empresários (Conaje), que representa mais de 20 mil jovens empresários do País, como bem destacou o Senador Marconi Perillo; jovens que fazem a diferença, que transformam idéias em negócios, sonhos em realidade.

Aqui, neste plenário, estão empreendedores de sucesso, que fazem as coisas acontecerem, que não se incomodam nem se intimidam com as dificuldades, que estão focados no futuro, que estão focados nas inovações e que, por isso mesmo, são homens de sucesso - digo “homens” no sentido genérico, incluo também as mulheres. Pessoas que, apesar da pouca idade, mudaram as próprias vidas e as vidas de outras pessoas. Em suma, isto é ser empreendedor.

Ao olhar para cada um dos senhores, jovens empreendedores, vejo a minha própria história - naturalmente iniciada com muito mais obstáculos tendo em vista as dificuldades de formação, Quando freqüentava a escola, a família, a Igreja, não éramos, naquela época, preparados para o empreendedorismo. Quase sempre batiam em nossas cabeças e diziam: “Estuda, menino, para fazer um concurso, ou para arrumar um emprego!”

Hoje, felizmente, creio que aqui nessa plêiade de jovens, todos tiveram passagem pela faculdade, e já com algumas matérias no conteúdo programático sobre empreendedorismo. É a vantagem que eles levam sobre os empreendedores que assim se fizeram não por vocação, mas, muitas vezes, por necessidade. Portanto, ao olhar para cada um dos senhores, vejo, como disse, essa história de empreendedores que venceram.

Eu, que iniciei a vida muito cedo e de forma muito difícil, consegui me incluir - e me incluo - entre aqueles que são vencedores na área do empreendedorismo, e tenho muito orgulho de estar conseguindo cumprir essa meta até hoje, apesar de todas as dificuldades que enfrentei e que enfrento até hoje. Nada se consegue sem esforço, sem muito trabalho e sem estar focado nas metas que a gente efetivamente deseja. Este é o verdadeiro espírito empreendedor, que se mantém vivo pela força de vontade e pela dedicação de jovens como os senhores e como todos os empreendedores do nosso País.

Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, fico muito triste ao ver que ainda há gente que usa a capacidade de criar para o mal. Mas, felizmente, há muito mais gente preocupada em realizar coisas que valorizem a própria vida e a vida de outras pessoas.

Só para se ter uma idéia da capacidade do brasileiro de criar para o bem da humanidade, o Brasil é considerado um dos países mais empreendedores do mundo. Foi classificado em sétimo lugar entre 34 países que foram pesquisados pelo Instituto de Filosofia Global, GEM, no ano de 2004. De cada cem brasileiros, treze são empreendedores. Isso significa que o Brasil tem hoje, aproximadamente, 28 milhões de empreendedores.

Claro que nem tudo são flores. O empreendedorismo exige mais do que idéias, mais do que foco; exige vontade e habilidades. Exige também conhecimento.

Segundo o Sebrae - e temos a honra, como bem colocou o Senador Marconi Perillo, de dirigir o seu Conselho Nacional -, cerca de 27% das empresas brasileiras fecham no primeiro ano de funcionamento. A média é de um fracasso entre quatro novos negócios; e o índice já foi pior: 35% há nove anos.

Mas como não estamos aqui para falar de fracasso, e, sim, de sucesso dos jovens empresários, vale destacar que, no Estado de São Paulo, 18 mil pessoas que abrem uma micro ou pequena empresa têm entre 18 e 24 anos de idade. Pequenos empreendimentos hoje, grandes empresas amanhã. E o melhor: geridas por pessoas que têm como grande vantagem o fato de serem jovens, de terem tempo para errar e corrigir os erros. O jovem tem tempo para praticar, e a prática faz a experiência.

         Mas ainda falta muito incentivo no Brasil para que o jovem desperte seu lado empreendedor. Como eu disse, as escolas, as faculdades do País ainda não enfatizam a formação do empreendedorismo, e sim de funcionários. O mundo caminha cada vez mais na direção da escassez de empregos. Por isso, o investimento na cultura empreendedora pode ser a saída para criarmos mais oportunidades para o ingresso de jovens no mercado de trabalho. Não podemos continuar a formar jovens exclusivamente para serem empregados. É urgente e necessário que nossos jovens sejam formados para serem empreendedores. Caso contrário, o desemprego continuará sendo a realidade da maioria dessa nova geração.

Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, senhores homenageados, no Senado Federal, tenho feito de tudo o que está ao meu alcance para difundir e possibilitar o empreendedorismo para uma parcela cada vez maior da população brasileira. Tenho enfocado isso diuturnamente em todos os momentos.

Aproveito esta oportunidade até para pedir a colaboração e o esforço conjunto de toda a sociedade e dos meus colegas Senadores para que possamos aprovar, ainda nesta semana, o projeto que faz ajustes na Lei Geral da Micro e Pequena Empresa, ampliando seus benefícios e abrangência.

É urgente que se vote essa matéria antes do recesso parlamentar e, se possível, até a próxima quinta-feira. Trata-se de uma matéria suprapartidária, que foi discutida por mais de um ano no Congresso Nacional e que já deveria ter sido aprovada para poder entrar em vigor no ano que vem. Entre os inúmeros benefícios desse projeto está a criação do Micro Empreendedor Individual, o MEI, que vai atender empreendedores com receita bruta de até R$36 mil por ano.

Só o MEI, Sr. Presidente, Srs. Senadores, vai beneficiar mais de 10 milhões de profissionais. São os chamados autônomos, como costureiras, sapateiros, vendedores de picolé ou algodão doce, encanadores, mecânicos, pintores de parede, entre tantos outros que não existem do ponto de vista empresarial. É como se não tivessem o registro de nascimento. Trabalhadores que atuam na economia informal e não têm assegurados seus direitos previdenciários.

A aprovação do projeto, Sr. Presidente, poderá transformar a vida dessas pessoas. Isso é cidadania, senhores. É oferecer dignidade para esses profissionais que deixarão a informalidade e serão chamados de empresários. Isso é empreender, senhores; é fazer acontecer. E é exatamente dessa força de fazer acontecer que mais precisamos em nosso País. Mas precisamos de um fazer acontecer consciente. E os senhores, jovens empreendedores deste País, têm uma responsabilidade enorme nesse processo. Os senhores representam a nova geração que acredita nessa força do empreendedorismo e que faz acontecer em benefício do bem comum. Cabe aos senhores a tarefa de espalhar o espírito empreendedor entre todos os jovens e entre todos os brasileiros.

É nesse aspecto que a Conaje e a Associação dos Jovens Empresários do Distrito Federal merecem todas as nossas homenagens e os nossos sinceros agradecimentos pelo brilhante trabalho que têm desenvolvido na direção de formar novos empreendedores e novos empreendimentos. A atuação dos senhores tem ajudado a solucionar diversos problemas do Brasil, como a pobreza e o desemprego.

         Como Presidente do Conselho Nacional do Sebrae e como empresário, eu não tenho a menor dúvida do poder transformador do empreendedorismo. Acredito que o desenvolvimento do nosso País passa necessariamente pela geração de emprego e renda, por meio do empreendedorismo.

Parabéns, jovens empresários! Vocês estão ajudando a construir um País melhor e uma sociedade mais justa e equilibrada.

         Encerro este pronunciamento com uma frase de um dos maiores empreendedores do mundo, Walt Disney: “Não deixem que os seus medos tomem o lugar dos seus sonhos”.

Era o que eu tinha a dizer. (Palmas.)


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Este texto não substitui o publicado no DSF de 26/11/2008 - Página 47645