O SR. JOÃO PEDRO (Bloco/PT - AM. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador) - Muito obrigado, Sr. Presidente. Pensei que V. Exª fosse falar também dez minutos, mas estava aqui pacientemente aguardando por V. Exª.

Sr. Presidente, Srs. Senadores, Sr^as Senadoras, eu não tenho nenhuma dúvida de que este encontro do Governo Federal com os Municípios é um gesto da Presidência da República, do Governo Federal, no sentido de aproximar as ações dos Governos das administrações municipais, que saíram, bem recentemente, de uma eleição municipal. Isto foi o que acertou o Presidente da República e acertaram os Prefeitos que estiveram aqui em Brasília. Não é a marcha, não podemos confundir. A marcha é um fórum, já faz parte da cultura dos Prefeitos, com data, com a manifestação política dos Prefeitos do Brasil. Este encontro é um encontro da iniciativa do Presidente com os Prefeitos eleitos. Considero, principalmente, para os Prefeitos da Amazônia, avanços significativos por conta dos decretos e das decisões que o Presidente Lula tomou no dia de ontem, apresentando-os no encontro com os prefeitos.

Quero também registrar a presença, há pouco, do Prefeito Antônio Lima, do Município de Caapiranga, e da sua Vice-Prefeita, a Srª Klíssia Queiroz, que estiveram aqui, no plenário, prestigiando a sessão no dia de hoje. Passaram também o Antônio Peixoto, de Itacoatiara, e o Prefeito Nato, de São Paulo de Olivença, cidade no Alto Solimões, quase na fronteira com a Colômbia e com o Peru. São prefeitos que acabaram de sair da última eleição e que estão iniciando os seus mandatos.

Sr. Presidente, a população do Brasil, que é amante do futebol, que aprecia o futebol, vive a expectativa de um segundo passo, porque o primeiro passo foi dado pela Fifa no final de 2008, quando decidiu que o Brasil será a sede da Copa do Mundo de 2014, o que considero importante por conta desta paixão que o povo brasileiro tem com o futebol. A última Copa no Brasil foi em 1950 - a única Copa do Mundo que teve o Brasil como sede.

Então, 64 anos depois, penso que é um gesto importante da Fifa realizar uma competição internacional tão relevante para os amantes do futebol, para o desporto do Brasil e do mundo.

Pois bem, o segundo passo foi a visita dos dirigentes da Fifa a vários Estados do nosso País no sentido de olhar a infraestrutura, os estádios, as ruas, as cidades, hotéis, segurança, iluminação, enfim, comunicação. E a comitiva da Fifa passou por Manaus, passou pelo meu Estado.

Primeiro, espero que a Fifa contemple como sede essa região tão importante para o Brasil, que é a Região Amazônica. Espero que a Fifa faça um evento no Brasil que passe pela marca do futebol, mas que também passe pela marca do verde, da floresta, do Norte brasileiro.

Há uma expectativa grande da população do Amazonas, das suas autoridades, dos dirigentes do futebol do meu Estado, do Governador, dos Deputados Estaduais, dos Deputados Federais, dos Senadores, dos Vereadores e dos Prefeitos de que o Amazonas, Manaus, a nossa capital, seja sede de uma das chaves da Copa do Mundo nessa região tão bonita e tão emblemática para o mundo.

Tomei a iniciativa de remeter uma carta ao Presidente da Fifa, Sr. Presidente, e espero que os meus companheiros do Estado, Senadores, também possam assiná-la. E a referida carta, quero deixá-la nos Anais do Senado.

Passo a ler, Presidente Mão Santa, a carta que faz um apelo para que o nosso Estado seja contemplado como sede:

“Caro Sr. Joseph Blatter,

Primeiramente, agradeço-lhe, em nome do povo amazonense, o empenho e a dedicação da comissão técnica designada pela instituição dirigida por V. Sª no cumprimento da missão de verificar, no Amazonas, nos dias 4 e 5 de fevereiro, a infraestrutura oferecida pela cidade de Manaus a prováveis jogos da Copa do Mundo de Futebol de 2014. Os amazonenses estão certos de que, por intermédio do cumprimento dos acordos assumidos por suas instituições, atenderão, em tempo hábil, a todas as exigências da Fifa para que a cidade se torne sede de jogos dessa competição.

Ressalto, também, que o Amazonas, além da condição estrutural à promoção de megaeventos, acumula larga experiência em parcerias internacionais. O exemplo mais recente é o das que ocorrem com as companhias multinacionais instaladas no Polo Industrial de Manaus (PIM) desde meados da década de 1970. Desse interesse comum resultou uma modalidade de desenvolvimento que, embora ainda concentre emprego e renda na capital, contribuiu para a preservação de 98% da floresta do território amazonense, cujo tamanho é de 1,5 milhão de quilômetros quadrados.

Esses fatos já seriam suficientes para legitimar a decisão dos avaliadores da Fifa em favor de Manaus. Afinal, a floresta amazônica possui riquíssima diversidade biológica e social, constitui-se no maior sumidouro de gases que causam o efeito de estufa e ainda tem função relevante na distribuição das chuvas em vários continentes. Por tudo isso, ela é imprescindível ao equilíbrio ecológico mundial. Os jogos da Copa em Manaus darão mais visibilidade à agenda positiva da Amazônia e sensibilizarão a humanidade a se comprometer com as ações que reduzam o aquecimento global e assegurem a sobrevivência do Planeta.

Mas, Sr. Presidente, é preciso que V. Sª tome conhecimento e considere o principal atributo dos amazonenses: a determinação para realizar grandes eventos com hospitalidade, alegria e muita arte, como o Peladão, maior campeonato de futebol amador do mundo, e o Festival Folclórico de Parintins, que se tornou conhecido no Brasil e no exterior pela competência de transformar o imaginário amazônico em espetáculo midiático de rara beleza.

Por fim, sou-lhe grato, de antemão, pela deferência que dispensa ao Estado do Amazonas e aos seus habitantes, os quais tenho a honra de representar no Congresso Nacional.

Saudações democráticas!

João Pedro Gonçalves da Costa

Senador do Amazonas”

Espero que os Senadores do Amazonas, o Senador Arthur Virgílio e o Senador Jefferson Praia, possam assinar esta carta e que o Brasil faça uma Copa do Mundo não só para engrandecer o futebol, como também estreitar laços de integração e solidariedade dos povos da América Latina, da Europa, da Ásia, da África e da América do Norte.

Obrigado, Sr. Presidente.

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