Discurso durante a Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Transcrição nos Anais do Senado da entrevista concedida por S.Exa., ao Jornal do Dia, em 25 de janeiro último, com reflexões sobre a crise econômica mundial e as próximas eleições gerais do Brasil.

Autor
Antonio Carlos Valadares (PSB - Partido Socialista Brasileiro/SE)
Nome completo: Antonio Carlos Valadares
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
POLITICA ECONOMICO FINANCEIRA. ELEIÇÕES.:
  • Transcrição nos Anais do Senado da entrevista concedida por S.Exa., ao Jornal do Dia, em 25 de janeiro último, com reflexões sobre a crise econômica mundial e as próximas eleições gerais do Brasil.
Publicação
Publicação no DSF de 13/02/2009 - Página 1743
Assunto
Outros > POLITICA ECONOMICO FINANCEIRA. ELEIÇÕES.
Indexação
  • COMENTARIO, TRANSCRIÇÃO, ANAIS DO SENADO, ARTIGO DE IMPRENSA, JORNAL, JORNAL DO DIA, ESTADO DE SERGIPE (SE), ENTREVISTA, ORADOR, ASSUNTO, CRISE, ECONOMIA INTERNACIONAL, EXPANSÃO, ECONOMIA NACIONAL, POSSIBILIDADE, EFEITO, ELEIÇÕES, BRASIL.

  SENADO FEDERAL SF -

SECRETARIA-GERAL DA MESA

SUBSECRETARIA DE TAQUIGRAFIA 


O SR. ANTONIO CARLOS VALADARES (PSB - SE. Sem apanhamento taquigráfico.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, venho à Tribunal do Senado Federal apresentar como pronunciamento lido a entrevista que concedi ao Jornal do Dia, em 25 de janeiro de 2009, domingo, sobre as reflexões da crise econômica e as próximas eleições gerais do Brasil, cujo conteúdo segue, na íntegra, abaixo.

Reflexões sobre a Crise e as Próximas Eleições

Concedi entrevista ao Jornal do Dia (dia 25 passado, domingo), do meu Estado de Sergipe, onde abordo temas como a crise financeira internacional, seus reflexos sobre a economia brasileira, sobre as próximas eleições e, ainda, a respeito do aprendizado que nós políticos podemos ter ao enfrentar as dificuldades oriundas dessa crise. E achei importante transmiti-la aos ilustres Senadores.

Jornal do Dia - O que o governo deveria tentar para livrar o país dessa crise, que já começa a gerar desemprego?

Valadares - Um considerável arsenal anti-crise, antes que ela atingisse o estágio atual, já foi acionado pelo governo. O volume de recursos mobilizados até dezembro do ano passado para enfrentar a crise já ultrapassava R$ 250 bilhões. Este volume colossal de dinheiro foi colocado à disposição do mercado por meio de linhas de crédito, redução do imposto de renda para pessoas físicas, liberação do compulsório e incentivos fiscais. A possibilidade da compra de carteiras de bancos, foi uma medida acauteladora visando a evitar uma crise sistêmica, sem precisar criar o PROER para salvar bancos falidos, a exemplo do que aconteceu no governo anterior. Podemos verificar que aqui no Brasil, que possui um sistema bancário bem regulado e fiscalizado, mais do que nos EUA, não vimos o anúncio de que algum banco tenha fechado as suas portas em virtude da crise. A Caixa Econômica, o BNDES e o Banco do Brasil têm sido os grandes motores no direcionamento de recursos para os mais diferentes setores da economia. A construção de habitações, que tem um grande efeito multiplicador na economia, foi acelerada com a abertura de linhas de crédito mais vantajosas. Embora muitos não comentam, um dos fatores que mais contribuíram para o enfrentamento da crise e o aumento das defesas do país foi o de acabar com o atrelamento da dívida doméstica ao dólar. Cerca de 40% da dívida do Brasil era atrelada ao dólar. Toda vez que subia o dólar, como está acontecendo agora com o solavanco da crise mundial, a dívida nacional também subia. Como o governo é credor em dólar, o valor da dívida cai com a valorização do dólar. Temos reservas internacionais que alcançam a cifra astronômica de U$$ 203,4 milhões as quais criam um grande colchão protetor contra as turbulências financeiras. Hoje o Brasil está muito menos vulnerável às crises internacionais do que em outros períodos, como em 1999, quando zeramos as nossas reservas, isto é, quebramos, e tivemos que recorrer a auxílio externo, do contrário teríamos de decretar mais uma moratória, o que levaria o Brasil ao descrédito perante o mercado mundial, ficando impedido de atrair investimentos produtivos, tão necessários à geração de novos empregos. A crise está batendo à nossa porta e vai durar algum tempo até que seja domada em todo o mundo, mas o Brasil está preparado para exercer o seu papel de uma Nação responsável, que soube construir instrumentos de defesa de sua economia. Ao argumentar dessa forma, não penso nem por um instante em subestimar a crise mundial: ela pode ser a mais séria e mais grave em muitas gerações. Pode haver sério problema de divisas e também de encolhimento do crédito. Se a crise chegar a esta profundidade que muitos especialistas estão imaginando naturalmente, o quadro da economia nacional poderá ficar mais grave. Em especial se houver fuga maciça de capitais, situação que poderia nos conduzir a uma crise imprevisível, por conta do tamanho da nossa dívida pública que seria afetada por esse movimento de capitais para fora. No entanto o governo ainda conta com outros instrumentos. Pode, por exemplo, baixar as taxas de juros, procurar investir mais no PAC, ampliar os serviços públicos ligados a áreas mais carentes e recorrer a todos os mecanismos cambiais, monetários e de macro-economia para não ficar refém da crise.

 

REFLEXOS DA CRISE NAS ADMINISTRAÇÕES

JD - O senhor acha que essa crise pode afetar a boa imagem do presidente Lula? E do governador Marcelo Deda?

Valadares - A sociedade está consciente de que essa crise não foi gerada no Brasil. Nasceu nos Estados Unidos no setor de habitação, contaminou outros setores da economia local e mundial, começando pela quebra de bancos, e agora estende os seus tentáculos para as atividades geradoras de emprego, atingindo países do terceiro mundo como o Brasil, que não está imune. Os governos estaduais e municipais do Brasil, já se ressentem da queda abrupta de receitas, não só dos royalties provenientes do petróleo, como do Fundo de Participação, em decorrência da retração dos investimentos públicos e privados. Todos nós idealizamos em nossas mentes que o bom é voarmos sempre em céu de brigadeiro, sem tempestades nem turbulências. No entanto, é do conhecimento público que a economia global vinha abusivamente funcionando como se fosse um grande cassino. A especulação estava alcançando níveis trilionários. E é claro que isso tudo iria em algum momento esbarrar em seus próprios limites e parece ser justamente o que está acontecendo nesta crise: o esgotamento de uma fase, de um ciclo baseado na especulação. Os países mais ricos, a começar dos EUA estão amargando o vício da economia da agiotagem. Seja como for é preciso um bom piloto para vencer as dificuldades tanto lá como cá. Ao longo desses anos, já mostramos de que somos capazes: derrubamos a inflação, retomamos o crescimento econômico, readquirimos a credibilidade internacional, melhoramos a nossa capacidade de competição e usufruímos o fruto do desenvolvimento com redistribuição de renda mais equitativa, colocando mais comida na mesa do pobre, incentivando a produção e o consumo. Na medida em que possamos salvaguardar o dinamismo de nossa agricultura, da nossa indústria, mesmo que a um crescimento menor -até que os países se recuperem da crise-, não há porque temer a perda de popularidade dos governos de Lula e Déda. Eles estão dando tudo de si para melhorar a vida do povo

COMO FICAM OS CANDIDATOS

JD - Essa crise às vésperas do ano eleitoral pode afetar as candidaturas ligadas aos governos federal e estadual?

Valadares - Quanto a isso prefiro ser otimista. Penso que essa crise não vai afetar nenhuma candidatura, mesmo porque a sua resolução, uma vez que estamos num mundo globalizado, depende muito mais da conjuntura mundial do que da mudança de rumos na política nacional. Acredito que essa crise seja antes de tudo um aprendizado para todos os políticos, principalmente para aqueles que pertencem à ala do quanto pior, melhor. Se alguém pretender alcançar alguma posição de destaque no cenário estadual ou nacional querendo explorar a crise em seu favor vai ser desmascarado e repudiado pelo eleitor. A crise que aí está, se continuar a ser combatida com os instrumentos de que dispõe o governo, terá impacto, sim, mas não a ponto de afetar possíveis candidaturas. Nos Estados, durante a campanha eleitoral de 2010, os temas do interesse local por certo irão dominar os debates. Logicamente que o eleitorado vai querer saber, se a crise continuar, como deverão se comportar os candidatos, caso sejam eleitos, na apresentação de saídas para contornar as dificuldades.

JD - Em Sergipe, dirigentes do antigo PFL estão ouriçados com o aparente favoritismo do governador de São Paulo, José Serra, na corrida presidencial. O senhor acredita que a eleição presidencial pode influenciar diretamente na eleição estadual? Dilma Roussef seria uma boa candidata pelo bloco governista?

Valadares - Acho natural essa animação temporária do DEM. Digo temporária porque a euforia vai passar. Quando o quadro político do lado do governo ficar mais claro, e isso a meu ver só vai acontecer em 2010, o DEM terá que enfrentar uma nova realidade. É que sequer colocamos o time em campo e a bola em jogo. Temos que reconhecer que o Serra governa o Estado mais poderoso do Brasil, já foi candidato a Presidente, tem um nome consolidado e uma boa imagem de administrador e de político sagaz. Dilma Roussef é apenas uma estreante na política partidária, nunca se candidatou a cargo nenhum na sua vida. O seu nome está sendo citado no momento pela imprensa como uma possível candidata de Lula. Se houver um crescimento, como espero, porque se trata de uma mulher de fibra, valorosa e empreendedora, teremos uma disputa grandiosa, graças ao trabalho competente que ela realiza ao lado do Presidente, com quem se identifica. Dilma, se tiver a candidatura confirmada e vier a ser eleita, será a segurança de que a bandeira do atual governo, onde predomina a preocupação com o social e com a infra-estrutura do país (PAC) vai continuar tremulando em favor do povo. Todavia, considero que neste momento o foco principal de nossas preocupações deve ser o enfrentamento da crise, para garantirmos a estabilidade e assegurarmos o emprego. A antecipação do pleito, num momento de tanta incerteza, interessa apenas aos quem não têm compromisso com a população, e só estão preocupados em retomar o poder que perderam por incompetência política.

ANDAMENTO DAS OBRAS

JD - O que o governador Marcelo Deda deve fazer para promover um maior dinamismo em sua administração?

Valadares - Nestes dois anos o governo Déda equilibrou as finanças do Estado e deu início a um plano de obras importante. A meu ver as dificuldades iniciais de ajuste da máquina administrativa já foram superadas. No interior, é só viajar para conhecer o que o governo está fazendo no setor de transportes, restaurando completamente as nossas rodovias que estavam imprestáveis. Obras de saneamento básico e de distribuição de água potável para cidades e povoados. Em Tobias Barreto, por exemplo, Déda está entregando à população um sistema de abastecimento d’água que era um sonho daquele povo. O problema da falta de água, que era crônico naquela cidade, foi resolvido a contento e a população está satisfeita com o governo. Com os recursos que conseguiu economizar no período, e a vinda de mais recursos oriundos de diversas fontes, como o BNDES, a Caixa Econômica e do Banco Mundial, o governo estadual terá uma soma de dinheiro que nenhum outro jamais teve antes. Hospitais, clínicas de saúde, estradas, eletrificação rural, pontes estratégicas para o incremento do turismo, infra-estrutura urbana, saneamento e habitação, movimentarão a nossa economia, gerando mais emprego e irão preparar o nosso Estado para os desafios do futuro. É só esperar para ver. Há pessoas que pensam que a administração pública se move a jato. O governo precisa fazer tudo bem feito e com muito cuidado, obedecendo às normas de fiscalização, sem atropelar as leis em vigor, porque senão vai responder por sua irresponsabilidade. A pressa é inimiga da perfeição.

JD - O senhor acha que essa crise pode impedir o cumprimento de promessas do governo, principalmente em relação a obras?

Valadares - O governo tem recursos para a continuidade de suas obras, e para fazer novos empreendimentos na área de infra-estrutura. Quanto à capacidade financeira do Estado para realizar aquilo que foi prometido na campanha não tenho a menor preocupação. O governo Déda se organizou para enfrentar os desafios. Considero Déda um político de palavra.

O TRABALHO DO SENADOR

JD - Qual a avaliação que o senhor faz dos seus 14 anos como senador da República?

Valadares - Creio que, com a experiência que eu adquiri ao longo de minha vida nos mais diversos cargos públicos, tive o privilégio de passar por uma Escola que poucos conseguiram passar. Com a saúde e a boa vontade que Deus me deu, não posso julgar-me cansado e abandonar tudo, quando tenho a obrigação de estar ao lado do meu povo, correspondendo à confiança que sempre me concedeu, com tanta generosidade, sem exigir nada em troco, a não ser uma atuação construtiva e ética. No Senado do Brasil, assim como nos EUA que nos deram o seu modelo e que foi transformado em realidade por Rui Barbosa, trabalham, em sua esmagadora maioria, os mais experientes, como ex-presidentes da República, ex-governadores, ex-ministros de Estado, homens de elevado saber, de comportamento equilibrado, e de dedicação à causa do País. Modéstia à parte, acho este espaço muito pequeno para um relatório de tudo que fiz no Senado. Qualquer sergipano que se dispuser a acompanhar o meu trabalho pela TV Senado, pelo site dos senadores, pela imprensa ou pelo meu blog, irá concluir que estou dizendo a verdade. Aliás, eu lhe pergunto: por que em duas oportunidades, o povo de Sergipe me deu a honra e o privilégio de representá-lo no Senado, sempre como o mais votado?

JD - Em 2010 encerra o seu segundo mandato de senador. O senhor pretende disputar a reeleição?

Valadares - Muito embora o meu nome esteja sendo lembrado não só por generosos amigos e aliados sinceros, mas também por adversários que torcem, de forma oculta ou aberta pelo meu fracasso, prefiro neste instante priorizar o meu trabalho parlamentar pelo desenvolvimento de Sergipe e do Brasil. Este debate de candidaturas, só farei em 2010, no ano das eleições, até mesmo em respeito à Justiça Eleitoral que proíbe campanha antecipada. Sempre interpretei a minha presença nos cargos eletivos, inclusive no de Senador da República, como missão delegada pelo povo. Devo acentuar no entanto, que se tenho algum prestígio no seio do povo, isso se deve ao meu comportamento e à minha conduta de homem simples que se dedica de corpo e alma em tudo que faz. Quando governador, ainda muitos se lembram, sempre recebia a todos que me procuravam, lideranças políticas e empresariais, representantes de instituições comunitárias e pessoas simples dos bairros de Aracaju e do interior, que me pediam audiência. Ainda hoje, por onde ando, sou saudado e reconhecido como um político aberto, justo e sério. E que se preocupou com os mais pobres. Ao assumir o governo distribui responsabilidades e participação a todos os partidos que me apoiaram, abri o governo para os mais jovens, dando-lhes a perspectiva de integrar a vida pública e ocupar o cenário político, reabri os grêmios estudantis livres, promovendo o debate nas escolas para a escolha de seus dirigentes. Os jogos da primavera, que eu havia criado como Secretário de Estado da Educação e Cultura, voltaram a ser uma festa da juventude e um fator importante para a descoberta de novos valores do desporto. Com base em um passado de trabalho e honradez é que cheguei ao Senado, onde, apesar de integrar um partido pequeno, porém idealista e lutador, já fui convocado para presidir comissões, relatar matérias de alta complexidade e relevância como a PEC da Saúde, ocupar a Vice-Presidência da Mesa, a liderança do partido, e a Vice-Liderança do governo Lula. Elaborei projetos, alguns dos quais foram aprovados, enquanto outros estão na pauta do Senado ou da Câmara dos Deputados, para atender, principalmente, aos legítimos anseios dos mais variados segmentos sociais do Brasil. Continuarei essa tarefa que me foi entregue pelo generoso povo sergipano até o término do meu mandato. Se for convocado de novo pelo meu partido (PSB) para renovação de mais um mandato, e tiver o respaldo dos aliados, não terei como recusar porque nunca fugi do julgamento do meu povo. Por que deverei então recusar esse chamamento às urnas se assim ocorrer? Na eleição o povo é quem decide! Vamos aguardar, então, o próximo ano quando tudo será definido.

COLIGAÇÕES E ELEIÇÕES

JD - No bloco governista o deputado federal Jackson Barreto também trabalha para ser candidato ao Senado. O senhor acha que é possível a mesma coligação eleger os dois senadores?

Valadares - Quem vai achar se essa condição é possível, será o povo. Temos que estar juntos, unidos na busca desse objetivo. Da minha parte, como é do meu dever, manterei a tradição de jamais contribuir para gerar desagregação ou discórdia. Farei o meu trabalho em 2010 em busca da somação, unindo forças, sob a coordenação política de Déda, ao lado de Jackson e demais aliados, no sentido de obtermos a vitória.

JD - Sendo candidato ao Senado o senhor acha que é possível manter também a candidatura à reeleição do seu filho, deputado federal Valadares Filho?

Valadares - O deputado Valadares Filho foi escolhido pelo PSB (Partido Socialista Brasileiro) e eleito de forma legítima e democrática pelo povo de Sergipe que lhe deu umas das votações mais expressivas (85 mil votos). Portanto, a sua inserção no processo político foi uma aspiração popular que devemos respeitar, notadamente porque venceu com sua juventude, trabalho, lisura e dignidade. Se o meu nome influenciou de alguma forma a sua eleição foi a vontade popular que de novo deve ser respeitada. Com isso nem de longe é permitido tirar o mérito pessoal de sua eleição. Foi uma surpresa agradável para os que compõem o PSB a votação que ele obteve em Aracaju, e em um grande número de cidades do interior. Com o seu trabalho permanente e dedicado em favor dos sergipanos, em defesa do fortalecimento dos municípios, das lideranças da capital e do interior, bem como por sua destacada e sensata atuação na Câmara, em 2010 a nossa surpresa poderá ser ainda maior, como estão a mostrar as recentes pesquisas de opinião. Na democracia não existem heranças familiares a preservar, e sim, exemplos a serem seguidos, e muito trabalho e dedicação no exercício do mandato. Só se mantêm nos cargos eletivos aqueles em quem o povo confia. O povo é a única e derradeira fonte da escolha legítima de seus representantes. Sempre fui um homem em cujo coração não guardo inveja nem ódio. Na minha agenda escrevo todos os dias que inveja e ódio não levam prosperidade a ninguém. Na democracia não há preconceitos nem espaço para impedir a ascensão de vocações políticas. Todos têm direito a um lugar ao sol, que deve ser conquistado e conservado com ética e respeito ao adversário. Lembro a bela composição do The Fevers: “É bem melhor viver com alegria/Somente assim ninguém mais sofreria/É com amor que se constrói a vida/O sol nasce para todos”. Por isso, quando chegar a hora, vamos à luta, com fé em Deus! E xô inveja! O Sol é para todos!

JD - O senhor ainda acha possível a recuperação eleitoral do ex-governador João Alves Filho na disputa por um cargo majoritário?

Valadares - Na realidade eu torço do fundo da alma e do coração pela plena recuperação de D. Maria, a nossa Senadora, pela qual tenho o maior respeito. Quanto a João Alves, acho que ele como cidadão e pessoa humana que é, tem saúde e vitalidade bastante para continuar por muitos anos o seu trabalho, liderando a oposição.


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