O SR. ARTHUR VIRGÍLIO (PSDB - AM. Pela ordem. Sem revisão do orador) - Sr. Presidente, quero dar duas notícias. Uma é muito ruim, mas, ao mesmo tempo, já com um dado positivo em volta. O Presidente do Clube de Regatas Flamengo, ex-Deputado Márcio Braga, será submetido, segunda-feira, a uma cirurgia para colocar duas ou três pontes de safena. Está afastado do cargo, portanto, devido a problemas cardíacos. Ele será atendido pelo competente cardiologista Cláudio Domênico. Então, desejo ao nosso amigo Márcio Braga, nosso colega e meu Presidente, rubro negro que sou, que entre em campo logo.

            Sr. Presidente, para anteciparmos as coisas e deixarmos tudo bem claro, algo que transmitirei daqui a pouco ao Presidente Sarney é que o PSDB, primeiro, não concorda com nenhuma votação - e conta com a solidariedade do Democratas -, nenhuma votação enquanto não se resolver a questão das comissões. A Casa está sem funcionar e é preciso resolver isso. Não se faz uma omelete sem quebrar ovos. Se tem que quebrar ovos, vamos quebrar os ovos de uma vez.

            Segundo, eu não concordo tampouco com a proposta intermediária de votarmos algumas comissões e não votarmos outras. Entendemos que devemos cumprir o ritual da Casa: todas no mesmo dia. E isso já deveria ter acontecido. Já estamos entrando na terceira semana. Dá a impressão de marasmo e de indecisão. Não é, portanto, um bom começo. Um bom começo seria nós decidirmos. Se alguém quer desrespeitar a desproporcionalidade, que venha para a luta, que venha competir. Parece que é o caso do PTB em relação às pretensões do PSDB, que tem o direito à terceira escolha pela lei da proporcionalidade. Que venha competir, não temos o que discutir. Não temos o que discutir. Agora, consideramos indesculpável a Casa entrar na terceira semana sem ter os seus dirigentes de Comissão; é indesculpável estarmos inventando fórmulas do tipo “algumas sim, outras não”.

            Para deixar bem claro à Mesa, bem claro ao Presidente Sarney, o PSDB se opõe terminantemente à votação do que quer que seja na Casa, enquanto não resolvermos algo que já deveria estar resolvido há muito tempo. Volto a dizer - e qualquer cozinheiro sabe disto - que não se faz uma omelete sem quebrar ovos. Se tem que haver contrariedade a alguém, que se contrarie logo. Se alguém quer contestar o princípio da proporcionalidade, que se apresente à votação e dispute os votos, arcando obviamente com as consequências de amanhã não ter as suas pretensões respeitadas. Não tem cabimento fingirmos que há normalidade quando perdura uma situação de anormalidade aqui na Casa. O PSDB, portanto, não concorda com votação e obstruirá qualquer tentativa de se votar qualquer coisa nesta Casa, enquanto a Casa não enfrentar a sua verdade.

            Para mim, a solução é o Presidente Sarney chamar os Líderes e estabelecer as regras do dissenso ou do consenso, marcando data, e essa data não deveria passar de terça ou quarta-feira da semana que vem. Não podemos passar este vexame perante a opinião pública, de terça ou quarta-feira da semana que vem não termos ainda os novos dirigentes de Comissão. Isso já vai começar a ridicularizar o Senado.

            O PSDB quer apenas que se cumpra a proporcionalidade. Ele tem direito à terceira e à oitava escolhas, e ele fará a terceira e a oitava escolhas. Se for desafiado na terceira, talvez faça a sétima escolha, porque o jogo é assim. Temos que fazer uma nova forma de Cristianismo. Essa história de dar a outra face não é muito o nosso estilo. Nosso estilo é reagir à altura daquele que nos esbofeteou.

            Então, Sr. Presidente, o PSDB hoje não concorda com a votação, e já disse o Líder José Agripino que conto com a solidariedade do DEM para obstruirmos esta sessão.

            Muito obrigado, Sr. Presidente.