Discurso durante a 14ª Sessão Não Deliberativa, no Senado Federal

Os investimentos do Governo Federal no Estado de Rondônia.

Autor
Valdir Raupp (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/RO)
Nome completo: Valdir Raupp de Matos
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
POLITICA ENERGETICA. POLITICA DE TRANSPORTES.:
  • Os investimentos do Governo Federal no Estado de Rondônia.
Publicação
Publicação no DSF de 27/02/2009 - Página 3237
Assunto
Outros > POLITICA ENERGETICA. POLITICA DE TRANSPORTES.
Indexação
  • SAUDAÇÃO, ATUAÇÃO, GOVERNO FEDERAL, REGISTRO, PARTICIPAÇÃO, ORADOR, SOLENIDADE, BRASILIA (DF), DISTRITO FEDERAL (DF), ASSINATURA, CONTRATO, UTILIZAÇÃO, RECURSOS, PROGRAMA, ACELERAÇÃO, CRESCIMENTO ECONOMICO, CONSTRUÇÃO, LINHA DE TRANSMISSÃO, SUPERIORIDADE, EXTENSÃO, LIGAÇÃO, USINA HIDROELETRICA, RIO MADEIRA, ESTADO DE RONDONIA (RO), MUNICIPIO, ARARAQUARA (SP), ESTADO DE SÃO PAULO (SP), IMPORTANCIA, OBRAS, AMPLIAÇÃO, NUMERO, EMPREGO, INSERÇÃO, REGIÃO AMAZONICA, SISTEMA NACIONAL, ENERGIA ELETRICA, REFORÇO, ECONOMIA, REGIÃO.
  • COMENTARIO, INVESTIMENTO, GOVERNO FEDERAL, RECUPERAÇÃO, AMPLIAÇÃO, EXTENSÃO, RODOVIA, ESTADO DE RONDONIA (RO), CONSTRUÇÃO, PONTE, ESPECIFICAÇÃO, VIABILIDADE, ACESSO, PAIS ESTRANGEIRO, BOLIVIA, OCEANO ATLANTICO, IMPORTANCIA, OBRAS, FACILITAÇÃO, ESCOAMENTO, PRODUÇÃO, DESTINAÇÃO, PORTO, OCEANO PACIFICO, REFORÇO, ECONOMIA, DESENVOLVIMENTO REGIONAL, MELHORIA, QUALIDADE DE VIDA, POPULAÇÃO.

  SENADO FEDERAL SF -

SECRETARIA-GERAL DA MESA

SUBSECRETARIA DE TAQUIGRAFIA 


O SR. VALDIR RAUPP (PMDB - RO. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Obrigado, Presidente Mão Santa.

Srªs Senadoras, Srs. Senadores, ouvintes da Rádio Senado, telespectadores da TV Senado, minhas senhoras e meus senhores, Sr. Presidente, venho aqui para falar também de transporte e energia.

Eu estava vindo, no carro, para o Senado e ouvi V. Exª falar em Juscelino, que foi um grande Presidente desta Nação e que usou o binômio transporte e energia. Até hoje, para desenvolver o nosso País, nós não podemos prescindir desses dois pilares da infraestrutura nacional, que é transporte e energia elétrica.

Ouvi, também, atentamente, o pronunciamento do Senador Eduardo Azeredo, que fala sobre transporte, sobre as nossas BRs, as nossas rodovias, e isso já vem de muito tempo. Acho que melhorou muito nos últimos anos, principalmente depois do Governo Fernando Henrique e do Governo do Presidente Lula.

O Governo Fernando Henrique, do PSDB, lançou o programa Avança Brasil e fez muitas obras neste País, inclusive no meu Estado. Eu era Governador do meu Estado, na época, e devo agradecer ao Governo Fernando Henrique por algumas obras inauguradas no meu Estado, como a Usina de Samuel, que foi concluída no Governo Fernando Henrique, a única usina hidrelétrica de grande potência no nosso Estado, de 220MW, e o Porto Graneleiro de Porto Velho, que construímos em parceria, o meu Governo, o Governo de Rondônia, com o Governo Federal, com recursos da Suframa, e que foi inaugurado também pelo Presidente Fernando Henrique, que tive a honra de receber lá, no meu Estado.

Mas agora vejo também que o PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) vem investindo muito no País, em especial no meu Estado. Quero aqui fazer uma referência ao Estado de Rondônia, que vem recebendo investimentos maciços nessa área. É claro que existe burocracia, burocracias do meio ambiente, burocracia do Tribunal de Contas da União, do Ministério Público Federal e Estadual. Enfim, todos os órgãos de fiscalização acabam, muitas vezes, atrasando um pouco o cronograma dessas obras.

Eu dizia à Ideli Salvatti hoje, pela manhã, que passava, no final do ano, pelos Estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul, para visitar meus parentes - eu mesmo dirigindo meu carro - e pude ver que a obra de duplicação da BR-101 avançou muito pouco de um ano para cá, ou de dois, três anos para cá. E ela me explicou que há burocracia também de obras muito antigas, contratos muito antigos. As empresas mergulham no preço, depois fica uma defasagem e praticamente abandonam a obra. Outras empresas têm que ser chamadas, a segunda ou a terceira colocada tem que ser chamada para assumir a obra, e isso acaba atrasando o cronograma de obras importantes do nosso País. Isso tem acontecido muito, em escalas maiores em alguns Estados, menores em outros, em obras dos Estados, dos Municípios e da União. Sempre acontece esse tipo de problema.

Mas hoje, pela manhã, a convite do Governo, estive presente a uma solenidade no Palácio do Planalto, de assinatura dos contratos das linhas de transmissão que vão trazer energia elétrica de Rondônia, das usinas do Rio Madeira, Santo Antônio e Jirau, para o centro do País ou para o centro industrial do País, que é São Paulo, mais precisamente para a cidade de Araraquara, no interior de São Paulo, onde vai ficar a subestação receptora da energia das usinas de Santo Antônio e Jirau, no rio Madeira, em Rondônia.

Essas obras que estão no PAC são obras grandiosas. Hoje, o empresário que representou as empresas contratadas disse que as usinas do Rio Madeira, depois de prontas, irão gerar energia que dá para abastecer 50% das residências do nosso País. Vejam só: 50% das residências de todo o Brasil. É claro que quem consome muita energia são as grandes indústrias, o comércio, mas 50% das residências poderiam ser abastecidas pela energia gerada no rio Madeira apenas com essas duas usinas, mas há uma terceira e uma quarta, em parceria com a Bolívia, que serão usinas binacionais.

Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, estou satisfeito com os investimentos do Governo Federal. Repito: o Governo Fernando Henrique investiu muito no Estado de Rondônia, mas o Governo do Presidente Lula, nesses seis anos, tem investido muito mais. É claro que, num momento melhor da economia nacional, tem podido investir muito mais do que naquela época, a exemplo dessas linhas de transmissão que foram contratadas hoje, duas linhas mestras de 700KW, que irão transportar essa energia de Rondônia para outros Estados do Brasil. Depois, ela pode até voltar, porque Rondônia, no final deste ano, estará interligada no sistema nacional. A linha que vai do Mato Grosso para Rondônia deve ficar pronta no final deste ano, e vamos deixar de ser sistema isolado e passar a ser interligados ao sistema nacional. Então, a mesma energia que é produzida no rio Madeira poderá retornar, através da interligação nacional, para o Estado de Rondônia. São mais de 6 mil MW. É uma meia Itaipu. Essas duas linhas que foram contratadas hoje, segundo a Ideli - eu não estava aqui, mas ouvi o pronunciamento de S. Exª pelo rádio do carro -, são a maior linha do mundo. E é verdade.

Não tem nenhuma outra linha de transmissão de mais de 2 mil quilômetros, e essa terá 2.400 quilômetros de extensão. Como são duas linhas, na verdade, serão 4.800 quilômetros, se fôssemos colocar uma seguida da outra. Como são duas usinas, são duas grandes linhas de transmissão. Mais de R$7,5 bilhões serão investidos nessas linhas, empregando 16 mil trabalhadores diretos e mais ou menos uns 50 mil indiretos, em todo o trajeto dessas linhas, saindo de Rondônia, passando por Mato Grosso, Goiás, Minas Gerais e chegando ao Estado de São Paulo.

A usinas de Santo Antônio e Jirau terão investimentos, talvez, superiores aos investimentos dessa linha de transmissão, ou seja, em torno de R$9 bilhões para cada usina. E também vão gerar, seguramente, uns 15 mil empregos diretos, Sr. Presidente, e mais uns 30 mil indiretos. O Estado de Rondônia, sobretudo Porto Velho, virou um canteiro de obras. Na esteira das usinas do rio Madeira já foram inaugurados shopping center e o atacadista Macro; e estão indo o Carrefour e tantas outras empresas para Rondônia, atraídos pelas usinas do Madeira. Inclusive uma fábrica de cimento da Votorantim já está em construção na cidade de Porto Velho, gerando também mais mil, dois mil empregos.

Sr. Presidente, esses investimentos estão impulsionando a economia do Estado de Rondônia. Que bom se todos os Estados brasileiros - acho que alguns têm investimentos até maiores do que o Estado de Rondônia, mas outros, não - tivessem investimentos, neste momento, da ordem de R$30 bilhões, como o são esses do Complexo do Madeira, das duas usinas mais a linha de transmissão; certamente poderíamos segurar um pouco mais a crise, que assola o mundo e já chega de leve ao Brasil.

Sempre falei que a crise vai chegar ao Brasil, mas vai chegar muito mais leve do que chegou em outros países; e, no Estado de Rondônia, também chegará muito mais leve do que está chegando, talvez, em outros Estados do Brasil, devido a esses investimentos.

Além da geração de energia e das obras de energia elétrica em Rondônia, posso citar aqui também obras de restauração de BRs, como a BR-364, que vai receber em torno de R$300 milhões. O projeto executivo está ficando pronto e, em breve, será licitado para restauração e duplicação da construção da terceira faixa na subida de Vilhena até a divisa do Estado do Acre, contemplando todo o Estado de Rondônia.

Haverá também a construção de pontes, como a duplicação da ponte de Ji-Paraná, que é a segunda cidade do Estado de Rondônia - um recurso até de emenda de minha autoria aqui, no Senado, de R$20 milhões. Uma cidade de mais de 100 mil habitantes, que, no período de rush, de pico (pela manhã, ao meio-dia e à noite), estava engarrafando o trânsito no centro da cidade, tendo em vista que a cidade é dividida pelo rio Machado, onde está essa ponte. Essa obra, no momento, está causando um pouco de transtorno à população, devido à envergadura da obra, mas, daqui a mais ou menos 30 ou 40 dias, voltará à normalidade, com duas pistas. Em outubro, serão inauguradas as quatro pistas da ponte, duplicadas, de Ji-Paraná.

Da mesma forma, está sendo duplicada a ponte em Candeias, com emenda nossa também de R$23 milhões. Está sendo concluída uma obra já iniciada de duplicação da BR-364, na cidade de Candeias, até a Universidade Federal, que é depois de Porto Velho, sentido Rio Branco, no Acre.

São obras que vêm melhorar a qualidade de vida da população de Rondônia.

           Além dessas obras que citei aqui, ainda temos a construção da ponte, que é um desejo do Presidente Lula e é uma dívida do Brasil de mais de 100 anos - mais precisamente 107 anos -, que é o Tratado de Petrópolis, que dizia que o Brasil tinha que construir uma ponte, lá em Guajará-Mirim, Guaiará, para dar acesso à Bolívia e ao oceano Atlântico, vinda pelo porto do rio Madeira, ainda na época em que havia a ferrovia Madeira-Mamoré, Sr. Presidente; que havia a Mad Maria, transportando borracha pela ferrovia Madeira-Mamoré, de Guajará-Mirim a Porto Velho.

           Hoje, a ferrovia não existe mais, mas temos uma rodovia pavimentada. Ao longo dessa rodovia, vão ser construídas as pontes também; pontes de alvenaria, de concreto. E a estrada 425 também será restaurada. A construção dessa ponte, além de pagar essa dívida de mais de 100 anos do Brasil com a Bolívia, vai fazer a integração para o porto de Arica, no Chile, onde há um traçado melhor até do que o que está sendo feito pelo Peru e vai possibilitar o escoamento da nossa produção de Rondônia, do Mato Grosso e de outras partes do Brasil para os portos do Pacífico, trazendo economia e desenvolvimento para toda aquela região. E é uma justiça também a Guajará-Mirim, que é uma cidade muito antiga e que não tem tido muitos investimentos nos últimos tempos.

           Falo também de outra estrada - a que já se referiu aqui, hoje, o Senador João Pedro, do PT do Amazonas -, que é a BR-319, uma obra que é a menina dos olhos do Ministro Alfredo Nascimento. Desde que assumiu o Ministério dos Transportes, ele tem dito que vai construir - e está construindo ou reconstruindo - essa BR, tão importante para a integração de Rondônia com o nosso Estado vizinho, o Amazonas, mais precisamente com a capital Manaus, que é hoje uma grande metrópole, um grande centro consumidor.

           Então, a construção da ponte, em Porto Velho, no rio Madeira, que é um projeto antigo também e que ficou paralisado por muito tempo, agora deve sair do papel para se tornar realidade.

Falo também da ponte no rio Madeira, no Distrito de Abunã, que vai para o Acre. É a única balsa que temos na BR-364, desde Cuiabá, desde o Mato Grosso até a divisa com o Peru. Essa ponte será construída e está entrando no PAC.

Então, Sr. Presidente, falando sobre essas obras, quero concluir nossa fala agradecendo mais uma vez ao Governo Federal. O Presidente Lula até me convidou para ir no avião presidencial - e deve convidar também o restante da Bancada federal de Rondônia - a Porto Velho. Ele vai no dia 12 de março - está praticamente ajustada essa data - para visitar as obras das usinas de Santo Antônio e Jirau e, possivelmente, inaugurar esse trecho da duplicação da BR-364 de Candeias até a universidade.

São obras que engrandecem o Estado de Rondônia, engrandecem o Brasil, principalmente a geração de energia, que vai tirar, de uma vez por todas, o fantasma do apagão, que já houve no passado.

O Ministro Edison Lobão assumiu o Ministério de Minas e Energia sob ameaça de apagão em todo o País, mas teve muita sorte, porque tem chovido muito. Nunca vi chover tanto! Está chovendo tanto no meu Estado - e tem chovido nos outros Estados também - que está havendo até enchente! Hoje, tem pessoas desabrigadas em Ji-Paraná; já teve em Rolim de Moura, em Jaru. Em Alvorada do Oeste, há outra BR federal, que vai ser pavimentada, que entrou no PAC também - os primeiros 100 quilômetros. Um trabalho da Deputada Federal Marinha Raupp, que, num esforço muito grande com a Bancada federal, conseguiu que a Ministra Dilma e o Presidente Lula aceitassem o ingresso dessa rodovia no Programa de Aceleração do Crescimento. Os primeiros 11 quilômetros já estão licitados, contratados, e a obra deve ser iniciada nos próximos dias, tão importante para aquela região, isolada, do Vale do Guaporé.

Então, como falava, a chuva tem atrapalhado, de um lado, algumas famílias; mas, de outro, tem ajudado no abastecimento dos nossos reservatórios, das nossas hidrelétricas, em todo o Brasil, para gerar energia para a população brasileira.

Sr. Presidente, encerro aqui, na certeza de que essas obras não estão beneficiando apenas o Estado de Rondônia, apenas o querido povo do Estado de Rondônia com a geração de emprego e a melhoria na geração de renda, mas estão dando suporte no que concerne à segurança de geração de energia para todo o País, para todo o Brasil.

Muito obrigado, Sr. Presidente.


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Este texto não substitui o publicado no DSF de 27/02/2009 - Página 3237