Discurso durante a 24ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Elogios ao SESC pelo trabalho em favor do engrandecimento do Turismo Social no País e pela publicação do Relatório sobre "Turismo Social e sua Trajetória de Sucesso".

Autor
Romero Jucá (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/RR)
Nome completo: Romero Jucá Filho
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
TURISMO.:
  • Elogios ao SESC pelo trabalho em favor do engrandecimento do Turismo Social no País e pela publicação do Relatório sobre "Turismo Social e sua Trajetória de Sucesso".
Publicação
Publicação no DSF de 12/03/2009 - Página 4601
Assunto
Outros > TURISMO.
Indexação
  • COMENTARIO, RELATORIO, SERVIÇO SOCIAL DO COMERCIO (SESC), RESULTADO, TURISMO, NATUREZA SOCIAL, DEMOCRACIA, AMPLIAÇÃO, ACESSO, TRABALHADOR, COMERCIO, SERVIÇO, PROMOÇÃO, DESENVOLVIMENTO SOCIAL, FERIAS, FAMILIA, ESTUDANTE, IDOSO, APOSENTADO, PESSOA PORTADORA DE DEFICIENCIA, UTILIZAÇÃO, PARCERIA, PODER PUBLICO, SINDICATO, ENTIDADE, SOCIEDADE CIVIL, VALORIZAÇÃO, CIDADANIA.
  • CONCLAMAÇÃO, RECUPERAÇÃO, TURISMO, RESPEITO, ETICA, MORAL, CULTURA, MEIO AMBIENTE, SOCIEDADE, ELOGIO, CONTRIBUIÇÃO, SERVIÇO SOCIAL DO COMERCIO (SESC).

  SENADO FEDERAL SF -

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SUBSECRETARIA DE TAQUIGRAFIA 


O SR. ROMERO JUCÁ (PMDB - RR. Sem apanhamento taquigráfico.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, o Serviço Social do Comércio (Sesc), entidade sem fins lucrativos, mantida pelos empresários do comércio de bens e serviços, e que tem como finalidade a melhoria do bem-estar social dos seus associados, publicou recentemente importante Relatório sobre: “Turismo Social e sua Trajetória de Sucesso”.

Desde o início da década de 1950, o Sesc dedica boa parte de sua atuação ao incentivo do Turismo Social. Para o Sesc, o apoio ao Turismo Social e ao seu crescimento é de grande importância para a promoção do desenvolvimento social que é a sua maior preocupação. Prova disso é o seu empenho nas áreas de educação, saúde, lazer, cultura e assistência, buscando ao mesmo tempo a defesa da cidadania, o amor à liberdade, à democracia e a ampliação do apoio aos menos favorecidos.

O Sesc trabalha o Turismo Social espelhado nessas questões e em total sintonia com o conceito do Bureau International du Turisme Social (BITS) que diz o seguinte, abro aspas: “o Turismo Social é o conjunto das relações e fenômenos resultantes da participação no turismo de camadas sociais menos favorecidas, participação que se torna possível ou facilitada por medidas de caráter social bem definidas, mas que implicam um predomínio da idéia e serviço e não do lucro”, fecho aspas.

Todos os anos, milhares de trabalhadores do comércio, da área de serviços e brasileiros que são empregados em outras atividades, usufruem dos benefícios oferecidos pelo Sesc e viajam com suas famílias para aproveitar férias em outros centros de atração turística do País. Em 2007, por exemplo, mais de 5 milhões de pessoas beneficiaram-se do conjunto das ações sociais oferecidas pelo Sesc. Dessa forma, em todas as cidades de pequeno, médio e grande porte, encontramos a mão estendida do Sesc aos mais carentes que oferece, em parceria com o Poder Público, empresas privadas, sindicatos e associações de moradores, múltiplas possibilidades de lazer e de viagem pelo País inteiro. Com esse trabalho, o Sesc soma o compromisso de ser um agente direto da produção cultural, das boas amizades, do intercâmbio de conhecimentos, do desenvolvimento do turismo social, da integração, de novas relações interpessoais, e um incentivador da consciência ecológica e da preservação ambiental.

O Turismo Social é abrangente e reúne duas modalidades básicas: o Turismo Emissivo e o Turismo Receptivo. Nessa divisão considerada pelo Sesc, o Turismo Emissivo abrange excursões e passeios de curta, média e longa duração. Essa modalidade de turismo permite que o Sesc leve seus clientes em trajetos rodoviários por todo o Brasil. Os guias são cadastrados; o seguro-viagem é garantido e os roteiros são variados. De acordo com o Sesc, o Turismo Emissivo é de grande importância porque destaca os aspectos sociais, naturais e culturais dos lugares a serem visitados. Por fim, o Turismo Emissivo engloba ainda vários outros tipos, tais como: o de lazer, o educacional, o cultural, o de eventos, o rural e o ecológico. O Turismo Receptivo, por sua vez, oferece passeios locais, leva as pessoas a lugares com atrativos naturais e culturais e é responsável por uma permanência maior dos grupos nos locais a serem visitados.

Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores,como acabei de mencionar, o Turismo Social do Sesc respeita os interesses dos viajantes e o estabelecimento de novos padrões éticos, morais, ambientais, culturais e sociais. Com isso, desde meados de 1948, o Sesc concentra esforços para ampliar cada vez mais a capacidade inclusiva da atividade turística. Nesse sentido, a proposta da entidade é que o turismo seja, antes de tudo, uma via de inclusão social, um meio de integração sem qualquer discriminação. Para isso, toda a sua atenção está voltada para os jovens, os idosos, as mulheres, os trabalhadores de uma maneira geral, para as organizações sociais e para as pessoas portadoras de deficiência. Trata-se, portanto, de uma opção pela valorização da pessoa e pela implantação de uma nova mentalidade que seja capaz de respeitar as diferenças. Um turismo que tem esse propósito certamente não será confundido com o turismo que visa unicamente o lucro.

Lamentavelmente, a chamada indústria do turismo vem perdendo, ao longo o tempo, o respeito aos valores éticos, morais, ambientais, culturais e sociais, deixando-se levar pelo consumismo.

Precisamos resgatar essas dimensões do turismo, pois sabemos da relevância da atividade turística para a economia, gerando anualmente trilhões de dólares em todo o mundo e ocupando lugar de destaque na balança comercial de muitos países!

Nesse sentido, o Turismo Social possui uma importante contribuição a dar, pois concentra-se no interesse da coletividade, não visa lucros e oferece atrações turísticas de qualidade a milhares de pessoas que são pouco consideradas pelos cálculos econômicos de rentabilidade.

Por isso, Senhor Presidente, considero que o Turismo Social seja uma forma mais viável de conduzir a atividade turística para o terreno da igualdade de oportunidades, para a solidariedade e para o exercício da cidadania na perspectiva de inclusão.

Apesar dos grandes obstáculos, podemos dizer que o Turismo Social vem se afirmando cada vez mais no Brasil e no mundo. Sem dúvida alguma, no Brasil, a conquista desse espaço vem acontecendo graças ao trabalho do Sesc que em nenhum momento deixou de cumprir a sua agenda e de lutar por seus objetivos.

Nobres Senadoras e Senadores,hoje, em diversos plenários mundiais, em congressos, seminários, encontros internacionais, escolas e universidades do mundo inteiro já está aberta uma ampla discussão sobre a importância do Turismo Social como agente impulsionador do desenvolvimento social e como estimulador da viagem de férias do trabalhador, do estudante, do idoso, do aposentado, das pessoas com deficiência e com mobilidade restrita.

Em todos esses auditórios, o debate mais importante é o de possibilitar cada vez mais ao público menos favorecido, que representa a maioria em qualquer sociedade, o acesso ao turismo de qualidade, ao turismo saudável e ao turismo com preços justos, formas de pagamento e épocas adequadas às condições de cada grupo. Vale dizer que, na França, na Espanha, na Itália, na Grécia, no México, no Chile e na Argentina, os lucros com essa atividade são significativos. Só na França, em 2005, o retorno foi de mais de 1 bilhão de euros, graças à introdução do Cheque-Vacance, que é recebido anualmente por mais de 2 milhões de franceses.

Ao terminar este pronunciamento, gostaria de elogiar o trabalho do Sesc em favor do engrandecimento do Turismo Social em nosso País e aplaudir a luta que trava, desde 1948, para fortalecer essa modalidade de lazer entre nós. Em minha opinião, por sua trajetória em defesa de uma das causas sociais mais importantes do Brasil, o Sesc deve merecer o aplauso de todo o povo brasileiro.

Era o que tinha a dizer, Sr. Presidente.

Muito obrigado.


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Este texto não substitui o publicado no DSF de 12/03/2009 - Página 4601