O SR. MÁRIO COUTO (PSDB - PA. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Eu não quero atrapalhar o pronunciamento do Senador, e como é tão importante, eu sei que ele tem interesse nisto, no que eu vou falar...

            Senador Paim, eu fiquei muito preocupado ontem. Eu pedi antes para não o atrapalhar. Fiquei muito preocupado ontem com a votação que eu vi dos vetos lá na Câmara. Eu poucas vezes participei de uma votação tão desorganizada, movimentada, atrapalhada, tumultuada. Eu vim muito decepcionado e preocupado. Mais preocupado que decepcionado, essa é a grande verdade. Lógico que, para quem está acostumado, é normalidade aquilo. Os deputados dizem: “Ah, isso é normal, a gente está acostumado”. Mas eu vim com uma preocupação muito grande. Olhe bem V. Exª. Nós estávamos votando e havia um orador na tribuna discutindo os projetos, ou um projeto que ele achou que devia discutir, e ninguém prestava atenção àquele orador. Eu olhei, não vi um único deputado ou senador que prestasse atenção ao orador que estava na tribuna. Fiquei pensando eu: “Poxa, se o orador vai à tribuna para discutir o veto, é para convencer os outros pares a mudarem a sua opinião”. Olha, eu ia votar contra, mas, como o deputado ou senador me convenceu, o orador me convenceu, eu vou mudar o meu voto. É exatamente isso que se discute na tribuna, é a tentativa de se vender o peixe mais conveniente. Mas, coitado, ele não estava vendendo nada. Ninguém prestava atenção nele. Eu peguei e coloquei na urna, assinei um formulariozinho e pronto, está todo mundo liberado. Se isso for acontecer com a mensagem do veto ao seu projeto dos aposentados, no dia 13, é como diz lá o marajoara, “Babau, fiau”! Já era, Senador! Não temos a mínima chance, a mínima chance.

            Então, quero alertar V. Exª, o Senador Tuma, o Senador Mão Santa, todos aqueles que estão interessados em acabar com o sofrimento dos aposentados e lhes dizer o seguinte: vamos ao Senador Sarney. Vamos logo, na segunda-feira, ao Senador Sarney, pedir que os votos dos Senadores sejam dados aqui, no Senado, senão nós não teremos a mínima chance; vai ser um rolo compressor, e nós vamos perder feio.

            Essa é a minha grande preocupação, que quero deixar aqui externada na tarde de hoje a V. Exª, que é o grande comandante desse assunto e que me disse um dia - eu jamais me esquecerei - que esse assunto está no seu sangue, que V. Exª jamais desistirá, enquanto não vir essa classe, realmente, sendo reconhecida. Eu também. Então, eu fiquei muito preocupado. Eu fui para a minha casa preocupado. V. Exª passou hoje perto de mim e me cumprimentou, e eu falei a V. Exª: “Olha, Senador Paulo Paim, Senador Tuma, se a votação for igual à de ontem, nós não teremos a mínima chance de ter sucesso no dia 13”.

            Muito obrigado, Senador, desculpe-me ter atrapalhado.