Discurso durante a 101ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Repercussão às conclusões da pesquisa sobre o perfil da terceira idade intitulada "O Panorama da Maturidade", feita pelo instituto GfK, cujo objetivo foi investigar o perfil dessa parcela da população, buscando conhecer características de comportamento, gastos, saúde, alimentação, moradia, transporte, educação, cultura, lazer e consumo de mídia.

Autor
Neuto de Conto (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/SC)
Nome completo: Neuto Fausto de Conto
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
POLITICA SOCIAL.:
  • Repercussão às conclusões da pesquisa sobre o perfil da terceira idade intitulada "O Panorama da Maturidade", feita pelo instituto GfK, cujo objetivo foi investigar o perfil dessa parcela da população, buscando conhecer características de comportamento, gastos, saúde, alimentação, moradia, transporte, educação, cultura, lazer e consumo de mídia.
Aparteantes
Roberto Cavalcanti.
Publicação
Publicação no DSF de 19/06/2009 - Página 24279
Assunto
Outros > POLITICA SOCIAL.
Indexação
  • COMENTARIO, LEVANTAMENTO DE DADOS, TRABALHO, INSTITUIÇÃO DE PESQUISA, INTERPELAÇÃO, COSTUMES, IDOSO, REGIÃO METROPOLITANA, CAPITAL DE ESTADO, ESTADO DE GOIAS (GO), BRASILIA (DF), DISTRITO FEDERAL (DF), REGISTRO, PODER, INFLUENCIA, CONSUMO, FORMAÇÃO, OPINIÃO, FAMILIA, INFORMAÇÕES, DESPESA, SUPERMERCADO, PLANO, SAUDE, PAGAMENTO, LUZ, TELEFONE, GASTOS PESSOAIS, AQUISIÇÃO, MEDICAMENTOS, VIAGEM, INFERIORIDADE, NUMERO, APOSENTADO, POSSUIDOR, PREVIDENCIA PRIVADA.
  • IMPORTANCIA, DADOS, COSTUMES, IDOSO, DESENVOLVIMENTO, PROPAGANDA, INCENTIVO, MELHORIA, QUALIDADE DE VIDA, PREVENÇÃO, PROBLEMA, VELHICE.

  SENADO FEDERAL SF -

SECRETARIA-GERAL DA MESA

SUBSECRETARIA DE TAQUIGRAFIA 


O SR. NEUTO DE CONTO (PMDB - SC. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente Gilvam Borges, Srªs e Srs. Senadores, hoje assumo a tribuna para trazer uma coletânea de dados que buscamos para fazer um compêndio, um pequeno livro, um trabalho que trata das pessoas mais vividas, muitas vezes chamadas da “terceira idade”, da “maior idade”.

Vamos ler a introdução para melhor interpretar a pesquisa levantada no Brasil durante dois anos.

Idosos brasileiros formam um grupo de 15 milhões de consumidores mal atendidos. Eles não se enquadram em estereótipos de vovôs que praticam esportes radicais nem de velhinhos abandonados em asilos. Os idosos brasileiros formam um grupo muito heterogêneo de 15 milhões de consumidores (14% da população adulta), que deve chegar a 30 milhões de pessoas até o ano de 2020, a maioria mulheres, com uma renda que soma R$7,5 bilhões ao mês, o dobro da média nacional, e que têm muito mais poder de influenciar hábitos de consumo nas famílias do que se imagina. Estas são algumas das principais conclusões de uma pesquisa inédita no Brasil sobre o perfil da terceira idade, o Panorama da Maturidade, feita pelo instituto GfK. Durante dois anos, a pesquisa ouviu 1,8 mil homens e mulheres com mais de 60 anos nas grandes regiões metropolitanas do País, além de Goiânia e Brasília. O objetivo foi investigar o perfil dessa parcela da população, buscando conhecer características de comportamento, gastos, saúde, alimentação, moradia, transporte, educação, cultura, lazer e consumo de mídia.

Os dados levantados mexem com a imagem tradicional dos velhinhos-problema. Ao contrário, são eles os responsáveis pela manutenção de 25% dos lares nacionais, ou seja, 47 milhões de domicílios. De cada cem entrevistados, 68 declaram ser responsáveis pelas decisões de compra da família. Apenas 15% deles não têm renda alguma. Já a renda média mensal dessa parcela da população é de R$866. E eles estão em maior número na classe A/B do que a média nacional, segundo levantamento da Associação Nacional das Empresas de Pesquisa de Mercado. Trinta e um por cento dos idosos pesquisados fazem parte dessa classe, contra 29% do total nas regiões metropolitanas. E também estão em menor número na classe D/E - 34% na pesquisa contra 35% considerando-se toda a população avaliada pela associação

            As entrevistas revelaram que os idosos têm um caráter fortíssimo de formadores de opinião, geralmente cuidam dos netos para que os filhos possam trabalhar, influenciando assim toda a família. Um dos conceitos centrais utilizados na análise dos dados é que a terceira idade não acontece de uma hora para outra, ela tem um caráter de processo, já que as pessoas não transformam de repente ao passarem dos 60. Outro dado que aparece nas entrevistas é que a visão negativa da velhice, que permeia a sociedade em geral, também está entre aqueles que já chegaram nela e, portanto, há uma grande aversão à rotulação de terceira idade. Esses consumidores revelaram um desejo de ser incluídos, e não separados dos demais cidadãos na hora de se verem retratados pela mídia. Afinal, eles são fortes consumidores de produtos de comunicação. Entre as atividades que mais fazem dentro de casa, assistir à televisão vem em primeiro lugar, seguida de ouvir rádio: 87% dos entrevistados assistem à televisão diariamente e 59% ouvem rádio todos os dias. No levantamento semanal, o hábito é ainda maior, 92% assistem à televisão ao menos uma vez por semana e 72% ouvem rádio nesse período. A leitura de jornais e revistas também está entre as atividades mais frequentes.

As maiores despesas dos idosos são com o supermercado, 24% de todos os gastos. Em seguida, vêm os gastos com planos de saúde, 9%, e com luz e telefone, ambos representam 6% do orçamento. Nas despesas pessoais, a compra de remédios tem o maior peso, 10%, e em seguida vêm as viagens, 5%. Mais da metade desses idosos fez ao menos uma viagem no último ano.

Dos entrevistados, 45% têm plano de saúde. A questão da previdência, tanto pública como privada, também terá grande influência na vida da terceira idade. Hoje apenas 1,3% dos idosos vive com aposentadoria privada, e 86% do restante nunca pensou nisso, o que indica um enorme mercado potencial para os jovens de hoje.

A pesquisa chegou a oito grandes grupos de perfis com as características pessoais e de estilo de vida dos idosos. Esse refinamento, que vai além dos números, nunca havia sido mapeado no Brasil e pode fornecer valiosas informações para pensar estratégias de marketing tanto para os atuais gerações de jovens, que em breve farão parte dessa parcela, como para os idosos.

Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, esta coletânea traz inúmeros capítulos e todos eles vêm para orientar a pessoa mais vivida. As pessoas que chamamos da terceira idade ou idosos, os velhinhos, fazem parte de 14% da população ativa do País. São 15 milhões de pessoas que estão diariamente no mercado, no consumo, influenciando as famílias para compra, para orientação e, portanto, são um nicho fantástico de sabedoria e de conhecimento, que têm história de vida, que têm um passado de lutas. São pessoas que certamente estão neste momento nos ouvindo, e são as que mais assistem à TV Senado, porque, como aposentados, estão em casa, buscando conhecimento, sabendo do que acontece com o Brasil e com o mundo. E esta forma de chegar aos seus lares também nos gratifica por estarmos aqui na defesa e na luta dos interesses dessa sociedade.

Sr. Presidente, agradeço a oportunidade. Obrigado pelo momento. Deixamos esta mensagem...

O Sr. Roberto Cavalcanti (Bloco/PRB - PB) - Senador, permite-me um aparte?

O SR. NEUTO DE CONTO (PMDB - SC) - Pois não, Senador.

O Sr. Roberto Cavalcanti (Bloco/PRB - PB) - Senador Neuto de Conto, há poucos minutos, nós dois conversávamos a respeito deste fantástico tema, que é o adulto. Conversávamos também até de que forma... (fora do microfone) Chamo adultos porque conversávamos exatamente sobre a não aceitação de determinadas nomenclaturas, como terceira idade e outras. Na verdade, é uma categoria que talvez seja a maior ouvinte da TV Senado. Conversávamos exatamente sobre uma categoria que, na maioria das vezes, por estar aposentada, dispõe de maior tempo e faz o grande patrimônio que são os telespectadores da TV Senado e ouvintes da Rádio Senado. Gostaria de parabenizar V. Exª pela abordagem do tema e pelo carinho com que fez essa coletânea. Muitos poucos se lembram deles. Muitos poucos têm o carinho que V. Exª teve de fazer um trabalho tão precioso que, neste momento, está mostrando ao País, ao Brasil. Meus parabéns, Senador.

O SR. NEUTO DE CONTO (PMDB - SC) - Senador, eu agradeço o aparte e o incorporo ao meu pronunciamento.

Quando (fora do microfone)... que construíram através do trabalho, da luta e da participação, grande parte da nossa Pátria.

Ao homenageá-lo, eu o faço a cada um e a todos que nos dão a o oportunidade de nos ouvir, quer seja pela televisão ou pela rádio do Senado. Os nossos cumprimentos e as nossas homenagens por tudo que fizeram pela nossa Pátria.

Muito obrigado, Sr. Presidente.


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Este texto não substitui o publicado no DSF de 19/06/2009 - Página 24279