O SR. DEMÓSTENES TORRES (DEM - GO. Sem apanhamento taquigráfico.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, a diretora da sucursal carioca da revista Época, Ruth de Aquino, pergunta no inicio de seu artigo “Queria escrever sobre a luz de maio”: “Como será nosso Brasil em 2020?” Discorre sobre a verdadeira guerra civil que mata 48 mil brasileiros, 131 assassinatos por dia, a maioria entre jovens e crianças. A jornalista trata especificamente da morte de uma criança por um jovem. Um assaltante de 17 anos deu um tiro na cabeça de Gabriela Araújo, de 8 anos.

            Em outra barbárie, um motorista bêbado, sem Carteira Nacional de Habilitação, atropelou Marleide Gomes dos Santos, grávida de cinco meses. Marleide, que estava na calçada, “tinha um casal de filhos, de 8 e 6 anos”.

            Com sua habilidade para redigir e a sensibilidade que transborda das páginas da revista, Ruth queria escrever sobre a luz de maio, mas os meses se sucedem e com eles os rostos esquecidos nos números, as famílias enlutadas esquecidas no mar de estatísticas, as Marleides e as Gabrielas transformadas apenas em mais nomes de vítimas.

            Dados o valor do alerta e a beleza do poema em prosa, requeiro a transcrição do texto de Ruth no Diário do Senado Federal, para que conste nos Anais.

            Muito obrigado.

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DOCUMENTO A QUE SE REFERE O SR SENADOR DEMÓSTENES TORRES EM SEU PRONUNCIAMENTO.

(Inserido nos termos do art. 210, inciso I e § 2º, do Regimento Interno.)

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Matéria referida:

“Queria escrever sobre a luz de maio”, Época.