Discurso durante a 123ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Importância de investimentos na área de pesquisa para tornar competitiva a economia de qualquer país.

Autor
Gerson Camata (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/ES)
Nome completo: Gerson Camata
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
POLITICA CIENTIFICA E TECNOLOGICA. POLITICA DE DESENVOLVIMENTO.:
  • Importância de investimentos na área de pesquisa para tornar competitiva a economia de qualquer país.
Publicação
Publicação no DSF de 05/08/2009 - Página 34514
Assunto
Outros > POLITICA CIENTIFICA E TECNOLOGICA. POLITICA DE DESENVOLVIMENTO.
Indexação
  • IMPORTANCIA, INVESTIMENTO, PESQUISA, DESENVOLVIMENTO, AUMENTO, CAPACIDADE, CONCORRENCIA, ECONOMIA, INFORMAÇÃO, PARCERIA, GOVERNO, INDUSTRIA, AMPLIAÇÃO, CREDITOS, CAPITALIZAÇÃO, FINANCIADORA DE ESTUDOS E PROJETOS (FINEP), ANUNCIO, REALIZAÇÃO, CONGRESSO BRASILEIRO, MODERNIZAÇÃO, PARQUE INDUSTRIAL, COMENTARIO, EXPERIENCIA, PAIS ESTRANGEIRO, COREIA DO SUL, TAIWAN, JAPÃO.
  • NECESSIDADE, PARCERIA, ESTADO, INICIATIVA PRIVADA, GARANTIA, CONSOLIDAÇÃO, POLITICA, MODERNIZAÇÃO, SAUDAÇÃO, INICIATIVA, BANCO NACIONAL DO DESENVOLVIMENTO ECONOMICO E SOCIAL (BNDES), FINANCIAMENTO, CONTRATAÇÃO, SERVIÇO, PESQUISA, DESENVOLVIMENTO, DESTINAÇÃO, MICROEMPRESA, PEQUENA EMPRESA, IMPORTANCIA, ATENÇÃO, PROJETO, ESPECIFICAÇÃO, UTILIZAÇÃO, ALCOOL, TRABALHO, Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA), INCENTIVO, CRESCIMENTO ECONOMICO.

                          SENADO FEDERAL SF -

            SECRETARIA-GERAL DA MESA

            SUBSECRETARIA DE TAQUIGRAFIA 


            O SR. GERSON CAMATA (PMDB - ES. Sem apanhamento taquigráfico.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, investimentos na área de pesquisa e desenvolvimento são essenciais para tornar competitiva a economia de qualquer país. A globalização condiciona o êxito nos negócios à inovação constante, à criação de tecnologias atualizadas. Surge agora a notícia de que, com certo atraso, governo e indústria decidiram unir esforços para ampliar o volume de recursos destinados a pesquisa e desenvolvimento, como forma de capacitar o País para a competitividade, depois de passada a crise que afeta a economia mundial.

            Como parte da estratégia, o Governo Federal pretende ampliar o crédito, por meio da capitalização da Finep, a Financiadora de Estudos e Projetos, vinculada ao Ministério da Ciência e Tecnologia. Até junho, só a demanda de projetos em carteira na Finep atingia a soma de 3 bilhões e 400 milhões de reais, mais que o dobro da demanda em análise em dezembro do ano passado. Não poderia haver evidência mais forte da disposição de setores da economia de investir na criação de novos produtos e processos.

            A CNI, Confederação Nacional da Indústria, por sua vez, realizará em agosto, em São Paulo, o Terceiro Congresso Brasileiro de Inovação na Indústria. Na ocasião, será lançado um “manifesto pela inovação”, com o objetivo de fazer com que o tema passe a integrar a agenda estratégica das indústrias brasileiras.

            Apesar de incorporada à nova política industrial lançada no segundo mandato do presidente Lula, a inovação ainda não ganhou a merecida importância, seja devido à falta de conhecimento de boa parte dos empresários sobre a necessidade de investir em pesquisa e desenvolvimento, seja pela falta de integração com institutos de pesquisa e universidades que desenvolvem atividades científicas e tecnológicas.

            Já nos anos 1950 economistas afirmavam que, no longo prazo, a tecnologia era a única fonte de crescimento econômico sustentável. Muito antes, outros relataram como, no início do século 20, empresários esforçavam-se para introduzir inovações em suas empresas, para produzir a custo mais baixo ou criar produtos diferenciados, capazes de assegurar-lhes uma fatia maior do mercado.

            Os chamados “Tigres Asiáticos”, como Coréia do Sul e Taiwan, são exemplos contemporâneos da estratégia de investir em pesquisa e desenvolvimento para assegurar um rápido crescimento econômico e proporcionar melhores condições de vida às suas populações. O mesmo ocorreu no Japão, depois da Segunda Guerra Mundial, quando as empresas direcionaram seus investimentos para inovações, tanto em métodos de produção quanto na criação de produtos.

            No Brasil, recém despertamos para a inovação como fator vital de competitividade empresarial. Se não desenvolvermos tecnologias, estaremos condenados a pagar por ela aos países que as produzem. Em setembro do ano passado, o Ipea, Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada, lançou um estudo mostrando que as empresas brasileiras tinham registrado avanços nos investimentos em pesquisa e desenvolvimento, mas ainda perdiam para países desenvolvidos e para a China. Desde 2004, os chineses passaram a destinar 1,2 por cento do PIB, Produto Interno Bruto para pesquisa e desenvolvimento, enquanto o Brasil reservava 1 por cento para o mesmo fim.

            Já os 29 países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico, entre os quais Estados Unidos, Japão, Alemanha, França e Inglaterra, aplicavam anualmente 2,4 por cento do PIB em pesquisa e desenvolvimento. Foram as inovações nas áreas de telecomunicações, eletrônica e difusão de informações que permitiram o extraordinário crescimento apresentado pela economia dos Estados Unidos durante os dois mandatos do presidente Bill Clinton. Agora, o governo americano não esqueceu de incluir os investimentos em ciência e tecnologia em seu primeiro pacote de combate à crise.

            Para consolidar uma política de inovação, é fundamental a parceria entre Estado e iniciativa privada, ambos determinados a investir e a conscientizar as empresas da necessidade de incluir a pesquisa e desenvolvimento no rol de atividades indispensáveis.

            O BNDES, Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social, está destinado a desempenhar um papel vital no impulso à inovação. Sua carteira no apoio à inovação hoje é de 6 bilhões e 400 milhões de reais, incluindo operações em andamento desde o ano passado. Nos cinco primeiros meses deste ano, o Banco desembolsou 484 milhões de reais, e, por meio do cartão BNDES, passou a financiar a contratação de serviços de pesquisa, desenvolvimento e inovação para micro, pequenas e médias empresas.

            Quando conseguirmos criar uma cultura da inovação, unindo governo, empresários, centros de pesquisa e universidades, teremos assegurado uma das condições necessárias ao desenvolvimento em bases sólidas. O exemplo do etanol e os resultados das pesquisas realizadas pela Embrapa são exemplos que deveriam nos encorajar a dar mais atenção à pesquisa e desenvolvimento, e a considerá-la indispensável, o verdadeiro motor do crescimento de um país.

            Era o que eu tinha a dizer.

            Muito obrigado.


Modelo1 4/24/247:26



Este texto não substitui o publicado no DSF de 05/08/2009 - Página 34514