Discurso durante a 126ª Sessão Não Deliberativa, no Senado Federal

Homenagem ao sexto Batalhão de Engenharia e Construção do Exército, pela passagem dos 41 anos de sua existência, lembrando sua contribuição à integração do Estado de Roraima com o restante do País, bem assim com a Venezuela e a Guiana. Registro de matérias alusivas ao tema do pronunciamento.

Autor
Mozarildo Cavalcanti (PTB - Partido Trabalhista Brasileiro/RR)
Nome completo: Francisco Mozarildo de Melo Cavalcanti
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
DESENVOLVIMENTO REGIONAL. HOMENAGEM.:
  • Homenagem ao sexto Batalhão de Engenharia e Construção do Exército, pela passagem dos 41 anos de sua existência, lembrando sua contribuição à integração do Estado de Roraima com o restante do País, bem assim com a Venezuela e a Guiana. Registro de matérias alusivas ao tema do pronunciamento.
Publicação
Publicação no DSF de 08/08/2009 - Página 34931
Assunto
Outros > DESENVOLVIMENTO REGIONAL. HOMENAGEM.
Indexação
  • CRITICA, GOVERNO BRASILEIRO, ABANDONO, REGIÃO AMAZONICA, FALTA, INTERESSE, APROVEITAMENTO, RECURSOS, MINERIO, BIODIVERSIDADE, FLORESTA, RECURSOS HIDRICOS, DIFERENÇA, ATENÇÃO, GOVERNO ESTRANGEIRO, AREA ESTRATEGICA.
  • HOMENAGEM, ANIVERSARIO DE FUNDAÇÃO, BATALHÃO DE ENGENHARIA (BTLENG), IMPORTANCIA, ATUAÇÃO, ESTADO DE RORAIMA (RR), CONSTRUÇÃO, RODOVIA, PONTE, INTEGRAÇÃO, TERRITORIO NACIONAL, FRONTEIRA, PAIS ESTRANGEIRO, GUIANA, COMENTARIO, DEPOIMENTO, TRABALHADOR, HISTORIA, OBRAS, PERIODO, REGIME MILITAR, ESCLARECIMENTOS, ORADOR, AUSENCIA, HOMICIDIO, INDIO, REGISTRO, MORTE, MALARIA, SUGESTÃO, GOVERNO FEDERAL, MOBILIZAÇÃO, BATALHÃO, MANUTENÇÃO, REDE RODOVIARIA, LEITURA, REQUERIMENTO, JUSTIFICAÇÃO, VOTO, ELOGIO, SOLICITAÇÃO, TRANSCRIÇÃO, MATERIA.
  • COBRANÇA, GOVERNO, ATENÇÃO, RODOVIA, LIGAÇÃO, REGIÃO, ESTADO DE RORAIMA (RR), EXPECTATIVA, MANUTENÇÃO.

                          SENADO FEDERAL SF -

            SECRETARIA-GERAL DA MESA

            SUBSECRETARIA DE TAQUIGRAFIA 


            O SR. MOZARILDO CAVALCANTI (PTB - RR. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srs. Senadores, Srªs Senadoras, senhores telespectadores da TV Senado e ouvintes da Rádio Senado que nos acompanham nesta sexta-feira, já próximos das 13 horas, quero, Sr. Presidente - como, aliás, é prioritário para mim - abordar hoje temas relativos à Amazônia, ao meu Estado, inclusive dizendo que continuo perplexo diante do descaso com que o Governo do nosso País - portanto, o Presidente da República e seus Ministros - trata a Amazônia.

            Já tive oportunidade de dizer aqui que, enquanto o mundo, isto é, os países estrangeiros dão à Amazônia uma importância estratégica, geopolítica, sobretudo de olho nos nossos minerais, nas nossas riquezas naturais, na nossa biodiversidade, de onde se pode tirar tanto produtos para a indústria farmacêutica quanto produtos para a indústria de cosméticos, entre outras, além de sermos a quinta reserva de água doce do mundo, o Brasil olha para a Amazônia como se fosse o quintal do País.

            Nós temos dito até aqui que há uma frase, já cunhada, carimbada na mente dos brasileiros, que diz que há uma cobiça internacional sobre a Amazônia. Eu acho que os países estrangeiros estão corretos em cobiçar a Amazônia, porque veem a sua importância. Agora, os brasileiros não cobiçam a Amazônia, não se preocupam, como deveriam se preocupar, com a Amazônia.

            Quando eu falo “os brasileiros”, quem representa os brasileiros, quem os brasileiros elegeram para dirigir o País? O Presidente da República. Eu não vou cometer a injustiça de dizer que esses maus-tratos foram feitos só no Governo Lula. Não. Já vêm de algum tempo. Mas, pelo menos, por exemplo, algumas obras importantíssimas na Amazônia, por incrível que pareça, foram feitas durante o chamado regime militar, durante a ditadura. Depois de lá, algumas poucas obras podem ser ressaltadas. E eu quero ressaltar, no meu Estado, entre outras, a criação da Universidade Federal de Roraima, da Escola Técnica Federal, que hoje é o Instituto Técnico Federal de Roraima. Portanto, dois marcos na educação do meu Estado e, por consequência, da Amazônia.

            Ressalto também uma outra coisa importante. O meu Estado, por exemplo, Senador Paim, vivia isolado da própria Amazônia, porque só se chegava a Roraima, à nossa capital, Boa Vista, ou de avião ou, na época das chamadas cheias, quando chovia, através do nosso rio. Ao contrário do que se pensa, é um rio na Amazônia, mas só navegável durante o período das chuvas - e, assim mesmo, até um certo ponto, que é a cidade de Caracaraí. Portanto, nós vivíamos efetivamente ilhados do resto do País. A construção da rodovia BR-174, que nos ligou com Manaus e com a Venezuela, e, mais, da BR-401, que nos liga com a Guiana, foi que nos tirou desse isolamento.

            Diante dessa constatação, eu quero justamente aproveitar o dia de hoje para fazer uma homenagem especial ao 6º Batalhão de Engenharia de Construção, sediado no meu Estado. Hoje, esse batalhão está comemorando, Senador Paim, 41 anos de existência. Na verdade, a data da criação do batalhão é dia 9 - portanto, depois de amanhã -, mas, com certeza, porque cai num domingo, está sendo comemorada hoje.

            Quero dizer que o 6º BEC, como é conhecido o 6º Batalhão de Engenharia de Construção, realmente foi decisivo para que o meu Estado, hoje, pudesse dizer que está, pelo menos em termos de integração física, ligado ao resto do País, uma vez que se liga à capital do Amazonas, à fronteira com a Venezuela e à fronteira com a Guiana.

            Eu queria justamente ressaltar a importância do trabalho que o 6º BEC fez, notadamente na BR-174, mas não deixando de lado a BR-401, que vai até fronteira com a Guiana, e recentemente a construção de uma ponte que, há mais de duas décadas, vinha se arrastando, que é a ponte que liga o meu Estado de Roraima à República da Guiana. Essa ponte foi construída, de maneira muito competente, pelo 6º Batalhão de Engenharia de Construção.

            Então, eu queria fazer esta homenagem, inclusive ressaltar que um operário que trabalhou na construção da BR-174, em 1970... E foram sete anos para ser terminada! Imagine, Senador Paulo Paim! E, justamente, onde existe selva no meu Estado é no sul do Estado. No norte do Estado, o que existe são campos naturais, mais ou menos semelhantes aos pampas do seu Rio Grande do Sul, misturados com os cerrados do Centro-Oeste. Então, na parte sul do meu Estado, atravessando todo o Amazonas, o que aqueles trabalhadores, engenheiros e militares enfrentaram foi a selva bruta. E esse operário, o motorista Francisco Pontes de Araújo, que hoje tem 60 anos e ainda está trabalhando, ressalta: “Não deu para cansar, ainda tenho anos de trabalho”. Ele também diz: “Na BR-174, tem muita luta, muito suor derramado meu e de muitos outros trabalhadores”.

            Inclusive, aqui é preciso que se faça uma justiça histórica ao 6º Batalhão de Engenharia de Construção, porque algumas ONGs, de maneira maldosa, dizem que, na construção dessa estrada, o Exército brasileiro matou índios - os chamados índios waimiris-atroaris, que ficam, justamente, nesse trecho da fronteira de Roraima com o Amazonas. E é importante que se registre aqui que o único episódio que realmente resultou na morte de alguém naquela rodovia, Senador Paim, foi quando uma missão chefiada por um padre da Igreja Católica, Padre Calleri, foi atacada pelos índios. Inclusive, esse padre foi assassinado, ele e mais outros membros da comissão.

            Em nenhum outro momento - é evidente que houve outros choques -, nem morreram índios, nem morreram não índios que estivessem trabalhando na estrada. Morreram, sim, muitos trabalhadores, de malária e de outras infecções adquiridas no meio da selva, talvez possivelmente até a própria febre amarela.

            Mas eu quero dizer que, se o Governo Federal de fato utilizasse melhor os batalhões de engenharia de construção que estão na Amazônia e, notadamente, no meu Estado... Por exemplo, eu não entendo por que a manutenção das rodovias federais no meu Estado não estão entregues ao 6º Batalhão de Engenharia de Construção, que está lá sediado e que tem 95 servidores civis e cerca de 600 servidores militares.

            Quero, portanto, aqui prestar minha homenagem ao Comandante, Coronel Brasil, a todos os militares e civis do 6º BEC, dizendo, como roraimense, como um Senador que nasceu em Roraima e que acompanhou, portanto, esse processo anterior à abertura da Rodovia 174 e da 401, que nós estávamos efetivamente ilhados.

            Agora, existe uma outra rodovia, Senador Paim, a que o Governo Federal precisa dar maior atenção, que é a BR-432, que liga justamente a BR-401 à BR-174 e à BR-210, e que fará uma integração justamente do norte do meu Estado com o sul do meu Estado, de maneira que atravessa uma área importante de produção no Município de Cantá e de Caracaraí.

            Essa rodovia, Senador Paim, era uma rodovia estadual, idealizada e construída pelo ex-Governador Ottomar Pinto, que era a chamada rodovia RR-170. Eu apresentei aqui um projeto de lei tornando federal essa rodovia. Esse projeto foi aprovado no Senado e na Câmara, e, hoje, realmente, essa rodovia é federal. Mas, apesar de que todo ano eu coloco emendas para botar recursos para a construção dessa rodovia, não vem tendo, por parte do Governo, a atenção que ela merece.

            Então, ao fazer este registro, eu quero me dirigir a todos os servidores civis e militares do 6º BEC, às suas famílias, e mandar o meu abraço de gratidão pelo trabalho que desenvolvem.

            Ao mesmo tempo, Sr. Presidente, ao encerrar o meu pronunciamento, solicitando a V. Exª que as matérias a que me referi sejam aqui transcritas, quero apresentar, ao final, um requerimento, nos seguintes termos:

Sr. Presidente, requeremos, nos termos do art. 222 do Regimento Interno do Senado Federal, seja formulado voto de aplauso e louvor ao 6º Batalhão de Engenharia de Construção (6º BEC) do Exército, e encaminhada a manifestação ao Comandante da Corporação, em Roraima.

            E a justificação do requerimento:

O voto de aplauso, ora requerido, tem justificativa pelo transcurso dos 41 anos de existência do 6º Batalhão de Engenharia de Construção, em Roraima, comemorados no dia 09 de agosto, em face dos relevantes serviços em prol da nação brasileira, sobretudo pela atuação do Batalhão na Região Amazônica, especificamente, em Roraima.

            Assinam esse requerimento eu e o Senador Augusto Botelho.

            Portanto, reitero o pedido de transcrição das matérias aqui referidas, bem como também a íntegra desse requerimento, que vou encaminhar à Mesa neste instante.

            Muito obrigado.

 

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DOCUMENTOS A QUE SE REFERE O SR. SENADOR MOZARILDO CAVALCANTI EM SEU PRONUNCIAMENTO.

(Inseridos nos termos do art. 210, inciso I e §2º, do Regimento Interno.)

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Matérias referidas:

- História do 6º Batalhão de Engenharia e Construção

- Folha de Boa Vista: “6º BEC comemora hoje 41 anos”

- Visita do CMT Militar da Amazônia na Sede

- Visita do CMT Militar da Amazônia nas Obras

- Realizações do 6º BEC

- “José Antônio de la Santíssima Trinidad Simón Bolívar y Palacios, Patrono do 6º BEC”

- Requerimento de voto de aplauso e louvor ao 6º BEC


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Este texto não substitui o publicado no DSF de 08/08/2009 - Página 34931