Discurso durante a 136ª Sessão Especial, no Senado Federal

Homenagem à Maçonaria Brasileira pelo transcurso do Dia do Maçom.

Autor
Cícero Lucena (PSDB - Partido da Social Democracia Brasileira/PB)
Nome completo: Cícero de Lucena Filho
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM.:
  • Homenagem à Maçonaria Brasileira pelo transcurso do Dia do Maçom.
Publicação
Publicação no DSF de 21/08/2009 - Página 37712
Assunto
Outros > HOMENAGEM.
Indexação
  • HOMENAGEM, DIA NACIONAL, MEMBROS, MAÇONARIA, OPORTUNIDADE, RECONHECIMENTO, IMPORTANCIA, ATUAÇÃO, MOVIMENTAÇÃO, DEFESA, LIBERDADE, AMERICA, ESPECIFICAÇÃO, BRASIL, PARTICIPAÇÃO, VULTO HISTORICO, PERSONAGEM ILUSTRE, RELEVANCIA, OBRA FILANTROPICA, INCENTIVO, APROXIMAÇÃO, COLABORAÇÃO, UNIÃO, SOLIDARIEDADE, MELHORIA, TRANSFORMAÇÃO, SOCIEDADE.

                          SENADO FEDERAL SF -

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            O SR. CÍCERO LUCENA (PSDB - PB. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Senador Mozarildo Cavalcanti, quero, nesta sessão de homenagem ao Dia do Maçom, cumprimentá-lo, por ser V. Exª o primeiro signatário desta homenagem; estendo os meus cumprimentos ao 4º Secretário da Câmara dos Deputados, Deputado Federal Nelson Marquezelli; Exmº e eterno Senador Paulo Otávio, Vice-Governador do Distrito Federal; Grão-Mestre Geral do Grande Oriente do Brasil, Sr. Marco José da Silva; Grão-Mestre do Grande Oriente do Distrito Federal, Sr. Jafé Torres, em nome de quem cumprimento todos os demais Grãos-Mestres aqui presentes, além do Vice-Presidente da Confederação Maçônica do Brasil, Rubens Ricardo Franz; prezados Irmãos; Cunhadas; DeMolays; minhas senhoras e meus senhores, em toda a história da humanidade é difícil encontrar uma instituição que ostente tantas realizações e participações em suas conquistas mais significativas do que a Maçonaria.

            Instituição multissecular, suas origens se perdem na névoa dos tempos remotos, pois, alguns estudiosos as fazem remontar às lendas de Ísis e Osíres, do antigo Egito, com vinculação posterior à ordem dos Templários. Alguns autores afirmam que o seu fundador foi Hiram Abif, arquiteto do Templo de Salomão; outros, que a Maçonaria surgiu em 715 a. C., a partir de corporações operárias, mas, as evidências mais relevantes nos conduzem a estabelecer o início da Maçonaria em meados do século XVII, prezado Senador Alvaro Dias, quando as associações de pedreiros da Inglaterra perderam a característica de associações profissionais e passaram a admitir membros da nobreza e integrantes do clero anglicano como membros honorários.

            A Maçonaria não é religião, por isso não tem dogma. O credo maçônico se realiza sob a invocação do Grande Arquiteto do Universo e sobre os livros sagrados, o esquadro e o compasso. Utilizam-se vários livros sagrados no altar de juramento, o que reflete exatamente o espírito tolerante da Maçonaria universal.

            A Maçonaria, como praticada mais modernamente, tem como marco inicial o ano de 1717, na cidade de Londres. O reverendo anglicano James Anderson e o huguenote refugiado Jean Theophile Desaguliers fundaram a Grande Loja da Inglaterra, que deu origem à sua forma atual. Alguns dos princípios sobre os quais se assentou a nova instituição foram: tolerância religiosa, fé no progresso da humanidade, fé em Deus, racionalismo que exclui as formas exteriores da religião organizada como Igreja e aversão ao sacerdócio oficial e à fé em milagres.

            Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, Irmão, Cunhadas e DeMolays, a Maçonaria teve papel importante em praticamente todos os movimentos de libertação na América, incluindo o Brasil. Os maçons estiveram presentes na Inconfidência Mineira, na Revolução Pernambucana de 1817, na Independência do Brasil, na Confederação do Equador, na Guerra dos Farrapos, na Abolição da Escravatura e na Proclamação da República, se nos ativermos apenas a episódios muito marcantes de nossa história. Dom Pedro I já havia sido iniciado nos Augustos Mistérios por ocasião da Independência do País. Mas a lista dos grandes homens que ajudaram a fazer a História do Brasil não caberia neste meu pronunciamento, porque inclui Presidentes da República, Governadores e outros políticos importantes, empresários, artistas, intelectuais e grandes anônimos.

            Posso citar alguns nomes como exemplos, para não tomar muito tempo, alguns já citados aqui, como o Barão do Rio Branco, Bento Gonçalves, Campos Sales, Carlos Gomes, Deodoro da Fonseca, Duque de Caxias, Eleazar de Carvalho, Frei Caneca, Golbery do Couto e Silva, Hermes da Fonseca, Jânio Quadros, Joaquim Nabuco, José Bonifácio de Andrada e Silva, José do Patrocínio, José de Alencar, Júlio de Mesquita, Júlio Prestes, Lamartine Babo, Mário Covas, Nilo Peçanha, Padre Feijó, Pixinguinha, Prudente de Moraes, o nosso Rui Barbosa, Teófilo Ottoni, Vicente Celestino, Washington Luís.

            Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, a data de 20 de agosto foi escolhida como o Dia do Maçom no Brasil. A proposta para o estabelecimento de uma data comemorativa foi levada pela Grande Loja de Santa Catarina, na V Mesa Redonda das Grandes Lojas do Brasil, que ocorreu em Belém do Pará, entre os dias 17 e 22 de julho de 1957. Por sugestão da Grande Loja de Minas Gerais, foi escolhido o dia 20 de agosto. É necessário esclarecer que existe um desencontro de calendários - os maçons seguem o calendário hebreu, de origem babilônica -, e alguns registros têm essa data, no ano de 1822, como o dia da independência do Brasil.

            Muito se tem discutido sobre o papel da Maçonaria na atualidade e no futuro, de forma a continuar a enorme obra que ela constrói incessantemente em favor da humanidade. Embora estejamos vivendo uma época de enormes facilidades nas comunicações, é sabido que todo o desenvolvimento tecnológico que se apresenta aos nossos olhos não é suficiente para aproximar os homens num sentimento desinteressado e fraternal. E a obra da Maçonaria tem como objetivo conseguir a aproximação, a ajuda mútua, a fraternidade e a solidariedade.

            Alguns entendem que as relações humanas estão se deteriorando, mas o maçom se esforça para influir na vida diária de sua família, de seus amigos, de seus vizinhos, de seu Município, de seu Estado e de seu País, utilizando o ideário maçônico como base de sua atuação na sociedade. E o ideário, em seu aspecto mais factível, se apresenta na divisa expressa na tríade “Liberdade, Igualdade, Fraternidade”.

            Esse é o lema que levou o mundo a maior transformação social já experimentada, por meio da Revolução Francesa, um divisor de águas na organização política e em tudo o que hoje pensamos sobre direitos humanos.

            Tenho a certeza de que a fraternidade maçônica continuará inspirando e iluminando a humanidade nas mais inauditas realizações, na busca do aperfeiçoamento e realização das obras sempre, sempre, inspiradas pelo Grande Arquiteto do Universo.

            Que a data de 20 de agosto sirva para lembrar sempre a importância da comunidade maçônica para o engrandecimento da Nação brasileira e da humanidade, para que, cada vez mais, sejamos um País mais solidário, mais amigo e mais fraterno.

            Era o que tinha a dizer, Sr. Presidente.

            Meus cumprimentos à Mesa, aos irmãos, às Cunhadas e aos DeMolays. (Palmas.)


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