Discurso durante a 144ª Sessão Não Deliberativa, no Senado Federal

Voto de pesar pelo falecimento da Sra. Olinda dos Santos, mãe da Senadora Serys Slhessarenko. Anúncio do recebimento de muitos e-mails de aposentados de todo o País apelando para uma solução, emprestando apoio ao Senador Paulo Paim em defesa da causa dos aposentados e pensionistas.

Autor
Mão Santa (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/PI)
Nome completo: Francisco de Assis de Moraes Souza
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM. PREVIDENCIA SOCIAL. ADMINISTRAÇÃO MUNICIPAL.:
  • Voto de pesar pelo falecimento da Sra. Olinda dos Santos, mãe da Senadora Serys Slhessarenko. Anúncio do recebimento de muitos e-mails de aposentados de todo o País apelando para uma solução, emprestando apoio ao Senador Paulo Paim em defesa da causa dos aposentados e pensionistas.
Aparteantes
Paulo Paim.
Publicação
Publicação no DSF de 29/08/2009 - Página 39843
Assunto
Outros > HOMENAGEM. PREVIDENCIA SOCIAL. ADMINISTRAÇÃO MUNICIPAL.
Indexação
  • HOMENAGEM POSTUMA, MÃE, SERYS SLHESSARENKO, SENADOR.
  • COMENTARIO, RECEBIMENTO, SUPERIORIDADE, NUMERO, MENSAGEM (MSG), INTERNET, RECLAMAÇÃO, PROBLEMA, APOSENTADORIA, REITERAÇÃO, COMPROMISSO, ORADOR, CONTINUAÇÃO, LUTA, BUSCA, SOLUÇÃO, SIMULTANEIDADE, TRABALHO, MESA DIRETORA.
  • RECOMENDAÇÃO, PRESIDENTE DA REPUBLICA, MELHORIA, BOLSA FAMILIA, IMPLEMENTAÇÃO, POLITICA DE EMPREGO, NECESSIDADE, COMBATE, CORRUPÇÃO, DESVIO, FUNDOS PUBLICOS, DEFESA, PRIORIDADE, AUMENTO, REPASSE, PREFEITO, COMPLEMENTAÇÃO, PROGRAMA ASSISTENCIAL, CONTRATAÇÃO, TRABALHO TEMPORARIO, ADMINISTRAÇÃO MUNICIPAL.
  • CONTESTAÇÃO, IDONEIDADE, PESQUISA, OPINIÃO PUBLICA, APROVAÇÃO, PRESIDENTE DA REPUBLICA.
  • CONTESTAÇÃO, IMPRENSA, ALEGAÇÕES, CRISE, SENADO, ESPECIFICAÇÃO, ATO, DOCUMENTO SECRETO, ESCLARECIMENTOS, SITUAÇÃO, IMPORTANCIA, VALORIZAÇÃO, LEGISLATIVO, PROTESTO, DEMORA, CONGRESSO NACIONAL, DERRUBADA, VETO (VET), ATRASO, VOTAÇÃO, MATERIA, JUSTIÇA, FAVORECIMENTO, APOSENTADORIA, NECESSIDADE, ATENÇÃO, DIGNIDADE, IDOSO, CONCLAMAÇÃO, MOBILIZAÇÃO, SENADOR.
  • SOLIDARIEDADE, MENSAGEM (MSG), INTERNET, PREFEITO, MUNICIPIOS, ESTADO DO PIAUI (PI), RECLAMAÇÃO, REDUÇÃO, REPASSE, FUNDO DE PARTICIPAÇÃO DOS MUNICIPIOS (FPM), MOTIVO, BAIXA, ARRECADAÇÃO, IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS (IPI), PROVIDENCIA, GOVERNO, COMBATE, EFEITO, CRISE, ECONOMIA NACIONAL, DIFICULDADE, ADMINISTRAÇÃO MUNICIPAL, ANUNCIO, GREVE, FECHAMENTO, PREFEITURA.

            O SR. MÃO SANTA (PMDB - PI. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão.) - Presidente Paim, então, vamos aproveitar para providenciar, ô Figueiredo, um requerimento de pesar a toda família, assinado por nós Senadores aqui presentes.

            Mãe é tudo. Eu diria apenas, Paim, que, nós que já perdemos também, ganhamos uma santa no céu. Aliás, sempre tenho dito que não sou Mão Santa, mas sou filho de mãe santa, como todos nós.

            Eu tenho inveja do poeta e relembro Catulo da Paixão Cearense, para que sirva de conforto para Serys:

Eu vi minha mãe rezando

Aos pés da Virgem Maria

Era uma santa escutando

O que outra santa dizia.

            Parlamentares presentes, brasileiras e brasileiros, presentes no plenário e que nos acompanham pelo sistema ímpar de comunicação do Senado da República - Rádio AM, Rádio FM, ondas curtas, televisão e mais os órgãos escritos, o jornal diário, semanário, a agência de notícias -, nessas sextas-feiras, sempre pego uns e-mails. Paim, V. Exª que vai deixando a presidência para o Geraldo Mesquita, temos de fazer uma reflexão. A maioria dos e-mails é sobre os aposentados. Muitos deles - interessante, Geraldo Mesquita - acham que eu fui para a Mesa e abandonei a luta, que assumi determinados compromissos com o Governo. Esta Mesa foi um ato espontâneo e V. Exª que está aí foi um dos primeiros que liderou; Pedro Simon, no Partido, quem tem de ganhar, e depois no plenário. Mas, muito pelo contrário, eu me sinto com responsabilidade na Mesa de avançar nesses pleitos.

            Então, os aposentados, Paim, estão na maioria dos e-mails. Agradecem, mas acham até que a gente estava cansado da luta. Não é.

            Paim, este Senado é dos aposentados. V. Exª teve muitas vitórias. A do salário acho que é a maior conquista do Governo do nosso Presidente Luiz Inácio - a valorização do trabalho e do trabalhador. De US$ 70, nós todos, liderados por Paim, fizemos o Governo avançar.

           O Bolsa Família é uma ajuda, caridade que eu entendo. Aqui, estou para orientar o Presidente, porque ele pode ser melhorado. É fácil. Ele tem de ouvir aqui. Nós é que temos experiência. Esta é a Casa da sabedoria. É simples, Luiz Inácio. Eu fui prefeitinho, Luiz Inácio não foi; eu governei meu Estado por duas vezes, também ele não governou.

           Nenhum de nós vai ser contra a caridade. Fé, esperança e amor. Amor é caridade - Apóstolo Paulo. Mas ela pode ser transformada em trabalho, Luiz Inácio. Nós é que somos os pais da Pátria. Não são esses aloprados, que só querem isso para instrumento de ganhar as eleições. É feito: transformar isso em trabalho.

            Quem sabe as coisas é o prefeitinho. Dou um valor doido a prefeitinho, porque eu fui; são idealistas, são corretos. Está na Bíblia: “Muitos são chamados, poucos são os escolhidos.” Eles são, e eu fui. O prefeitinho sabe de tudo, porque vive o dia a dia, administra sua mãe e seu filho.

            Um exemplo, Luiz Inácio, atentai bem: José Dirceu. Não tenho nada contra. Estou contando uma história. Todo mundo sabe que o Zé Dirceu foi para Cuba, fez plástica, voltou, e tal. Com todo respeito, eu estou contando uma história. Aí ele voltou, plástica, cabeleira, arrumou um emprego no interior, numa cidade do Paraná. E começou a namorar uma funcionária da prefeitura. Viu, Geraldo Mesquita? O prefeitinho chegou para ela e disse: “Olha, eu acho esse senhor estranho, esse seu namorado, tem medo até de beber cerveja. Tem algo de estranho.” E ficou persistindo. Olha como o prefeito sabe de tudo, está ouvindo, Paim? Estranho o comportamento, porque o prefeito é atento. Ela, apaixonada, e vivendo um amor romântico, disse: “Não”. E o prefeito estava em cima, desconfiado do Zé Dirceu, que tinha voltado. Olha como o prefeito representa mesmo, vive a cidade. E eu fui. O Luiz Inácio não foi. É uma experiência que falta a ele, que deve dar humildade.

            Aí, sabe quando ele desistiu da desconfiança? A mulher, a senhora, apaixonada, e o amor: “Não, ele é meu primo”. Aí o prefeito, pensando que ele era primo da funcionária de confiança, perder a desconfiança. Estou só dizendo que o prefeito sabe de tudo. Até para pegar um negócio desse.

            Geraldo Mesquita, então, se o Luiz Inácio se libertasse de um bocado de aloprados... Aliás, o Ministro que toma conta é um homem de bem. O mineiro, não é? Quem é o mineiro que toma conta do Bolsa Família? É um homem de bem.

            O Sr. Paulo Paim (Bloco/PT - RS) - Patrus Ananias.

            O SR. MÃO SANTA (PMDB - PI) - É um homem de bem. O PT tem também, tem mais joio do que trigo, mas tem trigo. Aí estão os melhores trigos - Paim, esse Patrus. Ô, chapa boa, Patrus e Paim, Paim e Patrus. Ele é um homem de bem. Ele concorda comigo, o Patrus é um homem de bem.

            Então, era facílimo ensinar a resolver isso. Tira esses aloprados, não vai inventar a roda, já tem um organograma. Desse dinheiro que cai por ali, entregue para o prefeito. Qual a obrigação do prefeito? Melhorar um pouco o salário, é lógico, e também o Governador do Estado, que é responsável pelo Município. Cada um adiciona: se é ‘x’ o Bolsa Família, estou ensinando, eu estou aqui é para ensinar o Luiz Inácio.

            Se não tiver essa competência, eu desisto disso. Eu sou é o pai da Pátria aqui. Aliás, o lugar que quero é o do Luiz Inácio. Eu quero e estou preparado. É o seguinte, ô Paim: chamava o prefeito, se ‘x’ é do Bolsa Família, dava ‘y’; chamava o Governador, dava ‘z’, um pouquinho mais. Mas o prefeito com seu serviço social. Vem cá, aquela ali o que é? Cozinheira boa? Sabe cozinhar? Vai ser merendeira, dava umas horinhas ali, duas, três. O negócio é estudar, a sensibilidade.

            Abraham Lincoln: “Caridade para todos, malícia para nenhum e firmeza no direito.” As horas eram como o Paim gosta. Vamos negociar, discutir, audiência. Deixava de ser, e o trabalho, o trabalho é bom. “Comerás o pão com o suor do teu rosto.” - Apóstolo Paulo. Quem não trabalha não merece ganhar para comer.

            Então esse pessoal... o trabalho é terapêutico. Hoje os psicanalistas, os terapeutas, trabalho, fonte de vida. Então, Paim, é forte. O caboclo vai ser o quê? Vai ser vigia do grupo, da praça ou guarda municipal, conforme a cultura dele, não é? Aí, é chamando. Se ele entende de agricultura, vamos botar umas hortas nos grupos escolares, nas escolas. De repente, os prefeitos encaminhariam para o trabalho. E aquilo dividia, Luiz Inácio. Não é problema, não. Isso é como... ô Luiz Inácio, você já teve época que era meio liso. Hoje não, é Presidente da República. Isso é sempre o exemplo melhor, viu Geraldo Mesquita? Na prática. Quando você vai a um bar e tal, quando todo mundo paga, não é leve? Não é leve a conta? Então, essa conta, Luiz Inácio, tem que ser dividida entre os prefeitos e o governador. E esse montão de gente seria resumido. Dividam-se os seus 12 milhões e tantos por 5.864, que são as cidades. Então, se resolve o problema é assim, simplificando. O problemão, Luiz Inácio, a gente divide em pedaços e sai resolvendo. Estava resolvido.

            Mas, quer dizer, dez para o Luiz Inácio com a valorização do salário mínimo.

            A essa Bolsa Família, eu dou cinco ou seis. Se ele entrar na minha emenda, ele poderá chegar a dez, mas não dou. Agora, zero para isso aqui, Luiz Inácio. Essa é a verdade. Eu é que posso dar nota, porque eu sou pai da Pátria. Essas pesquisas são todas mentirosas, são todas compradas, não é nada verdadeiro, não. Eu ando no meio da rua e vejo. Isso aí são os aloprados lhe enganando, esses homens aí. O que você tem de aloprado que rouba, que mente, até que mataram aí, do Estado de São Paulo. Como é que eles não vão comprar uma pesquisa para lhe endeusar? Isso não é a realidade, ele não tem isso. É mais fácil negociar. Agora, quero lhe dizer o seguinte: zero para o negócio dos aposentados. Então, a média do Luiz Inácio é: dez com zero dá cinco, e o Bolsa Família, cinco ou seis, até que passou. Essa é a nota que eu dou, e vamos para o debate.

            Agora, do aposentado, não, do aposentado já está demais, Paim, já cansa. Não estou dizendo... Eu recebo e-mail dizendo que estou comprado, que eu fui para Mesa e não sou mais aquele - estou, não, sou do Piauí, não me vendo, não, e o Geraldo Mesquita sabe -, porque pensa que nós não estamos lutando.

            E este Congresso é bom. Nós somos bons, eu digo isso. Está aqui o Geraldo, eu digo que somos bons porque nós nos conhecemos. Este Congresso... Esse negócio de secreto, não tem nada de secreto, não; isso é palhaçada. Perdeu. A imprensa perdeu essa parada aí que se baseou... Não existe. Não existe isso, quem diz sou eu para os jornalistas todos. Isso é palhaçada, acabem com isso. Eu fui prefeitinho e governador. A compensação do trabalho não é o dinheiro, a remuneração? Não é isso? Perderam, perderam.

            Foram se basear - a imprensa perdeu o jogo - nesse negócio de secreto.

            Para receber o contracheque, qualquer governo tem um órgão para fazê-lo. No meu Piauí é o Prodep. No Governo Federal, é a Dataprev que tem que fazer ali... É a Casa da Moeda que faz os contracheques ali , não é? Tem um diretor só daquele bicho ali? Tem um diretor da impressão dos contracheques da Prodep. Esse diretor, por cima dele, tem o secretário de administração. Todo governo não tem? Acima da administração tem o secretário de governo. Então, é esse rolo todinho. Eles fazem o contracheque e como se paga? Calma. Vai lá para a Fazenda. Tem o secretário de fazenda, não tem? No Governo, o Sr. Ministro. Tendo dinheiro, ele manda para o banco, não manda? No banco, o cara vai receber. Como pode ser secreto um negócio desses? Por que um ou outro não imprimiu uma publicação? É como disseram do Zezinho aqui. O Zezinho está como secreto porque não publicaram. O Zezinho, no momento em que eu fazia o milésimo discurso, ele botou um cafezinho e disse: “Esse é o cafezinho cinco mil”. Então, isso aí não pegou nada. O que pega é isto, esse negócio aí, Paim. Aquele veto está há quanto tempo? Foi do começo do nosso mandato o veto que a gente tenta derrubar, não é?

            O Sr. Paulo Paim (Bloco/PT - RS) - O veto é de 2006, que garantiria os 16,67%.

            O SR. MÃO SANTA (PMDB - PI) - É de 2006. Este Congresso não tem moral, não tem vergonha, não tem dignidade de botar para a gente votar essa porcaria de cara aberta.

            Não é negócio no escuro, não. Derruba ou não derruba. Aquele veto, nós aprovamos um aumentinho, 16,6%. Quer dizer, isso é que desgasta o Congresso. Como é que o Lula chamava lá? Trezentos picaretas na Câmara - eu acho que aumentou. Por que é que não bota? E votar de cara aberta, derruba ou não derruba. Porque querem todos tirar vantagem, interesse do Presidente da República. Eu não estou porque fui para a Mesa. Eu quero é de cara aberta. Eu derrubo, devia-se enterrar como nós enterramos a CPMF, de cara aberta. Isso é que é vergonha. Ô Michel Temer, é uma vergonha! Ô Sarney, é uma vergonha não botarem o veto, e vergonha maior dos mais de trezentos picaretas daqui que não têm coragem de botar. E de cara aberta. Devia ter um jeito de o sujeito votar: enterra o veto ou não enterra.

            Outro. E a do Paim? A do Paim já passou. Isso é... eu não sei, mas lá no Piauí a gente chama de esculhambação. Podem me mandar lá para a Corregedoria, lá para a Ética. Eu não sei, mas esse é o linguajar do Piauí.

            Paim, não existe lugar nenhum do mundo essa ignomínia, essa vergonha de reduzir o fator previdenciário. Um contrato que o Governo fez. Governo somos nós, o Executivo, o Judiciário, a Justiça - isso é contra a Justiça, isso fere a Justiça e ela não se intromete - e nós aqui, que fizemos a lei. Então, fez um contrato, o velhinho trabalhou com dignidade a vida toda, 30, 40 anos, para receber 10 salários mínimos, recebe cinco; para receber cinco, recebe dois. E V. Exª corrigiu isso quando?

            O Sr. Paulo Paim (Bloco/PT - RS) - Esses projetos são de 2003 ainda.

            O SR. MÃO SANTA (PMDB - PI) - Três?

            O Sr. Paulo Paim (Bloco/PT - RS) - 2003 e está há quase dois anos na Câmara.

            O SR. MÃO SANTA (PMDB - PI) - Olha aí. Isso... pode botar que eu quero ir lá pra essa Ética. Aí se começa de novo. Isto é esculhambação: 2003, 2004, 2005, 2006, 2007... faz seis anos, Paim. Eu aqui sou relator, saí defendendo na Comissão de Justiça, na Comissão de Economia, do Trabalho, de Direitos Humanos e em outras comissões. Viemos pra cá, ganhamos por unanimidade, vai pra lá e não sai. E do PT, o Paim? Ele é trigo do PT. Lança aí o Paim. O Paim é que é seu amigo, Luiz Inácio. O Paim é que é trigo desse seu PT. Isso é bom.

            Ô Luiz Inácio, não saia com essa nódoa, com essa vergonha da sociedade brasileira. Não existe, Luiz Inácio - nós sabemos, pesquisamos -, no mundo uma roubalheira, uma sem-vergonhice, um descaramento como esse que nós fizemos com os velhinhos. Tá pensando que velho tá velho e não vota? Pode até não votar, pode até já estar morto de fome do jeito que estão, passando dificuldade, mas eles têm filhos, eles têm netos e eles são o ápice, a força da maior instituição, que é a família.

            Barack Obama. Luiz Inácio, eu sei que Vossa Excelência disse que não gosta de ler. Uma página dá uma canseira. Melhor fazer... ele disse que dorme, na terceira página já está no sono. Mas eu li os dois livros de Barack Obama. O primeiro, A Audácia da Vida. Sabe o que ele diz, Paim? “Se não fossem meus avós, eu era maconheiro.” Então, Luiz Inácio, o avô é importante na família. Por isso essa degradação. O Governo de V. Exª tirou o moral, a honra, a dignidade, ao meter a mão do bolso dos aposentados. Porque eles assumiram compromisso, viver o final da vida felizes com as Adalgisinhas deles. E mais, o avô, eu sei, avô é bicho besta. Eu sou muito melhor avô do que fui pai. Sou. Quando eu saía para operar, Paim, eu voltava era duas horas da madrugada, não via menino. Se eles têm educação, foi Adalgisa que deu. O neto, não. Outro dia, rapaz, lá na praia, eu doente, ele disse: “Vovô, vamos fazer aventura”. E eu não saí? Quase morto, numa seca, atrás de um neto para tirar retrato em cima da duna. Então, o avô se comprometeu a pagar a bolsa do filho, a universidade do neto, ajudar o neto. E, de repente, ele não cumpre. Acaba o encanto da família, a palavra do honrado avô foi por água abaixo.

            Paim, conte comigo. Esse negócio aí, vamos tocar fogo. Aí tem que fechar é o Congresso todo, tirar o Luiz Inácio, e vamos fazer uma revolução. Os militares que estiveram aqui, eles tiveram mais vergonha que o nosso Governo. Eles nunca fizeram isso, nunca roubaram os aposentados do Brasil, que essa democracia de Luiz Inácio está roubando. Os militares, podemos comparar um Geisel, um Castelo Branco, um Figueiredo, os dois outros eu não conheci, mas conheci esses três, nenhum fez isso!

            Sarney! O Sarney teve a mãe dele, santa, que disse o seguinte para ele - atentai bem, Brasil: “Meu filho, não deixe que persigam os aposentados”. Dona Kyola, que é santa. Ô Luiz Inácio, vai ouvir isso do Sarney. Aí sim. E não foi. Que negócio de Sarney! Sarney não meteu a mão no bolso dos aposentados. Dona Kyola, que hoje é santa, nos deixou.

            Os militares aqui. Por isso que eu vim ontem. Fiquei aqui a sessão toda. Falei: “Isso é uma vergonha, Luiz Inácio!”.

            Paim com a palavra. Homem de vergonha do Partido dos Trabalhadores.

            O Sr. Paulo Paim (Bloco/PT - RS) - Senador Mão Santa, eu estou entendendo a força do seu pronunciamento, que reflete a indignação, naturalmente, de milhões. Aí sim, Senador Mesquita, são milhões. Com relação ao Aerus V. Exª me corrigiu corretamente, eram 20 mil famílias. Mas nesse caso, o Senador Mão Santa lembra que hoje são cerca de 26 milhões de aposentados e pensionistas. E a indignação que ele representa da tribuna, neste momento, é porque... Eu também dou o testemunho: é Twitter, é Orkut, é e-mail, é blog, enfim, é tudo; o meu gabinete está sendo, no sentido simples, entupido, porque todo mundo quer entrar, mas não consegue. Todos fazendo uma legítima pressão via Internet. E o Senador Mão Santa lembra muito bem que Barack Obama usou muito bem a Internet. Usou muito bem. Nas pesquisas que eu fiz para ver essa questão desses projetos em que os senhores ajudaram como Relatores - o Senador Mesquita Júnior relatou a questão do salário mínimo, em que se garantia o mesmo percentual para o aposentado; V. Exª relatou a questão do fator -, são 91%, até o momento, querendo que se avance nessa negociação, além do que foi até o momento. Então, estou entendendo a sua indignação, Senador Mão Santa, mas eu sei que V. Exª vai concordar comigo. O Senador Mesquita eu sei que assinaria embaixo desta frase: ruim com a democracia, muito pior sem ela. Não se inventou na história da humanidade ainda algo melhor que a democracia. Então, a sua revolta é a revolta da população em relação à não decisão definitiva do fim do fator e o reajuste real para os aposentados. Eu sei que V. Exª é um defensor do Congresso, da própria democracia e dos Poderes constituídos. Por isso, Senador Mão Santa, é que, ao fazer o aparte a V. Exª, eu quero, principalmente, cumprimentar V. Exª, que foi corajoso naquela hora em que diziam que era demagogia querer acabar com o fator previdenciário e apontar outro caminho. Hoje virou unanimidade porque nós tínhamos razão. Eles podem querer até apresentar uma outra proposta, mas todos admitem que esse fator, como está, é perverso demais. Então, o Senado teve coragem de botar esse grande debate, em nível nacional, da Previdência. Se vai surgir um substitutivo na Câmara, nós temos que lembrar que a Cobap fez vigília aqui conosco, com as confederações e centrais afins desse movimento, para acontecer esse grande debate, que pode levar ao fim do fator, ao reajuste integral de todos os aposentados e pensionistas. V. Exª foi parceiro em todos os momentos, e este testemunho eu dou com muita tranquilidade, cumprimentando V. Exª, como também o Senador Geraldo Mesquita Júnior, pela forma firme com que aqui sempre defenderam todos os trabalhadores aposentados e pensionistas, inclusive aqueles que ainda, infelizmente, ficaram desempregados devido à crise e que têm na aposentadoria uma janela para poder receber o benefício, porque esse projeto nosso vai resultar, inclusive, na melhoria do próprio seguro-desemprego. Parabéns a V. Exª.

            O SR. MÃO SANTA (PMDB - PI) - Agradeço e incorporo, e que V. Exª continue a ser nosso general, quero ser seu soldado nessa campanha. E aquelas vigílias, ô Geraldo Mesquita, acho que o Mário Couto é que tinha razão. Ele disse que a gente tinha que fazer era greve de fome. Pois vamos agora fazer, e encher, com os velhinhos todos, vamos levá-los lá, para aquela Câmara, e fazer vigília. Eu só não estava apoiando porque ele queria aquele negócio de não tomar banho, não gostei. Mas está na hora de continuarmos essa luta.

            E eu lembraria ao Luiz Inácio o Juscelino Kubitschek, médico, que disse: “A velhice é triste; desamparada, é uma desgraça”. Luiz Inácio, você pode tirar essa desgraça que está ameaçando os nossos velhinhos aposentados. Ó Deus, ó Deus, ó Deus, inspire o Luiz Inácio a se afastar dos aloprados e ouvir os pais da Pátria.

            O requerimento já está pronto, vou passar a V. Exª para assinar.

“Requeremos, nos termos dos arts. 218 e 221 do Regimento Interno e de acordo com a tradição da Casa, as homenagens pelo falecimento da Srª Olinda dos Santos, mãe da Exmª Srª Senadora Serys Slhessarenko, representante do nobre Estado do Mato Grosso. Para tanto, requeremos:

a) inserção em Ata de voto de profundo pesar;

b) apresentação de condolências à família [...]”.

            Eu assino e V. Exªs também assinam.

            E só para terminar, é o seguinte: este monte de e-mails aqui, ô Paim, é tudo negócio de Prefeituras que estão lascadas, caiu mesmo o Fundo de Participação e tudo. Este aqui, também, se eu não dissesse isto aqui, como vou já para o Piauí, sair daqui para o aeroporto, os Prefeitos lá iriam me linchar. Olha, isto tudo é e-mail de professor, porque caiu o Fundo de Participação. Aquele negócio de diminuir o IPI, o Fundo de Participação é a soma do Imposto de Renda mais o IPI. Se S. Exª está certo, é um momento de estratégia de combater o caos da economia mundial, mas acontece que o cobertor é curto e o caos está na Prefeitura.

            “Prefeitos farão protesto fechando prefeituras”. Está aqui, é do Piauí, é um médico. Podem botar aí: ele é Presidente da APPM, é um homem de bem, tem bigode - parece o bigode do Sarney -, tem moral. Então, ele está apelando com os Prefeitos. Isto tudo é e-mail de Prefeito. Eles não estão com dinheiro para pagar as câmaras municipais, então estão fechados e estão ameaçando fazer uma greve. Então, esse também é um apelo para que Sua Excelência, o nosso Presidente Luiz Inácio, repense uma maneira. Nessas horas, a gente tem que dar um oxigênio aos Prefeitos, que eles saberão dispersar.

            Essas são minhas palavras.

            Meu agradecimento.

 

            


Este texto não substitui o publicado no DSF de 29/08/2009 - Página 39843