Discurso durante a 177ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Comemoração pela escolha da cidade do Rio de Janeiro para sediar as Olimpíadas de 2016.

Autor
Marisa Serrano (PSDB - Partido da Social Democracia Brasileira/MS)
Nome completo: Marisa Joaquina Monteiro Serrano
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
ESPORTE. GOVERNO FEDERAL, ATUAÇÃO. EDUCAÇÃO.:
  • Comemoração pela escolha da cidade do Rio de Janeiro para sediar as Olimpíadas de 2016.
Publicação
Publicação no DSF de 08/10/2009 - Página 50361
Assunto
Outros > ESPORTE. GOVERNO FEDERAL, ATUAÇÃO. EDUCAÇÃO.
Indexação
  • SAUDAÇÃO, ESCOLHA, MUNICIPIO, RIO DE JANEIRO (RJ), ESTADO DO RIO DE JANEIRO (RJ), SEDE, FUTURO, OLIMPIADAS, PREVISÃO, FAVORECIMENTO, TURISMO.
  • ANALISE, PREVISÃO, DESPESA, OLIMPIADAS, AMBITO, TRANSPORTE URBANO, CAPACIDADE, HOTEL.
  • ELOGIO, PREFEITO DE CAPITAL, ESTADO DO RIO DE JANEIRO (RJ), ABERTURA, CONCURSO PUBLICO, PROFESSOR, LINGUA INGLESA, PREPARAÇÃO, OLIMPIADAS, EXPECTATIVA, ORADOR, REALIZAÇÃO, REVOLUÇÃO, EDUCAÇÃO, SUGESTÃO, INCLUSÃO, ENSINO, LINGUA ESPANHOLA.
  • NECESSIDADE, TRABALHO, PLANEJAMENTO, FISCALIZAÇÃO, PREVENÇÃO, REPETIÇÃO, ERRO, JOGOS PANAMERICANOS, APREENSÃO, COORDENADOR, OLIMPIADAS, REU, ACUSAÇÃO, TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO (TCU), SUPERFATURAMENTO, OBRAS, DEVOLUÇÃO, RECURSOS.
  • IMPORTANCIA, TRANSPARENCIA ADMINISTRATIVA, DIVULGAÇÃO, INTERNET, CRITICA, GOVERNO, CONFLITO, TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO (TCU), FISCALIZAÇÃO, CONTROLE.
  • GRAVIDADE, PREJUIZO, ESTUDANTE, FRAUDE, EXAME, AMBITO NACIONAL, ENSINO MEDIO, FAVORECIMENTO, INGRESSO, ENSINO SUPERIOR, IMPORTANCIA, MINISTERIO DA EDUCAÇÃO (MEC), RECUPERAÇÃO, CONFIANÇA, REGISTRO, ADIAMENTO, DATA.

                          SENADO FEDERAL SF -

            SECRETARIA-GERAL DA MESA

            SUBSECRETARIA DE TAQUIGRAFIA 


            A SRª MARISA SERRANO (PSDB - MS. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão da oradora.) - Obrigada, Sr. Presidente.

            Sr. Presidente, vários oradores já vieram a esta tribuna parabenizar o Rio de Janeiro pela conquista das Olimpíadas de 2016. Fico muito feliz com isso, porque falar do Rio de Janeiro é falar de uma das cidades mais bonitas do Brasil, senão a mais bonita, que é cantada em prosa e verso por grandes poetas, por escritores e por músicos do Brasil e do mundo. Não podemos deixar de dizer que o Rio é nosso cartão postal, o cartão postal do Brasil. Quem olha o Brasil e não vê o Cristo, de braços abertos, estendidos, abençoando nossa Nação?

            Portanto, quero cumprimentar o Rio de Janeiro, até porque aquela cidade saberá fazer uma belíssima Olimpíada, pois também faz dois grandes eventos conhecidos mundialmente: o carnaval e o réveillon. Assim, tenho a certeza de que o Rio tem know-how suficiente para enfrentar o desafio que é trazer, pela primeira vez, para o nosso continente, para a América do Sul, as Olimpíadas.

            Ainda quero lembrar que o Rio de Janeiro vai colocar o Brasil mais fortemente na rota do turismo e vai sentir uma transformação que, acredito, vai ser muito grande, porque o Rio, nos últimos anos, principalmente a Cidade Maravilhosa, tem estado aquém do seu brilho, daquele brilho que todos nós vivemos antigamente, principalmente aqueles da minha geração. Acredito muito que as Olimpíadas vão alavancar, sustentavelmente, o desenvolvimento do Rio de Janeiro em vários aspectos.

            O Senador Tasso Jereissati estava aqui falando dos problemas de recurso. A previsão é de R$26 bilhões, mas podemos chegar a mais ou a menos, dependendo muito não só do aporte do Governo Federal, mas também da iniciativa privada.

            O Rio precisa de quê? Precisa de transporte. Acredito que 40%, pelo menos, desses recursos têm de ser implantados e dirigidos para o transporte público. Sem ele, vai haver um engarrafamento monstruoso no Rio de Janeiro, e perde-se, de começo, a guerra pelo desenvolvimento e, principalmente, pelo sucesso das Olimpíadas.

            Mas não é só o transporte público que é necessário. O Rio de Janeiro precisa também triplicar, pelo menos, sua capacidade hoteleira. Precisa, sim, investir, e muito, na despoluição da baía da Guanabara. Se conseguirmos isso, já vai ser um achado para o Rio de Janeiro.

            O Rio de Janeiro tem muito o que fazer em sete anos, tem de se preparar e pode se preparar bem. Fiquei contente em ouvir o Prefeito do Rio de Janeiro dizer que estava abrindo concurso público para mais de oitocentos professores de Inglês, garantindo que toda a rede do sistema municipal de ensino possa trazer o ensino do Inglês não somente para as últimas séries do Ensino Fundamental e do Ensino Médio, mas desde o primeiro ano do Ensino Fundamental. Os pequenininhos vão estar aprendendo a falar inglês. São sete anos. Em sete anos, acredito que o Rio pode fazer uma revolução também na educação.

            Eu queria dar uma sugestão ao Prefeito Eduardo Paes: que não seja ensinado somente o inglês. A partir de janeiro do ano que vem, o Brasil vai ter a obrigatoriedade - é uma lei votada nesta Casa para todas as escolas brasileiras - de oferecer o ensino do Espanhol. Para o aluno, isso é optativo, mas isso é obrigatório para a escola. Portanto, o Rio poderia começar a dar o exemplo para o País, colocando também o espanhol como língua oficial das Olimpíadas de 2016 para as escolas do Rio de Janeiro. Acredito que isso já seria muito bom para todos nós.

            Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, para conseguirmos alcançar as metas exigidas pelo Comitê Olímpico Internacional (COI), temos de trabalhar muito, e trabalhar muito significa não aceitarmos qualquer tipo de fracasso. O que é fracasso? Fracasso será se nos deixarmos tomar pela burocracia, pela falta de planejamento e, o que é pior, pela corrupção. Aí, sim, fracassaremos. O importante é que não podemos cometer os mesmos erros que cometemos nos Jogos Pan-Americanos de 2007, no Rio de Janeiro. Planejamento deficiente, rombo no orçamento, isso foi o que vimos na ocasião da elaboração do Pan. Além disso, Sr. Presidente, a pessoa que vai coordenar as Olimpíadas é a mesma que coordenou o Pan-Americano, que foi extremamente fiscalizado pelo Tribunal de Contas da União (TCU), sendo que ela, que está com uma pecha de superfaturamento, e mais alguns auxiliares terão de devolver mais de R$18 milhões, por denúncias de superfaturamento. Não quero fazer aqui acusação indevida. O Sr. Ricardo Leisier nega as acusações, mas está, sim, entre aqueles aos quais o TCU está, comprovadamente, pedindo a devolução de R$18 milhões por obras de superfaturamento e por pagamento de serviços não prestados.

            Portanto, acredito que colocar na Internet todos os gastos relativos às Olimpíadas vai ser muito bom. O povo vai estar de olho, todos nós vamos poder acompanhar. A transparência será fundamental se o Governo quiser realmente que o povo brasileiro acredite que os recursos das Olimpíadas vão ser bem revistos e, principalmente, bem aplicados.

            Termino, dizendo que o Governo tem muito receio de ser fiscalizado e aqui, sistematicamente, briga com o TCU, que faz o que tem de fazer, o que é sua obrigação, que é justamente exercer seu papel fiscalizatório. Eu gostaria que, no Rio de Janeiro das Olimpíadas, houvesse realmente uma transparência muito grande na aplicação dos recursos públicos, para que o Brasil também desse exemplo nessa área. Eu gostaria que o País desse exemplo na educação, desse exemplo na melhoria da área ambiental e, principalmente, desse exemplo na aplicação dos recursos públicos, pela transparência, que é importante para todos nós.

            Quero terminar minha fala, Sr. Presidente, dizendo que há outro assunto que eu gostaria muito de pelo menos mencionar aqui, que é a questão do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). É outro grande programa que existe no Brasil. Foi criado ainda na época em que Paulo Renato era Ministro da Educação, no Governo Fernando Henrique Cardoso. O Enem, hoje, transformou-se numa proposta muito interessante para os vestibulares neste País, mas quatro milhões de brasileiros que, pela primeira vez, estavam utilizando as provas do Enem para o ingresso nas universidades viram frustrados seus interesses. É importante para o jovem brasileiro saber que o Ministério da Educação, que o Governo brasileiro é um governo responsável, é um governo que planeja bem suas ações, é um governo que executa bem aquilo que planeja, e o jovem não viu isso. Então, pedagogicamente, foi ruim aquilo que aconteceu no Enem, porque dá a toda a juventude brasileira o sentido de que, possivelmente, podem não ser muito sérios os próximos exames. E não é isso que queremos. Queremos que o jovem brasileiro acredite naquilo que o Governo faz, principalmente naquilo que é bem feito. Queremos, principalmente, que a educação brasileira tenha dias melhores.

            Ouvi também o Senador Tasso Jereissati falar sobre os questionamentos na educação. Sempre tenho falado nisso. Quero dizer que acredito muito que a juventude brasileira vai saber acompanhar, de fato, todas as questões que envolvem sua vida educacional, mas, principalmente, esse grande evento que vai ser a aplicação do Enem para toda a juventude brasileira.

            Finalizando, Sr. Presidente, deixo aqui minha crença na juventude do nosso País, dizendo que esses mais de quatro milhões de jovens vão saber superar o desalento, o descrédito e a desconfiança e partir para o Exame, em dezembro deste ano, com toda a garra, com todo o destemor e, principalmente, com sabedoria. Eles têm confiança nos anos de estudo, que, tenho certeza, serão coroados com a vitória no Exame, com a aprovação em uma faculdade. E lutaremos para que nossas faculdades, nossas universidades sejam melhores.

            Meus cumprimentos a V. Exª! Agradeço-lhe o tempo que me concedeu. Muito obrigada.


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Este texto não substitui o publicado no DSF de 08/10/2009 - Página 50361