O SR. ANTONIO CARLOS VALADARES (Bloco/PSB - SE. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador) - Sr. Presidente, em primeiro lugar, eu gostaria de agradecer ao Senador Mão Santa por ter cedido seu tempo e sua vez a fim de que eu pudesse me pronunciar.

           Eu não poderia deixar de aproveitar esta oportunidade, quando os professores comemoram o seu dia, para expressar a minha alegria, o meu respeito, a minha consideração e o meu devotamento à classe do magistério.

           Temos consciência de que nenhuma nação, nenhum estado, nenhum município, nenhuma sociedade pode prosperar, evoluir, pode adquirir conceito e respeitabilidade se não tiver a educação como meta prioritária na realização dos seus sonhos, dos seus projetos, na execução e consolidação de suas ideias. A educação é base, é instrumento, não apenas do desenvolvimento econômico, também do desenvolvimento social. Torna o homem capaz de, aperfeiçoando os seus ensinamentos, aprendendo no dia a dia, na escola e na experiência do trabalho, a tornar-se independente, autônomo e consciente do seu papel, como ser capaz de criar um novo mundo.

           Temos exemplos de nações que mergulharam na escuridão em face da guerra, como aconteceu entre os anos de 1939 e 1945, durante a 2ª Guerra Mundial. Japão e Alemanha, que foram praticamente trucidados, praticamente desapareceram como nação, conseguiram soerguer-se e participam hoje do chamado grupo dos países desenvolvidos devido ao nível de educação que o seu povo recebeu após a crise que culminou com a 2ª Guerra Mundial.

           Os países que mais investiram em educação, ciência e tecnologia - consequentemente, os países que acharam e acham que o professor é um instrumento do desenvolvimento - são aqueles que conseguiram dar maior felicidade ao seu povo. Aí estão os exemplos dos países da Europa. Aí estão os exemplos edificantes do Canadá, dos Estados Unidos, que instrumentalizaram o seu povo intelectualmente por meio do processo educacional.

           E o Brasil está mergulhando numa nova era de desenvolvimento econômico e social. É importante que se diga que a educação no Brasil ainda não chegou ao patamar ideal. Melhorou substancialmente a sua qualidade, a sua infraestrutura. As escolas puderam oferecer aos alunos e professores maior comodidade, maior conforto e, consequentemente, melhoria no desenvolvimento educacional.

           É verdade, Sr. Presidente, que muito há que se fazer em favor da educação. A educação dos nossos jovens, a começar da educação infantil, passando pela educação fundamental, pelo ensino médio e, finalmente, pela educação superior, tem que obter, do Poder Público principalmente, os investimentos necessários para uma educação igual, equilibrada e de qualidade.

           Sabemos que a nossa Constituição, há muitos anos, foi reformada aqui, no Senado Federal, no Congresso Nacional. O Senador Calmon conseguiu aprovar uma emenda constitucional, depois de uma luta titânica que ele empreendeu, obrigando o financiamento público da educação nos três níveis, federal, estadual e municipal. E, recentemente, o Governo, atuando em conjunto com os Estados e Municípios, conseguiu criar o Fundeb, que, sem dúvida alguma, contribuiu para a melhoria da qualidade de ensino. E, agora, com a aprovação recente do piso do professor, também irá melhorar a remuneração do profissional da educação em todos os níveis.

           Mas, Sr. Presidente, o que esperamos é que as conquistas que foram conseguidas até agora sejam consolidadas e ainda melhoradas. Que o avanço aconteça, que as nossas escolas possam se aparelhar tanto do ponto de vista educacional quanto técnico e que nossos alunos se preparem para um futuro melhor no Brasil.

           O ensino técnico é de grande importância para uma Nação ainda em crescimento, como é o Brasil. O ensino técnico, que durante anos foi relegado a um segundo plano, agora está sendo reativado, e é bom que isso aconteça, porque estaremos nos nivelando às nações mais desenvolvidas do mundo.

           Aliás, fui Secretário de Educação do Estado de Sergipe e me recordo que, quando da minha passagem pela Secretaria, dei prioridade ao ensino técnico profissionalizante, instalando e implantando escolas, tanto na capital Aracaju, como em todo o interior do Estado, as chamadas escolas do Premen, todas elas, em um acordo feito entre o Governo Federal e o Governo do Estado de Sergipe, proporcionando à mocidade estudiosa do meu Estado a perspectiva de uma ocupação decente no futuro com a prática conjugada com a educação normal, com a educação proporcionada pelos professores em sala de aula.

           O SR. PRESIDENTE (Paulo Paim. Bloco/PT - RS) - Senador Valadares, permita-me só que eu prorrogue a sessão até as 20 horas, para que V. Exª possa concluir e o Senador Mão Santa e eu possamos também fazer uso da palavra.

           O SR. ANTONIO CARLOS VALADARES (Bloco/PSB - SE) - Agradeço a V. Exª.

           Então, Sr. Presidente, nós temos exemplos no mundo de pessoas que vieram do nada e conseguiram alcançar funções importantes na direção do seu povo. Aí está o exemplo de Abraham Lincoln, um dos maiores, senão o maior, Presidente dos Estados Unidos. Ele era um simples lenhador e dedicou-se, de corpo e alma, a estudar. Formou-se em advocacia, tornou-se Presidente dos Estados Unidos e entregou a sua vida à causa da libertação dos escravos, pelo fim da escravatura nos Estados Unidos.

           Nós temos um Presidente que não conseguiu tirar um diploma universitário, mas que está dando um banho de competência, um banho de inteligência, reconhecendo que, muito embora não tenha cursado faculdade, não tenha obtido um diploma de nível superior, o seu trabalho no setor educacional, no Ministério da Educação, com o Ministro Haddad, é no sentido de abrir o máximo possível as oportunidades educacionais em todo o Brasil, para que os estudantes de hoje não passem pelo que ele passou.

           Portanto, Sr. Presidente, ao homenagear os professores do Brasil, no seu dia, eu gostaria de transmitir aos professores do meu Estado, aos professores de todos os Municípios do Estado de Sergipe as minhas congratulações e o meu respeito, por assinalarem, através do seu trabalho, em dia tão grandioso, que a educação deve ser prioritária em todos os governos.

           Ao registrar, Sr. Presidente, esse meu entusiasmo com a educação, a educação do Brasil, a educação do meu Estado, eu gostaria de, neste momento, também expressar os votos de que o Governador Marcelo Déda, que recentemente teve que se submeter a uma cirurgia e está internado no Hospital Sírio-Libanês, consiga o mais breve possível restaurar a sua saúde, restabelecer-se, voltar ao nosso Estado, conduzir a administração de Sergipe e trabalhar ao lado dos professores, que o ajudaram a fazer a sua carreira política, no intuito de fortalecer o sistema educacional, remunerar a classe do magistério com dignidade, montar uma infraestrutura adequada em todas as escolas, não só na capital como no interior do Estado, e consiga realizar, em toda a sua plenitude, o seu plano de governo.

           Agradeço a V. Exª, Sr. Presidente.

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