Discurso durante a 185ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Registro da presença, em plenário, do ex-Deputado Federal Rodrigues Palma. Relato de viagens feitas por S.Exa. do Estado de Mato Grosso. Importância da produção agropecuária matogrossense para a balança de pagamentos brasileira. (como Líder)

Autor
Osvaldo Sobrinho (PTB - Partido Trabalhista Brasileiro/MT)
Nome completo: Osvaldo Roberto Sobrinho
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
SENADO. DESENVOLVIMENTO REGIONAL. POLITICA DO MEIO AMBIENTE.:
  • Registro da presença, em plenário, do ex-Deputado Federal Rodrigues Palma. Relato de viagens feitas por S.Exa. do Estado de Mato Grosso. Importância da produção agropecuária matogrossense para a balança de pagamentos brasileira. (como Líder)
Aparteantes
Arthur Virgílio.
Publicação
Publicação no DSF de 21/10/2009 - Página 53761
Assunto
Outros > SENADO. DESENVOLVIMENTO REGIONAL. POLITICA DO MEIO AMBIENTE.
Indexação
  • SAUDAÇÃO, PRESENÇA, SENADO, EX-DEPUTADO, EX PREFEITO, ESTADO DE MATO GROSSO (MT), EX PRESIDENTE, PARTIDO POLITICO, PARTIDO TRABALHISTA BRASILEIRO (PTB).
  • DEPOIMENTO, VISITA, REGIÃO, ESTADO DE MATO GROSSO (MT), DEBATE, VEREADOR, LIDERANÇA, COMUNIDADE, MAÇONARIA, DIFICULDADE, PRODUTOR RURAL, CUMPRIMENTO, LEGISLAÇÃO, RESTRIÇÃO, DESMATAMENTO, FALTA, ACESSO, FINANCIAMENTO, NECESSIDADE, ALTERNATIVA, ATIVIDADE ECONOMICA, RESPONSABILIDADE, GOVERNO FEDERAL, FIXAÇÃO, COLONO, RISCOS, PARALISAÇÃO, ECONOMIA.
  • ELOGIO, CRESCIMENTO ECONOMICO, MECANIZAÇÃO, AGRICULTURA, EXPORTAÇÃO, INDUSTRIALIZAÇÃO, MUNICIPIO, SINOP (MT), ESTADO DE MATO GROSSO (MT).
  • AGRADECIMENTO, RECEBIMENTO, TITULO, CIDADÃO, MUNICIPIO, NOVA FLORESTA (PB), ESTADO DE MATO GROSSO (MT), COMENTARIO, ATUAÇÃO, ORADOR, QUALIDADE, SECRETARIO DE ESTADO, EDUCAÇÃO, CRIAÇÃO, ESCOLA PUBLICA, CAMPUS UNIVERSITARIO, UNIVERSIDADE ESTADUAL.
  • ELOGIO, CRESCIMENTO ECONOMICO, ESTADO DE MATO GROSSO (MT), ESPECIFICAÇÃO, MUNICIPIOS, INDUSTRIA, AÇUCAR, ALCOOL, SAUDAÇÃO, TRABALHO, INVESTIMENTO, POPULAÇÃO.

                          SENADO FEDERAL SF -

            SECRETARIA-GERAL DA MESA

            SUBSECRETARIA DE TAQUIGRAFIA 


           O SR. OSVALDO SOBRINHO (PTB - MT. Como Líder. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs Senadoras e Srs. Senadores, quero, antes de iniciar o meu pronunciamento, registrar aqui na Casa a presença de um grande amigo nosso, um homem que já prestou grandes serviços a Mato Grosso e ao Brasil.

           Refiro-me àquele que foi Deputado Estadual por algumas vezes em Mato Grosso; Prefeito da Capital, Cuiabá; Deputado Federal Constituinte; depois Deputado Federal no Congresso Nacional; Líder do PTB na Câmara Federal e Presidente Nacional do PTB. Trata-se do meu grande amigo e companheiro Rodrigues Palma, que ali está, honrando-nos com a sua presença. A história de Rodrigues Palma e a de sua família se confunde com a de Cuiabá. Regozijo-me. O meu abraço em nome de todos os mato-grossenes e todos cuiabanos, porque é uma figura a quem todos nós devemos, pela sua persistência, pela sua coragem, pela sua luta guerreira em prol das causas maiores do Estado de Mato Grosso. O Sr. Palma hoje é Secretário Adjunto de Agricultura do Estado de Mato Grosso e nos honra com a sua presença. Seja bem-vindo, Palma. É um prazer tê-lo aqui conosco.

           Sr. Presidente, Srªs e Srs Senadores, estive, no último fim de semana em meu Estado. Aproveitando a oportunidade, fui visitar as bases eleitorais onde sempre tive o apoio dos meus amigos para estar nas Casas congressuais. Durante sete dias visitei o norte do Estado de Mato Grosso. Comecei pela cidade de Dom Aquino, localizada na região sul, onde tive a oportunidade de encontrar vários companheiros - Vereadores, líderes daquela comunidade, irmãos da Maçonaria, que me receberam com muito carinho - ,e ali tivemos a oportunidade de discutir assuntos importantes da realidade mato-grossense. Tive oportunidade também de ir à cidade de Feliz Natal, cidade que começou há poucos anos, mas já uma bonita e progressista cidade. Na verdade, ela foi feita mais pelo suor do seu povo do que por ações governamentais. Mas hoje sofre as contingências da medida provisória, que não deixa as pessoas, ali, exercerem o direito pleno da sua propriedade, porque, pela legislação da medida provisória, só se pode desmatar no máximo 20%. E ali foi feita uma colonização no sentido...

           O Sr. Arthur Virgílio (PSDB - AM) - Permite-me, Senador Osvaldo Sobrinho?

           O SR. OSVALDO SOBRINHO (PTB - MT) - Concedo um aparte a V. Exª.

           O Sr. Arthur Virgílio (PSDB - AM) - É bastante curto.

           O SR. OSVALDO SOBRINHO (PTB - MT) - Fique à vontade, Senador; é com muita honra que lhe concedo um aparte.

           O Sr. Arthur Virgílio (PSDB - AM) - É apenas para reiterar os termos da homenagem que V. Exª faz ao Deputado Rodrigues Palma. Além de todas as facetas positivas de sua vida pública ressaltadas desta tribuna com muita competência por V. Exª, eu registraria uma: foi um elemento essencial para que aquela primeira geração de reformas estruturais acontecesse no primeiro Governo do Presidente Fernando Henrique, ou seja, muito sacrifício, muita impopularidade, mas tudo tão necessário a ponto de o Brasil ter-se tornado uma economia menos vulnerável hoje diante de crises que vêm de fora para dentro. Então, eu queria ressaltar o trânsito do Deputado Rodrigues Palma, a sua fraternidade, a sua capacidade de fazer amigos e, ao mesmo tempo, a sua convicção; defendia suas posições com muita galhardia, com muito empenho. Para mim, como seu amigo, como seu colega de Congresso que fui, tenho muita honra em tê-lo neste Plenário, neste momento.

           O SR. OSVALDO SOBRINHO (PTB - MT) - Honra-me muito o aparte de V. Exª, muito mesmo, porque a história do Dr. Rodrigues Palma, nosso colega Deputado, na verdade, se confunde com a minha origem na política.

           Eu, quando estudante, ainda muito pobre, em Cuiabá, fui para lá e fui recebido por sua família. O Dr. Garcia Neto era Deputado Federal à época e depois Governador, e eu tive a oportunidade de crescer na política nesse grupo político de homens sérios, decentes, honrados. Dou graças a Deus por tê-los conhecido. Portanto, é a história da minha juventude que vejo aqui na pessoa de Rodrigues Palma, que me honra muito com sua presença. Portanto, incorporo o seu aparte, com muito louvor, ao meu pronunciamento.

           Mas, prosseguindo, Sr. Presidente, gostaria de dizer que, naquela região de Feliz Natal, foi feita uma colonização diferente: lotes de 250 hectares de terra. É uma região em que a terra ainda era bastante abundante e precisava ser habitada. Ali, o colonizador fez lotes de 250 hectares. A maioria não abriu e, agora, não se pode abrir mais que 50 hectares naquela região, o que inviabiliza, porque, na verdade, não é pequena propriedade, nem média propriedade, nem grande também. Então, é uma situação com bastante dificuldade para eles se localizarem. Logicamente, aqueles que não têm a propriedade aberta ainda estão com dificuldades agora em abri-la e também com dificuldades em financiamentos para tocar a sua atividade. Sentimos que o povo esmoreceu, o povo está triste, tentando buscar uma nova alternativa econômica para a sua propriedade e não está achando, porque não se muda a vocação de uma região de uma hora para outra. Portanto, é uma situação de bastante dificuldade.

           Nós, políticos, temos de achar uma saída para dar a eles um horizonte novo, uma nova oportunidade, para que possam continuar naquela região, fazendo progresso e ocupando a Amazônia. E entendemos mesmo que há de se dar a eles a oportunidade de viver com dignidade lá.

           A medida provisória tira-lhes a possibilidade de crescer, de desenvolver a sua atividade e de permanecer na região. Portanto, em relação ao povo de Feliz Natal, como também é uma característica de toda a região norte de Mato Grosso, sentimos que é necessário achar uma nova atividade econômica, que é necessário diversificar.

           Que o Governo tenha também noção de que aqueles que para aquela região foram, para desenvolver e crescer, assim o fizeram a convite do Governo Federal, para ocupar uma região. E o slogan era: “ocupar para não entregar”. Portanto, agora, temos de dar a eles pelo menos condições para que possam sobreviver. Lá, terras que valiam R$5 mil, R$6 mil o hectare hoje não valem mais que R$1 mil, R$2 mil o hectare, porque não se pode fazer atividade econômica naquela região, o que muito prejudica o povo que ali está.

           Também tive oportunidade de visitar o Prefeito Debastiani, daquela região, e o Sr. Vice-Prefeito, meu irmão da Grande Potência Maçônica daquela região, e tive oportunidade de me reunir também com os clubes de serviço, com a Maçonaria, com todo o pessoal no sentido de trazer o nosso alento, a nossa palavra amiga e o nosso compromisso de tentar ajudar a resolver os problemas da região de Feliz Natal, para os quais eu mando aqui a nossa recomendação no sentido de que juntos vamos trabalhar para fazer o melhor.

           Também estive na região de Sinop, um grande polo econômico industrial da região norte do Estado de Mato Grosso, uma região que até há pouco nada produzia. Mas a vocação daquela região na agricultura, principalmente a agricultura mecanizada, faz com que aquela região seja um grande celeiro hoje para o desenvolvimento de Mato Grosso e do Brasil como um todo. A região é uma das grandes produtoras de soja, arroz, milho, e é hoje também já voltada para a industrialização. Hoje não se exporta mais só commodities, mas ali há hoje a vocação para a industrialização. E também é uma cidade que está se transformando em uma cidade de prestação de serviços, quer na área de educação, quer na área médica, quer na área também de prestação de serviço como um todo.

           Portanto, a cidade de Sinop, hoje, é o maior polo que nós temos na região norte do Estado de Mato Grosso. Hoje se pode dizer que é ainda uma ilha de progresso, de desenvolvimento em toda aquela região, por meio da qual há ainda um alento para aqueles que ali trabalham. Pode-se dizer que ali ainda se encontra atividade para o trabalho, mesmo sendo escassos já a madeira, os recursos naturais. Mas o homem, por meio da diversificação econômica, está fazendo uma reviravolta na economia, e a cidade, apesar de tudo, está crescendo, está se desenvolvendo, está dando um novo formato à sua economia.

           Também tivemos oportunidade de visitar Colíder, uma cidade pequena, Senador Mão Santa, daquelas em que o povo precisava de tudo. Ali eu comecei a minha carreira política, em 1974. Uma cidade, uma vila apenas, mas que cresceu e se desenvolveu. Hoje é uma cidade também já com a atividade econômica bastante desenvolvida, onde tivemos a oportunidade de discutir com o seu Prefeito Municipal, com alguns Vereadores e também com as lojas maçônicas. Conseguimos discutir os principais problemas que hoje amargam aquela região. Eles precisam achar a saída para que a economia não se paralise. Portanto, foi uma viagem importantíssima. Pudemos discutir com a população que ali está sobre os principais assuntos da comunidade.

           Tivemos a oportunidade também de ir a Alta Floresta, que é uma cidade no extremo norte do Estado de Mato Grosso. Alta Floresta também está vivendo problemas sérios como o da medida provisória do meio ambiente, em que somente 20% podem ser desmatados. Eles estão chorando por essa situação. A região está realmente penalizada, sofrendo, por isso tudo. Mas estão trabalhando, não desanimam. São pessoas fortes, que lutam em torno dos seus objetivos e, acima de tudo, dos seus ideais. Portanto, é uma região também que nos alegra quando a visitamos, porque o povo ali não perde a esperança de ser feliz.

           Naquela cidade, em uma reunião na Câmara Municipal, tive a oportunidade de receber o título de cidadão alta-florestense, o que me deu uma felicidade muito grande, até porque ali, naquela cidade, como Secretário de Educação do Estado e como Vice-Governador à época, tivemos a oportunidade de abrir as primeiras escolas. Depois, também tivemos a oportunidade de levar a Universidade do Estado de Mato Grosso (Unemat) para Alta Floresta, o que deu um incremento desenvolvimentista a todos aqueles que acreditaram e lutaram por aquela região.

           Portanto, Sr. Presidente, quero dizer que foi um momento de alegria, de felicidade, ao encontrar velhos amigos e companheiros naquela região, porque são homens que, como pioneiros, como bandeirantes do século XXI, conseguem fazer com que aquela região, apesar de tudo e de todos, continue progredindo, crescendo. Mas é necessário que o Governo Estadual e o Governo Federal abram os seus olhos, e o coração também, para dar àquele povo novas condições para novo progresso e novas oportunidades.

           Fico aqui, Sr. Presidente, muito feliz, muito contente, por ter participado daqueles eventos e por sentir que o povo daquela região, realmente, está fazendo o melhor para a economia do Estado do Mato Grosso.

           Para encerrar, estivemos na região de Tangará da Serra, um polo econômico do médio norte em que há atividade sucroalcooleira, com grandes indústrias de fabricação de álcool e açúcar e, portanto, com homens trabalhando, desenvolvendo e acreditando no futuro do Estado. Foi uma visita espetacular; foi uma viagem memorável; foi um momento em que me alegrei com aquilo que todos os mato-grossenses estão fazendo para melhorar a situação do Estado de Mato Grosso.

           Portanto, Sr. Presidente, para encerrar o meu pronunciamento, quero agradecer àqueles companheiros que lá estão trabalhando, construindo um novo Estado, fazendo um Mato Grosso grande, pujante, um Mato Grosso forte, um Mato Grosso que hoje é a admiração de todo o Brasil, um Mato Grosso que segura este Brasil na sua balança de pagamentos, produzindo alimentos para matar a fome do mundo.

           Se há vinte anos nós éramos pouco conhecidos, hoje somos conhecidos pelo nosso trabalho, pela nossa luta, pela nossa riqueza, por aquilo que produzimos. Mato Grosso, hoje, é um dos maiores produtores de soja do Brasil; Mato Grosso é um dos maiores produtores de açúcar do Brasil; Mato Grosso, hoje, é um dos maiores produtores de carne do Brasil; bem como de milho, de arroz e de várias outras commodities que hoje o Brasil usa para a sua exportação, para melhorar, para aumentar a sua balança de pagamentos.

           Sr. Presidente Mão Santa, é com alegria que falo do meu Estado. É um Estado pujante; é o Estado esperança do mundo; é o Estado que vai acabar com a fome do mundo todo, se derem oportunidade para que possamos realmente produzir e continuar engrandecendo.

           Brasileiros fortes lá não faltam. Brasileiros corajosos não faltam em Mato Grosso, brasileiros que têm coragem de investir e trabalhar não faltam naquele Estado. E a junção do brasileiro mato-grossense nato com o caudal de imigrantes que vieram do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná e outros Estados da Federação fez com que pudéssemos hoje dizer que somos o Estado que mais produz na Federação. É como o seu Piauí, de que o senhor se orgulha tanto de falar daqui desta tribuna. Eu me orgulho também de falar do meu Mato Grosso. É um Estado que, realmente, hoje, com a industrialização no meio rural, se transformou, como se fosse no oeste americano, a região da Califórnia, aquela região toda. É um Estado que vale a pena conhecer; é um Estado em que vale a pena investir e, indiscutivelmente, daqui a pouco, o mundo vai sentir orgulho do Estado de Mato Grosso.

           Parabenizo a todos e deixo aqui as nossas felicitações no sentido de que, juntos, classe política, empresários e povo, possamos fazer um Mato Grosso melhor, um Mato Grosso mais feliz, mais progressista, mais produtivo.

           Muito obrigado, Sr. Presidente.


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Este texto não substitui o publicado no DSF de 21/10/2009 - Página 53761