Discurso durante a 176ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Considerações sobre a greve nacional dos bancários, que ocorre nos 26 Estados e também aqui no Distrito Federal.

Autor
Paulo Paim (PT - Partido dos Trabalhadores/RS)
Nome completo: Paulo Renato Paim
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
MOVIMENTO TRABALHISTA. BANCOS.:
  • Considerações sobre a greve nacional dos bancários, que ocorre nos 26 Estados e também aqui no Distrito Federal.
Publicação
Publicação no DSF de 07/10/2009 - Página 49540
Assunto
Outros > MOVIMENTO TRABALHISTA. BANCOS.
Indexação
  • REGISTRO, RECEBIMENTO, CARTA, PRESIDENTE, CONFEDERAÇÃO, BANCARIO, DEFESA, REIVINDICAÇÃO, REAJUSTE, SALARIO, MANUTENÇÃO, PARTICIPAÇÃO, LUCRO, VALORIZAÇÃO, PISO SALARIAL, GARANTIA, EMPREGO, FUSÃO, BANCOS, CONTRATAÇÃO, TRABALHADOR, MELHORIA, REQUISITOS, SAUDE, SEGURANÇA, TRABALHO.
  • SOLICITAÇÃO, PRESIDENTE, FEDERAÇÃO NACIONAL, BANCOS, DIRIGENTE, BANCO DO BRASIL, CAIXA ECONOMICA FEDERAL (CEF), BANCO PARTICULAR, RETOMADA, NEGOCIAÇÃO, APRESENTAÇÃO, PROPOSTA, ATENDIMENTO, REIVINDICAÇÃO, BANCARIO, VIABILIDADE, PARALISAÇÃO, GREVE.

            O SR. PAULO PAIM (Bloco/PT - RS. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente José Nery, agradeço a V. Exª. Já usei meu horário como orador inscrito, mas recebi hoje à tarde uma carta do Presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro, Sr. Carlos Cordeiro.

            A carta do meu amigo Carlos Cordeiro faz uma reflexão a respeito da greve nacional dos bancários, que ocorre nos 26 Estados e também aqui no DF. Já são 13 dias de greve, Sr. Presidente.

            Conforme relato da entidade sindical, o setor patronal oferece reajuste de 4,5% e nenhum centavo de aumento real. Além disso, querem reduzir a participação nos lucros e resultados e ainda pretendem diminuir o período do auxílio creche/babá de 83 para 71 meses. Os bancários não aceitam essa proposta e lembram que o setor lucrou R$19,3 bilhões no primeiro semestre deste ano.

            Os bancários, no seu direito, Sr. Presidente, querem uma proposta decente, condizente com suas funções, com seus esforços, com seu trabalho. Querem que se apresente uma proposta que possa avançar na linha do entendimento.

            Sr. Presidente, quero ainda lembrar que os bancários reivindicam o reajuste de 10%, isto é, a inflação e 5% de aumento real. Querem manter a participação nos lucros, a valorização dos pisos - que é natural -, a garantia do emprego diante dos processos de fusão dos bancos, e ainda contratações de trabalhadores para reduzir as filas e melhores condição de saúde, segurança e trabalho.

            Para finalizar, Sr. Presidente, lembro que recentemente houve a greve dos carteiros e a Empresa de Correios e Telégrafos ofereceu 9% de reajuste. É praticamente o que estão pedindo os bancários. A diferença é 1% e já foi paga.

            Para o salário mínimo, já está ajustado que, a partir de 1º de janeiro, teremos também um reajuste de 9%. Inúmeras categorias receberam, entre inflação e reajuste real, mais do que 10%.

            Lembro também, Sr. Presidente, que a própria Bolsa Família recebeu um reajuste de 10%. Se esses setores podem dar a inflação mais o aumento real, que se aproxima daquilo que os bancários estão pedindo, não vejo motivo nenhum de não construirmos esse acordo.

            Portanto - aí eu concluo, Sr. Presidente -, faço um apelo ao Presidente da Fenaban, Sr. Fábio Barbosa, e aos Presidentes de todos os bancos, especialmente o Banco do Brasil, a Caixa Econômica Federal, o Bradesco, o Itaú, o Unibanco, o Santander e o HSBC, a fim de que retomem imediatamente as negociações e apresentem uma proposta que, no meu entendimento, vai buscar o fim dessa greve que se aproxima já de duas semanas.

         O entendimento, a negociação, o bom senso, Sr. Presidente, é bom para todos, é bom para o povo brasileiro, que está com essa expectativa, é bom para os bancários e é bom para os banqueiros.

            Era isso o que tinha a dizer. Obrigado, Presidente.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 07/10/2009 - Página 49540