Discurso durante a 247ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Comemoração do bicentenário de nascimento de Louis Braille, inventor do Sistema Braille de leitura e escrita para cegos.

Autor
José Agripino (DEM - Democratas/RN)
Nome completo: José Agripino Maia
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM. POLITICA SOCIAL.:
  • Comemoração do bicentenário de nascimento de Louis Braille, inventor do Sistema Braille de leitura e escrita para cegos.
Publicação
Publicação no DSF de 16/12/2009 - Página 68841
Assunto
Outros > HOMENAGEM. POLITICA SOCIAL.
Indexação
  • HOMENAGEM, CENTENARIO, NASCIMENTO, AUTOR, CODIGO BRAILLE, IMPORTANCIA, INCLUSÃO, CIDADANIA, PESSOA PORTADORA DE DEFICIENCIA, CONTRIBUIÇÃO, ATIVIDADE, PRODUÇÃO, PRESTAÇÃO DE SERVIÇO.
  • COMENTARIO, GESTOR, ORADOR, EX PREFEITO, CAPITAL DE ESTADO, ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE (RN), INICIATIVA, EMPREGO, PREFEITURA, PESSOA PORTADORA DE DEFICIENCIA, COMPROVAÇÃO, EFICIENCIA, TRABALHO, EXPECTATIVA, EMPRESA, GOVERNO, AMPLIAÇÃO, OPORTUNIDADE, SUGESTÃO, CRIAÇÃO, CAMPANHA, APROVEITAMENTO, CAPACIDADE.
  • HOMENAGEM, ATLETAS, ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE (RN), VITORIA, COMPETIÇÃO ESPORTIVA, ESPECIFICAÇÃO, OLIMPIADAS, PESSOA PORTADORA DE DEFICIENCIA.

                          SENADO FEDERAL SF -

            SECRETARIA-GERAL DA MESA

            SUBSECRETARIA DE TAQUIGRAFIA 


            O SR. JOSÉ AGRIPINO (DEM - RN. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, eu nem estava inscrito, Sr. Presidente, mas o tema é de tal forma importante que eu me animei a me inscrever para manifestar uma opinião que, mais do que guardo, é a opinião de quem já fez alguma coisa no sentido da valorização do deficiente.

            Nós estamos comemorando o bicentenário de Louis Braille, o cidadão que inventou a leitura para o deficiente visual. Eu acho que a forma de homenagear o deficiente físico, seja ele portador de que deficiência for, é considerá-lo um membro apto a participar da atividade produtiva da sua cidade, do seu estado, do seu país.

            Quando eu fui Prefeito de Natal, em 1979 - nós estamos falando em trinta anos atrás -, eu criei o primeiro núcleo de aproveitamento do deficiente físico, seja de que ordem ele fosse, para trabalhar numa tarefa específica que a Prefeitura de Natal naquela época instituiu, que era a microfilmagem de toda a documentação da Prefeitura. Era uma tarefa que se impunha e que poderia ser, na minha opinião à época, desenvolvida por deficientes físicos.

            Eu me lembro muito bem de que instalei esse departamento em um grupo de salas no andar térreo do Estádio de Futebol de Natal, no Castelão, onde, com frequência, eu ia despachar com a equipe de secretários. Era um local recatado, onde eu encontrava tranquilidade para, do ponto de vista administrativo, ter eficiência. E visitava, com frequência, o local onde os deficientes físicos operavam o trabalho do registro audiovisual de documentos da Prefeitura. Ali, aprendi uma coisa importante: o deficiente físico convocado coloca sua autoestima à prova e transforma-se em um funcionário de excelência.

            Eu acho que o bicentenário de Braille, esta sessão que homenageia, em última análise, os deficientes físicos - os visuais, mas deficientes físicos -, deveria produzir uma consequência, que deveria ser a consciência de que, assim como eu fiz lá atrás, dando oportunidade de trabalho ao deficiente, outras empresas... Eu conheço uma empresa área, a Gol Linhas Aéreas, que produz o exemplo, ao contratar deficientes físicos como seus agentes, que são, na minha opinião, modelo de comportamento. É absolutamente edificante ver quão circunspectos são eles, como eles se orgulham daquela atividade e a desempenham com maestria. Porque a eles foi dada a oportunidade. Só por isto: porque a eles foi dada a oportunidade.

            Eu acho que deveríamos fazer desta sessão, Senador Marco Maciel, um instrumento consequente. Quem sabe, Maurício de Sousa, V. Sª, que tem dado uma contribuição, pelos seus cartoons, à valorização ou à identificação objetiva, pelos seus cartoons, a deficientes físicos e visuais, eu acho que o grande resultado que podemos tomar desta sessão seria uma campanha para o aproveitamento do deficiente, aproveitamento dentro daquilo que ele é capaz de fazer. E ele é capaz de fazer.

            Eu tenho experiência. Eu encontro hoje, na Prefeitura de Natal, aqueles que há trinta anos contratei como funcionários. São todos eles funcionários modelares. Eles se sentem úteis. A eles foi dada só uma oportunidade, que souberam aproveitar. Como a Gol dá oportunidade a pessoas que aproveitam e que se sentem valorizadas. Ele não é um ser menor, ele é um deficiente que é capaz de superar suas dificuldades, prestar um serviço à coletividade e ganhar o seu sustento.

            Eu me orgulho muito do meu Estado. Eu tenho Magnólia, que foi uma campeã de atletismo, como tenho Clodoaldo, que aqui foi referido pelo Senador Arthur Virgílio, que é campeão paraolímpico. Conheço os dois e me orgulho igualmente dos dois. Como de Virna, que é potiguar e que é campeã. São todos eles, à sua moda, merecedores do aplauso daqueles que gostam de gente. O deficiente é gente como qualquer um de nós. O que ele precisa é apenas de uma oportunidade.

            E que sirva esta sessão, convocada em muito boa hora, com muita oportunidade, para que a valorização do deficiente, por ocasião do Bicentenário de Louis Braille, tenha consequência de valorização efetiva pela oportunidade que se dê aquele deficiente de ser útil, porque ele é capaz e o deseja. (Palmas.)


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Este texto não substitui o publicado no DSF de 16/12/2009 - Página 68841