Discurso durante a 15ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Reverência à memória da Dra. Zilda Arns Neumann, fundadora da Pastoral Nacional e Internacional da Criança e da Pastoral da Pessoa Idosa; do Dr. Luiz Carlos Costa, representante da ONU; e dos militares brasileiros vitimados pelo terremoto no Haiti.

Autor
Osmar Dias (PDT - Partido Democrático Trabalhista/PR)
Nome completo: Osmar Fernandes Dias
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM.:
  • Reverência à memória da Dra. Zilda Arns Neumann, fundadora da Pastoral Nacional e Internacional da Criança e da Pastoral da Pessoa Idosa; do Dr. Luiz Carlos Costa, representante da ONU; e dos militares brasileiros vitimados pelo terremoto no Haiti.
Publicação
Publicação no DSF de 24/02/2010 - Página 3978
Assunto
Outros > HOMENAGEM.
Indexação
  • HOMENAGEM POSTUMA, ZILDA ARNS, MEDICO, LIDER, ENTIDADE, IGREJA CATOLICA, ASSISTENCIA, CRIANÇA, IDOSO, SITUAÇÃO, POBREZA, ABANDONO, REPRESENTANTE, BRASIL, ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS (ONU), MILITAR, FORÇAS ARMADAS, VITIMA, ABALO SISMICO, PAIS ESTRANGEIRO, HAITI.
  • INFORMAÇÃO, APOIO, ZILDA ARNS, MEDICO, PRORROGAÇÃO, CONTRIBUIÇÃO PROVISORIA SOBRE A MOVIMENTAÇÃO FINANCEIRA (CPMF), MOTIVO, NECESSIDADE, AUMENTO, RECURSOS, SAUDE PUBLICA.
  • ELOGIO, VIDA PUBLICA, ZILDA ARNS, MEDICO, IMPORTANCIA, TRABALHO, DEFESA, DIREITOS HUMANOS, COMENTARIO, AMIZADE, ORADOR, FAMILIA, LIDER, ENTIDADE.
  • AVALIAÇÃO, ZILDA ARNS, PERSONAGEM ILUSTRE, HISTORIA, ESTADO DO PARANA (PR).

                          SENADO FEDERAL SF -

            SECRETARIA-GERAL DA MESA

            SUBSECRETARIA DE TAQUIGRAFIA 


            O SR. OSMAR DIAS (PDT - PR. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. que compõem a Mesa, familiares da Drª Zilda Arns, Srs. Senadores, Srs. Militares, eu serei breve, até porque nós tivemos uma tarde de homenagens justas às pessoas que deram suas vidas por uma causa muito justa.

            Mas eu quero me referir especificamente à Drª Zilda Arns, cujo sobrinho está aqui e nos honra muito a sua convivência, o Senador Flávio Arns. E eu também tive o privilégio de, quando Secretário da Agricultura do Governo do Paraná, viajar com um dos filhos da Drª Zilda Arns para o Canadá, onde nós fomos adquirir reprodutores de gado leiteiro. Então, eu tive o privilégio de conviver com a família da Drª Zilda Arns e com a Drª Zilda Arns pessoalmente, pois em viagens para Brasília ela sempre sentava na primeira fileira e tínhamos oportunidade de trocar ideias.

            Levei muitas broncas da Drª Zilda Arns. Ela sempre chamava a atenção em relação às matérias que estavam em votação aqui no Senado Federal. Lembro-me de que o Senador Flávio Arns e eu passamos um apuro danado, porque estava para ser votada aqui a prorrogação ou não da CPMF. A CPMF, evidentemente, era uma contribuição, um imposto que a sociedade sempre repudiava, mas o pensamento da Drª Zilda Arns era um só: era preciso colocar dinheiro para a saúde das pessoas e aquele era um dinheiro que ia para a saúde das pessoas. Tinha que ir para saúde. Se não ia, tinha que ir. E essa bronca eu recebi ao lado do Senador Flávio Arns. Ela disse: “Vocês não vão votar contra a prorrogação da CPMF”. Lembro-me de que, depois de muito debater esse assunto aqui no Senado foi aí que nós fomos convencidos e votamos. Tanto o Senador Flávio Arns quanto eu votamos a pedido... Aliás, não foi um pedido, foi uma ordem da Drª Zilda Arns para que nós votássemos pela prorrogação da CPMF.

            Havia outros projetos tramitando na Câmara, e ela já nos chamava atenção aqui no Senado. Evidentemente, não vou citar os projetos, mas todos eles tinham uma conotação muito forte na questão dos direitos humanos. E ela nos orientava muito porque, muitas vezes, temos de estudar um projeto de lei imenso e escapa-nos um detalhe. Mas dela não escapava o detalhe, ela tinha noção da essência, daquilo que seria o resultado se aquela lei fosse aprovada. Há alguns projetos tramitando ainda na Câmara.

            Tenho na memória o ensinamento que ela me deixou e posso dizer que vou segui-lo, porque estamos aqui hoje reunidos para homenagear aquela que foi um verdadeiro exemplo, um símbolo de defesa dos direitos humanos, aquela que ajudou a construir um ambiente onde as crianças, por meio da Pastoral da Criança, foram salvas graças á sua ação, muitas tiveram devolvidas as suas vidas em função da sua ação. Muitas pessoas que hoje vivem nesse mundo afora devem a sua vida à Drª Zilda Arns e à sua ação humanitária.

            É claro que é muito triste termos perdido a Drª Zilda Arns, mas a gente tem de lembrar que o que ela deixou não vai acabar nunca. O que ela construiu jamais deixará de existir, porque ela deixou exemplos, deixou caminhos que nós temos de seguir.

            É uma pena que não possamos mais nos sentar ao lado da Drª Zilda Arns para perguntarmos como votar em determinado projeto, mas, conhecendo-a como a conhecemos, podemos até nos orientar espiritualmente. Sei que espiritualmente ela está acompanhando todas aquelas mulheres que continuam com o trabalho na Pastoral, todas aquelas pessoas que continuam mundo afora seguindo os passos que ela iniciou e que ajudam a salvar vidas e a construir um mundo mais justo, uma sociedade mais justa.

            Eu tive orgulho de ser conterrâneo da Drª Zilda Arns. Sou um paranaense, e todos os paranaenses se orgulham muito de ela ter escolhido o Paraná para viver e lá iniciar esse trabalho que se espalhou pelo mundo afora. Quero dizer que, se nós perdemos a Drª Zilda Arns, nós não perdemos a obra da Drª Zilda Arns. Ela continua viva e muitos vão querer dar prosseguimento a essa grandiosa obra humanitária.

            Eu quero lembrar aqui ao seu filho um fato que ocorreu no ano passado. O Senador Flávio Arns deve ter sido um, acho que o Senador Alvaro Dias também participou disso... O jornal Gazeta do Povo convidou cem personalidades do Paraná para escolher aquela que teria sido a maior personalidade da história do Paraná. À Drª Zilda Arns, então viva, eu disse: eu vou votar na senhora. E votei.

            Então, agora, eu posso falar com autoridade de minha admiração pela Drª Zilda Arns, porque, quando ela estava viva, eu escolhi a Drª Zilda Arns como a maior personalidade da história do Paraná - isso foi no ano passado. Agora, para mim, ela continua sendo a maior personalidade da história do Paraná e talvez do Brasil.

            Eu quero cumprimentar os seus familiares, a todos aqueles que seguem os seus passos. E também, aqui, quero cumprimentar os militares, que prestam seus serviços relevantes nessa causa humanitária do Haiti.

            Quero dizer que é um orgulho muito grande para mim e, creio, para todos os paranaenses, para todos os brasileiros ter podido conviver, pelo menos um pouquinho, com esta grande personalidade: Drª Zilda Arns.

            Obrigado. (Palmas.)


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Este texto não substitui o publicado no DSF de 24/02/2010 - Página 3978