Discurso durante a 15ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Reverência a memória da Dra. Zilda Arns Neumann, fundadora da Pastoral Nacional e Internacional da Criança e da Pastoral da Pessoa Idosa; do Dr. Luiz Carlos Costa, representante da ONU; e dos militares brasileiros vitimados pelo terremoto no Haiti.

Autor
Eduardo Azeredo (PSDB - Partido da Social Democracia Brasileira/MG)
Nome completo: Eduardo Brandão de Azeredo
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM.:
  • Reverência a memória da Dra. Zilda Arns Neumann, fundadora da Pastoral Nacional e Internacional da Criança e da Pastoral da Pessoa Idosa; do Dr. Luiz Carlos Costa, representante da ONU; e dos militares brasileiros vitimados pelo terremoto no Haiti.
Publicação
Publicação no DSF de 24/02/2010 - Página 3984
Assunto
Outros > HOMENAGEM.
Indexação
  • HOMENAGEM POSTUMA, ZILDA ARNS, MEDICO, LIDER, ENTIDADE, IGREJA CATOLICA, ASSISTENCIA, CRIANÇA, IDOSO, SITUAÇÃO, POBREZA, ABANDONO, REPRESENTANTE, BRASIL, ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS (ONU), MILITAR, FORÇAS ARMADAS, VITIMA, ABALO SISMICO, PAIS ESTRANGEIRO, HAITI.
  • ELOGIO, VIDA PUBLICA, ZILDA ARNS, MEDICO, IMPORTANCIA, TRABALHO, REDUÇÃO, MORTALIDADE INFANTIL, PROMOÇÃO, JUSTIÇA SOCIAL.
  • ELOGIO, BRAVURA, MILITAR, FORÇAS ARMADAS, TRABALHO, RECONSTRUÇÃO, PAIS ESTRANGEIRO, HAITI, NECESSIDADE, AMPLIAÇÃO, ASSISTENCIA, BRASIL, AREA, INFRAESTRUTURA, APOIO, PROPOSTA, LUIZ INACIO LULA DA SILVA, PRESIDENTE DA REPUBLICA, CONSTRUÇÃO, USINA HIDROELETRICA, PAIS, FINANCIAMENTO, GOVERNO BRASILEIRO.
  • DEPOIMENTO, VISITA, ANTERIORIDADE, ANO, PAIS ESTRANGEIRO, HAITI, CALAMIDADE PUBLICA, MISERIA, DEFESA, AUMENTO, SOLIDARIEDADE, MUNDO.

                          SENADO FEDERAL SF -

            SECRETARIA-GERAL DA MESA

            SUBSECRETARIA DE TAQUIGRAFIA 


            O SR. EDUARDO AZEREDO (PSDB - MG. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, esta homenagem, que já recebeu a palavra de tantos Senadores, é uma homenagem que se faz a brasileiros e brasileiras, é uma homenagem justa, é uma homenagem que vem mostrar como o brasileiro sabe ser solidário quando necessário.

            Uma grande lição de vida foi o que nos legou a homenageada, a Drª Zilda Arns, uma vida de dedicação e de entrega total às causas dos mais necessitados e mais frágeis. E foi esse envolvimento com as causas mais difíceis que a levou ao fim trágico de que tivemos notícia no início deste ano, quando se tornou mais uma das vítimas do terremoto que arrasou grande parte de uma nação que já era digna de comiseração antes desta desgraça natural, o pobre Haiti. A notícia de que quase 200 mil pessoas se foram nessa tragédia evidentemente causa tristeza a todos.

            Os nobres colegas que estão aqui, no Senado, devem se lembrar de que, em agosto, tivemos oportunidade de integrar a comissão de parlamentares brasileiros que visitaram o Haiti. Naquela ocasião, conhecemos as condições de extrema miséria que aflige a maioria da população daquele país. Com certeza, repito, a Pastoral da Criança seria, como penso que será, de suma importância para aquele povo, e Dona Zilda Arns tinha essa consciência.

            Não quero aqui repetir toda a bela vida, toda a biografia de Dona Zilda. O seu trabalho todos conhecemos e tem sido lembrado. Foi um trabalho que salvou e continua salvando vidas não só no Brasil, mas também fora, e, certamente, continuará salvando vidas no Haiti. Eu quero lembrar que a sua atuação junto à Pastoral da Criança se espalha já por dezenove países, além do Brasil.

            O nosso colega Senado Flávio Arns, que representa sua família, sempre nos trouxe aqui as notícias desse belo trabalho que Dona Zilda desempenhava. Ela se foi como um exemplo, junto com todos os brasileiros que morreram lá, os soldados brasileiros que lá faleceram.

            Nós estivemos lá. O Senado Flávio Arns não pôde ir naquela época. Ele ainda me disse como é o destino, porque, na época, ele não pôde ir, e acabou indo ao Haiti para buscar o corpo de sua tia. Nós estivemos no Haiti. Sinceramente, eu nunca vi tanta miséria na minha vida. Conheço, evidentemente, as favelas da cidade que dirigi, Belo Horizonte, onde fui Prefeito. Mas não há nada igual ao que vimos no Haiti. Isso em agosto! Agora, imaginem bem como está hoje!

            Alguns chegaram a discutir: “Ah, o Brasil tem também focos de miséria”. Sim. É possível fazer as duas coisas. Esse é um pensamento pequeno de alguns que chegaram a criticar. Em janeiro, nós aprovamos aqui, por unanimidade, o aumento das tropas brasileiras solicitado pelo Governo, porque não há o que discutir. Neste momento, todo o mundo tem que estar realmente solidário. As vidas que se perderam foram vidas em defesa do Brasil, porque o Brasil está lá. Nós dormimos lá junto ao batalhão e vimos que o trabalho que eles desempenham é feito com muito amor e muita dedicação. O Exército Brasileiro, sem dúvida alguma, desempenha uma função que dá orgulho a todos nós, e a questão social é uma questão que marca indelevelmente a atuação brasileira.

            Nós precisamos dar um passo a mais. O Presidente da República, o Presidente Lula está indo ao Haiti. Li nos jornais de hoje que ele estaria anunciando a construção de uma hidrelétrica com financiamento brasileiro. É importante que isso aconteça, sim. É importante que o Brasil não fique, então, na questão da garantia, da segurança, que vem sendo tão bem feita pelas Forças Armadas Brasileiras, e também não apenas na questão do apoio das nossas organizações não-governamentais, que visitamos - visitamos Cité Soleil, visitamos Bel Air. Não é apenas nesses dois setores. São dois setores fundamentais, mas o Brasil tem que trabalhar também na área de infraestrutura.

            Eu disse aqui que nós temos, no Exército Brasileiro, também equipes de engenharia, tanto de engenharia rodoviária quanto de engenharia ferroviária. São equipes que podem ajudar nesse processo de infraestrutura. É uma situação em que não é possível ter apenas uma ação emergencial. Neste momento, é preciso também uma ação que seja de longo prazo na infraestrutura.

            Portanto, o Governo brasileiro terá o apoio de todos nós. Eu que sou da oposição, sou do PSDB, nós estaremos seguramente apoiando o Governo brasileiro nas ações que vier a tomar também na área de apoio dessa estrutura necessária para soerguer um país que sofre tanto.

            Mas é fundamental que estejamos aqui - e quero encerrar as minhas palavras - trazendo o agradecimento do povo brasileiro, o agradecimento dos mineiros - também perdemos mineiros entre os soldados que se foram. Ao trabalho feito pelo Exército Brasileiro, ao trabalho feito por Dona Zilda, a nossa homenagem e o nosso agradecimento!

            Muito obrigado. (Palmas.)


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Este texto não substitui o publicado no DSF de 24/02/2010 - Página 3984