O SR. JORGE YANAI (DEM - MT. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, quero externar aqui minhas primeiras palavras como Senador da República, dizendo que é uma satisfação muito grande ter sido empossado por V. Exª, que representa de forma muito grandiosa o nosso País. V. Exª, como costumamos dizer, é imortal nas letras e imorredouro na política.

            Quero cumprimentar aqui as Srªs e os Srs. Senadores, em especial o meu chefe político, Senador Jayme Campos, que costumo dizer foi o melhor Governador que Mato Grosso já teve e que faz aqui, no Senado Federal, um excelente trabalho, trazendo muito orgulho ao meu Estado de Mato Grosso.

            Quero cumprimentar a Senadora Serys, minha amiga. Tivemos a oportunidade e o prazer de trabalharmos juntos, de 1991 a 1994, na Assembleia Legislativa. Com muita justiça, o povo de Mato Grosso a trouxe ao Senado Federal. S. Exª representa não só as mulheres de Mato Grosso, mas homens e mulheres trabalhadoras de Mato Grosso, com muita eficiência e com muita competência. V. Exª sabe - tenho repetido nos diversos encontros que nós tivemos - que tenho uma admiração muito grande por V. Exª.

            Quero cumprimentar o meu Deputado, líder na minha região, Dilceu Dal´Bosco, que, sem dúvida alguma, é o maior político no interior do Estado de Mato Grosso e que, a cada dia que passa, consolida mais ainda essa firmeza, não só de caráter como homem, como essa firmeza política de que o Brasil tanto necessita.

            Quero cumprimentar os nossos ex-prefeitos do Município de Sinop. Está aqui o primeiro Prefeito da cidade de Sinop, Geraldino Dal Maso, quando Sinop era quase do tamanho de um Estado. Quero cumprimentar aqui o ex-Prefeito Antônio Contini, que era conhecido como o “Prefeito das Obras”; cumprimentar aqui o ex-Prefeito Nilson Leitão, o Prefeito da modernização de Sinop. Cumprimento os três Prefeitos, dizendo que páginas importantes da história de Sinop foram escritas por vocês, páginas indeléveis que vão ser guardadas pela eternidade e que certamente trarão orgulho, não só para a história de vocês, como de suas famílias.

            Quero cumprimentar alguns Vereadores. Quero cumprimentar antes aqui o Deputado Federal William Woo, que está presente. Tivemos oportunidade de ir à Embaixada e também fazermos parte da Frente Parlamentar Japão-Brasil. Cumprimento aqui o Deputado Federal, eficiente do meu Estado, Wellington Fagundes, que faz um trabalho muito importante para o Estado do Mato Grosso. Cumprimento o Vereador Ademir Bortoli, do DEM de Sinop, que faz um trabalho de “formiguinha”, trabalho específico, voltado, principalmente, para o social de nosso Município. Cumprimento a figura de meu amigo particular, Cláudio Alves, jurista importante de nossa cidade, que tem um programa “Cláudio Alves Sem Censura”, que faz um sucesso muito grande pela verdade e pela coerência de seu programa. Quero cumprimentar o Deputado Estadual José Domingos Fraga, que é talvez um dos deputados estaduais mais importantes da área do agronegócio e que foi Prefeito por várias ocasiões em Sorriso, com muita competência. Cumprimento também o Vice-Prefeito, Professor Aumeri Bampi, que representa nosso Prefeito Juarez Costa neste evento, nesta solenidade.

            Estendo meus cumprimentos a todos aqueles que trabalham pelo Município de Sinop.

            Quero cumprimentar alguns amigos presentes. Vou deixar de fora, eventualmente, alguns, pela falta de tempo. Mas gostaria de citar aqui, pelo menos, a presença de Raul Takaki e, em seu nome, cumprimentar Aldo Shiguti, que são do jornal Nippak, que têm dado uma ênfase muito grande à minha presença aqui no Senado Federal, valorizando as tradições japonesas.

            Quero cumprimentar o Dr. Teles, de minha cidade vizinha, de Cláudia; Billy, meu amigo particular, e toda família de Dilceu Dal´Bosco.

            Quero, neste momento, também, fazer um agradecimento - e uma lembrança especial, Sr. Presidente - a Jonas Pinheiro, que foi uma figura importante na política de Mato Grosso, foi importante na política...

            (O Sr. Presidente faz soar a campainha)

            O SR. PRESIDENTE (José Sarney. PMDB - AP) - Senador, eu pediria a V. Exª licença para, antes que os estudantes se retirassem do plenário, registrar que nós temos o prazer da visita, aqui na Casa, assistindo a sua posse, dos estudantes do Colégio Dinâmico, da Ceilândia, no Distrito Federal.

            Cumprimento todos. (Palmas.)

            O SR. JORGE YANAI (DEM - MT) - Cumprimento os estudantes da Ceilândia dizendo que é uma satisfação muito grande recebê-los aqui nesta Casa porque a juventude, mais do que nunca, precisa participar da política para entender o que acontece no nosso País. É nas mãos de vocês que se encontra o nosso futuro. Muito obrigado pela presença. (Palmas.)

            Eu queria agradecer aqui ao Jonas Pinheiro, que não se encontra mais conosco, mas que fez um grande trabalho pelo Estado de Mato Grosso, representando, acima de tudo, a agricultura e o agronegócio. Agradeço à D. Celsita, sua esposa, que foi, por dois mandatos, Deputada Federal e por quem tenho um apreço muito grande. Quero dizer que Gilberto Goellner, que ocupa o cargo como titular, se encontra em tratamento de saúde, mas me espantei com sua capacidade de trabalho, com o conhecimento que ele tem a respeito do agronegócio e que o tem representado com grande competência e com grande desempenho.

            Quando criança, no interior do Paraná, numa cidadezinha chamada Bandeirantes, onde nasci, gostava de sonhar sonhando. O meu sonho era ser médico e poder ajudar as pessoas. Encantava-me aquela profissão que aliviava a dor, curava as doenças e que, em alguns momentos, tinha o poder sobre a vida e a morte.

            Tornei-me médico e fui bem sucedido por muitos anos, mas, na minha caminhada, fui contaminado por essa moléstia inebriante chamada política, que, em alguns momentos da minha vida, me fez mudar de rumo, me transformou em Deputado Estadual e hoje me transforma em Senador da República. Sou paranaense, Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, médico, fui Deputado Estadual, suplente de Senador e hoje ocupo, com muita honra, a cadeira de Senador da República.

            Tenho, como qualquer Senador ou Senadora desta Casa, um apreço especial pela saúde, principalmente, como citou o colega Senador Mozarildo, porque também sou médico. E nós sabemos, Senador, como a saúde está com dificuldades em todos os Municípios, em todos os Estados, em todo o Brasil. Pessoas, nas filas, com dificuldades, não conseguem um tratamento de saúde, morrem, choram. Nós vemos crianças, adultos e idosos nas filas sem conseguirem um tratamento médico, pessoas que não conseguem fazer seus exames de emergência. Exames importantes, como a ultrassonografia numa gravidez, são marcados para depois da data do parto.

            Eu quero aqui trabalhar pela educação, essa educação tão conturbada, tão discutida no nosso País, essa educação que começa pela infância e hoje nós vemos que falta até merenda escolar em alguns lugares.

            Mas quero também, Senador Mozarildo, Senadora Serys, dizer que é importante para o nosso País a segurança pública. Nós não conseguimos mais sair de casa, por medo de ser assaltados. Nós não podemos visitar os amigos, não podemos ir a uma festa, pela preocupação de voltar e ver que a nossa casa foi arrombada.

            Eu quero aqui defender especialmente a minha região, a região norte do Estado, tantas vezes criticada por ambientalistas, tantas vezes criticada por pessoas que não conhecem a nossa região.

            Eu costumo dizer, Sr. Presidente, que atiram muita pedra sobre o Estado de Mato Grosso e que, quando as pedras são direcionadas para o Estado de Mato Grosso, costumam cair na cabeça de alguém do norte da nossa região. Isso porque nós lidamos com madeira, nós lidamos com agricultura. Mas a história do Brasil está ligada, Sr. Presidente, à história. Quando os portugueses chegaram ao Brasil pela costa brasileira, a primeira mercadoria comercializada neste País foi a madeira, o pau-brasil. Depois veio a cana-de-açúcar, porque o açúcar era valioso, valia mais que ouro, diamante, prata.

            Dessa forma, criou-se o sistema da agricultura. A nossa pecuária é farta. O Estado do Mato Grosso tem de 25 milhões a 30 milhões de cabeças de gado. Nós temos, no nosso Estado, praticamente oito cabeças de gado por habitante. Qual Estado é tão rico? Qual Estado tem tanta fartura quanto o Estado de Mato Grosso?

            E nós queremos aproveitar essa oportunidade de estar aqui também para possibilitar maior intercâmbio entre o Brasil e o Japão, principalmente entre Mato Grosso e Japão, pela minha própria origem familiar.

            E neste momento, falando em origem familiar, quero agradecer pela forma com que fui recebido pelo responsável, pelo diretor da Jica aqui em Brasílila, Katsuhiko Haga. E quero agradecer aqui a presença do Sr. Embaixador Ken Shimanouchi, que tive a oportunidade e o prazer de conhecer. Estive, em duas oportunidades, em sua residência, numa conversa de cortesia, mas, acima de tudo, falando sobre o bom relacionamento do Brasil e Japão. Dizia o Sr. Embaixador que o Brasil não precisa de ajuda, Sr. Presidente, porque o Brasil é um país rico, economicamente viável, mas que nós precisamos ainda manter essas tradições. Temos que continuar mantendo esses negócios, porque é importante que o Brasil e o Japão se unam agora para ajudar os outros países, como a África, como está fazendo neste momento.

            Nós queremos aproveitar essa amizade que temos, desse relacionamento bom que estamos iniciando com a Jica e com a Embaixada do Japão - projetos importantes, Sr. Embaixador, para recuperação dos rios da região de Sinop, projetos com a participação importante de recuperação do meio ambiente, feito junto com a Secretaria de Meio Ambiente da Prefeitura de Sinop. Queremos e solicitamos já ao Sr. Embaixador e também a Jica projeto de estudo completo da implantação da hidrovia Teles Pires - Tapajós e, quem sabe, Juruena.

            Fala-se muita coisa neste País. Falar de hidrovia tornou-se uma moda, como foi falar de rodovia há algum tempo. Fala-se muito, mas não existe um projeto eficiente. Eu soube, recentemente, que muita coisa já foi festejada por causa da importância que existe na implantação da hidrovia Teles Pires - Tapajós, mas não existe nenhum estudo feito do custo e de como será construída. Sabemos que, no futuro, haverá de ser construída, mas precisamos adiantar este futuro.

            Quero trazer ao plenário desta Casa a discussão sobre o futuro do País. Acredito, Sr. Presidente, Srs. Senadores, que o futuro do País está no transporte. Basta vermos o nosso mapa para perceber a possibilidade imensa que o nosso País tem. Nós temos um país produtivo e produtor, mas precisamos de um transporte verdadeiramente eficiente no nosso País. Nós precisamos recuperar e melhorar as nossas rodovias. Nós precisamos terminar essa rodovia que liga Cuiabá a Santarém, o que foi prometido em todas as campanhas eleitorais à Presidência da República, mas que não foi cumprido até agora.

            Nós precisamos aprender, nós precisamos mostrar ao povo - acho que é essa a importância da minha vinda a este Senado - que o homem público precisa ter palavra. É preciso medir aquilo que fala, porque senão o povo começa a perder a confiança. É difícil hoje... Às vezes, a gente vê a juventude falando mal, as crianças falando mal dos políticos, Senador Mozarildo, porque ninguém tolera mais, ninguém suporta mais aquilo que é dito e que não é cumprido dentro do nosso País.

            É por isso que eu vejo a importância que há em vir aqui, a esta Câmara Alta, a Casa de leis brasileira, e poder ter a oportunidade de dizer ao País que aqui dentro também tem homens sérios, que aqui tem gente competente que quer o bem do nosso País.

            Nós queremos que haja as ferrovias. Elas precisam existir, cortando o norte, o sul, o leste e o oeste. Mas nós precisamos mudar esse sistema, Senador Mozarildo, porque, hoje, ele prejudica o preço do transporte nessa linha ferroviária. Mas nós precisamos por causa do monopólio que se faz implantar.

            Eu gostaria de citar que nós precisamos olhar para o futuro, e olhar para o futuro significa construirmos pelo menos cinco hidrovias aqui no nosso País. Nós precisamos ampliar e terminar de construir a hidrovia do Paraguai-Paraná; Tietê-Paraná-Paranaíba. O Tietê, que é o maior veículo de navegação hidroviária no nosso País e para o Estado de São Paulo. Nós precisamos da hidrovia Madeira-Amazonas. Nós precisamos da Tocantins-Araguaia. Mas, acima de tudo, nós precisamos da hidrovia Teles Pires-Tapajós e, talvez, do Juruena.

            O Centro-Oeste brasileiro, hoje, Senador Mozarildo, produz muito. Mato Grosso é o campeão de produção de grãos, e hoje Sorriso, que é a cidade que mais produz soja no nosso País, consegue ter prejuízo, porque gasta mais do que 50% só no transporte. A cidade de Sorriso, a cidade de Sinop, na região norte do Estado de Mato Grosso, que hoje é o pior lugar para se transportar mercadoria dessa natureza, poderão tornar-se um paraíso, o melhor lugar do qual poderemos tirar a nossa produção.

            A Srª Serys Slhessarenko (Bloco/PT - MT) - Um aparte, Senador.

            O SR. JORGE YANAI (DEM - MT) - Pois não.

            A Srª Serys Slhessarenko (Bloco/PT - MT) - Desculpe-me cortar o seu discurso, grandioso aliás, mas preciso começar parabenizando o senhor. Eu dizia, há poucos momentos, para o nosso Presidente José Sarney que realmente engrandece o nosso Senado a sua presença aqui. O senhor já anunciou que nós já fomos colegas, por quatro anos, na Assembleia Legislativa do nosso Estado de Mato Grosso, e eu sei da grandiosidade do seu trabalho como Parlamentar. Com certeza aqui, só pelo início do seu discurso, já dá para a gente ver que será muito significativa a sua participação no Senado da República do nosso País. Quero saudar os ex-Prefeitos Dal Maso e Contini; o Nilson Leitão, também fomos colegas na Assembleia Legislativa. Já saudei a família do Senador e quero saudar o Vice-Prefeito, meu companheiro Aumeri, Vice-Prefeito de Sinop, aqui representando o Prefeito Juarez; o Sr. Embaixador do Japão. Hoje é um dia de muita alegria para todos aqueles que vieram do Japão e para seus descendentes aqui no Brasil. É de muita alegria porque, pela primeira vez na história, William Woo, adentra o Senado da República do nosso País um Senador de origem japonesa. Realmente, essa colônia - vamos chamar assim - estrangeira que chegou ao nosso País e que mostrou a que veio, a sua força de trabalho, a sua competência técnica, inclusive o seu compromisso político com o País para onde vieram e que seus descendentes vêm ajudando a construir. Então, eu precisava dizer essas palavras, exprimindo a grandiosidade desse potencial. É um potencial grande. Eu sei que os japoneses estão satisfeitos, estão felizes aqui no Brasil e fora do Brasil também; lá no Japão, com certeza, por saberem que, pela primeira vez na história do Brasil, têm um representante no Senado da República deste País, e não pelo simples fato de ter origem japonesa ou não, mas pela pessoa competente que é, profissional médico, etc., que agora vai mostrar sua postura, como já o fez na Assembleia Legislativa e está mostrando no início do seu discurso. Parabéns. Temos a certeza e a convicção do sucesso do seu mandato. Um abraço grande à sua esposa, Srª Marina, à sua mãe, ao seu filho, enfim, a toda sua família. Muito obrigada.

            O SR. JORGE YANAI (DEM - MT) - Agradeço o aparte de V. Exª, que só enriquece o meu pronunciamento, pelo valor e pela qualidade da pessoa e da Parlamentar que V. Exª é.

            Na realidade, eu me encontro muito emocionado e me esqueci de cumprimentar minha família. Perdão. Quero cumprimentar a minha mãe, de 87 anos de idade, que se encontra presente; cumprimentar a minha esposa, que não gosta de política, mas que tem me acompanhado - e, se não fosse dessa forma, eu não conseguiria estar hoje aqui neste Parlamento -; cumprimentar os meus filhos, Douglas e Evelyn; cumprimentar o meu genro, Everton, e a minha nora, Anna Letícia; e cumprimentar os meus dois netinhos, meus tesouros, Anna Júlia e Daniel Benjamin.

            Quero dizer aqui, atrasado, que essa conversa que tivemos com o Embaixador do Japão foi a respeito, Sr. Presidente, da gratidão que o povo japonês tem por o Brasil ter adotado o sistema digital de modelo japonês. Isso também é importante, no futuro, para que dê certo a implantação dos trens de alta velocidade pelo nosso País.

            Para encerrar o meu pronunciamento...

            O Sr. Mozarildo Cavalcanti (PTB - RR) - Senador Jorge, antes de V. Exª encerrar, dá-me a honra de um aparte?

            O SR. JORGE YANAI (DEM - MT) - Pois não, com muito prazer.

            O Sr. Mozarildo Cavalcanti (PTB - RR) - Já fiz uma introdução ao cumprimentá-lo enquanto fazia o pronunciamento, mas, depois de ouvi-lo, eu me vi também, no bom sentido, forçado a fazer este aparte, primeiro pela qualidade do pronunciamento que V. Exª faz; realmente, mostrando que, como V. Exª disse, V. Exª foi contaminado, no bom sentido, pela política - política com todas as letras maiúsculas. V. Exª vai ser mais um médico aqui no Senado. Já somos cinco e V. Exª vai ser o sexto. Não é que eu ache que a nossa profissão é melhor que as outras, mas temos, até por formação, essa preocupação, como disse V. Exª no seu discurso, de aliviar as dores, de curar as pessoas e de, às vezes, até fazer o que o povo acha que é milagre. Na verdade, nós somos seis, V. Exª é o sétimo médico que compõe a bancada aqui no Senado. Quero dizer que eu também me sinto positivamente contaminado pela política. Quando decidi entrar para a política, no meu Território Federal, naquela época, só se elegia Deputado Federal, não se elegia Senador, não se elegia Governador. E eu tomei uma decisão, porque eu estava inconformado com a situação do meu Território. Aí eu mesmo... Como disse V. Exª que a sua esposa não gosta de política, a minha esposa também não gostava, mas eu mostrei para ela que entre ficar tratando de doentes, individualmente ou coletivamente, eu tinha que cuidar de um doente social grande que era o meu Território. E eu tenho a felicidade de dizer que, quando entrei, tinha uma bandeira número um, que era a de transformar o Território em Estado; as outras duas bandeiras tinham a ver com a educação: criar uma universidade e uma escola técnica federal no meu Estado. Tenho a honra de falar isso quando está na Presidência dos trabalhos agora o Senador Sarney, que, à época, era Presidente da República. As minhas leis eram leis autorizativas; ele podia vetar ou podia sancionar e não implantar. Ele não só sancionou como implantou a Universidade Federal de Roraima e a Escola Técnica, que já passou por Centro Federal de Ensino Tecnológico e, atualmente, é o Instituto Federal de Educação Tecnológica e Científica. Então, o nosso Estado só tem ganhado com a transformação em Estado e com a boa ação política. Então, como disse V. Exª, nós temos, sim, que incentivar os jovens a entrar na política. Para algumas pessoas que dizem assim: “Ah, eu não quero saber de política, que é coisa suja”, eu sempre digo: não, a política não é suja. É a política que define o salário, o imposto, a jornada de trabalho, enfim, a vida das pessoas. Então, precisamos que haja boas pessoas na política, e V. Exª, com certeza, no período em que ficar aqui, durante a licença do Senador Gilberto, vai colaborar muito para que possamos fazer um bom trabalho. Quando V. Exª falou em saúde, perguntei-me: como ter saúde, se não temos segurança? Portanto, já não temos o emocional bem, e a definição de saúde é esta: bem-estar psíquico, social e mental. Então, se não tivermos segurança, se não tivermos educação, se não tivermos trabalho, não vamos ter saúde. E também temos que fazer um esforço muito grande para que haja mais investimento na saúde. É pena que a Emenda nº 29, que está lá na Câmara, até hoje não tenha sido votada, porque essa emenda viria realmente dar as condições para que o serviço público, o SUS, pudesse melhorar. Parabéns! Espero que tenhamos bons trabalhos aqui juntos.

            O SR. JORGE YANAI (DEM - MT) - Muito obrigado pelo aparte. V. Exª só enriquece o meu pronunciamento, enriquece a minha posse neste dia.

            O Sr. Eduardo Suplicy (Bloco/PT - SP) - V. Exª me permite um aparte?

            O SR. JORGE YANAI (DEM - MT) - Pois não, Senador.

            O Sr. Eduardo Suplicy (Bloco/PT - SP) - Prezado Senador Jorge Yanai, quero também dar as boas-vindas a V. Exª em nome dos Senadores de São Paulo e do Partido dos Trabalhadores. É tão bom aqui ouvir a sua contribuição como médico, pessoa interessada na área da saúde e da educação, oriundo de Mato Grosso, um Estado de grandes dimensões. V. Exª aqui ressalta a importância da melhoria dos transportes, sobretudo das hidrovias e das ferrovias, como uma contribuição muito positiva. Saúdo seus familiares, o Embaixador do Japão e todos que vêm aqui cumprimentá-lo no seu primeiro pronunciamento. Permita-me, entretanto, fazer-lhe uma sugestão, porque V. Exª usou uma expressão que me fez pensar: “Mas como assim?” V. Exª afirmou que teria contraído, se ouvi bem, uma doença, que foi a política - se ouvi bem essa forma de expressar. Fiquei pensando: “Puxa, acho que eu gostaria de fazer uma sugestão”. Posso até, quem sabe, fazer uma transformação, porque V. Exª, na verdade, abraçou a política, que não é propriamente uma doença. Eu gostaria até de transmitir uma mensagem à sua querida esposa, aqui presente. V. Exª disse que ela não gosta tanto da política, mas se explicar a ela que a política é a ciência de como alcançar o bem comum, uma vida justa para todos e que V. Exª abraçou a política para ajudar o Brasil a se transformar numa Nação justa, onde todas as pessoas venham a ter direitos plenos à cidadania, tenho a convicção de que sua senhora vai então pode dizer: “Puxa vida, que bom que você abraçou essa causa tão bela”. É apenas uma sugestão a V. Exª.

            O SR. JORGE YANAI (DEM - MT) - Agradeço, Senador Suplicy. Eu não teria outra forma senão acatar o conselho de V. Exª, um homem experiente. Um homem que vem com milhões de votos do Estado de São Paulo tem de ser respeitado e ouvido. E o faço desta forma.

            Quero só fazer algumas complementações e terminar meu pronunciamento, cumprimentando o representante das lojas maçônicas de Sinop, Norival Curado, e o empresário Wilson Roque Pozzobon, os Vereadores Silomar, João Batista e outras pessoas que talvez eu possa deixar passar em branco.

            Mas quero encerrar meu pronunciamento, Sr. Presidente, confessando a todos que estou muito feliz. Estou realizado e completo como político e ser humano pelo que fiz e pelo que a vida me tornou. Peço a Deus que, ao terminar minha missão nesta mais alta Câmara de leis do meu País, possa eu retornar ao meu querido Mato Grosso, à minha querida Sinop, que amo de paixão, e continuar a olhar minha esposa com serenidade. Quero voltar a abraçar meus filhos, a afagar meus netos e a pedir bênção da minha mãe sem que nada pese na minha consciência diante de Deus e dos homens.

            Muito obrigado. (Palmas.)

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