Discurso durante a 74ª Sessão Não Deliberativa, no Senado Federal

Crítica ao excesso de gastos da campanha eleitoral do PT no Piauí na eleição anterior.

Autor
Heráclito Fortes (DEM - Democratas/PI)
Nome completo: Heráclito de Sousa Fortes
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
POLITICA PARTIDARIA.:
  • Crítica ao excesso de gastos da campanha eleitoral do PT no Piauí na eleição anterior.
Publicação
Publicação no DSF de 18/05/2010 - Página 21584
Assunto
Outros > POLITICA PARTIDARIA.
Indexação
  • COMENTARIO, ANTERIORIDADE, INJUSTIÇA, ACUSAÇÃO, DEPUTADO ESTADUAL, ESTADO DO PIAUI (PI), PARTIDO POLITICO, PARTIDO DOS TRABALHADORES (PT), SUPERIORIDADE, RECURSOS, CAMPANHA ELEITORAL, ORADOR, SENADO, REGISTRO, COMPROVAÇÃO, DESPESA, JUSTIÇA ELEITORAL.
  • CRITICA, SUPERIORIDADE, RECURSOS, DESPESA, CAMPANHA ELEITORAL, PARTIDO POLITICO, PARTIDO DOS TRABALHADORES (PT), ESTADO DO PIAUI (PI), ANTERIORIDADE, ELEIÇÕES, UTILIZAÇÃO, VERBA, PAGAMENTO, MESADA, CONGRESSISTA.

            O Sr. Heráclito Fortes (DEM - PI. Sem revisão do orador.) - V. Exª está tocando em um ponto que merece realmente ser visto com mais seriedade.

            Eu lhe conto um episódio: na minha eleição para Senador em 2002, coloquei como limite de despesas R$1,8 milhão e, logo em seguida - o PT do Piauí sempre foi radical e desonesto nas suas ponderações -, fui acusado por um Deputado Estadual chamado João de Deus, Líder do PT na Assembleia, de ter feito uma das campanhas mais caras do Brasil. Ele se elegeu, Senador Praia, gastando R$23 mil. Examine se isso tem sentido! Naquela época, podia-se usar camiseta, boné, santinho. Ele fez uma campanha milionária no interior do Piauí.

            Corri para as prestações de contas de outros candidatos ao Senado e aí vi a situação do Senador Aloizio Mercadante, que, teoricamente, tinha gastado menos do que eu. Fui para cima, eu não sou de levar desaforo para casa, como V. Exª sabe. Aí o próprio Senador Mercadante me procurou e disse: “Quero lhe fazer uma justificativa, pois grande parte das despesas feitas por mim foram feitas pela conta do candidato a governador, do candidato majoritário”. É a primeira hipocrisia. Isso está gravado nos Anais da Casa. Quero que, um dia, a Justiça Eleitoral veja isso. Foi a primeira vez que ouvi falar em “mensalão”, antes daquele escândalo, antes de tudo. A campanha do PT no Piauí, pela primeira vez, tinha sido milionária.

            Aí cobro do Deputado João de Deus, que dava depoimento no Senado: “E os gastos do Piauí?”. Ele disse: “Ah, isso é outra coisa. É a turma lá de São Paulo que arruma”. Indaguei: “Como?”. Ele respondeu: “É a turma de São Paulo. A turma de São Paulo manda o dinheiro para o Piauí”. Era o “mensalão”, e a gente não sabia. Pois bem, esse Deputado, João de Deus, que gastou R$23 mil em uma eleição, já gastou, na eleição seguinte, R$400 mil ou R$500 mil. Mas essa é outra história, e espero que o Piauí acompanhe de perto o comportamento do Partido, com os carros alugados, com o estilo milionário, com o estilo de novo rico que pelo menos o PT do Piauí mostra, deixando o Piauí estarrecido.

            Parabenizo V. Exª. Essa questão dos gastos precisa ser encarada com seriedade. Muitas vezes - e foi meu propósito -, coloquei exatamente o que foi gasto. Aliás, até a turma do Tribunal que fez o julgamento das minhas contas e as aprovou deixou isso bem claro. E outros camuflam, criam despesas que não existem, omitem despesas que fazem. É uma hipocrisia que precisa acabar! É preciso haver clareza e transparência nos gastos eleitorais. Muito obrigado.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 18/05/2010 - Página 21584