O SR. MÃO SANTA (PSC - PI. Como Líder. Sem revisão do orador.) - Senador Romeu Tuma, que preside esta sessão, Parlamentares presentes, brasileiras e brasileiros aqui no Parlamento e os que nos acompanham pelo sistema de comunicação do Senado, a minha palavra aqui é com muita emoção, porque, Flexa Ribeiro, estive na minha cidade de Parnaíba do Piauí. Eu lembro Sêneca.

            Sêneca foi aquele mestre de governantes, dos Césares. Ele também foi mestre de Alexandre. Mas, interessante, Romeu Tuma, que Sêneca, era grego, sábio e não nascera nem na culta Atenas nem na beligerante Esparta, na guerreira Esparta. Nascera em uma cidade pequena. Então, ele dizia assim: “Não é uma pequena cidade; é a minha cidade”.

            A mesma coisa. Eu sou de Parnaíba. Parnaíba é, como disse também na mesma época Sófocles, que disse que “muitas são as maravilhas da natureza, mas a mais maravilhosa é o ser humano”. Eduardo Azeredo, mineiro, a valia da Parnaíba é a gente. Paranaíba deu para este País talvez o único homem que pode ficar ali ao lado de Rui Barbosa: Evandro Lins e Silva, o jurista, o Presidente do Supremo Tribunal Federal no período revolucionário da ditadura. Foi ele que teve coragem e sabedoria jurídica de libertar os presos políticos, afrontando, defendendo a justiça neste País.

            Lembro-me, Romeu Tuma, porque o Miguel Arraes me contara. Preso político, depois do bombeiro, levaram ele para Fernando de Noronha. Lembra-se de que lá o Graciliano Ramos já contava, em Memórias do Cárcere, na ditadura Vargas que essa encantadora Fernando de Noronha, que encanta os turistas, foi o presídio mais duro. E o Miguel Arraes me contou que ele ia ser comido pelo jacaré, que não via perspectiva nenhuma. Foi então que chegou o habeas corpus, de Evandro Lins e Silva, lá da minha Parnaíba.

            Feliz do Poder Judiciário, do Supremo Tribunal Federal, que não precisa buscar exemplo de justiça na história em outros países! Lá da Parnaíba mesmo: Evandro Lins e Silva.

            Aquela cidade também deu a este País o melhor Ministro do Planejamento: João Paulo dos Reis Velloso. Ele foi a luz e o farol do regime revolucionário ditatorial e tudo que tem de desenvolvimento. Foi ele. Ele fez o primeiro PND e o segundo PND (Plano de Nacional de Desenvolvimento). E era um menino filho de carteiro com costureira. Com 10 anos de idade, abria a fábrica do meu avô.

            João Paulo dos Reis Velloso teve um irmão, Francisco, que morreu; Antônio Augusto Reis Velloso, que também foi servidor público, diretor-presidente do Banco Central, e depois foi consultor desses bancos privados. E agora o Raul Velloso, o mais novo, uns dois anos mais velho do que eu. João Paulo dos Reis Velloso deu um grande ensinamento, que é muito oportuno, principalmente para este Governo, que tem o tripé da mentira, da corrupção e da incompetência. João Paulo dos Reis Velloso, Romeu Tuma o conheceu pessoalmente, lembra-se dele, vinte anos de mando: nenhuma indignidade, nenhuma imoralidade, nenhuma corrupção. Então, isso engrandece.

            De lá vieram o Senador Chagas Rodrigues, que foi Vice-Presidente desta Casa, Alberto Silva e eu, que agora aqui estou. Mas eu fui, dessas verbas que temos dinheiro, e eu me orgulho muito, porque o Magnífico Reitor disse que fui o parlamentar do Piauí que mais verbas colocou na Universidade Federal. Na tentativa de um ambulatório universitário transformado em um hospital universitário no Piauí, um hospital de oncologia, e desbravar aí. Quero dizer, Romeu Tuma, que coloquei um recurso para um campus avançado cujo nome é João Paulo Reis Velloso, na minha cidade.

            E aqui eu fiz uma lei, quando se faz uma lei a gente não pode defendê-la, tem que defender o relator. Essas leis do Paulo Paim, defendendo o salário mínimo, essas leis do Paulo Paim que defendem o salário dos aposentados, sou relator delas. Então, nessa minha lei, eu pedi ao Alvaro Dias, o Senador do Paraná, e ele a defendeu, que transformasse esse campus universitário João Paulo dos Reis Velloso em Universidade do Delta do Piauí, no rio Parnaíba. E, com a sua inteligência, ele conseguiu aprovar isso, mostrando a regionalização que serve às cidades do Piauí, do Maranhão e do Ceará, uma população muito maior do que 500 mil habitantes. Foi aprovado aqui, foi para a Câmara, onde Paulo Renato é o Relator. Quero crer que possamos transformar esse campus avançado João Paulo dos Reis Velloso na segunda universidade federal do Piauí, a Universidade do Delta. Isso porque Minas tem umas seis federais; Paraíba tem umas duas; Ceará tem. É lícito que o Piauí tenha transformado o seu campus avançado. Daí esses dois extraordinários Relatores: aqui o Alvaro Dias e lá o Paulo Renato, extraordinário ex-Ministro da Educação. De tal maneira que quero crer ainda que consigamos este pleito, ou se Deus me permitir voltar ao Senado, para efetivar aquele sonho dos piauienses.

            Mas aqui está um livro, de José Nelson de Carvalho Pires, professor titular da Universidade Federal do Piauí, o qual foi o maior amigo de João Paulo: Por que Parnaíba Cidade Universitária?

            Deus me permitiu governar o Piauí seis anos, dez meses e seis dias e eu plantei a semente do saber, da sabedoria, nós que representamos, Romeu Tuma, o Partido Social Cristão. Está escrito no Livro de Deus, ô, Paulo Paim, que a sabedoria vale mais do que ouro e prata. Plantei a semente da sabedoria no Piauí, o maior desenvolvimento universitário do País na universidade estadual.

            E ajudei a Federal e as universidades privadas a entrarem. Mas está aqui no livro, anunciado o reconhecimento, primeiro, do que faz o prefácio, ele diz:

            “Por que Paranaíba Cidade Universitária?,”dando sua contribuição por ser parnaibano de coração, reconhecendo o trabalho do ex-governador, hoje senador, Francisco de Assis Moraes Souza - Mão Santa -, que desbravou o ensino universitário, criando no Piauí tantos novos cursos e outras faculdades em todos os Estados. Este seu feito assegurou a Parnaíba o título de Cidade Universitária.

            Mário Meireles, Parnaíba, ele fazendo o prefácio.

            Mário Meireles, é o mais tradicional jornalista, político, vereador. Então no prefácio ele reconhece essa semente.

            E lá no livro do professor José Nelson ele diz:

No governo FRANCISCO DE ASSIS MORAES SOUZA, MÃO SANTA, tendo como reitor da UNIVERSIDADE ESTADUAL DO PIAUÍ, JONATAS JUNIOR, figura de destaque no âmbito estadual, e vice-reitora uma parnaibana competente, MARIA CRISTINA MORAES SOUZA OLIVEIRA, foram criados e, atualmente, em 2008, constam os seguintes cursos: LICENCIATURA PLENA EM HISTÓRIA, LICENCIATURA PLENA EM CIÊNCIAS BIOLÓGICAS, LICENCIATURA PLENA EM PEDAGOGIA, INGLÊS, CURSO DE AGRONOMIA, CURSO DE DIREITO, CURSO DE ODONTOLOGIA, FACULDADE DE FORMAÇÃO DA ACADEMIA DE POLÍCIA MILITAR, e tal, tal, tal. 

            Então é isso. Mas nós fomos lá porque nós colocamos na Universidade Federal recursos para que fosse feito, dessas emendas, um restaurante universitário.

            E eu quero dizer que me surpreendeu. O campus avançado Reis Veloso, que queremos transformar em universidade, tem instalações hoje graças à competência, ao estoicismo, à visão do magnífico reitor Luiz Júnior. Tem instalações muito melhores que a universidade onde estudei, no Ceará, universidade federal. O magnífico reitor, um obstinado, com estoicismo, com competência, com visão, transforma. E eu vejo na realidade.

            Então, nós tivemos o prazer de colocar uma emenda que possibilitou ampliar aquilo num restaurante universitário. Gilvam Borges, R$0,80. Eu comi, parecia uma feijoada carioca, um bandejão, recordando os meus tempos de estudante universitário. R$0,80. O professor paga R$1,00. Então, aquilo, sem dúvida...

(Interrupção do som.)

            O SR. MÃO SANTA (PSC - PI) - Um minutinho. É o sonhado Fome Zero. E eu quero dizer a valia disso porque eu fui estudante. A minha família, empresarial, realmente eu poderia fazer refeições em outro lugar, mas eu fazia na faculdade de medicina. Por isso que eu disse que um bem nunca vem só, como diz o padre Antônio Vieira, vem acompanhado de outro bem. Gilvam Borges, eu poderia me alimentar em qualquer restaurante de Fortaleza, a minha família podia, mas eu ia para o restaurante universitário da faculdade. Então, ali os estudantes passam o dia, porque eles fazem a alimentação ali, em tempo integral, e ganham. Quer dizer, é incomensurável. Além da alimentação, da nutrição, ele tem o tempo disponível, o dia todo na sua universidade.

            Daí, assim fiz o meu curso de medicina. E vi essa visão.

            Então, queremos aqui agradecer a maneira entusiástica, delirantemente aplaudido pelos estudantes. Quem planta, colhe. Fui delirantemente... Gilvam Borges, estou dando mais autógrafos do que o Roberto Carlos. Levei um livro e tive de ficar assinando, porque eu queria dar em massa... Mas milhares de estudantes exigiram que eu desse aquele autógrafo. Depois de comer essa feijoada, tive de fazer essa digestão! E hoje eles tiram fotografia com o telefone, é uma confusão!

            Mas eu vi, entusiasmou-me e é uma das compensações: eu ver e ser reconhecido no livro Por que Parnaíba Cidade Universitária? Temos sido um dos ícones que vão dar àquela mocidade... Então, Parnaíba teve as suas riquezas cíclicas como toda gente teve. Houve a riqueza do boi, do charque. Simplício Dias fez até a Guerra do Jenipapo de tanto dinheiro para colocar os Portugueses para fora do Brasil! Foi lá no Piauí financiada...

            Depois, tivemos o ciclo da riqueza da cera da Carnaúba. Os meus familiares, os meus antepassados saíram lá do Piauí, de Paranaíba e colocaram uma fábrica na Ilha do Governador com os produtos que faziam no Piauí. O sabão que tinha um nome familiar, Moraes, mudaram para o nome de Da Copa; quanto à gordura, também mudaram o nome para Du Norte. Eu vi, Gilvam Borges, eles vencerem a gordura...

            E todo aquele sistema que tem lá de Federação de indústria, de Sesi, de Senai, de IEL, tudo foi aos meus antepassados, embora, eu não tenha sido empresário. Fui um médico que me dediquei a uma Santa Casa de Misericórdia, com essas mãos, que não são santas, mas, guiadas por Deus, salvava um aqui e acolá.

            E só saí da Parnaíba mesmo, Gilvam, mesmo, para buscar ciência, para com ciência e consciência servir àquele povo. Aí, fui Deputado, Prefeito. Aí o povo me tirou de lá, me fez Governador por duas vezes. E aí o povo do Piauí, mesmo em condições adversas, me fez vir para esta Casa do Senado. Então, é um motivo de gratidão.

            E eu diria ao Gilvam Borges, que está atento. Eu sei que nós vamos morrer - eu não quero que morra é o tempo ali -, nós vamos morrer. Ó poeta, Magno Malta, diga por aí, quando isso ocorrer, que eu morri como eu nasci, como eu vivi: orgulhoso de ser parnaibano, parnaibano, parnaibano.

            O Sr. Paulo Paim (Bloco/PT - RS) - Senador Mão Santa, permite um aparte, no último minuto?

            O SR. MÃO SANTA (PSC - PI) - Pois não. Paulo Paim, no último minuto.

            O Sr. Paulo Paim (Bloco/PT - RS) - Primeiro, quero cumprimentar V. Exª, mediante o número de estudantes - eu percebo aqui - que vêm visitar o Congresso e tiram fotos com V. Exª. Tenho certeza, V. Exª assinou centenas e centenas de livros. Pois esses mesmos estudantes, hoje, estiveram comigo e pediram muito que a gente aprovasse a PEC da Juventude, que é o item nº 12 da nossa pauta. Aproveito este momento - e sei que V. Exª tem um carinho muito grande por eles, como eles têm por V. Exª -, para que a gente consiga, amanhã, votar a PEC da Juventude, já que há acordo. Ninguém é contra votar esta PEC, que vai apontar caminhos para a juventude brasileira. Meus cumprimentos. V. Exª diz que Deus vai lhe ajudar. Eu tenho certeza de que vai. V. Exª faz excelente trabalho aqui com todo segmento da sociedade e não somente com os estudantes, como é o caso, que estão em destaque neste momento. Por isso, V. Exª voltará a esta Casa por mais 8 anos. E vamos trabalhar juntos para ver se, amanhã, a gente aprova a PEC da Juventude. Os estudantes vão estar nas galerias, amanhã, fazendo este apelo a todos nós. Parabéns a V. Exª

            O SR. MÃO SANTA (PSC - PI) - Para encerrar, eu queria falar à juventude, já que ele buscou a juventude...

            O SR. PRESIDENTE (Romeu Tuma. PTB - SP) -... um novo discurso.

            O SR. MÃO SANTA (PSC - PI) - ... e dizer que o seguinte: atentai bem, meus jovens: acreditai, lutai, trabalhai, estudai, amai, que o amanhã, com certeza, vai ser mais lindo.

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